terça-feira, 25 de setembro de 2012

Educação Pública em caos


Tio de aluno é suspeito de bater em professor na escola em SP

O tio de um aluno da escola municipal Celso Leite Ribeiro Filho, na Bela Vista (centro de São Paulo) é suspeito de bater em um professor em sala de aula. Segundo testemunhas, ele deu cadeiradas e murros no docente, sob os olhares de alunos.
 
A agressão parou quando uma professora entrou e disse que chamaria a polícia. A agressão foi filmada por câmeras de segurança, diz a escola. O caso aconteceu na sexta-feira, por volta de 12h20. O suspeito entrou com o sobrinho, de 12 anos, que estuda na unidade pela manhã e estava uniformizado.
.
Segundo o professor, o menino quis ficar no local após o sinal de saída, mas ele o impediu. "A escola não permite a permanência de estudantes que não estejam em atividades", diz. Em casa, o aluno teria dito ao tio que apanhou do docente. O tio do garoto foi até a escola e entrou dizendo que precisava falar com o professor. O menino o levou até a sala. Segundo a polícia, o suspeito, de 31 anos, entrou e jogou o docente no chão. Em seguida, deu cadeiradas e murros.
.
O professor, de 22 anos, diz que os alunos saíram em disparada, gritando. Ele afirma estar com hematomas. "Tentei defender minha cabeça colocando as pernas na frente", diz. Ele passou por exame de corpo de delito e está em licença médica.
.
 Robson Ventura/Folhapress 
Cartaz na escola da Bela Vista, onde professor foi agredido
Cartaz na escola da Bela Vista, onde professor foi agredido
.
DELEGACIA
.
Assim que o tio do garoto saiu, foi barrado por homens da GCM (Guarda Civil Metropolitana) que estavam no portão e levado à delegacia. O suspeito, que já foi condenado duas vezes por porte de entorpecentes, uma por furto e outra por estelionato, foi liberado após o registro da ocorrência. O caso foi encaminhado ao JECrim (Juizado Especial Criminal).
.
A reportagem tentou contato com a família do estudante e deixou recado na caixa postal do telefone do tio do garoto, mas não obteve resposta até o início da noite de ontem. Segundo a vítima, o tio do menino falou à polícia que o sobrinho chegou em casa chorando e afirmou que apanhou do professor.
O docente diz, no entanto, que a família não registrou a suposta agressão. A família do estudante foi convocada pela escola para discutir o caso com o conselho escolar. O Conselho Tutelar vai apurar a responsabilidade da família do estudante no caso. As informações serão repassadas à Justiça, para decidir se os responsáveis pelo menino serão responsabilizados. A Secretaria da Educação diz que a permanência do aluno na unidade será discutida com a família e o conselho escolar. (SIMEI MORAIS).
.
Fonte: Folha de São Paulo (SP)

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Esperança!


Trabalho tira jovem da escola

.
Foi a necessidade de trabalhar para se manter e alcançar a estabilidade financeira que fez o jovem Fábio Figueiredo Almeida, de 17 anos, abandonar a sala de aula no 1º ano do Ensino médio e ocupar uma vaga na indústria da construção civil, em um canteiro de obras no Bairro Sagrada Família, Região Leste de Belo Horizonte. A troca ocorreu nos últimos seis meses. O ajudante de pedreiro pegou as malas, deixou o Norte de Minas, onde morava com o pai, e veio “vencer na vida”. “Vim em busca de emprego. Sinto falta de estudar e pretendo retomar os estudos no futuro, mas agora não tenho condições”, conta. Fábio não foi o único a tomar essa decisão. Tanto que a taxa de Escolarização em Minas caiu na faixa etária dele. Enquanto em 2009, 84,8% dos jovens com idades entre 15 e 17 anos estavam estudando, esse universo se reduziu para 82,8% em 2011.
.
A queda deixou Minas nas piores colocações do país. O estado passou de 11º lugar para 18º entre as unidades da federação com mais pessoas nessa idade a ocupar uma cadeira na sala de aula. Minas está ainda abaixo da média nacional de 83,7% e distante do primeiro lugar ocupado pelo Distrito Federal (89%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
.
O quadro fica pior entre os que são um pouco mais velhos. Dos jovens com 18 a 24 anos, apenas 27,6% frenquentam a Escola, menos que os 29,2% registrados na Pnad de 2009. A evasão Escolar fez Minas perder posições no nível geral de Escolaridade no país. Da 20ª colocação caiu para a 23ª, ganhando apenas do Espírito Santo (26,5%), Rondônia (25,3%), Maranhão (25%) e São Paulo (24,8%). Para esse grupo, as taxas de Escolarização de Minas se apresentaram menores que as do Brasil, mesmo com queda também registrada na média nacional de 30,3% em 2009 para 28,9% em 2011. “Cada caso deve ser analisado com cuidado. Algum estado pode apresentar uma taxa mais alta porque registrou maior número de pessoas entrando mais tarde na Escola ou sendo repetente”, afirma Luciene Longo, demógrafa do IBGE.
.
SOBRAM VAGAS
.
O exemplo de Fábio, explica a especialista, pode ser a principal razão para as quedas na Escolaridade nas duas faixas etárias. “Essa redução mostra que a população pode estar entrando mais no mercado de trabalho. Para de trabalhar e, no futuro, retorna para a Escola.” A baixa taxa de desemprego em patamares históricos ajuda a explicar o comportamento dos jovens, principalmente na Grande BH. O índice de 4,3% de desocupados em agosto é o menor para o mês nos últimos 10 anos, segundo Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE. O considerado “pleno emprego”, cenário em que praticamente toda entrada de mão de obra na População Economicamente Ativa (PEA) é absorvida pelo mercado, anima a busca pela carteira assinada. Esse fenômeno é observado especialmente na capital e redondezas, onde há vagas sobrando no comércio e setor de serviços. Para o empresariado, porém, a busca precoce dos jovens por trabalho não é animadora diante da baixa qualificação constatada pela Pnad.
.
Os Alunos com idades entre 15 e 24 anos, explica Luciene, não têm incentivos para permanecer na Escola assim como as crianças beneficiadas pelos programas sociais do governo de incentivo financeiro. “Nas faixas mais baixas de idade os pais precisam manter a frequência Escolar para receber o auxílio. Os jovens não têm essas condicionantes e por isso param de estudar e entram no mercado de trabalho”, afirma.
.
Essa é uma das razões para que os índices de Escolaridade em Minas nos grupos mais jovens esteja indo bem. A frequencia dos Alunos de quatro e cinco anos na Escola passou de 73,3%, em 2009, para 73,8%, em 2011, o que deixa Minas no meio da tabela entre as 27 unidades da federação, mas com o menor percentual da Região Sudeste. Entre a população de seis a 14 anos, o aumento foi de 97,9% para 98,7%, no mesmo período. Nessa faixa, os mineiros ficam na quinta colocação entre os melhores, distante do posto de 10º lugar de 2009.
.
NATURALIDADE
.
Ao contrário do destino traçado por Fábio Almeida, que deixou a cidade natal em busca de uma oportunidade em terras distantes, os dados do IBGE mostram que a população mineira está cada vez mais enraizada com suas origens. Conforme os números, Minas ocupa a 7ª posição entre os estados com o menor percentual de não naturais (8,1%), apesar de ter perdido uma colocação em relação a 2009 quando 7,6% dos residentes em Minas eram de fora do estado. O posto de primeiro lugar foi ocupado em 2011 pelo Rio Grande do Sul, que tem menos imigrantes (3,09%), enquanto o Distrito Federal, com o último lugar, tem metade de sua gente vinda de outras regiões. Por município, Minas mantém firme suas raízes. Com 35,7%, o estado fica com o 10º menor percentual de não naturais, índice maior do que em 2009, quando a taxa foi de 35,5%.
.
MELHORIAS NECESSÁRIAS
.
Com a exceção da coleta de esgoto, Minas Gerais deixa a desejar quando o assunto são os serviços básicos oferecidos a população. O mais preocupante deles é o acesso a fossa séptica – responsável pelo tratamento primário do esgoto – nas residências. O dispositivo é muito utilizado na zona rural ou em locais em que ainda não há saneamento básico público. Em 2009, Minas ocupava a penúltima colocação entre os estados que garantiam oferta extensiva do serviço. Melhorou, mas ainda está na 24ª posição e bem abaixo da média nacional, de 7,7%.
.
Fonte: Estado de Minas (MG)

Homenagem a Carlos Nelson Coutinho


 
Saudação a Carlos Nelson Coutinho
.
Morreu esta noite o grande intelectual marxista Carlos Nelson Coutinho, depois de meses combatendo um câncer dos mais violentos. Carlito, como era chamado pelos amigos, descobriu a doença em fevereiro deste ano, quando nos comentou por e-mail: “Ainda estou perplexo – mas disposto a brigar. Também sobre isso, tenho tentado me valer do mote de Gramsci: pessimismo da inteligência, otimismo da vontade. Torçam por mim”. Foi o que fizemos esses meses todos.
.
Carlos Nelson Coutinho na Boitempo - Em 2011, Carlito publicou pela Boitempo o livro De Rousseau a Gramsci: ensaios de teoria política. Confira prévia do livro no Google Books clicando aqui ou faça download do prefácio do livro em PDF clicando aqui.
.
Um dos maiores estudiosos de Antonio Gramsci, publicou o artigo “Gramsci e o Sul do Mundo: entre o Oriente e o Ocidente” na Margem Esquerda #5 (em 2005). Confira PDF do artigo clicando aqui.
Este ano, escreveu o texto de orelha para o livro Lenin: um estudo sobre a unidade de seu pensamento, de György Lukács, que você pode conferir clicando aqui.
.

Dados da Pnad não representam a realidade da Educação, diz especialista

Apesar dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011, divulgada na última sexta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontarem pequenos avanços na área de educação, a melhoria é muito lenta para o patamar de qualidade em que o Brasil se encontra.
.
A opinião é da diretora executiva do Movimento Todos pela Educação (MTE), Priscila Cruz, advogada que atua na defesa da educação de qualidade há dez anos. Segundo ela, o critério usado pelo IBGE para definir analfabetismo não leva em conta o nível de proficiência dos alunos em leitura e escrita.
.
“Alfabetização é muito mais do que escolarização. O IBGE olha os jovens e adultos com mais de 15 anos, aqueles que têm quatro anos ou mais de escolaridade já é considerado alfabetizado. Mas como a gente tem uma qualidade de educação muito ruim no Brasil, o que acontece é que tem muita criança de 11, 12 anos, jovem que está no ensino médio com 15, 17 anos, que ainda é analfabeto. Infelizmente isso ainda é uma realidade no nosso país”, explica Priscila. Ela disse que uma das metas do MTE é que toda criança esteja plenamente alfabetizada aos 8 anos de idade, o que não ocorre atualmente. “A Prova ABC (uma parceria da Organização Não Governamental (ONG) Todos pela Educação com o Instituto Paulo Montenegro, a Fundação Cesgranrio e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) mostrou que, das crianças de 8 anos no Brasil, só metade é plenamente alfabetizada. É um dado bem diferente daquele do IBGE. É diferente fazer a prova e testar ou perguntar quantos anos de estudo tem e ela ser considerada alfabetizada”.
.
Priscila admite que houve avanços. Porém, eles ocorrem muito devagar. “A gente vem melhorando só que num ritmo muito lento. Se a gente tivesse num patamar mais alto, melhorar lentamente não seria tão ruim. A gente está num patamar muito baixo e melhorando muito lentamente, vai demorar muito pra gente conseguir garantir o direito de todos os alunos a ter educação de qualidade”.
.
A diretora da ONG aponta que, apesar de 98,2% da população de 6 a 14 anos, correspondente ao ensino fundamental, estarem na escola, se for levado em conta desde a educação infantil até o ensino médio, o Brasil tem 3,8 milhões de crianças e jovens fora da escola. A situação é pior entre os adolescentes de 15 a 17 anos, que deveriam estar no ensino médio. Nessa faixa etária, a taxa de escolarização caiu de 85,2% em 2009 para 83,7% em 2011. “O ensino médio vive uma crise de identidade: esses alunos não veem sentido nesse ensino médio, acabam evadindo, saem antes do tempo de se formarem e a gente está perdendo esses jovens. São jovens que, na sociedade atual, século 21, sociedade do conhecimento, não concluíram nem o ensino médio, é ter aí um extermínio de jovens”, alerta Priscila.
.
A diretora executiva do Movimento Todos pela Educação lembra que existem experiências de outros países e também dentro do Brasil que apontam caminhos a serem seguidos para melhorar o desempenho dos alunos. “Acho que tem de investir em professor: eles são muito mais formados para serem teóricos da educação. Tem que ter um maior número de escolas em tempo integral, tem que ter avaliações que realmente ajudem os gestores a formularem suas políticas e incorporar a avaliação como ferramenta para avançar”.
.
Fonte: Agência Brasil. (Todos pela Educação)

sábado, 22 de setembro de 2012

Escolas da violência

                                Mancehte do Jornal Super Notícias de 22 de setembro de 2012
.
Por Lúcio Alves de Barros*
.
É chegar o final do ano e do segundo semestre escolar que se inicia o ciclo da violência contra os professores. O problema é sério e nada é feito nos campos pedagógico e administrativo. A Constituição de 1988 tratou de deixar clara a importância da gestão democrática. O mesmo fez a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) de 1996. Essa democracia de tolos, entretanto, continua uma falácia, pois na maioria das escolas inexiste um Plano Pedagógico de respeito, conselhos de classe, participação e muito menos a observância da comunidade que, sejamos francos, não está nem aí para os rumos da educação.
.
Os casos de violência, um fenômeno nada novo e que na verdade já foi banalizado, tem o que revelar neste contexto. Já não existe o escândalo e a vergonha social em relação aos professores que estão levando socos e chutes pelo corpo a fora. Parece aceitável alunos e alunas sabotando professores em sala de aula, em corredores, na rua ou em redes sociais. O mesmo podendo-se dizer de telefonemas anônimos, vinganças e ameaças. Na escola, e nela a educação para a violência nada é latente. Tornou-se manifesto estudantes colocando em xeque a autoridade e a disciplina escolar. Professores já estão lutando contra o medo via o uso de ansiolíticos e da possibilidade de vitimização. Diante do poderoso estudante uma das saídas tem sido o lugar escuro do da covardia. Sem forças físicas e emocionais, os docentes deixam as coisas como estão. Esperam que o aluno passe para outra série ou que mude de escola. O medo é um poderoso mecanismo de paralização das atividades físicas e mentais. Não há economia psíquica que resista.
.
Estou para ver conselhos, comunidades, pais e professores discutindo a violência dos estudantes e entre os estudantes em sala de aula. A ideia de uma gestão democrática, normativamente delineada na Constituição e na LDB é uma mentira de mal gosto. E vamos à veracidade dos fatos. Poucos são os pais preocupados com os filhos, principalmente nas escolas públicas que se tornaram creches para marmanjos e locais de “educação integral” para evitar que a criança e o adolescente fiquem em casa ou na rua em contato com possíveis marginais. Outrora a escola era para formar gente que pensa e a palavra do professor era lei. Contava-se com o apoio dos responsáveis em relação a determinados limites e atitudes que fazem parte do adolescer e da juventude repleta de hormônios. Atualmente, os pais são - no mínimo - coniventes com a conjuntura hodierna. Em relação à comunidade e a denominada “comunidade escolar”, a verdade também é clara. Ela não participa das decisões e da solução dos problemas da escola. Na realidade nem se sabe o que é uma comunidade. As famílias estão preocupadas é com o famigerado consumo, o que vale é a roupa da moda, o último computador, a banda larga, o celular que serve para tudo e qual será a novidade que o mercado vai soltar no mês que se aproxima. A educação já não faz parte das noites tranquilas da primavera e do verão. O livro virou peça de museu e a sociabilidade do lar é pouca ou chata para o mundo tirânico da juventude hedonista e sem freios.
.
Longe dos limites da família, distantes e recalcitrantes dos limites na escola é claro que pode-se esperar conflito e violência de toda ordem. E esta violência não é gratuita, ela é uma linguagem, não nasce do nada, ela quer dizer alguma coisa. Ainda não sabemos o que, mas é certo que a ideia de uma escola democrática não caminha de mãos atadas com a violência. Para a democracia é inquestionável a negociação. Relações violentas são paradoxais em gestões democráticas. Logo, ela inexiste sem o professor e o apoio dos pais. Escolas são sagradas, são lugares de conhecimento e de relações sociais seguras. Os casos de agressões em fim de semestre, entretanto, revelam o contrário. A educação tornou-se campo minado e conflituoso. Ele se transformou em um acerto tácito de contas que se alimenta de uma pedagogia para a violência e, tal como a polícia, docentes, alunos e pais procuram um inimigo. Um inimigo que está encarcerado em salas lotadas e distante da tal “comunidade”. Soma-se a esta conjuntura as péssimas condições de trabalho, a precariedade da profissão docente, o despreparo dos alunos no que toca aos requisitos mínimos de civilização, os baixos e vergonhosos salários e o desrespeito governamental em relação ao trabalho docente e ao local onde se desenvolve este trabalho. É impossível acreditar em mudanças significativas em curto ou médio prazo, até lá, resta aos professores a “cultura escolar do medo”, da suspeição e da incerteza diária de relações que, devido a uma péssima nota, podem sair do controle.
.
* Professor na FAE (Faculdade de Educação) / campus BH / da UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais). 

Todos pela educação


Educação e precariedade


Denúncia contra a estudante que criou página no Facebook será arquivada

 
O caso da estudante Isabela Faber, criadora da página Diário de Classe, no Facebook, será arquivado. Depois que a professora de português registrou um boletim de ocorrência na 8ª Delegacia de Polícia de Florianópolis, a aluna foi intimada e prestou depoimento na última terça-feira (18).
.
O motivo do boletim de ocorrência foi o fato de a estudante ter postado um comentário na página do Facebook afirmando que a professora deu uma aula sobre internet e política para humilhá-la. O delegado Marcos Assad afirma que Isabela, acompanhada do pai, e a professora prestaram depoimento, mas que nenhuma delas quis representar criminalmente, o que é condição para dar início a uma ação penal.
.
A assessoria da Polícia Civil de Florianópolis informa que já foi lavrado o Termo Circunstanciado. O termo funciona como um boletim de ocorrência com algumas informações adicionais, como os depoimentos, servindo de peça informativa. A delegacia encaminhou o caso para o Fórum de Florianópolis, que será analisado por um juiz. Segundo a assessoria, o caso será arquivado, pois não há representação.
.
Mesmo com os contratempos, Isabela não desanimou. Ela continua alimentando o Diário de Classe e postando denúncias. No último post, a estudante afirma que, na Escola Básica Maria Tomázia Coelho, não há Associação de Pais e Professores (APP) a mais de um ano e explica que para receber verba descentralizada da Prefeitura, a escola tem que ter uma APP. A garota cobra da diretora uma explicação. Mais de 8 mil pessoas curtiram o post e 1064 comentaram.
.

Escolas são palco de agressões

Dois episódios de violência escolar, motivados por discussões entre estudantes, professores e funcionários da educação viraram casos de polícia, anteontem, em Minas. Em Pouso Alto, no Sul do Estado, uma adolescente de 15 anos atacou o motorista do ônibus escolar e uma professora com uma faca, após um desentendimento durante o trajeto até o colégio. Em outra discussão, dessa vez provocada pela discordância da nota de uma prova, um professor e um estudante de 17 anos trocaram socos e até ameaças de morte, em Belo Horizonte.
.
A confusão que assustou pais e alunos da Escola Estadual Santos Dumont, na região de Venda Nova, aconteceu durante uma aula de física do 3º ano do ensino médio. A Polícia Militar (PM) foi acionada pela direção e precisou escoltar o educador, após estudantes o ameaçarem.
.
Segundo uma aluna de 17 anos, que estava na sala com outros 30 colegas no momento da briga, o jovem iniciou a discussão ao questionar o professor de física Marcos Daniel Pereira, de 37 anos, sobre a nota que havia recebido na prova. O aluno teria se irritado por ter perdido 1,5 ponto na avaliação e exigiu a revisão da nota. "A prova valia 15 pontos, ele ficou nervoso quando viu 13,5 em sua nota. Ele disse que o professor precisava aprender a dar aulas e alegou que faz curso técnico em outra escola e não tinha como errar a questão", disse a aluna.
.
Durante o bate-boca, o aluno levantou da cadeira e foi impedido pelo professor de sair da sala de aula com a prova em mãos. Na versão do educador, ele pegou a prova do estudante e foi agredido com um soco no nariz, enquanto escrevia a correção da prova no quadro. Porém, na versão do aluno no boletim de ocorrência registrado pela PM, ele diz que foi enforcado pelo professor e se defendeu das agressões com um soco. "Cada um contou sua história. É difícil precisar quem começou com as agressões", informou o soldado André Pisão.
.
Aluno e professor foram levados para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Venda Nova. O educador teve os óculos quebrados e sofreu um corte no nariz. "Alguns alunos pegaram pedras para jogar no professor", disse uma comerciante da região.

O estudante teve escoriações leves no pescoço e nos braços. Os dois envolvidos prestaram depoimentos na Divisão de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad) e foram liberados após assinarem um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).
.
Aluna faz ataque com uma faca - Em outra discussão que quase terminou em tragédia, uma estudante de 15 anos atacou com uma faca o motorista do ônibus escolar e uma professora, irmã dele. O caso aconteceu na porta da Escola Estadual Felizarda Russano, em Pouso Alto, na região Sul do Estado, depois que a menina se desentendeu com o homem de 41 anos.
.
No trajeto até a escola, a adolescente teria pedido para que o motorista desviasse o caminho. A vítima informou que não poderia sair da rota e que seguiria para a escola. Segundo a Polícia Militar (PM), quando o veículo escolar chegou ao destino, os dois desembarcaram e a estudante começou a discutir com o homem. "Durante a briga, a menina tirou uma faca de 15 cm de lâmina da mochila e investiu contra o motorista", contou o sargento Sutene Andrade.
.
A adolescente foi impedida de atingir o condutor por uma professora, de 47 anos, que é irmã do motorista e também estava no ônibus. "Os dois conseguiram segurar a adolescente, mas ambos ficaram feridos com cortes superficiais nos braços", explicou o policial. A PM foi chamada e conseguiu deter a estudante. A menor contou aos policiais que carregava a faca na mochila para se defender. Ela ainda teria feito ameaças contra as vítimas.
.
O Conselho Tutelar foi acionado e os envolvidos encaminhados para a Delegacia de São Lourenço, onde a ocorrência foi registrada. A menina foi liberada e entregue aos pais, que moram na zona rural da cidade.
Punição branda - A Secretaria de Estado de Educação (SEE) informou que ainda apura as circunstâncias da briga entre o estudante e o professor, mas adiantou que o aluno deverá ser advertido, embora não haja a possibilidade de ele ser expulso da escola.

Ainda segundo informações da SEE, o educador Marcos Daniel Pereira estava trabalhando como professor substituto de física, sem ter vínculos com a escola, e encerrou suas atividades na instituição de ensino após as aulas de anteontem.

Alunos que tiveram aula com o professor contaram que o educador estava sofrendo de depressão e tinha feito queixas a respeito de sua condição física e psicológica para dar aulas.
"Ele disse em sala de aula que não aguentava mais dar aulas por causa de estresse psicológico", contou um estudante.
Fonte: Super Notícias (MG)
 

Educação e economia


Violência nas escolas de Belo Horizonte: dia sim, dia não

Júlia de Andrade - Além dos baixos salários e da falta de condições para trabalhar, professores da rede pública, em Belo Horizonte, convivem com a violência. A cada dois dias, há um registro de agressão nas escolas. Segundo dados da Secretaria de Estado de Defesa Social, no ano passado, houve 174 ocorrências do tipo na capital.
.
O número, 30% inferior ao de 2010 (com 250 registros), não minimiza a sensação de insegurança. Na quinta-feira, um professor de física levou um soco, no rosto, de um aluno de 17 anos do 3º do ensino médio. A confusão aconteceu na Escola Estadual Santos Dumont, em Venda Nova, durante a entrega das notas de uma prova.
.
O professor, de 37 anos, revidou às agressões. Uma aluna que tentou apartar a briga também se feriu em um dos braços, e o caso foi parar na delegacia. As aulas foram interrompidas.
.
Tráfico e agressão
.
Criado no ano passado, o disque-denúncia do Sindicato dos Professores das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinpro) recebeu 131 ligações, 43,5% delas referentes à rede particular. De acordo com o Sinpro, 20% dos docentes pesquisados já presenciaram tráfico de drogas na escola e mais da metade (62%) disse ter visto agressão verbal. Outros 24% presenciaram agressão física.
.
O diretor do Sinpro Minas, Aerton Silva, acredita que a violência nas escolas acontece com mais frequência que o registrado. “Muitos professores não denunciam por medo de retaliações e de perder o emprego”. Um professor de português, que não quis se identificar, sofreu ameaças. “Após uma prova, um aluno mencionou que eu poderia ficar em uma cadeira de rodas caso aplicasse avaliações difíceis”.
.
Campanhas - Segundo a Secretaria de Estado da Educação, ações são tomadas para prevenir a violência. “Estamos tentando desfazer as barreiras entre alunos e professores por meio de campanhas de humanização”, afirma a secretária-adjunta Maria Sueli Pires.
.
Fonte: Hoje em Dia (MG)

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Professor tem nariz quebrado por aluno que reclamou de nota em prova

.
Jefferson Delbem 
.
A correção de uma prova de física terminou com um professor e um aluno se agredindo, em uma escola estadual em Venda Nova. O caso ocorreu na noite dessa quinta-feira (20), na rua Alcides Lins, quando o aluno foi questionar ao professor a nota tirada no exame. O professor, segundo os policiais, decidiu manter a avaliação feita e isso teria irritado o estudante. O educador teve o nariz quebrado e lesões leves na boca, o jovem teve escoriações leves pelo corpo.
.
O professor, de 37 anos, entregou a prova por volta, das 19h, quando o adolescente, de 17 anos, argumentou com o educador. Conforme os policiais, o aluno teria dito que o professor não soube interpretar seu raciocínio, que estaria correto, de acordo com os ensinamentos que ele recebeu em um curso técnico. Na versão do aluno, o professor teria ficado nervoso e se recusado “a admitir o erro”. Quando ele voltava para o assento, o educador teria começado a gritar e o empurrado. O estudante alegou que ficou irritado e, neste momento, deu um soco no rosto do professor. O educador reagiu agarrando o pescoço do aluno, segundo o relato aos policiais.
.
Já o professor, disse aos policiais, que o aluno realmente contestou a nota, e que sugeriu revisar junto com ele, porém, o adolescente teria ficado nervoso e disse que sabia mais que o professor, pois, estaria fazendo curso técnico. Em seguida, o garoto teria levantado do seu assento e dado um soco no homem, que para se defender, agarrou o pescoço do jovem.
.
Ambos foram contidos por outros alunos e encaminhados a diretoria, onde a polícia foi acionada. Eles foram levados pelos militares a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Venda Nova, já que, o aluno teve escoriações leves pelo corpo, e o professor teve o nariz quebrado e lesões leves na boca. Após serem medicados, a PM os levou a Divisão de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (DOPCAD), onde foi registrado um Boletim de Ocorrência.
.
Fonte: Hoje em dia (MG)

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

MEC vai ampliar fiscalização de universidades privadas

Por FÁBIO TAKAHASHI - DE SÃO PAULO.
.
O Ministério da Educação pretende aumentar seu poder de fiscalização nas faculdades privadas e até vetar compra e venda de instituições. A intenção está presente no projeto de lei do governo Dilma enviado no final do mês passado ao Congresso, em que cria autarquia específica para supervisionar e avaliar as instituições.
.
O setor privado se mostra preocupado com a proposta. O novo órgão (chamado Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação da Educação Superior) pretende concentrar ações de avaliação e fiscalização hoje divididas entre diferentes instâncias. E também passaria a ter poderes adicionais aos que a pasta já possui, como "aprovar previamente aquisições, fusões (...)". Atualmente, o ministério é avisado de uma transação quando ela está praticamente finalizada.
.
A autarquia também terá o poder de "decretar intervenção" em instituições de ensino superior que estejam com problemas sérios de qualidade ou de gestão --o que hoje só é possível após o processo correr por diversos órgãos. "Estamos aperfeiçoando o processo de regulação num setor que está em franca expansão", diz o secretário executivo do Ministério da Educação, José Henrique Paim. Levantamento da CM Consultoria aponta que houve 102 fusões e aquisições no setor entre 2007 e 2011. Segundo Paim, muitas vezes há negócios em que o estudante é prejudicado.
.
A Folha apurou que tem sido avaliado negativamente na pasta cortes feitos após algumas transações.
Isso ocorreu, por exemplo, com a Uniban. Ela perdeu 400 docentes só na capital neste ano, após ser comprada pelo grupo Anhanguera --a rede disse à época ter feito reestruturação normal de começo de ano letivo.
.
O ministério vê como necessária a maior fiscalização no ensino privado, pois tem crescido o número de matrículas bancadas pela União, via programas Prouni e Fies. O projeto está em trâmite nas comissões da Câmara, sem data para votação.
.
.
 
Editoria de Arte/Folhapress
PREOCUPAÇÕES
.
As instituições particulares de ensino entendem que o governo pretende fazer uma intervenção muito pesada, o que pode prejudicar o funcionamento das universidades.
.
Em seminário hoje do Semesp (sindicato das universidades privadas de SP), na capital paulista, a rede particular deve fechar um posicionamento sobre a proposta.
.
Um dirigente do setor afirmou, reservadamente, estar preocupado com os "superpoderes" do novo órgão. Um dos problemas, diz, é que as instituições praticamente não terão instâncias para recorrer de sanções.
.
Fonte: Folha de São Paulo

Isadora Faber, do ‘Diário de Classe’, vai parar na delegacia

RIO — A estudante Isadora Faber, de 13 anos, criadora da página-denúncia ‘Diário de Classe’, no Facebook, foi intimada a prestar depoimento nesta terça-feira sobre as acusações de uma professora de que teria cometido crimes de calúnia e difamação. A página da menina na rede social ganhou repercussão na mídia nacional ao denunciar os problemas da Escola Básica Maria Tomázia Coelho, em Florianópolis, Santa Catarina. A comunidade já tem mais de 260 mil "curtidas".
“Eu nunca tinha entrado numa delegacia antes, mas lá dentro todos me trataram muito bem mesmo. Estranhei pois para mim o assunto já estava encerrado desdo início do mês quando ela me pediu desculpas, eu aceitei e publiquei, está aqui até agora. Como vocês podem ver, não é fácil manter o Diário no ar.”, disse Isadora em um post ontem.
.
Em agosto, Isadora publicou na página alguns dos episódios de discórdia entre ela e a professora de português: “Hoje a professora de português Queila preparou uma aula pra me ''humilhar'' na frente dos meus colegas, a aula falava sobre politica e internet, ela falava que ninguém podia falar da vida dos professores, porque nós podíamos ter feito muitas coisas erradas pra eles odiarem e etc. Eu e acho que a maioria dos meus colegas entenderam o recado ''pra mim''. Além disso quando vou até o refeitório as cozinheiras começam a falar de mim, na minha frente e rir, eu e a Melina (minha colega) fomos reclamar com a diretora, então ela disse que eu tenho que aguentar as consequências e que a partir de agora seria assim com todos, não resolveu o problema. Confesso que fiquei muito triste ...”, dizia um dos textos.
.
No post desta terça, Isadora falou que, antes de receber a intimação, a professora sugeriu, na última aula, que todos os alunos lessem os artigos 8 e 9 do regimento interno do colégio. Os códigos citados dizem que é vedado aos alunos “levantar injúria ou calúnia contra colegas, professores ou funcionários, bem como praticar contra eles, atos de violência de qualquer espécie; promover ou participar de movimento de hostilidade ou desprestígio à unidade ou às pessoas que nela trabalham, inclusive por meios eletrônicos (internet, celulares, etc)”, prevendo, em caso de desrespeito às regras, medidas sócio-educativas.
.
“A mim me parece censura (...) não sofri nenhuma medida sócia educativa, fui parar direto na delegacia mesmo. Acho que ela deveria ler o regimento também”, retrucou a menina no Facebook.
A Secretaria municipal de Educação de Florianópolis informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o assunto foge à alçada do governo já que "tornou-se um caso particular entre uma cidadã , que é professora da Escola Maria Tomázia Coelho, e a família de uma aluna do estabelecimento de ensino".

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Brasil! Um país de todos

Universidades e as cotas

.
Editorial
.
É confortante imaginar que a pretensão governamental expressa no Plano Nacional de Educação é universalizar o Ensino médio até 2016. Atualmente apenas 50% dos jovens de 15 a 17 anos frequentam esse nível do Ensino básico. Consequentemente, a demanda pelo Ensino superior, que já vinha aumentando, será gigantesca nos próximos quatro anos. Uma passagem lateral de entrada para uma parte pequena desse novo público está sendo criada nas universidades federais. A Lei nº 12.711/2012, sancionada pela presidente Dilma, aparentemente parece representar uma opção preferencial pelos pobres. No texto da lei consta que 50% das vagas, por curso e turno, devem ser reservadas aos que cursaram todo Ensino médio em Escolas públicas. Desse universo de reserva, metade deve ser destinada a estudantes de famílias com renda per capita de até um salário mínimo e meio. Além disso, brasileiros autodeclarados negros, pardos e indígenas, em proporção no mínimo igual ao percentual desses grupos dentro da população do estado da instituição de Ensino, também devem constar nos 50% de vagas reservadas.
.
Antes da sanção no Palácio do Planalto, manifestações pró e contra o teor da lei foram ouvidas em várias partes do território brasileiro. Lamentável é que o direito à Educação de qualidade, que deveria ser universal, tornou-se alvo de disputas. Entretanto, a questão exige uma reflexão maior. O estrangulamento na passagem do Ensino médio ao Ensino superior público e de qualidade não pode ser resolvido por uma simples equação, mesmo que temporária.
.
É indispensável que haja uma intervenção governamental direta que vise a redução das desigualdades. Não se pode negar aqui a dívida histórica e social que existe para com os afrodescendentes, indígenas e os mais pobres e que nunca antes na história deste país foi levada à sério. No inciso IV do artigo 3º da Constituição brasileira determina-se que o Estado deve promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Uma das saídas deveria ser a ampliação do número de ofertas de vagas em universidades públicas compatível com a demanda dos brasileiros, já que o direito à Educação para todos é também assegurado no artigo 205 da Constituição.
.
Devido à ineficiência do Estado, neste momento assistimos ao estreitamento das possibilidades de entrada nas universidades federais para os que procuraram o Ensino privado. Cabe ressaltar que essa opção é feita frequentemente pela ausência de Escolas públicas de qualidade, muitas vezes com a dura renúncia de uma vida mais confortável e tranquila por parte das famílias durante anos a fio. Ao mesmo tempo, uma política compensatória permitirá a um pequeno grupo ter acesso ao Ensino superior. No entanto, a maior parte desses brasileiros, diga-se de passagem, continuará fora do Ensino superior de qualidade.
.
Entretanto, os verdadeiros desafios para equacionar o problema não estão sendo enfrentados. Por um lado, a ampliação das vagas em universidades públicas e de boa qualidade compatíveis com as demandas da sociedade brasileira. A criação de câmpus e universidades ainda está muito aquém do necessário. Por outro, a melhoria nas condições de trabalho, salário e qualificação dos Professores do Ensino básico tornando a profissão atraente para angariar para categoria estudantes mais preparados. Em ambos os casos, é necessário que, além de bem aplicados, haja investimentos financeiros significativos.
.
Entretanto, vejamos dois exemplos que demonstram haver caminhos em outra direção. Pelas regras atuais, o piso salarial dos Professores deve ser reajustado de R$ 1.187 para R$ 1.451 por 40 horas de trabalho. Esse valor é inferior a dois salários mínimos e meio. Entretanto, os governadores de Mato Grosso do Sul, Goiás, Piauí, Rio Grande do Sul, Roraima e Santa Catarina recorreram ao Supremo Tribunal Federal para pedir a revisão do critério de reajuste alegando que esse valor é insustentável para as contas públicas. Por outro lado, ainda é alvo de discussão no Congresso Nacional, com forte rejeição de inúmeros grupos, o aumento da aplicação de 5% para 10% do PIB na Educação. Os mais conservadores chegam a dizer que deveríamos copiar os Estados Unidos onde esse gasto é de 5,71%. Cabe aí uma ressalva: o PIB americano é 14 vezes superior ao brasileiro.
.
Enfim, enquanto nossos governantes continuarem pensando pequeno em termos de Educação não teremos um Ensino compatível com as necessidades da nação brasileira. Nesse contexto de falta de recursos básicos, só restarão medidas paliativas que supostamente garantirão direitos de alguns a partir de exclusão de outros.
.
Fonte: Estado de Minas (MG)

Presas acusadas de desviar mais de R$ 2 milhões de merenda escolar em Pernambuco

Duas ex-funcionárias públicas de Pernambuco acusadas de desviar aproximadamente R$ 2,6 milhões em merenda escolar da rede estadual de Pernambuco foram presas no Recife. A fraude foi descoberta em 1995, mas as prisões só foram feitas nessa sexta-feira (14), em Casa Amarela, na Zona Norte, pela Delegacia de Capturas.
.
As investigações policiais apontaram que Nadiege Cristina Sobral, 55 anos, e Zélia Maria Justino Barros, também 55, ambas da Diretoria-Executiva de Apoio ao Aluno, da Secretaria de Educação, desviavam os produtos na hora de repassar para as escolas. Segundo a polícia, os alimentos eram revendidos. As duas foram condenadas a oito anos e cinco meses em regime fechado e estão na Colônia Penal Feminina de Abreu e Lima, no Grande Recife.
.
Apesar de só as duas funcionárias públicas terem sido presas, cinco pessoas foram acusadas. Cristina Carneiro dos Santos não foi presa porque já faleceu. Dois homens que faziam o transporte da merenda escolar também foram acusados, mas recorreram da condenação a quatro anos de prisão e conseguiram decisão favorável. Os dois seriam responsáveis pelo aluguel de um galpão em Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, para armazenar os alimentos.
.
A fraude foi descoberta em julho de 1995, após uma auditoria constatar que estavam faltando alimentos pedidos. Em agosto de 1996, foi feita a denúncia contra o grupo e, somente em julho de 2008, saiu a sentença sobre o caso. A prisão das duas mulheres foi decretada em julho deste ano.
.
As investigações, feitas quando o caso foi descoberto, apontaram que as presas adulteravam o preço, a quantidade e o peso dos produtos em documentos para solicitá-los. Elas deveriam preencher quatro vias, mas preenchiam apenas três corretamente e executavam a fraude na quarta.
.
Fonte: Portal NE10

Banda ajuda a combater bullying e drogas nas escolas de SP

Músicos já conversaram com mais de 160 mil estudantes de todo o estado. Ideia do show é mostrar que rock combina com Educação e respeito
.
A banda de rock Ex4 ajuda a combater o bullying e as drogas em escolas estaduais e municipais há quatro anos. Os músicos já conversaram com mais de 160 mil estudantes de todo o estado de São Paulo.
.
Apesar do rock ser considerado rebelde e transgressor, a ideia do show é mostrar que o rock também combina com educação e respeito. Entre uma música e outra, há uma parada para falar de ao bullying, drogas e preconceito. Os integrantes fizeram um treinamento com a Polícia Militar para abordar esses assuntos, como mostrou a reportagem do Bom Dia São Paulo desta terça-feira (18).
.
“Nós acabamos usando a nossa música, a nossa arte, como uma ferramenta de socialização. Estamos plantando uma semente para que esse jovem possa refletir e mudar o país dele como a gente sonha”, disse o guitarrista e vocalista Max Bennett.
 .
Os alunos se divertem durante as apresentações, que conquistam ainda a simpatia de professores e diretores de escola. “Acho que é um método diferente de passar a mensagem. É uma maneira divertida de conscientizar”, afirma a diretora de escola Elizabeth Maria da Silva Di Santis. Para conhecer mais sobre a iniciativa, visite o site da banda.
.
Fonte: G1

O veredicto de Geraldo Alckmin | Artigo de Maria Rita Kehl sobre a violência que resta da ditadura

 Por Maria Rita Kehl.*
.
“Quem não reagiu está vivo”, disse o governador de São Paulo ao defender a ação da Rota na chacina que matou nove supostos bandidos numa chácara em Várzea Paulista, na última quarta-feira, dia 12. Em seguida, tentando aparentar firmeza de estadista, garantiu que a ocorrência será rigorosamente apurada.
.
Eu me pergunto se é possível confiar na lisura do inquérito, quando o próprio governador já se apressou em legitimar o morticínio praticado pela PM que responde ao comando dele.
.
“Resistência seguida de morte”: assim agentes das Polícias Militares, integrantes do Exército e diversos matadores free-lancer justificavam as execuções de supostos inimigos públicos que militavam pela volta da democracia durante a ditadura civil militar, a qual oprimiu a sociedade e tornou o país mais violento, menos civilizado e muito mais injusto entre 1964 e 1985.
.
Suprimida a liberdade de imprensa, criminalizadas quaisquer manifestações públicas de protesto, o Estado militarizado teve carta branca para prender sem justificativa, torturar e matar cerca de 400 estudantes, trabalhadores e militantes políticos (dos quais 141 permanecem até hoje desaparecidos e outros 44 nunca tiveram seus corpos devolvidos às famílias -tema atual de investigação pela Comissão Nacional da Verdade).
.
Esse número, por si só alarmante, não inclui os massacres de milhares de camponeses e índios, em regiões isoladas e cuja conta ainda não conseguimos fechar. Mais cínicas do que as cenas armadas para aparentar trocas de tiros entre policiais e militantes cujos corpos eram entregues às famílias totalmente desfigurados, foram os laudos que atestavam os inúmeros falsos “suicídios”.
.
A impunidade dos matadores era tão garantida que eles não se preocupavam em justificar as marcas de tiros pelas costas, as pancadas na cabeça e os hematomas em várias partes do corpo de prisioneiros “suicidados” sob sua guarda. Assim como não hesitaram em atestar o suicídio por enforcamento com “suspensão incompleta”, na expressão do legista Harry Shibata, em depoimento à Comissão da Verdade, do jornalista Vladimir Herzog numa cela do DOI-Codi, em São Paulo.
.
Quando o Estado, que deveria proteger a sociedade a partir de suas atribuições constitucionais, investe-se do direito de mentir para encobrir seus próprios crimes, ninguém mais está seguro. Engana-se a parcela das pessoas de bem que imaginam que a suposta “mão de ferro” do governador de São Paulo seja o melhor recurso para proteger a população trabalhadora.
.
Quando o Estado mente, a população já não sabe mais a quem recorrer. A falta de transparência das instituições democráticas -qualificação que deveria valer para todas as polícias, mesmo que no Brasil ainda permaneçam como polícias militares- compromete a segurança de todos os cidadãos.
Vejamos o caso da última chacina cometida pela PM paulista, cujos responsáveis o governador de São Paulo se apressou em defender. Não é preciso comentar a bestialidade da prática, já corriqueira no Brasil, de invariavelmente só atirar para matar -frequentemente com mais de um tiro.
.
Além disso, a justificativa apresentada pelo governador tem pelo menos uma óbvia exceção. Um dos mortos foi o suposto estuprador de uma menor de idade, que acabava de ser julgado pelo “tribunal do crime” do PCC na chácara de Várzea Paulista. Ora, não faz sentido imaginar que os bandidos tivessem se esquecido de desarmar o réu Maciel Santana da Silva, que foi assassinado junto com os outros supostos resistentes.
.
Aliás, o “tribunal do crime” acabara de inocentar o acusado: o senso de justiça da bandidagem nesse caso está acima do da PM e do próprio governo do Estado. Maciel Santana morreu desarmado. E apesar da ausência total de marcas de tiros nos carros da PM, assim como de mortos e feridos do outro lado, o governador não se vexa de utilizar a mesma retórica covarde dos matadores da ditadura -”resistência seguida de morte”, em versão atualizada: “Quem não reagiu está vivo”.
.
Ora, do ponto de vista do cidadão desprotegido, qual a diferença entre a lógica do tráfico, do PCC e da política de Segurança Pública do governo do Estado de São Paulo? Sabemos que, depois da onda de assassinatos de policiais a mando do PCC, em maio de 2006, 1.684 jovens foram executados na rua pela polícia, entre chacinas não justificadas e casos de “resistência seguida de morte”, numa ação de vendeta que não faria vergonha à Camorra. Muitos corpos não foram até hoje entregues às famílias e jazem insepultos por aí, tal como aconteceu com jovens militantes de direitos humanos assassinados e desaparecidos no período militar.
.
Resistência seguida de morte, não: tortura seguida de ocultação do cadáver. O grupo das Mães de Maio, que há seis anos luta para saber o paradeiro de seus filhos, não tem com quem contar para se proteger das ameaças da própria polícia que deveria ajudá-las a investigar supostos abusos cometidos por uma suposta minoria de maus policiais. No total, a polícia matou 495 pessoas em 2006.
.
Desde janeiro deste ano, escreveu Rogério Gentile na Folha de 13/9, a PM da capital matou 170 pessoas, número 33% maior do que os assassinatos da mesma ordem em 2011. O crime organizado, por sua vez, executou 68 policiais. Quem está seguro nessa guerra onde as duas partes agem fora da lei?
.
A pesquisadora norte-americana Kathry Sikkink revelou que o Brasil foi o único país da América Latina em que o número de assassinatos cometidos pelas polícias militares aumentou, em vez de diminuir, depois do fim da ditadura civil-militar. Mudou o perfil socioeconômico dos mortos, torturados e desaparecidos; diminuiu o poder das famílias em mobilizar autoridades para conseguir justiça. Mas a mortandade continua, e a sociedade brasileira descrê da democracia.
.
Hoje os supostos maus policiais talvez sejam minoria, e não seria difícil apurar suas responsabilidades se houvesse vontade política do governo. No caso do terrorismo de Estado praticado no período investigado pela Comissão da Verdade, mais importante do que revelar os já conhecidos nomes de agentes policiais que se entregaram à barbárie de torturar e assassinar prisioneiros indefesos, é fundamental que se consiga nomear toda a cadeia de mando acima deles.
.
Se a tortura aos oponentes da ditadura foi acobertada, quando não consentida ou ordenada por autoridades do governo, o que pensar das chacinas cometidas em plena democracia, quando governadores empenham sua autoridade para justificar assassinatos cometidos pela polícia sob seu comando?
.
Como confiar na seriedade da atual investigação, conduzida depois do veredicto do governador Alckmin, desde logo favorável à ação da polícia? Qual é a lisura que se pode esperar das investigações de graves violações de Direitos Humanos cometidas hoje por agentes do Estado, quando a eliminação sumária de supostos criminosos pelas PMs segue os mesmos procedimentos e goza da mesma impunidade das chacinas cometidas por quadrilhas de traficantes?
.
Não há grande diferença entre a crueldade praticada pelo tráfico contra seis meninos inocentes, no último domingo, no Rio, e a execução de nove homens na quarta, em São Paulo. O inquietante paralelismo entre as ações da polícia e dos bandidos põe a nu o desamparo de toda a população civil diante da violência que tanto pode vir dos bandidos quanto da polícia.
.
“Chame o ladrão”, cantava o samba que Chico Buarque compôs sob o pseudônimo de Julinho da Adelaide. Hoje “os homens” não invadem mais as casas de cantores, professores e advogados, mas continuam a arrastar moradores “suspeitos” das favelas e das periferias para fora dos barracos ou a executar garotos reunidos para fumar um baseado nas esquinas das periferias das grandes cidades.
.
Do ponto de vista da segurança pública, este tiro sai pela culatra. “Combater a violência com mais violência é como tentar emagrecer comendo açúcar”, teria dito o grande psicanalista Hélio Pellegrino, morto em 1987.
.
E o que é mais grave: hoje, como antes, o Estado deixa de apurar tais crimes e, para evitar aborrecimentos, mente para a população. O que parece ser decidido em nome da segurança de todos produz o efeito contrário. O Estado, ao mentir, coloca-se acima do direito republicano à informação -portanto, contra os interesses da sociedade que pretende governar.
.
O Estado, ao mentir, perde legitimidade -quem acredita nas “rigorosas apurações” do governador de São Paulo? Quem já viu algum resultado confiável de uma delas? Pensem no abuso da violência policial durante a ação de despejo dos moradores do Pinheirinho… O Estado mente -e desampara os cidadãos, tornando a vida social mais insegura ao desmoralizar a lei. A quem recorrer, então?
.
A lei é simbólica e deve valer para todos, mas o papel das autoridades deveria ser o de sustentar, com sua transparência, a validade da lei. O Estado que pratica vendetas como uma Camorra destrói as condições de sua própria autoridade, que em consequência disso passará a depender de mais e mais violência para se sustentar.
.
* Artigo publicado no caderno Ilustríssima do jornal Folha de S.Paulo de 16/09/2012.
.
Fonte: http://boitempoeditorial.wordpress.com/2012/09/17/o-veredicto-de-geraldo-alckmin-artigo-de-maria-rita-kehl/

ONG paga plástica polêmica a menina vítima de bullying

ONG paga plástica polêmica a menina vítima de bullying
 
Do Portal HD

.
Reprodução
Nadia Ilse

 
A estudante Nadia Ilse, de 14 anos, começou uma nova vida em Cumming, no Estado americano da Geórgia. A mudança foi graças a uma ação polêmica da ONG Little Baby Face Foundation, que custeou cirurgia facial da adolescente. A história começou quando Ilse se tornou alvo dos colegas de sala, devido, principalmente, à sua aparência, quando era chamada de ''Dumbo'' por suas orelhas de abano. O bullying era tão nocivo à autoestima da menina que ela chorava dia e noite, chegou até mesmo a pensar em suicídio.
.
"Eu me sentia horrível e suja (...) Muitas vezes inventava desculpas para faltar as aulas, como dor de estômago", contou a jovem à imprensa americana. A estudante sofria calada, pois não queria afetar a mãe, que tinha sido demitida havia pouco tempo e que precisava cuidar do irmão, Joshua, de nove anos, que sofre de paralisia cerebral.
.
Entretanto, a mãe da garota soube da luta diária da filha e decidiu procurar a Face Foundation, que faz cirurgias gratuitas em crianças que possuem deformações faciais. Atendida por Thomas Romo III, presidente da entidade e chefe do setor de cirurgia plástica facial do hospital Lenox Hill, em Nova York, Nadia foi operada em junho passado.
.
A cirurgia, que custou o equivalente a US$ 40 mil (R$ 80 mil), foi feita de graça. Críticas "Quando Nadia chegou aqui, ela tinha deformações faciais graves, como orelhas de abano, além de desnivelamentos no queixo e no nariz", explicou Romo à BBC Brasil. "Eu decidi operá-la não porque ela sofria bullying, mas porque ela apresentava tais deformações", acrescentou.
.
"No fim das contas, eu só soube que ela sofria tal tipo de chacota ao conversar com a mãe dela, depois que elas deram entrada no pedido da operação. O bullying, assim, ficou em segundo plano, porque a Nadia tinha problemas que necessitavam de procedimento cirúrgico", afirmou. "Fui criticado porque muitas pessoas desconheciam o processo seletivo e acreditaram que eu havia operado Nadia exclusivamente por causa do bullying", disse.
.
O caso de Nadia, que foi apresentado ao público americano através de uma reportagem na rede de TV CNN, lançou um debate no país sobre a melhor resposta a casos de bullying e se, no caso dela, a operação plástica foi mesmo necessária. Vários especialistas argumentam que jovens vítimas de bullying, em vez de recorrer à plástica, deveriam ser ajudados para aprender a lidar com as provocações ou chacotas alheias. Seja como for, segundo Romo, pelo que ouviu recentemente, Nadia está "muito confiante de sua imagem". A menina voltou a usar os cabelos presos, algo que não fazia há muito tempo, por exemplo. Romo destacou que a Little Baby Face Foundation recebe inscrições de crianças com deformidades faciais de todo o mundo. Além de pagar pela cirurgia, a entidade, segundo ele, financia a viagem e os custos relativos à internação dos pacientes selecionados.
.
Fonte: Hoje em Dia (MG) 

sábado, 15 de setembro de 2012

Educação e política


Educação em caos

Apenas 15% dos professores em faculdades pagas são doutores
.
Por Davi lira - 15/09/2012
.
O número de professores com doutorado nas instituições de ensino superior privado no País aumentou apenas 3,3 pontos porcentuais em uma década, de 2001 a 2010. Do total de docentes nas entidades particulares, 15% têm grau acadêmico de doutor - cerca de 33 mil pesquisadores. Nas instituições públicas, o porcentual de doutores saltou de 36% para 50% no mesmo período. Os dados sobre a evolução na titulação dos professores fazem parte do relatório do Censo da Educação Superior de 2010, consolidado em agosto deste ano pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
.
No documento, o Inep afirma que o porcentual atual das funções docentes de doutorado nas particulares é "bastante reduzido". Já a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes) - entidade que representa 400 instituições privadas - alega que a maioria das unidades particulares não tem o título de universidade. Segundo o consultor educacional da Abmes, Celso Frauches, como a maioria das instituições privadas é formada por centros universitários ou faculdades, não haveria obrigação de realizar uma pesquisa com professores de maior titulação nem de oferecer cursos de doutorado, por exemplo. "Essas instituições não são destino do professor-doutor", afirma Frauches. Mas, segundo o professor da Faculdade de Educação da USP Ocimar Alavarse, as faculdades devem sim "problematizar" algum tipo de pesquisa. Segundo Alavarse, o professor com doutorado teria uma preparação mais sólida. "O título de doutor não significa um título de nobreza, significa que alguém passou pelo menos sete anos como pesquisador."
.
Fonte: O Estadão (SP)
.
Segurança privada supera número de policiais no Brasil
.
 15/09/2012
.
Levantamento divulgado no mês passado pela ONU mostrou que a pior distribuição de renda da America Latina é a da Guatemala e, a quarta pior, a do Brasil. Na sexta-feira (14), estudo da Organização dos Estados Americanos (OEA), intitulado "Relatório sobre a Segurança Cidadã nas Américas em 2012", voltou a destacar os dois países. O Brasil é o segundo país das Américas com a pior proporção entre seguranças privados e policiais. São quase cinco seguranças pagos por quem tem patrimônio a proteger para cada policial civil ou militar dedicado, por conta do Estado, à segurança dos cidadãos. Pior que isso, só a Guatemala.
.
Parece haver uma correlação clara entre injustiça social e insegurança. No mesmo passo em que aumenta a concentração de renda e a desigualdade entre a população, mais necessidade sentem os muito ricos de se protegerem, comprando armas e contratando mais seguranças. Mas só conseguem elevar o sentimento de insegurança, real ou não. Construir castelos, como os barões da Idade Média, não resolve o problema. A Europa, principalmente após a tomada da Bastilha pela populaça pobre parisiense, no final do século 18, aprendeu que distribuir renda e criar condições dignas de sobrevivência para todos é o melhor caminho.
.
O próprio capitalismo, depois de Marx, tratou de pôr freios à ganância desenfreada. Criou-se uma espécie de pacto social, erigido na forma de leis trabalhistas e de tantas outras que se destinam a proteger os destituídos. Nos últimos anos, grandes empresas se empenharam em divulgar e pôr em prática o conceito de responsabilidade social. Espera-se que a renitente crise financeira internacional não as desestimule. Votando ao relatório da OEA. A Guatemala – país mais desigual, entre os 34 da região – registra quase o dobro do Brasil no número de homicídios por habitantes, enquanto lidera no ranking de seguranças privadas. Ocorre que, lá como cá, tais seguranças, que andam armados nas ruas, são ainda bem menos preparados que a polícia e têm pouco compromisso com direitos humanos.
.
O estudo mostra que segurança privada é um negócio que cresceu nos últimos 10 anos entre 8% e 9% ao ano no mundo e 11% na América Latina, onde vivem 180 milhões de pobres e 71 milhões de indigentes. Também no Brasil a atividade se transformou num grande negócio. Em 2008, conforme o relatório, aqui operavam 2.904 empresas que empregavam 1,67 milhão de seguranças privados. Mesmo assim, a população continua insegura.
.
Fonte: Hoje em dia (MG)
.
.
Jornal A Tarde – Salvador - 11/09/2012
.
Escolas registram 93 casos de agressões entre alunos
.
Por Luana Almeida
.
Uma adolescente de 17 anos foi esfaqueada, nesta terça, 11, durante discussão com uma colega dentro do Colégio Estadual David Mendes Pereira, no bairro de Colinas de Pituaçu. A ocorrência é mais uma entre os 93 casos de violência nas escolas registrados entre janeiro e agosto pela  Delegacia do Adolescente Infrator (DAI). A delegada titular, Claudenice Mayo, diz que os números são relativamente altos se considerados os 115 dias em que os alunos estiveram sem aulas por conta da greve dos professores da rede estadual de ensino.
.
"Em 2011, um ano cujo calendário letivo não teve interrupções como esta, tivemos um total de 226 ocorrências. Este ano, os alunos passaram quase quatro meses sem aulas, então 93 casos é um número alto", avalia.
.
Aulas suspensas - As duas envolvidas no caso cursavam o 2° ano do ensino médio. Ao chegarem à escola, por volta das 8h30, se agrediram com murros e pontapés. Uma funcionária da cantina da unidade, na tentativa de separar a briga, levou uma das garotas para a cozinha do colégio. Já dentro da cozinha, a jovem golpeou a colega com uma faca que estava na pia da cozinha.
.
Ciúme teria motivado briga em que estudante foi esfaqueada
.
Após a agressão, a vítima recebeu os primeiros socorros na escola e, em seguida, foi levada por uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao posto de saúde de São Marcos. Momentos após a confusão, a Ronda Escolar esteve no local e levou as jovens e responsáveis até a DAI. Segundo o vice-diretor do estabelecimento de ensino, Orlando Rosário, as duas jovens eram vizinhas e se desentenderam no caminho da escola. Após a briga, houve confusão no colégio e as aulas foram suspensas. "Resolvemos dispensar todos os alunos para que não houvesse mais brigas entre os amigos das alunas", disse.
.
Lesão corporal - Na delegacia, após o depoimento das jovens, foi formalizado o procedimento e encaminhado ao Ministério Público do Estado (MPE). "A partir daí, o juiz vai avaliar se elas terão que realizar trabalhos socioeducativos ou decidir qual será a medida adequada", explicou  a delegada.
.
De acordo com a delegada, é frequente este tipo de infração, caracterizada como lesão corporal. Este ano, já foram contabilizados 98 casos de lesões corporais, 18 ameaças de morte, dois roubos, seis casos de porte de arma branca, um de arma de fogo e duas tentativas de homicídio envolvendo adolescentes.
.
Ronda escolar - O caso de agressão  no Colégio Estadual David Mendes Pereira ocorreu no momento em que a Secretaria da Educação do Estado promovia o Encontro do Projeto Segurança nas Escolas, no Centro Educacional Carneiro Ribeiro - Escola Parque, na Caixa D'Água. O evento reuniu o coordenador-técnico da Ronda Escolar e major da Polícia Militar Ricardo César Santana com gestores de escolas da rede estadual.
.
O major Santana afirma que, este ano, a equipe da Ronda foi acionada 251 vezes. A maioria delas para intervir em brigas entre alunos. "São enfrentamentos que não geram lesões tão graves", explicou. De acordo com a diretora de gestão descentralizada da Secretaria da Educação (SEC), Euzelinda Nogueira, o Estado  tem investido em ensino em tempo integral para que os alunos pratiquem atividades educativas durante todo o dia. "É importante também que os pais participem da vida escolar e se aproxime do processo de formação", completou a educadora.   
.
Violência contra professores é comum
.
Embora não estejam contabilizados nos registros da Delegacia do Adolescente Infrator (DAI),  casos de agressão de alunos a professores são comuns. Somente no mês de agosto, o vice-diretor do Colégio Estadual David Mendes Pereira, Orlando Rosário, já prestou duas queixas contra dois alunos indisciplinados. “Fui  ameaçado de morte porque chamei a atenção deles. Os professores têm medo de repreender os alunos, pois alguns são agressivos”.
.
Ex-professora das disciplinas de história e sociologia da Escola Estadual de Ministro Aliomar Baleeiro, que preferiu não ser identificada, afirmou que também já sofreu ameaça por parte de um aluno que se recusou a entregar uma atividade no prazo estipulado. “Alguns estudantes eram extremamente agressivos. Não só com os professores, mas também com funcionários e colegas. Com o passar do tempo, percebi que era uma forma de defesa, pois viviam em comunidades violentas”, disse.
.
Na opinião do especialista em educação Basilon Carvalho, a atitude agressiva dos alunos é reflexo de uma sociedade violenta. Além disso, Carvalho acredita que os pais transferem a responsabilidade de educar aos professores. “A escola, que deveria ser um local de aprendizado, tornou-se um ponto de encontro para resolver problemas criados na rua. O educador não pode dar conta disso sozinho, os pais precisam fazer a parte deles”, afirmou.
.
14 de setembro de 2012
.
Alunos da rede estadual fazem protesto para cobrar melhorias
.
A insatisfação dos Alunos da rede estadual quanto às condições estruturais das Escolas, falta de Professores e material básico nas unidades, como copo descartável e papel higiênico, foi motivo do protesto feito pelos estudantes das Escolas Ayrton Senna, Gonçalves Dias, Ana Libória, dentre outras. Com cruzes, cartazes e um caixão, simbolizando a morte da Educação, os manifestantes se reuniram na manhã de ontem, 13, em frente à Assembleia Legislativa do Estado, no Centro Cívico.
.
O manifesto foi anunciado na segunda-feira, 10, no primeiro dia de greve dos Professores. Caio Munhóz, 17, Aluno da Escola Ayrton Senna, no Centro, disse que, além das melhorias físicas nas Escolas, querem também eleição para direção das unidades, e não mais por indicação do governador. Para que a manifestação tenha resultado positivo, os estudantes vão formar uma comissão e tentar dialogar com o governador Anchieta Júnior (PSDB) e a secretária de Educação, Lenir Rodrigues.
.
“Não queremos falar somente com a secretária de Educação, mas com o governador também. Pois já falamos com ela e não houve providências. Enquanto não resolverem nossa situação, a luta continua”, disse Munhóz ao complementar que, na quarta-feira, 12, receberam ligação da Secretaria de Educação convidando “para uma reunião urgente”. “O motivo da reunião era para abafar a manifestação, mas não aceitamos”, disse.
.
Conforme Anfrisio Terminelli, 17, Aluno da Escola Gonçalves Dias, no bairro Canarinho, desde o começo do ano são feitas reclamações das condições das Escolas, mas são atendidas somente de forma parcial. “Desta vez queremos que nossas reivindicações sejam atendidas por completo. Não vamos parar enquanto o governador não nos atender”, frisou.
.
A Secretaria de Educação não se posicionou sobre o manifesto dos estudantes.
.
Professores temporários do Município ameaçam parar
. A onda de manifestações e paralisações continuam em Boa Vista. Agora são os Professores temporários da Educação básica da Prefeitura de Boa Vista que começam a se mobilizar para uma possível paralisação. Profissionais que trabalham em cinco Escolas municipais já estão decididos a realizar uma manifestação na próxima segunda-feira, 17, caso o pagamento de seus salários não aconteça até lá.Conforme o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais (Sitram), Rosinaldo dos Santos, hoje os Professores vão se reunir com os pais dos Alunos para explicar a real situação dos servidores temporários, que estão com os salários atrasados há mais de 40 dias. As Escolas que deverão paralisar são Vovó Eurides, Darci Ribeiro, Carlos Raimundo, Rujânio e Oládio.
.
Conforme os Professores, o atraso no salário mensal está ficando insustentável e a informação que conseguiram obter junto à Secretaria Municipal de Educação é de que provavelmente o pagamento será dia 20 ou que poderá ficar para o dia 05 de outubro. Além disso, a primeira parcela do 13º salário ainda não foi paga até hoje. “O Sitram dará apoio solidário aos servidores e pedimos que as secretarias de Educação e Finanças tomem as providências para resolver o pagamento desses profissionais, que incluem também os assistentes de Aluno, zeladores, secretários de Escola e vigias”, explicou, ressaltando que somente Professores são mais de 300 servidores temporários que ainda não receberam seus salários. Uma Professora, que preferiu não se identificar, disse que este já é o terceiro mês que o pagamento atrasa. O pagamento dos servidores deve sair todo dia 06 do mês. “Mas, nos últimos meses, a Prefeitura só paga depois do dia 15 ou lá pelo dia 20”, afirmou.
.
Eles reclamam da continuidade do atraso. Conforme a Professora, como a situação vem se repetindo, os funcionários, além de não honrarem seus compromissos, ainda sofrem com despesas inesperadas como os pagamentos de juros de suas contas. “Hoje [ontem] é o dia do vencimento do financiamento do meu carro e cadê o dinheiro? Os juros de financiamento de veículos são altíssimos”, ressaltou.
.
O problema para Ana Gabriela Barros é pior: não tem mais dinheiro para sua alimentação e para o combustível de seu veículo. “A gente se programa para um mês e, se não tem o salário, ficam contas de água e luz sem pagar, além de não ter mais como repor os alimentos que também foram comprados de forma programada”, enfatizou. Outra preocupação dos Professores é que, caso o pagamento do mês de agosto só seja efetuado em outubro, provavelmente o mês de setembro nunca receberão. Ana explicou que, como os contratos dos temporários encerram no mês de dezembro e já está prevista a divulgação do edital para o concurso em novembro, eles não voltarão mais como temporários no próximo ano.
.
“E quem não passar no concurso vai correr o risco de ter trabalhado um mês sem receber”, especula, preocupada ainda com a situação de funcionários da Educação que trabalham há mais de 17 anos como temporária e que poderá perder o emprego sem receber seus direitos. “Tem funcionário que está há mais de uma década trabalhando para a Prefeitura sem nunca ter direito a férias porque somos contratados no mês de fevereiro e demitidos em dezembro. Ou seja, dessa forma, nunca temos direito a férias”, esclareceu.
.
PREFEITURA - A Secretaria Municipal de Economia, Planejamento e Finanças (SEPF) informou, por meio de nota, que está realizando o pagamento dos servidores temporários conforme a disponibilidade financeira do Município. A secretaria está realizando um levantamento e se empenhando para pagar todos os servidores, inclusive os Professores temporários.
.
Fonte: Folha de Boa Vista (RR)
.
Alunos fazem quebra-quebra em escola de SP
.
Eles se recusaram a voltar para as aulas e atearam fogo a sala de colégio que tem 117 anos
.
Alunos depredaram anteontem a Escola Es t adual São Paulo, no parque Dom Pedro, no centro de São Paulo, e colocaram fogo em uma sala. Assustados, estudantes saíram em disparada. Chamada para conter o tumulto, até a PM levou pedradas. A Escola vai completar 118 anos no dia 16 de setembro. Fundada em 1894, foi o primeiro colégio da cidade e referência nacional no Ensino secundário por muito tempo. Ao longo de sua história, foram educadas ali personalidades como o ex-governador Carvalho Pinto, o jornalista Vladimir Herzog e o escritor da Academia Brasileira de Letras Orígenes Lessa.
.
Fonte: Folha de S.Paulo (SP)
.
.
14 de setembro de 2012
.
Rixa pode ter motivado incêndios em escolas
.
Grupos de adolescentes estariam disputando poder em Ijuí, no noroeste do Rio Grande do Sul
.
Uma disputa entre dois grupos de adolescentes estaria por trás de três incêndios que deixaram Alunos sem aula e causaram prejuízo e indignação em Escolas de Ijuí, no Noroeste. O mais recente foi na madrugada de ontem, na Escola Técnica Estadual 25 de Julho, no bairro São José. Hoje, a polícia e a 36ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) devem se reunir para discutir ações de prevenção a novos casos. A principal hipótese é de que dois grupos de adolescentes estariam disputando poder com os incêndios. Venceria o grupo que causasse mais danos às Escolas, conforme explica o capitão da Brigada Militar Vinícios Ayres.
.
Segundo a delegada Carla Beatriz Mussi, chefe regional, a Polícia Civil já tem suspeitos. Ontem, o vandalismo foi descoberto pela manhã. Depois de participar de uma atividade da Semana Farroupilha no pátio da 25 de Julho, cerca de 70 Alunos do 1º ano do Ensino médio se deslocaram para três salas de aula. Nelas, encontraram um cenário de destruição: cortinas, classes e cadeiras queimadas e vidros quebrados. O local foi isolado, e os estudantes, encaminhados a outras salas de aula.
.
– Foi sorte o fogo não ter se espalhado. Atingiu só aquelas três salas. Não dá para entender uma coisa dessas. Todo mundo sai perdendo: os Alunos, a Escola e o poder público – afirma o diretor Raimar Kuhn, 53 anos.
.
Há seis anos no cargo, ele conta que enfrentou outras duas situações assim.
.
– Esperamos que alguém tome uma providência, parece que virou moda na cidade – diz.
.
Esse foi o terceiro incêndio em Escola estadual de Ijuí neste mês. Todas são de Ensino médio e com aulas à noite.
.
– Depois do primeiro, montamos uma operação de prevenção. Começamos a patrulhar próximo às Escolas na madrugada e passamos as informações que recebemos para o nosso setor de inteligência e para a Polícia Civil – afirma o capitão Vinícios Ayres.
.
Os prejuízos serão levantados, e um documento solicitando os reparos será encaminhado de forma emergencial à Secretaria Estadual da Educação.
.
Os incêndios
.
4 de setembro – Cerca de 200 Alunos foram dispensados da Escola Estadual São Geraldo depois que um incêndio danificou classes, cortinas, cadeiras, paredes e o teto das salas de aula.
.
11 de setembro – Um incêndio destruiu a sala da direção e parte da biblioteca da Escola Estadual de Ensino médio Ruy Barbosa, no centro de Ijuí. Uma avaliação preliminar apontou que as chamas teriam começado em duas lixeiras e na sala da direção, onde foram destruídos cinco computadores, uma geladeira, um freezer, um ventilador e documentos.
.
Fonte: Zero Hora (RS)