sexta-feira, 29 de outubro de 2010

ESCOLAS DA VIOLÊNCIA

29 out. 2010 (opinião)

Segundo sindicato, este ano são 60 as denúncias de agressões a docentes no ambiente escolar

O lamentável episódio ocorrido na Escola de educação Básica Celso Ramos, localizada no Bairro Prainha, em Florianópolis, quando um aluno de 15 anos agrediu a diretora do estabelecimento, oferece várias leituras e se insere no amplo painel da violência que hoje contamina todo o tecido social e avança com velocidade de tsunami. A agressão à diretora paralisou as atividades didáticas na Escola.

Ao contrário do que afirmou o gerente regional da educação da Grande Florianópolis, não se trata de um caso isolado. Tais ocorrências repetem-se com frequência e não apenas nos centros urbanos maiores. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em educação de Santa Catarina (Sinte), este ano já sobem a 60 as denúncias de agressões a docentes no ambiente Escolar, 15 das quais neste mês de outubro.

Não é pouco...Trata-se de um problema pontual e delicado, eis que envolve menores, tanto como agentes quanto como vítimas de agressões, e se enquista no sistema educacional, que deve funcionar como um instrumento de resgate e formação da cidadania. Há que tratá-lo, portanto, com cuidado e atenção a todas as suas circunstâncias, causas e consequências, envolvendo especialistas num contexto multidisciplinar. Sem nunca esquecer que ele se engasta no panorama contemporâneo geral da escalada da violência no país e no Estado.

Há que atentar para a relevância dos contextos sociais e familiares dos jovens agressores, que costumam estar nas origem dos fatores que desencadeiam comportamentos violentos. Entre esses fatores, avultam a desagregação familiar, dificuldade de comunicação com as figuras parentais – a maioria vive em famílias monoparentais ou reconstruídas –, o consumo precoce de álcool e outras drogas e a dificuldade em estabelecer relacionamentos produtivos, na Escola ou fora dela. De fato, estamos diante de um problema delicado e complexo, mas há que enfrentá-lo antes que fuja a qualquer controle.

Fonte: Diário Catarinense (SC)


Lembrando...

Aluno atira pedra em diretora, e aulas são suspensas em escola estadual de SC

MARINA MESQUITA, 26 out. 2010 - Folha.com

As aulas em um colégio estadual de Florianópolis (SC) foram suspensas depois de um aluno ter atirado uma pedra na diretora da unidade. Segundo o governo do Estado, o estudante, de 15 anos, havia sido repreendido pela diretora por estar fora de sala durante o horário das aulas. A agressão ocorreu dentro da escola, na última sexta-feira. O sindicato diz que a professora ficou ferida no incidente, mas a secretaria da Educação nega. O colégio Celso Ramos, no centro da cidade, tem 400 alunos matriculados.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina diz que a escola sofre uma "onda de violência". Em 2010, houve 15 casos de violência registrados na unidade, afirma. "Foram chutes, queimaduras com cigarro, choques elétricos e pedradas", diz Anna Júlia Rodrigues, secretária-geral da entidade.

O gerente regional da Secretaria de Educação da Grande Florianópolis, Ari Cesar da Silva, discorda e afirma que esse foi o caso mais grave. Os outros casos, diz, foram apenas discussões entre o alunos e professores. Uma reunião vai decidir a retomada das aulas. A punição ao aluno ainda não foi definida.

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