A violência dentro da sala de aula
Casos mais graves de violência são pontuais, mas, segundo educadores, desafiam as escolas
Casos mais graves de violência são pontuais, mas, segundo educadores, desafiam as escolas
Por Lucinthya Gomes e Mariana Lazari
Imagine uma Escola onde o professor, temendo ameaças de um aluno, pede para mudar o horário de trabalho. Uma sala de aula em que o Ronda do Quarteirão entra para fazer busca de drogas, armas ou algum objeto furtado, após denúncias. alunos que praticam assaltos nas ruas vestindo a farda da Escola. O caso da estudante de 14 anos baleada dentro do colégio por um colega, na manhã de terça-feira, desperta a discussão em torno da violência nas Escolas. O POVO entrou em contato com 22 unidades municipais e estaduais em Fortaleza e constatou que a violência está inserida no contexto Escolar.
Os profissionais ouvidos reforçam que não se trata de uma situação generalizada. Casos mais graves são bem pontuais, mas, de fato, desafiam educadores. Entre as situações mais corriqueiras, estão as brigas entre alunos. Os relatos mais fortes ocorrem em Escolas estaduais, que oferecem ensino médio e têm alunos mais velhos. “Hoje, tudo pode se transformar em algo perigoso até pelo uso das armas”, preocupa-se o funcionário de umaEscola estadual na Barra do Ceará.
A maioria das Escolas ouvidas pelo O POVO cita o contexto de violência do entorno das unidades e a falta de diálogo nas famílias. Para eles, a violência reflete um cenário de comunidades não assistidas pelo poder público. A funcionária de uma Escola estadual no Álvaro Weyne destacava que sua Escola é atípica, sem muitos casos de violência, mas logo em seguida citou que em casos de atritos entre alunos, havia mães que iam até a Escolacom “vontade de vingança”. “Não é frequente, mas tem mãe que quer ir até a sala de aula para saber quem foi o aluno que brigou com seu filho, quer bater. É o comportamento que os alunos reproduzem”.
Já o professor de uma Escola estadual no Henrique Jorge cita que a unidade tem trabalhado para reverter a cultura de violência. Ele e outros profissionais destacam que, quando esses casos vêm à tona, a direção interfere chamando os pais e acompanhando oaluno de perto. O POVO não identifica os funcionários a pedido deles.
E MAIS...
Às vezes, a ameaça é dirigida ao professor, como aconteceu no Bom Jardim, quando umaluno disse: “Esse professor merecia era uma bala na cabeça”. No bairro Aeroporto, a Polícia já foi até a Escola buscar alunos que assaltaram uma senhora na rua com a farda da Escola.
Em Messejana, o professor já viu o Ronda entrar em sala de aula com autorização da direção da Escola, após denúncias de porte de armas, drogas por alunos ou buscando objetos furtados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário