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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Caso de Realengo reabriu discussão


O Globo (RJ)

A chacina realizada por Wellington Menezes de Oliveira em abril deste ano na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, que terminou com 12 crianças mortas e outras 12 feridas, fortaleceu no Brasil a discussão sobre o bullying escolar.

O atirador foi perseguido por colegas enquanto frequentou o colégio. Numa carta, encontrada depois do massacre, ele tentou se eximir da culpa: "Muitas vezes aconteceu comigo de ser agredido por um grupo, e todos os que estavam por perto debochavam, se divertiam com as humilhações que eu sofria, sem se importar com meus sentimentos."

O bullying se manifesta por meio de agressões repetitivas, físicas ou verbais, praticadas por um ou mais estudantes. No Estado do Rio, uma lei sancionada em setembro do ano passado determina que as instituições de ensino públicas e particulares notifiquem à polícia ou aos conselhos tutelares os casos ocorridos nas suas dependências.

Contudo, levantamento feito pelo GLOBO em abril mostrou que a lei não é obedecida. A pena por descumprimento da decisão é multa de até 20 salários mínimos. Na época, a reportagem entrou em contato com os dez conselhos tutelares da capital. Em oito, a informação foi a mesma: salvo raríssimas exceções, os casos só chegam por meio dos pais das vítimas. A Delegacia de Criança e Adolescente Vítima (DCAV) também afirmou que não era notificada pelos colégios.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Informa mostrou que o problema do bullying atinge a grande maioria dos estudantes: 40,4% já foram vítimas e 44,1% conhecem alguém que sofreu agressões físicas ou psicológicas na escola . Foram entrevistados 830 alunos com idades entre 10 e 15 anos. O levantamento mostrou que o problema é mais grave na rede municipal, onde o percentual chegou a 90,2%, contra 82,2% dos colégios particulares e 72,7% dos estaduais. Não existe uma lei que tipifique o crime de bullying, mas, dependendo do grau de agressividade, a prática pode ser enquadrada como lesão corporal ou constrangimento ilegal.

A Secretaria municipal de Educação dispõe, desde abril do ano passado, de um regimento escolar que proíbe todas as ações desse tipo, sejam físicas, verbais ou até mesmo na internet. Após a tragédia, a secretária Claudia Costin afirmou também que a prefeitura contrataria mais funcionários de apoio para trabalhar na escola. A medida, segundo ela, ajudaria a identificar os casos.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Realengo: a última vítima recebe alta

Tiago Rogero e Alfredo Junqueira

Recebeu alta no início da tarde de ontem a última vítima do massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio, que ainda permanecia internada. Depois de passar 68 dias em dois hospitais da rede estadual, Thayane Tavares Monteiro, de 13 anos, vai continuar o tratamento e a reabilitação de movimentos em casa. Alvo de quatro tiros disparados pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira, a menina sofreu lesão medular e não consegue andar.

De acordo com familiares, o prognóstico de Thayane é positivo. Ela já consegue mexer alguns músculos e tem sensibilidade nas pernas. Em entrevista ao site G1, a mãe da estudante, Andréa Tavares, disse que ainda não há um quadro definido e é cedo para dizer que a adolescente não poderá mais andar.

"O médico disse que tudo pode ser reversível, porque ela é muito nova. Ele disse que o melhor antibiótico é a fé", disse Andréa.

Thayane passou quase dois meses no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, e estava internada no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no centro do Rio, há 13 dias. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, a menina passou por cirurgia para retirada da bala na coluna. Ela foi avaliada pelo Centro da Coluna do Into e "a indicação médica determinada é o tratamento de reabilitação". Ainda segundo a secretaria, a menina será acompanhada por equipe da Unidade de Atendimento Domiciliar por tempo indeterminado. "Ela vai receber tratamento multidisciplinar de reabilitação para sua independência funcional e suporte psicoterapêutico com fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia e enfermagem."

Massacre


Thayane foi uma das estudantes surpreendidas pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira no início da manhã do dia 7 de abril. Doze alunos morreram e outros 12 ficaram feridos. Oliveira se matou logo depois de ser atingido por um disparo feito pelo policial militar Márcio Alves, que correu para a escola depois de ser alertado por estudantes. Ex-aluno da instituição, Oliveira entrou pelo portão principal, alegando que precisava buscar seu histórico escolar. Após falar com uma professora, seguiu para as salas e começou a atirar. Em vídeos encontrados após o crime, o atirador afirmava que havia sido vítima de Bullying quando estudou ali.


Fonte: O Estado de São Paulo (SP)

terça-feira, 17 de maio de 2011

Um mês após tragédia, mais um homem armado invade escola no Realengo

A Escola Municipal Tasso da Silveira, no Realengo, Rio de Janeiro, quase se tornou palco de mais uma tragédia. Um homem de 35 anos entrou na escola na noite dessa segunda-feira (16) com uma pistola calibre 380 e ameaçou uma das alunas, que seria sua ex-namorada, e seu namorado, que não é aluno da instituição.

Ele foi preso em uma rua próxima da escola, durante uma tentativa de fuga. A motivação seria o término do relacionamento. Não há informações sobre a idade da menina, mas, de acordo com a polícia, trata-se de uma adolescente.

O caso - No último dia 7 de abril, Wellington Menezes de Oliveira invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira com dois revólveres matou 12 adolescentes e feriu outros 12. O atirador, que é ex-aluno da escola, se matou em seguida.

Fonte: Jornal O TEmpo (BH/MG)

sexta-feira, 15 de abril de 2011

A IDOLATRIA DA VIOLÊNCIA

Por Flávio Paiva, publicado em 14 abr. 2011

Nada reabilitará o massacre das crianças na escola de Realengo, quinta-feira passada, no Rio de Janeiro. Não há o que reabilitar. As famílias perderam suas crianças, o bairro perdeu suas crianças e as crianças perderam a vida da forma mais brutal e infundada. A melhor maneira de dignificar suas memórias é tentar fazer da tragédia um observatório e uma plataforma de atitudes voltadas para a infância no Brasil.

A presidenta Dilma Rousseff encerrou a cerimônia oficial da qual participava naquele dia para prestar condolências ao deplorável fato até então inédito na história do País que governa há apenas cem dias: "Esses brasileirinhos que foram retirados tão cedo da vida". A fala em choque e o semblante contristado de Dilma revelaram sua compreensão do tamanho do desafio que temos pela frente para nos tornarmos realmente "um país sem miséria".

A miséria brasileira é maior do que se imagina, porque não se restringe a indicadores como carência material, insuficiência de recursos ou taxa de analfabetismo funcional. O pior da miséria brasileira está nos distúrbios resultantes do abandono da vida simbólica a que relegamos nossa cultura. O assassino teve acesso a emprego, a escola, mas tinha carência de sentido porque, como a maioria das crianças do nosso País, era vitima do não-ser e da massificação do isolamento, como padronização comportamental.

A falta de exercício da dimensão subjetiva, que se nutre nas vivências e convivências culturais, anula a noção de singularidade e de originalidade, fazendo com que o indivíduo perca a autonomia das suas preferências para se condicionar às interinfluências do meio. Destituído da sensibilidade de apreciação e não apenas de repetição, o matador assina na execução de inocentes a sua lealdade à relação fetichista com a violência.

A chacina, em casos como esse, é uma emancipação reversa, um ato de afirmação da falência existencial. O assassino se inclui pelo potencial de atenção que pode causar. A carta que ele deixou é clara em seu delírio valorativo diante da demonização extrema do nada com nada. Ao abater energicamente aquelas crianças ele quis eliminar de vez a inocência, como quem considera imoral a força criativa da infância e sua desconformidade ante um punhado de regras sociais que estabelecem o limite do humano em si mesmo e não no semelhante.

Matar a "ingenuidade" é acabar com a possibilidade de manutenção da esperança. A criança é uma ameaça ao cultor do não-real porque ela olha à vida com credulidade. Então, não adianta repudiar a crueldade do assassino e continuar permitindo a morte lenta da infância no cotidiano do modelo social insustentável que praticamos. Se a violência ocorrida na escola de Realengo mostrou-se primitiva é porque o princípio da idolatria da violência é primitivo. Diluído no dia-a-dia e nas mais diversas formas de avatar, o sacrifício da imaginação e do lúdico vai dilacerando a infância, deixando-a sem sangue para que apodreça higienicamente diante das telas.

Para quem por atos ou omissões contribui com a matança lenta da infância, a deformação coletiva derivada da formatação de homogêneos e obedientes consumidores não passa de ficção. O que a distingue da dolorosa tragédia de Realengo é o choque da perversidade assumida pelo matador. Muitos choraram apenas pelo efeito de condolência desse impacto. Porém, juntamente com a expressão de tristeza estampada no rosto da Presidenta da República, ao lamentar o fato, certamente muitos outros brasileiros sentiram o peso da gravidade da situação.

O que está em questão é a desvalorização da vida real, como abertura de cena para a atuação das drogas, do capitalismo corrosivo e das mensagens de uma vida melhor depois da morte. Na visão do indivíduo que, sem o aconchego de uma cultura que dê beleza ao seu olhar, perde a condição de se reconhecer no mundo físico, o vazio, o nulo ganha importância transcendental. Por isso, em seu esforço adaptativo do prazer, ele mata o corpo, mata a inocência, mata o amor, mata tudo o que para ser pleno necessita de mais alguém.

O matador representa os que não suportam mais os limites da realidade e por isso querem deletá-la. Ele entrou na escola em forma de avatar e não como pessoa. Com sua identidade secreta de indivíduo digital, modelado em madrugadas e mais madrugadas de solidão à frente do computador, quis, com seu distúrbio de julgamento, provar que não existe mais outra coisa que não seja "reality show", messianismo virtual e a verdade psíquica da idolatria da violência. O suicídio no clímax do massacre é uma demonstração do pleno gozo de um corpo que não existe de fato, apenas em imagem de jogo.

A recente campanha de lançamento do "game" intitulado "Dead Space 2", cujo protagonista tem transtornos psíquicos mortíferos, trouxe consigo a mensagem "sua mãe odeia isso", como convencimento aos aficionados em jogos eletrônicos de extermínio. O caderno "Folhateen", de um jornal paulistano que assumiu editorialmente a mudança do conceito de juventude para "teenager", apresentou na segunda-feira, 11, a seguinte dica para o estrelato virtual: "Crie um personagem. Vale ser rebelde, ultracolorido ou tosco: o importante é se destacar entre a multidão".

Tomei esses dois exemplos apenas para mostrar como as bases para a idolatria da violência vêm sendo construídas tanto no desvalor do "marketing" da desconstrução parental quanto na mais "ingênua" das indicações de conquista de visibilidade a qualquer custo. Some-se a isso, a publicidade dirigida à criança, em induções do consumo exagerado, a baixa qualidade conceitual dos produtos e serviços destinados à infância, a banalização da arte, a ausência de espaços públicos agradáveis e apropriados para o brincar e a falta de papéis-modelo, em quem se inspirar, e teremos potenciais matadores da realidade.

Na última "Super Amostra Nacional de Animês" (Sana Fest), realizada em Fortaleza (29 e 30/jan), deu para perceber claramente a concentração de todo tipo de ícone de violência. O que antes parecia simplesmente uma feira de divulgação e venda de produtos da indústria de cultura de massa japonesa para exportação, agora tem garota com suástica tatuada no braço, patrocínio de empresa de segurança (em um evento para a juventude é no mínimo estranho) e camisetas com mensagens do tipo: "Seja um matador, seja uma celebridade" e "Gostei de você, vou matá-lo por último".

Houve um tempo em que os psicopatas tinham o fetiche de matar figuras públicas. Foi assim que Martin Luther King e John Lennon foram assassinados. Nos últimos tempos, esse tipo de fantasia mórbida está se voltando para filhos que matam os pais que não querem emprestar o carro ou para antecipar a herança, e para casos de massacres em "shoppings", estações, cinemas e escolas. São crimes típicos da privação de intimidade com os símbolos sociais edificantes que só a cultura, como ambiente de livre exercício desejante, pode proporcionar.

Por ser capaz de inspirar propósito ao que aparentemente pode até não ter causa final, a criança torna-se alvo vulgar desse tipo de imolação. Como não há como pensar em adulto sadio com o desaparecimento da infância, resta-nos deixar a complacência de lado e dar um sentido ao luto pelas crianças de Realengo. O atirador não está sozinho. No dia do massacre alguém criou um falso perfil do assassino no Orkut e rapidamente a página teve mais de mil e quinhentos seguidores, até que também muito rapidamente foi excluída. Pelo jeito, não estamos muito bem de ídolos.


Fonte: @criancaeconsumo

sábado, 9 de abril de 2011

Polícia apresenta acusados de intermediar a venda de revólver ao atirador por R$ 260


RIO - Os dois homens que teriam intermediado a venda do revólver calibre 32 ao atirador Wellington Menezes de Oliveira, responsável pela chacina que deixou 12 mortos na Escola Municipal Tasso da Silveira, na quinta-feira, em Realengo, foram indiciados por comércio ilegal de arma de fogo. A pena pode chegar a 8 anos, informou o delegado da Divisão de Homicídios, Felipe Ettore, neste sábado.


O chaveiro Charleston de Souza de Lucena, de 38 anos e o vigia Izaías de Souza, de 48 anos, foram presos na madrugada deste sábado. Segundo a polícia, eles disseram em depoimento que a arma foi vendida por R$ 260 e cada um teria ficado com R$ 30. A polícia procura agora um homem conhecido como Robson que teria ficado com os R$ 200. - Se eu soubesse que era para fazer isso, jamais teria feito o que eu fiz. Agora, infelizmente vou ter que pagar - disse Izaías ao site G1. - Eu acho que tenho parte da culpa, mas culpa diretamente pelo assassinato eu não tenho - disse ele, que quando viu a notícia do ataque chorou e pensou na filha e na enteada que estudam em uma escola em Sepetiba.


O chaveiro Charleston de Souza de Lucena, também arrependido, desabafou: - Fizemos sem maldade. Os peritos disseram que vão traçar o perfil psicológico de Wellington. Dispensado do serviço militar, atirador pode ter tido lições em sites TROCA DE E-MAILS: Wellington tinha interlocutor, com quem falava sobre religião e jogos eletrônicos de guerra A PM chegou aos suspeitos a partir do relato de um informante, que teria presenciado uma conversa entre o chaveiro, vizinho de Wellington em Sepetiba, e o vigia. O informante desconfiou e acionou o 21º BPM (São João de Meriti), que enviou um policial à paisana a Sepetiba, onde o atirador morava. Policiais identificaram os dois suspeitos, que a princípio negaram ter participado da venda do revólver. Em seguida, porém, eles trocaram acusações e, mais tarde, acabaram confessando o crime na DH. Segundo o G1, o chaveiro revelou à PM que Wellington era conhecido na região onde morava em Sepetiba pelo apelido de "Sheik", devido à barba longa que cultivou até dias antes do crime. "Nós descobrimos esses dois homens porque um PM à paisana ouviu o vendedor comentar ao chaveiro, tá vendo aquela arma que te vendi, tá vendo como ela tava afiadinha?, olha o estrago que ela fez", reproduziu o comandante.


De acordo com o sargento Paulo Augusto, responsável pela equipe que prendeu os dois homens, o chaveiro contou que conheceu Wellington após realizar um serviço na casa do rapaz. Segundo a declaração do chaveiro, o homem que promoveu o ataque à escola em Realengo alegou que queria uma arma para sua proteção. No início da madrugada deste sábado, o delegado titular da Divisão de Homícidos (DH), Felipe Ettore, foi até o plantão judiciário pedir a prisão preventiva de Charleston e Isaías por porte ilegal de armas. Os revólveres usados por Wellington e as 66 cápsulas disparadas, além de um cinturão e um carregador de munição, foram apresentados ontem. De acordo com o delegado Felipe Ettore, Wellington usou as duas armas - um revólver calibre 38 e outro 32 - ao mesmo tempo. O revólver 32 foi roubado em 1994 de um sítio.


Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/04/09/policia-apresenta-acusados-de-intermediar-venda-de-revolver-ao-atirador-por-260-924198489.asp

sexta-feira, 8 de abril de 2011

NOTÍCIAS...

Com comoção e dor, centenas de pessoas acompanham enterro de vítimas de atirador no Rio

FOTO: ASSOCIATED PRESS

Rio de Janeiro - Comoção e dor marcaram o enterro de vítimas da tragédia na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro. No cemitério do Murundu, em Padre Miguel, também na zona oeste, centenas de pessoas chegaram cedo para acompanhar o velório e enterro de Larissa Silva Martins, de 13 anos; Mariana Rocha de Souza, de 12 anos; e de Géssica Guedes Pereira. O corpo desta última foi enterrado no Cemitério de Ricardo de Albuquerque. Os corpos de Bianca Rocha Tavares, de 13 anos; e de Milena dos Santos Nascimento, de 14 anos, foram liberados do Instituto Médico Legal no final da manhã, e também foram levados para o velório e enterro no Cemitério do Murundu.

Em meio ao choro e desmaios de parentes, um helicóptero da Polícia Civil jogou pétalas de rosa no momento dos enterros, que foram acompanhados também pelo secretário de Segurança Pública do estado, José Mariano Beltrame, e pela chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha. Beltrame lamentou a morte das crianças, mas afirmou que essas questões de segurança nas escolas são pequenas diante da monstruosidade do episódio. “Mesmo com a segurança interna, dificilmente iria se prevenir isso. A gente sabe que foi um ato insano de uma pessoa totalmente fora de suas faculdades mentais pra cometer uma barbaridade dessa natureza”, lamentou. O secretário defendeu as campanhas de desarmamento que tenham o objetivo de instruir as pessoas a respeito do uso de armas letais, mas admitiu que “é leviano afirmar que atos como este não vão mais acontecer”.

Chorando muito, a estudante Isabela da Silva Cavalheiro, relatou o episódio que testemunhou e disse que nunca mais volta para escola Tasso da Silveira. “Quero voltar a estudar sim, quero ser aeromoça, mas para essa escola não volto nunca mais.” Lucas Matheus de Carvalho, de 13 anos, também estava na sala no momento em que o atirador entrou. Ele disse que o homem só mataria meninas e que pouparia os rapazes. “Senti a dor do pai e de uma mãe, que levam os filhos para a escola felizes e duas horas depois descobrem que não têm mais seus filhos.” Uma equipe de assistentes sociais da prefeitura do Rio acompanhou os enterros e na tenda montada no cemitério do Murundu prestaram atendimento a pelo menos 60 pessoas que tiveram crise nervosa. Oito delas precisaram ser removidas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Padre Miguel. No Cemitério Jardim da Saudade, na Sulacap, também na zona oeste, o clima de comoção era o mesmo no velório e enterro de Rafael Pereira da Silva, de 14 anos; Karine Lorraine Chagas de Oliveira, de 14 anos; Larissa dos Santos Atanázio, de 13 anos; e Luiza Paula da Silveira Machado, de 14 anos. Os corpos de mais três vítimas da tragédia aguardam liberação do Instituto Médico Legal.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

NOTÍCIAS...

Doze alunos morreram em ataque no Rio

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DO RIO -
Doze crianças morreram no massacre da escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo (zona oeste do Rio), nesta quinta-feira. Elas foram vítimas do atirador Wellington Menezes de Oliveira, 23, que entrou atirando no colégio e deixou outras doze pessoas feridas. Após o ataque, Wellington cometeu suicídio. Dentre os mortos 10 são meninas e dois são meninos.


Veja os nomes das crianças mortas


Larissa dos Santos Atanázio, 14 - Evangélica, frequentava a igreja todo domingo. Dona de olhos castanhos, sonhava ser modelo e já havia se apresentado em desfiles pequenos. O irmão Alex, 13, também foi ferido e está em estado do choque, em casa. Bianca Rocha Tavares, 13 - Muito caseira, gostava de navegar pela internet e ajudava a avó a arrumar a casa. Sua irmã gêmea, Brenda, ficou ferida.


Géssica Guedes Pereira, 15 - Aluna do 7º ano, estava na escola desde o 4º. Segundo sua mãe, Sueli Guedes, era uma menina alegre, cercada de amigos. "O sonho da minha filha era estudar na Marinha. Ela estava fazendo um curso preparatório. Agora vai ser difícil olhar para as coisas dela", disse. A mãe soube da tragédia pela TV. Foi procurar a filha no hospital Albert Schweitzer. Lá reconheceu, por foto, o corpo da filha. Géssica tinha duas irmãs.


Karine Lorraine Chagas de Oliveira, 14 - A tia de Karine, Ana Paula Oliveira dos Santos, soube da história pela televisão e correu para o local junto com a avó da menina, a camelô Nilza Candelária Ferreira, 63 anos, que criava Karine desde que ela tinha três anos. A tia e a avó tentaram ligar diversas vezes para o celular de Karine, até que um aluno atendeu e disse que havia encontrado o aparelho no chão e que os feridos tinham sido levados para o hospital. "Minha neta só estudava, estava feliz da vida. Queria que fosse eu no lugar dela!", disse, aos prantos a avó.


Mariana Rocha de Souza, 12 anos - A madrinha de Mariana, Nadia Ribeiro, contou que o irmão dela, Eduardo, 9, também estudava na escola e estava em um andar acima quando ouviu os tiros. Mariana sentava ao lado da porta, na sala de aula. Sonhava se tornar modelo, era muito vaidosa e adorava tirar fotografias.


Samira Pires Ribeiro, 13 - Matriculou-se esse ano na escola. A família peregrinou por três hospitais até conseguir reconhecer a foto da filha, no hospital Albert Schweitzer. Morreu ao lado de uma das melhores amigas, Larissa dos Santos Atanázio.


Milena dos Santos Nascimento, 14 - Aluna do 6º ano, estudava na escola desde a 1ª série. O pai, Valdir dos Santos Nascimento, contou que ela adorava estudar e que tem outras duas filhas na escola. "Não quero que elas voltem para lá. Minha filha era uma aluna exemplar", disse. Revoltado, Valdir disse que o que aconteceu não foi por falta de segurança. "Foi uma ação feita por um idiota e qualquer um poderia ter feito isso".


Luiza Paula da Silveira, 14


Laryssa Silva Martins, 13


Rafael Pereira da Silva, 14


Ana Carolina Pacheco da Silva, 13


Um menino de 13 anos que não teve o nome divulgado.