Assaltantes fazem cerco a universidades de BH em busca de eletrônicos           
 



Foto de Renato Cobucci..
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Sete horas da noite da última quinta-feira (11). Enquanto quatro alunos do campus São Pedro da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), na zona Sul de Belo Horizonte, relatavam momentos de terror nas mãos de assaltantes, mais um inocente se tornava vítima de bandidos. No quarteirão de cima da instituição, a 50 metros da portaria principal, dois homens em uma moto abordavam uma moradora da região.
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“Estava atravessando a rua quando o ‘garupa’ mostrou a arma e tentou levar meu celular. Comecei a gritar e eles fugiram”, disse, bastante abalada, a dentista Sabrina Guerra, de 34 anos.
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O flagrante na rua Major Lopes escancara a onda de violência vivida por estudantes, moradores e comerciantes no entorno de faculdades públicas e particulares da capital.
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Encurralados pelas ruas apertadas, em meio aos veículos estacionados, populares são alvos fáceis de bandidos armados com revólveres, facas e porretes. As emboscadas ocorrem tanto à luz do dia quanto à noite. Os objetos roubados são celulares, notebooks, bijuterias, bolsas e dinheiro. Arrombamentos de carros também são frequentes.
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Sem queixa
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Após o trauma, o medo e o argumento de ter perdido algo de “pequeno valor” fazem a maioria das vítimas não procurar a polícia. O comportamento ajuda a explicar a estatística oficial de registros da criminalidade.
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O Hoje em Dia pediu à Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) o número de furtos e roubos nas imediações das faculdades. O órgão alegou só ter condições de informar o levantamento para um endereço preciso.  Nessas condições, foram 35 boletins de ocorrência em sete instituições de BH, de janeiro a março deste ano. Quem prestou queixa, mas foi atacado no entorno da universidade, ficou de fora do balanço.
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“Não fui a uma delegacia. Preferi comunicar a faculdade”, afirma o analista de sistemas e estudante da Uemg Wilson de Oliveira, de 61 anos. Recentemente, após descer do ônibus com destino à escola, ele foi vítima de um ladrão, por volta das 19 horas.
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Comportamento
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Estudantes e moradores assaltados mudaram os hábitos após serem alvos de bandidos. Alguns deixam o carro em casa e outros evitam andar sozinhos.
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“Meu carro já foi arrombado duas vezes no Coração Eucarístico (região Noroeste). Agora, tento vir de carona ou até de ônibus. E não vou para o ponto sozinha, principalmente quando está muito tarde”, conta a estudante Carolina Silva, de 22 anos.
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Quem também evita andar sem companhia é a estudante Andréa Ferreira, de 21 anos. Ela foi assaltada na semana passada, enquanto atravessava a avenida Antônio Carlos, após sair da UFMG.
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Fonte: Hoje em Dia (MG)