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quarta-feira, 10 de junho de 2015

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Pichações homofóbicas nos banheiros da Universidade Federal de Viçosa (UFV), na Zona da Mata, e agressões verbais a homossexuais dentro do campus preocupam a comunidade acadêmica sobre a possível formação de um grupo de perseguição a gays composto por alunos e frequentadores da instituição. Diante da suspeita, a reitoria da universidade aprovou uma moção de repúdio às pichações e às agressões e instaurou uma sindicância interna para tentar identificar os responsáveis.

As mensagens com incitação à violência contra gays e ameaças de “exterminá-los” do campus começaram a aparecer há cerca de um mês. A maioria das frases tem menções religiosas para justificar o preconceito contra a comunidade LGBT. Algumas são, inclusive, assinadas pelo autodenominado Movimento contra os Homossexuais (MCH). “Participe da campanha: agrida um gay e vá para o céu”, dizia uma das pichações encontradas dentro de um dos banheiros masculinos próximo ao Diretório Central dos Estudantes (DCE).

Clima. O aluno do curso de ciências sociais e membro da atual gestão do DCE Everton Ferreira, 30, afirma que os estudantes ficaram apreensivos com as pichações, principalmente com a possibilidade da criação de um suposto grupo antigay na universidade. “A gente teme que haja essa suposta organização de movimentos que podem motivar atos homofóbicos no campus. As pichações não parecem ter sido feitas apenas por uma pessoa. Por isso, aprovamos uma moção de repúdio contra as pichações e cobramos um posicionamento do Conselho Universitário para coibir esse movimento”, afirmou.

A universidade também aprovou uma moção de repúdio e prometeu enfrentar de forma rigorosa os casos de homofobia no campus. Foi aberta uma sindicância que vai tentar identificar os pichadores. “Nós não podemos minimizar atitudes que envolvam violência e desrespeito aos direitos humanos de qualquer natureza. Vamos tratar esse e qualquer outro acontecimento que envolva tais práticas de forma exemplar, buscando a expulsão dos responsáveis do meio acadêmico”, explicou a pró-reitora de Assuntos Comunitários da UFV, Sylvia Franceschini.
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Investigação
 
Oficial. A Polícia Civil e o Ministério Público Federal (MPF) informaram não ter registros de violência contra gays na UFV. A Polícia Federal foi questionada, mas não deu retorno.
 
Ataques semelhantes foram feitos em banheiros da cidade

Além das pichações, também há relatos de agressões verbais contra gays dentro dos banheiros da universidade. A denúncia chegou até a Câmara Municipal de Viçosa.

“Recebemos a visita de um estudante que relatou que, além das pichações, estariam ocorrendo xingamentos e intimidações contra homossexuais dentro da universidade. Levamos o caso ao conhecimento da Comissão de Direitos da Assembleia Legislativa”, contou o vereador Marcos Nunes (PT). Ele ainda não teve retorno da Casa. Segundo o parlamentar, banheiros públicos da cidade teriam apresentado pichações com mensagens de ataques a gays parecidas com as que foram encontradas nos sanitários da universidade. Ele promete apurar e discutir o problema.
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Fonte: O Tempo (MG)

sexta-feira, 23 de março de 2012

SEC define medidas após suposta homofobia

22 de março de 2012
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A suspeita de que um adolescente homossexual teria sido agredido por colegas de Escola em Santo Ângelo levou ao município o coordenador estadual do Comitê de Prevenção à Violência nas Escolas, ligado à Secretaria Estadual da Educação. Alejandro Jelvez se reuniu com representantes de Polícia Civil, Ministério Público e Conselho Tutelar para definir como cada órgão encaminhará o esclarecimento do fato.
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Outra reunião foi realizada com direção, coordenadores pedagógicos e integrantes do conselho Escolar, formado por pais de alunos, do Colégio Estadual Onofre Pires, onde o garoto estudava.
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– Tanto a Escola quanto a Secretaria Estadual da Educação reafirmam o respeito à diversidade e orientação sexual. Isso continuará sendo abordado em sala de aula – afirma Jelvez.
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Outra preocupação, segundo o coordenador, é respeitar os direitos dos adolescentes envolvidos, tanto a vítima quanto o suposto agressor e preservá-los, depois da repercussão que o episódio ganhou. Os pais dos dois também foram ouvidos. Está previsto ainda ouvir os professores que testemunharam situações de discriminação e preconceito contra o garoto.
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Cursos sobre mediação de conflitos no ambiente Escolar serão oferecidos a partir de abril. Além disso, seminários com o tema Rio Grande sem Homofobia serão promovidos. Aos adolescentes e suas famílias, será garantido atendimento psicológico, segundo Jelvez. De acordo com a delegada Elaine da Silva, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, as investigações devem ser concluídas em 30 dias e remetidas ao Ministério Público.
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Fonte: Zero Hora (RS), Todos pela Eduicação

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Homofobia é tabu em sala de aula

Capacitação de professores e nova abordagem do tema, relacionando-o com ciências humanas, são necessárias para que o problema seja repensado

Fonte: Gazeta do Povo (PR)

Atos de homofobia por discriminação ou violência são uma realidade em salas de aula, o que reforça a importância de debates sobre a diversidade sexual nas escolas. O problema é que muitas vezes faltam capacitação e preparo para o profissional de Educação lidar com um assunto que já não é novidade, mas que para muitos continua um tabu.

A dificuldade de discutir a violência contra homossexuais em instituições de ensino foi objeto de estudo da tese de doutorado “O silêncio está gritando: a homofobia no ambiente escolar”, defendida recentemente pelo presidente da Associação Brasileira de Lés­­bicas, Gays, Travestis e Tran­se­xuais (ABGLT), Toni Reis, na Uni­versidad de la Empresa de Mon­tevidéu, no Uruguai.

Reis fez uma pesquisa qualitativa em quatro escolas de Curitiba que mostrou que há homofobia no sistema de ensino.

O acompanhamento de discussões em grupos de estudantes e professores e entrevistas com responsáveis pelas escolas levaram à conclusão de que há políticas públicas para lidar com a questão, mas elas não são colocadas em prática. “Falta formação e falta discussão sobre o tema. Os professores não têm uma Educação continuada e se sentem inseguros para lidar com a situação”, conta Reis.

Professora do Núcleo de Edu­ca­­ção da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Araci Asinelli da Luz considera que as escolas não têm trabalhado a sexualidade. “O que a escola faz é trazer a questão somente quando o problema aparece e mostra como ela não sabe lidar com o problema.”

Para ela, há ausência de políticas públicas claras para as salas de aula. “O desconhecimento é uma maneira das pessoas lidarem com a questão. Não ver ou não querer ver resolve o problema porque ele vai embora”, afirma.

Nova abordagem
O psiquiatra Lincoln César An­­drade, especialista em sexualidade humana, afirma que os professores precisam ter contato com seu próprio preconceito para poderem trabalhar o tema com os alunos. Andrade explica que para que o professor vivencie o assunto, o ideal é que o trabalho seja feito em grupo para que o docente se coloque no lugar do aluno que sofre a homofobia e veja como é agressivo ter de esconder sua orientação sexual.

Os especialistas concordam que a abordagem sobre a homossexualidade na escola não é a mais adequada. Para eles, o tema não devia estar ligado às áreas de Saúde e Biologia. “Esse é um tema de Direitos Humanos. As pessoas têm que ser respeitadas. É preciso fazer valer isso no cotidiano e aceitar a diversidade como nossa realidade”, explica Araci.

A Secretaria Municipal da Educação de Curitiba (SME) tem um plano de ação que irá tratar da homofobia em outros campos. A previsão é de que o projeto seja implantado ainda no primeiro semestre deste ano.

“Geralmente, se trabalha o assunto na aula de Ciências. Não queremos que ele seja estritamente biológico, mas também histórico, social e cultural”, explica Elaine Beatriz de Oliveira Smyl, coordenadora de Educação para as Relações Étnicorracias e de Gênero da SME.

Reis, que viveu e vive a homofobia no seu cotidiano, concorda que a nova abordagem é necessária. “Parece óbvio que a homossexualidade deve ser tratada como direito humano. Eu, com 47 anos, especialização, mestrado, sempre achava que devia estudar o tema para as pessoas me respeitarem”, conta.

“Mas, não. O respeito tem que ser para com o ser humano, não importando outras coisas. Não precisa saber o que faz a pessoa ser homossexual; isso já carrega um preconceito. O que precisa é respeito”, completa Reis.

Após polêmica, MEC engaveta projeto
Suspensos desde maio do ano passado, os kits do projeto “Escola sem Homofobia” não têm prazo para chegar às salas de aula. Com a recente posse de Aloizio Mercadante como ministro da Educação, o ministério (MEC) não sabe como fica a situação do polêmico kit.

Composto por um guia para professores do ensino médio e três vídeos para serem passados em sala de aula, o kit gerou polêmica na bancada religiosa do Con­­­gresso e chegou a ser chamado por alguns de “kit gay”. Para a professora do Núcleo de Educação da UFPR, Araci Asinelli da Luz, o nome dado já é preconceituoso. “Quando se coloca um estigma desses, o preconceito da sociedade vem junto, como se o assunto tivesse que ser engolido goela abaixo.”

Araci destaca que o kit serve como medida de emergência. “Há necessidade de abordagem imediata, de um material de apoio que dê conta de corrigir alguns conceitos. A discussão está chegando na escola e os professores precisam ter uma referência”, diz.

O presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Tra­­vestis e Transexuais, Toni Reis, afirma que falta material didático para os professores trabalharem a questão. “Vamos ter que desenterrar esse material suspenso. Esperamos sensibilizar a presidente [Dilma Rousseff] para que cada município e estado tenha acesso a esse material.”

Para os dois, a resistência de alguns setores da sociedade ao tema dificulta a existência do kit. “Como o tema é polêmico, tentaram colocar uma dúvida sobre o material para tentar quebrar a confiabilidade dele. Ele precisava de revisões, mas já testei com alguns alunos de ensino médio e é um começo”, conta Araci.

Proibições
Reis também lembra que a suspensão do kit abriu precedente. “Em alguns lugares [como São José dos Campos, em São Paulo] surgiram projetos de lei que proíbem a discussão da diversidade sexual nas escolas”, lamenta.
Políticas públicas
Apesar de pouco abordado nas escolas, o combate à homofobia tem a ajuda de algumas políticas públicas. Veja quais são os programas da Secretaria de Estado da Educação:

Nome Social
Para estudantes travestis ou transexuais, acima dos 18 anos, o espelho do livro de registro de classe, o boletim e o edital de notas são redigidos com o nome social. As declarações e o histórico escolar ainda são feitos com o nome civil. No caso de profissionais da Educação, o nome social também é respeitado.

Encontro Estadual de Educação LGBT
O encontro promove o diálogo entre os educadores para torná-los qualificados para lidar com as diferentes temáticas referentes à homofobia. O evento é necessário, pois, com as diversas práticas discriminatórias, as crianças que sofrem diretamente com elas acabam desistindo dos estudos.

Saúde e Prevenção nas Escolas
Os cursos visam formar professores e profissionais da saúde para lidar com a promoção e a prevenção da saúde entre adolescentes e jovens. Entre os assuntos abordados estão conteúdos de gênero, diversidade sexual e direitos sexuais.

Protagonismo Juvenil
O programa procura desenvolver a Educação entre os alunos de escolas estaduais. São discutidos temas como uso de drogas, maternidade e paternidade responsável, racismo, gênero e diversidade sexual e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Deputados vão pedir detalhes ao MEC sobre kit contra homofobia

O Ministério da Educação vai receber dois pedidos de informação encaminhados pela Câmara dos Deputados sobre o polêmico material didático, ainda em elaboração pela pasta, que aborda a discriminação contra homossexuais, conhecido por "kit contra homofobia". O referido material é um conjunto de vídeos que seriam distribuídos a 6.000 escolas do ensino médio e abordam questões como o o preconceito contra travestis e o relacionamento afetivo entre garotas.

Os pedidos de informação partiram de dois deputados evangélicos e foram ratificados na manhã de ontem, pela Mesa da Câmara. Um deles questiona o governo sobre os critérios de elaboração e distribuição do material; o outro quer detalhes do convênio firmado entre o ministério e a ONG responsável pela produção do kit e ainda quer cópia do material.

Na justificativa de um dos requerimentos, o deputado João Campos (PSDB-GO) diz ter recebido informações de que o vídeo "Encontrando Bianca" estimula que as crianças assumam sua "identidade homossexual", o que seria apontado aos professores como uma 'atitude correta a ser tomada dentro da sala de aula'. O Ministério da Educação afirma não ter recebido os requerimentos e diz que o material didático ainda está em fase de análise.

(*) Acompanhe diariamente os principais conteúdos jurídicos em http://www.twitter.com/editoramagister

Fonte: Folha OnLine e http://www.editoramagister.com/noticia_ler.php?id=49762&utm_source=PmwebCRM-AGECOMUNICACAO&utm_medium=Edi%c3%a7%c3%a3o%20n.%201327%20-%2017.fev.2011

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

NOTÍCIAS...

Acusados de agressão na av. Paulista colecionam "expulsões" de escolas

DE SÃO PAULO- 17 nov. 2010

Um dos adolescentes acusados de agredir quatro rapazes na avenida Paulista, na manhã do último domingo, tem um histórico de indisciplina nas escolas por onde passou. A informação é da reportagem de Talita Bedinelli publicada na edição desta quarta-feira da Folha. De acordo com o texto, após estudar por sete anos no Dante Alighieri, o rapaz de 17 anos "foi convidado" a não se rematricular na escola, em 2009, devido a problemas disciplinares. Segundo o colégio, ele levou advertências verbais e por escrito e pelo menos seis suspensões durante o ano.

Amigos do rapaz afirmam que ele mudou para o colégio Objetivo em 2009, de onde também foi expulso após atitudes "sem noção, como fazer xixi na sala de aula", diz um ex-colega de colégio. Ainda de acordo com amigos, o adolescente de 16 anos também acusado de agressão foi expulso do Objetivo após se envolver numa briga.

O Objetivo diz apenas que os dois foram embora "porque não conseguiram acompanhar o ritmo do colégio". No Objetivo, na mesma Paulista das agressões, os rapazes eram o assunto ontem: eles têm fama de briguentos. Os alunos dizem que eles já haviam batido em um homossexual em uma festa. A Folha não localizou a família dos jovens ontem.

Entenda o caso...


Justiça concede liberdade provisória para jovem suspeito de agressão na Paulista, em SP

15 nov. 2010 (DE SÃO PAULO)

A Justiça concedeu, na tarde desta segunda-feira, liberdade provisória ao jovem de 19 anos suspeito de agredir quatro rapazes na avenida Paulista, região central de São Paulo, no domingo (14). Ele deixou o 2º DP (Bom Retiro), onde estava preso, por volta das 16h30, segundo a polícia. O estudante vai responder em liberdade pelos crimes de agressão corporal gravíssima e formação de quadrilha. No início da tarde de hoje, os outros quatro adolescentes suspeitos de participarem das agressões já haviam sido liberados da Fundação Casa, onde estavam detidos. Segundo o advogado Orlando Machado, que defende um dos adolescentes, a Justiça entendeu que o caso se tratou de uma briga --e que não houve homofobia. "Houve, sim, uma paquera de uma das vítimas para um dos menores, e eles [amigos] não concordaram", afirmou o advogado. Segundo ele, seu cliente está "bem machucado", e o caso segue sob investigação.

ATAQUES

Os jovens suspeitos são de classe média, e, conforme relatos iniciais, as agressões ocorreram sem motivo aparente. Em dois desses ataques a polícia diz haver indícios de motivação homofóbica. As agressões eram feitas com chutes, socos e até com bastões de luz branca. Duas das vítimas foram socorridas em hospitais da região. Os agressores foram reconhecidos.

Advogados e parentes dos cinco jovens, quatro deles adolescentes de 16 e 17 anos, dizem haver um exagero por parte da polícia e o que houve foi apenas "uma confusão que acabou em agressão". Dois dos ataques ocorreram por volta das 6h30 próximo à estação Brigadeiro do Metrô, na avenida Paulista. Os jovens, segundo a família e advogados, voltavam de ônibus de uma festa em Moema.

De acordo com as vítimas Otávio Dib Partezani, 19, e Rodrigo Souza Ramos, 20, eles estavam próximos a um ponto de táxi quando viram o grupo caminhar na direção de ambos, mas sem demonstrar qualquer agressividade. Mas quando o grupo chegou próximo aos dois iniciou os ataques. O grupo dizia, segundo as vítimas, "Suas bichas", "Vocês são namorados!". Rodrigo fugiu para o Metrô, quando Otávio foi agredido por três rapazes. Logo após essa agressão, o quinteto atacou outro jovem, Luís, 23, que estava com dois colegas. Ele foi ferido no rosto e na cabeça com lâmpadas de bastão. Os colegas não foram agredidos, segundo a polícia. O sobrenome dele foi preservado a pedido dele.

Testemunhas que viram as agressões chamaram a PM e os jovens foram levados para o 5º DP (Aclimação). Por volta das 13h, quando a ocorrência estava sendo registrada como formação de quadrilha e lesão corporal gravíssima, apareceu o lavador de carros Gilberto Felipe Andrade, 18, dizendo ter sido vítima de uma agressão. Ele reconheceu os jovens. Segundo Andrade, ele foi agredido por volta das 3h na avenida Brigadeiro Luís Antônio (região central de SP). Ele disse à Folha que o grupo seguia atrás dele quando um dos adolescentes lhe acertou com um soco na nuca. Os outros rapazes o agrediram em seguida.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/831725-acusados-de-agressao-na-av-paulista-colecionam-expulsoes-de-escolas.shtml

terça-feira, 5 de outubro de 2010

PESQUISA [Notícias]

Escolas e colegas são hostis a alunos e alunas homossexuais, aponta pesquisa

04 out. 2010

Essas são as principais constatações da pesquisa Homofobia nas Escolas, realizada em 11 capitais brasileiras

As escolas brasileiras são hostis aos homossexuais e o tema da sexualidade continua sendo pouco discutido nas salas de aula. Essas são as principais constatações da pesquisa Homofobia nas Escolas, realizada em 11 capitais brasileiras pela organização não governamental Reprolatina, com apoio do Ministério da Educação. "A homofobia é negada pelo discurso de que não existe estudantes LGBT [lésbicas, gays, bissexuais e travestis] na escola. Mas quando a gente ia conversar com os estudantes, a percepção, em relação aos colegas LGBT, era outra", contou uma das pesquisadoras, Magda Chinaglia.

Parte dos dados, com destaque sobre a situação na cidade do Rio, foi divulgada nesta segunda-feira. Os dados completos, com informações sobre a visita a 44 escolas de todas as regiões do país e trechos de 236 entrevistas feitas com professores, coordenadores de ensino, alunos do 6º ao 9º ano, além de funcionários da rede, devem ser divulgados até o final do ano. De acordo com a pesquisa, os homossexuais são bastante reprimidos no ambiente escolar, onde qualquer comportamento diferenciado "interfere nas normas disciplinares da escola". "Ouvimos muito que as pessoas não se dão ao respeito. Então, os LGBT têm que se conter, não podem [se mostrar], é melhor não se mostrarem para serem respeitados", contou a pesquisadora.

No caso dos travestis, a situação é mais grave. Além da invisibilidade, fenômeno que faz com que os alunos e as alunas homossexuais não sejam reconhecidos, nenhuma escola autorizava o uso do nome social (feminino) e tampouco o uso do banheiro de mulheres. "Os travestis não estão nas escolas. A escola exige uniforme, não deixa os meninos usarem maquiagem. Os casos de evasão [escolar] são por causa dessas regras rígidas", explicou Magda.

De acordo com a vice-presidente do Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT, Marjorie Marchi, que assistiu à divulgação dos dados, é principalmente a exclusão educacional que leva muitos travestis à prostituição. "Aquele quadro do travesti exposto ali na esquina é o resultado da falta da escola. Da exclusão", disse.

Em relação à educação sexual, os professores alegam que o tema não é muito discutido porque as famílias podem não aprovar a abordagem. "Existe um temor da reação desfavorável das famílias, Mas isso é o que eles [os professores] dizem", afirmou Magda. "Os estudantes não colocam a família como um problema. Aqui, cabe outra pesquisa para saber se as famílias interferem", completou. A pesquisa não analisou especificamente os casos de violência, embora os especialistas tenham citado a ocorrência de brigas motivadas pela orientação sexual da vítima e colhido inúmeros relatos de episódios de homofobia. O objetivo é que o documento auxilie estados e municípios a desenvolver políticas públicas para essa população.

No Rio, as secretarias estaduais de Assistência Social e de Educação trabalham juntas num projeto de capacitação de professores multiplicadores em direitos humanos com foco no combate à homofobia. A meta é capacitar cerca de 8.000 dos 75 mil professores da rede até 2014.

Fonte: Agência Brasil

E mais...
Rio desenvolverá ações contra a homofobia nas escolas

Milhares de jovens homossexuais ainda sofrem discriminação nas salas de aula de todo o país

Milhares de jovens homossexuais ainda sofrem discriminação nas salas de aula de todo o país. A informação foi divulgada nesta segunda-feira, no Centro de Formação Adauto Belarmino, na Central do Brasil, Centro, durante a apresentação da pesquisa Escola sem Homofobia. O resultado do estudo, realizado com o apoio das secretarias estaduais de Educação e de Assistência Social e Direitos Humanos, servirá de base para a criação de um pacote de medidas para combater à homofobia no Estado do Rio de Janeiro.

Na maioria dos casos que envolvem preconceito a estudantes homossexuais, a intolerância vem acompanhada de agressões verbais e físicas. O fim da violência escolar e do preconceito referente à orientação sexual e à identidade de gênero está na lista de prioridades do governo. De acordo com a subsecretária de Educação, Delânia Cavalcante, a ideia é estimular a diversidade na rede de ensino. Para isso, a pasta desenvolveu uma coordenação que propõe políticas para o público LGBT - lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais - presente nas escolas. A pesquisa Homofobia nas Escolas, reivindicada pela sociedade civil organizada na I Conferência Nacional LGBT, foi desenvolvida pelo Ministério da Educação. A instituição Reprolatina - Soluções Inovadoras em Saúde Sexual e Reprodutiva foi responsável pela execução do projeto, que contou com o patrocínio da Pathfinder do Brasil, ECOS e ABGLT. No Estado do Rio, o estudo foi realizado com o apoio do governo estadual.

Durante os dois anos de elaboração do projeto, foram realizados cinco seminários e elaborados kits educativos sobre o tema. Antes do início do trabalho de campo, que durou de 8 a 12 de março, os pesquisadores fizeram visitas preparatórias no dia 4 de fevereiro. A pesquisa coletou informações de 138 funcionários da rede pública e alunos do 6° ao 9° ano do Ensino Fundamental. O ambiente escolar, a política de educação sexual e diversidade sexual foram algumas das questões levantadas pela pesquisa.

Cartazes sobre o tema nas escolas

Em relação ao ambiente escolar, o Rio foi a única cidade que apresentou em suas quatro escolas analisadas cartazes informativos sobre o tema sexualidade. A política de educação sexual, que inclui a criação de uma coordenação de diversidade e capacitações, também foi aprovada pelos analistas. Um dos fatores negativos encontrado foi que as escolas, muitas vezes, têm receio da reação das famílias de seus alunos quando o assunto é orientação sexual. Por isso, não aprofundam o tema da homossexualidade em sala de aula. No estado, os dados do estudo qualitativo sobre homofobia em colégios de 11 capitais brasileiras serão incluídos no Rio Sem Homofobia. O programa apoia projetos de fortalecimento de instituições públicas e não -governamentais que atuam na promoção da cidadania LGBT e no combate à homofobia. Para o secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, Ricardo Henriques, o diagnóstico será fundamental na formulação de um plano de prevenção mais eficaz contra a discriminação.

Fonte: O Dia Online

terça-feira, 28 de setembro de 2010

NOTÍCIAS...

Estudantes homossexuais são vítimas de homofobia no alojamento da UFRJ, no campus do Fundão

Charge em: http://ceticismo.net/tag/homofobia/

Lauro Neto - 28 set. 2010

RIO - Há 20 dias o estudante de Serviço Social Flavio Silva anda acuado no alojamento da UFRJ onde mora, no campus do Fundão. Flavio conta que, no dia 9 de setembro, ele e outros militantes foram vítimas de um ato homofóbico, quando afixavam cartazes e panfletos nos corredores sobre um evento justamente contra opressões. Segundo ele, um universitário vizinho se incomodou com a foto de um beijo entre dois homens no cartaz, arrancou os panfletos e os queimou sob os gritos de "Eu já sou obrigado a conviver com um viado morando em frente, e ainda colam coisas de viado na minha porta!". Uma amiga de Flavio que pediu para não ser identificada, com medo de retaliações, registrou a ocorrência como injúria na Delegacia da Mulher. O caso chegou ao conhecimento do Conselho de Ensino de Graduação (CEG) da UFRJ, mas, mesmo assim, Flavio continua a ser ameaçado:

- Ele diz para eu tomar cuidado, pois os oito caras mais fortes do alojamento estão do lado dele. Me sinto ameaçado, pois ele pode me encontrar e me agredir. No corredor, não tem segurança. Chego a ficar sem forças. Fui atingido na minha moral. E não foi um fato isolado. Isso podia acontecer com qualquer pessoa - lamenta o estudante.

E já aconteceu algo parecido com o estudante de Letras Delano de Souza. Segundo ele, em abril, o aluno de Matemática Thiago José da Silva Barbosa de Paula tentou arrombar a porta do seu quarto e entrou aos berros de "Viado filho da puta, eu vou te matar!", devido a um problema em seu ar-condicionado. Delano prestou queixa na 37ª DP (Ilha do Governador), os dois foram chamados para uma audiência de conciliação, mas não houve entendimento. Em agosto, o acusado aceitou pagar R$ 300 ao Instituto Nacional do Câncer como transação penal estipulada pelo MP para arquivar o processo, mas só pagou metade. No dia 14 de setembro, a Justiça expediu intimação pedindo que ele comprovasse o pagamento da outra metade. A Megazine entrou em contato com Thiago, mas ele não quis se pronunciar sobre o caso.

- De início, ele me tratava bem, mas, quando ficou sabendo que eu era gay, falou que não era obrigado a ter amizade com viado. Desde esse dia, passou a me perseguir. Uma vez, me deu um tapa, mas os seguranças impediram a briga - conta Delano. - Não aceitei a conciliação por medo de ele fazer alguma coisa pelas minhas costas. Mesmo com o processo, ele continua me perseguindo, me intimidando e acuando. Não quero ganhar dinheiro dele. Só quero distância.

Mesmo procurando evitar a proximidade quase inevitável do quarto ao lado, recentemente Delano foi vítima de outro ato questionável, desta vez de autoria desconhecida: no corredor de seu andar arrancaram a decoração do cenário que havia montado para filmar um programa voltado para o público gay no YouTube.

- Foram aqueles trogloditas que chegaram bêbados e arrancaram - ele suspeita.

Representante discente no CEG, a estudante de Serviço Social Deise Pimenta acredita que não se trata de fatos isolados. Responsável por levar a moção de repúdio à homofobia escrita pelo amigo Flavio a uma reunião do conselho, ela conta que já ouviu outras histórias de violência no alojamento.

- Já me contaram que um menino gay bateu por engano na porta de outro, que lhe quebrou o braço. Não queremos que volte à época da segregação no alojamento - diz Deise.

Ela se refere ao tempo em que a ala masculina era dividida em Caverna do Dragão, onde ficavam os homofóbicos, e Castelo de Cristal, parte que abrigava os homossexuais. As pichações estão na parede até hoje, mas Vera Lucia Aguiar, diretora do alojamento há 18 anos, diz desconhecer qualquer caso de homofobia no local.

- Quando entrei no alojamento, essas pichações já existiam. À minha sala nunca chegou nenhuma reclamação sobre homofobia feita por aluno. Tomei conhecimento deste último caso pelo CEG e vou conversar com os estudantes envolvidos- promete Vera.

Já Rosélia Magalhães, diretora substituta da Divisão de Assistência Estudantil (DAE), reconhece as limitações em relação ao controle sobre os 504 quartos (metade para homens e metade para mulheres) do alojamento. Ela também tomou conhecimento do caso pela moção de repúdio apresentada ao CEG.

- Estou muito pouco dentro do alojamento para saber quantos casos acontecem, mas acredito que não seja algo isolado, porque isso acontece todos os dias dentro e fora da faculdade. Temos que tomar alguma atitude dentro do espaço universitário. Não existe um regimento do alojamento que preveja punições para essas situações, mas temos um grupo de trabalho estudando isso - diz Rosélia.

Responsável pela seleção, permanência, renovação e saída dos moradores do alojamento, ela afirma que seria preciso que o caso chegasse a instâncias superiores na universidade para que houvesse alguma punição. Belkiss Valdman, pró-reitora de graduação, explica que precisa de um documento formal que aponte os acusados para abrir uma sindicância e apurar o ato:

- Esse foi o primeiro episódio de homofobia em três anos que estou aqui. Não admitimos qualquer intolerância ou discriminação, e, se houver fatos, a diretoria vai chamar a atenção.

Fonte: O Globo - http://oglobo.globo.com/megazine/mat/2010/09/27/estudantes-homossexuais-sao-vitimas-de-homofobia-no-alojamento-da-ufrj-no-campus-do-fundao-922109184.asp

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

HOMOFOBIA: tema é ignorado no ambiente escolar

21 set. 2010

Pesquisa em 11 capitais brasileiras revela que o conceito homofobia ainda é pouco conhecido entre professores e alunos e que falta uma política oficial mais eficiente para para tratar o tema nas escolas

A decisão não foi nada fácil, mas Abraão Ferreira da Silva, de 18 anos, encarou o papel. Vestiu-se de drag queen na feira de ciências da Escola estadual onde cursa o terceiro ano do ensino médio. Tratava-se de uma encenação com um objetivo nobre: ensinar, entre outras coisas, o respeito às diferenças. Aquelas que estão postas todos os dias ao nosso lado, seja nas bancas da Escola, no trabalho, ao longo da vida. Abraão é homossexual e por isso conta que sofre diversas agressões verbais na Escola. Nada que o faça desistir de concluir o ensino médio. Nada que o impeça de tentar o curso de medicina.

A criatividade de Abraão posta em prática em plena feira de ciências infelizmente ainda é uma ação isolada nas unidades de ensino da capital pernambucana. A pesquisa Estudo qualitativo sobre a homofobia no ambiente Escolar em 11 capitais brasileiras revela que, na realidade, o conceito homofobia ainda é pouco conhecido entre professores e alunos recifenses e que falta uma política oficial mais eficiente para tratar o tema nas Escolas. Abraão Ferreira fez papel de drag queen na feira de ciências e diz sofrer agressões verbais na Escola por ser homossexual. Foto: Cecília de Sá Pereira/DP/D.A PressQuatro Escolas públicas do Recife foram visitadas pelos pesquisadores da ONG Reprolatina, de São Paulo, sendo três estaduais e uma municipal. Em todas elas, disseram os pesquisadores, era como se os professores e alunos estivessem ouvindo falar sobre o tema pela primeira vez. "Um estudante até confundiu homofobia com claustrofobia. Outro comparou com uma espécie de travesseiro. Apesar disso, quase todas as pessoas entrevistadas reconheceram que os homossexuais sofrem discriminação e violência, embora não soubessem que isso é homofobia", disse o pesquisador Juan Diaz. Foram 109 entrevistados, entre professores,alunos e funcionários das Escolas Apolônio Sales, José Maria, Governador Barbosa Lima e Nadir Colaço.

A falta de uma política oficial mais eficiente de Educação sexual nas Escolas termina levando alguns professores, principalmente os de ciências, a tratar o assunto de forma independente, mas limitada, na opinião dos pesquisadores. Isso porque a questão muitas vezes é vista somente sobo ponto de vista biológico e reprodutivo. Outro problema apontado pelos entrevistados é o pequeno número de educadores capacitados pelos programas existentes e a baixa qualidade dos livros didáticos, que abordam o assunto de forma superficial. Além disso, faltam outros materiais educativos apropriados. Diante das agressões verbais ou físicas, os homossexuais terminam tomando o caminho contrário ao de Abraão e abandonam a Escola. "Embora professores ou estudantes não expressem que os homossexuais têm mais chances de abandonar a Escola por serem discriminados, na discussão dos grupos focais apareceram exemplos de meninos e meninas que abandonaram os estudos por causa dos maus tratos", disse Juan Diaz.

Desde que foi implantada, em 2007, a política de combate à homofobia da Secretaria Estadual de Educação promoveu três capacitações para professores da rede sobre o tema. Segundo Luciano Freitas, da gerência de Direitos Humanos da Secretaria, alunos de várias cidades, inclusive do interior, também participaram derodas de diálogo sobre saúde, prevenção e combate à homofobia. Já Rivânia Rodrigues, da Gerência da Livre Orientação Sexual (Glos), da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Cidadã, disse que trabalha o tema junto com outras secretarias do Recife e que este ano visitou cincoEscolas para tratar sobre o assunto com professores ou com alunos.

Pesquisa revela escola despreparada

Quatro unidades de Cuiabá foram analisadas, onde se percebeu que educadores não estão preparados para coibir atitudes contra gays. A adolescente Y., 15 anos, costuma policiar seu próprio comportamento mais do que a maioria dos colegas de sua idade na Escola. Por ser homossexual, embora poucos já a tenham ouvido admitir isso, ela sabe que qualquer coisa que disser ou fizer poderá ser mal interpretada ou distorcida por maldade, tornando-a objeto de chacota. Diariamente, Y. “pisa em ovos” nos corredores de um colégio cuiabano porque, em pleno século XXI, nem o ambiente das Escolas brasileiras tem conseguido ainda se livrar de condutas homofóbicas.

Esta é uma das conclusões preliminares até agora da pesquisa qualitativa nacional “Escola sem homofobia”, divulgada ontem pela Educação estadual (Seduc). Apoiada pelo governo federal e conduzida em 11 capitais por entidades como a ONG Reprolatina, a pesquisa ouviu estudantes, professores, funcionários e autoridades envolvidas com a Educaçãopromovida em quatro Escolas públicas de Cuiabá. A pesquisa tem o objetivo de fornecer ao governo federal conhecimento para implementar ações para enfrentar a homofobia e assegurar direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT).

Por enquanto, o cenário comportamental desenhado pela pesquisa na Capital mostra que asEscolas ainda não detêm métodos suficientes para tratar de orientação sexual nas salas de aula e os professores têm dificuldades para esclarecer e coibir com argumentos a homofobia. Além disso, os dados preliminares da pesquisa revelam que, para muitos que participam do ambiente Escolar, a homossexualidade ainda não é um fato esclarecido, o que leva muitas vezes à intolerância e à manutenção de um modelo “heteronormativo” que relega os homossexuais à margem da convivência. Tais constatações foram feitas com foco noensino fundamental, mas tudo reverbera no ensino médio, como declara A.M., 16 anos, amiga e colega de Escola de Y., do começo da matéria.

“Infelizmente, isso sempre vai existir, em todo lugar”, prevê A.M., pessimista. Ela diz se relacionar com meninas, mas mantém um namorado de fachada. Os pais nunca aceitaram sua orientação sexual. Tímida, ela conta que é constante a sensação de não fazer parte totalmente do grupo ou de ser vista de forma diferente no colégio. As relações ficam mais restritas, principalmente com a resistência dos meninos. A forma que ela encontrou de se preservar é parecida com a de sua amiga: manter-se na maior discrição possível.

É que, entre os cerca de mil alunos do colégio, A.M. teme se deparar às vezes com colegas intolerantes – e que insistem em argumentos contraditórios para se dizerem “contra” homossexuais. É o caso de L., 18 anos, conhecido pela polêmica que desperta em sala de aula por explicitar repúdio a quem se relaciona com pessoas do mesmo sexo. Ele argumenta que estas pessoas vão contra as leis da natureza porque não tiveram a devida Educaçãodos pais, mas não explica como isso interfere negativamente em sua própria vida para se manter contra. Embora polêmico, quando expressa suas opiniões L. costuma ser acompanhado por outros alunos, segundo professores, e são opiniões desembasadas como a dele que tornam difícil a conscientização dos demais.

Fonte: Diário de Pernambuco (PE) - In: http://todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/educacao-na-midia/10554/homofobia-tema-e-ignorado-no-ambiente-escolar