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As escolas públicas (estaduais e municipais) e privadas de Belo Horizonte tiveram, em média, mais de uma ocorrência de agressão por dia em 2014. Entre janeiro e novembro, foram 372 registros, de acordo com o último levantamento da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). A violência nas escolas foi tema de audiência pública, ontem, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
O secretário-adjunto de Educação do Estado, Antônio Carlos Pereira, diz reconhecer o problema e que uma das metas do governo é aumentar o tempo dos alunos na escola, não somente por meio do reforço escolar, mas também com ações de incentivo à cultura, cidadania e respeito à diversidade. Segundo ele, os projetos de segurança devem abranger todas as escolas para gerarem resultado. “Política pública que não é pensada para o coletivo é marketing”, afirmou.
Outra iniciativa contra a violência nas escolas é da Polícia Militar (PM) que, segundo o assessor de policiamento escolar e prevenção às drogas, major Hudson Ferraz, vai passar a direcionar estratégias de prevenção também a estudantes do ensino médio, a partir do segundo semestre. “Era uma preocupação nossa atender não apenas crianças, mas também os jovens”, disse. Atualmente, o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), da PM, se destina à educação infantil e ao ensino fundamental. Segundo o major, cerca de 3% do efetivo da corporação atua no policiamento escolar.
Para a presidente do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira, cursos e palestras são importantes, mas é preciso mais. Ela sugere, por exemplo, a criação de um protocolo de atendimento aos professores agredidos, para que episódios de violência possam ser investigados. “A violência gera ao professor humilhação, adoecimento e até vontade de desistir da profissão”, disse.
É o caso de Rosalina Amaral, diretora da Escola Estadual Bolívar de Freitas, na região Norte da capital, que foi agredida na nuca por um tripé de metal, por um aluno de 15 anos, no último mês. Ela está passando por tratamento psicológico e tomando antidepressivos, além de sentir dor de cabeça com frequência. “Tem dia que não consigo sair da cama”.
Patrimônio
Ocorrências de agressão em instituições de ensino:
Em 2013 (de agosto a dezembro)*:
1.964 em Minas Gerais (392,8 por mês) e 232 em Belo Horizonte (46,4 por mês).
1.964 em Minas Gerais (392,8 por mês) e 232 em Belo Horizonte (46,4 por mês).
Em 2014 (de janeiro a novembro): 3.374 em Minas Gerais (281 por mês), e 372 na capital (33,8 por mês).
*A Seds passou a registrar a partir de agosto de 2013.
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Fonte: Jornal O TEMPO
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