Mostrando postagens com marcador violência - educação - escola - estudantes - Professores. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador violência - educação - escola - estudantes - Professores. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Escola Tasso da Silveira recebeu 20 pedidos de transferência

Vinícius Lisboa e Paulo Junior


RIO - A Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste, recebeu 20 pedidos de transferência em apenas quatro dias, segundo o diretor Luís Marduk. O diretor disse, contudo, que alguns pais já desistiram da intenção de tirar os filhos da escola, que nesta segunda-feira reabriu para os alunos. Na unidade, 12 crianças foram mortas por Wellington Menezes de Oliveira , ex-estudante do colégio.


PESQUISA: Bullying já afeta 84,5% dos estudantes no Rio


Renata dos Reis Rocha, de 35 anos, esteve no colégio na manhã desta segunda-feira para pedir o histórico e a transferência da filha Brenda Rocha Tavares, de 13 anos, que está internada no Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia (Into), devido aos ferimentos causados pelos tiros. Ela é irmã gêmea de Bianca Tavares, que morreu na tragédia. - Minha filha viu a irmã morrer e está muito nervosa, não quer voltar para a escola de jeito ennhum. Mas não vou deixar ela perder o ano - disse Renata. Neste primeiro dia, apenas atividades culturais. A expectativa é de que os estudantes voltem à rotina gradativamente.


Segundo a Secretaria municipal de Educação, não há prazo para as aulas retornarem à rotina habitual. Os professores e a direção do colégio recepcionarão os alunos do 9º ano, que realizarão apenas atividades culturais e lúdicas, como a criação de mosaicos e a pinturas de paredes. As tarefas poderão ser acompanhadas pelos pais. Uma equipe de psicólogos estará a postos no local para dar apoio à comunidade escolar.


- Eu não vou parar de estudar por conta do que houve - diz M.V.S, aluno do 5º ano, que, no dia da invasão, refugiou-se com os colegas e a professora em uma sala do 3 andar. Andrea Tavares, mãe de T.T.M., de 13 anos, que continua internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, diz que a filha terá a chance de escolher se quer permanecer ou não no colégio.


- Não quero decidir isso por ela.


Tenho uma outra filha que, por sorte, perdeu o horário da aula no dia da tragédia. Essa já decidiu que vai continuar lá - afirma Andrea. Segundo a mãe, T.T.M., baleada no braço e na cintura, foi operada às pressas no Hospital Estadual Albert Schweitzer no dia 7 e, em seguida, transportada de helicóptero para o Hospital Adão Pereira Nunes. Andrea conta que sua filha teve uma infecção nos pontos internos do abdômen, obrigando-a a enfrentar uma nova cirurgia no sábado. Ela diz que a menina está lúcida e que se recupera bem, mas que não há previsão de alta.


- Voltar para o colégio vai depender da vontade dele. É a melhor escola da região. Gostaria que ele voltasse. Por aqui, não temos opções de bons colégios - conta a cabeleireira Carla Daniele Vilhena de Souza, diante do enteado, Carlos Matheus Vilhena de Souza, que levou um tiro de raspão.


Fonte: O Globo.com

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Chacina em Realengo: antiética, estética e autofagia

Valter Machado da Fonseca*

O país literalmente parou, horrorizado e boquiaberto com o “espetáculo” de horrores apresentado na Escola Municipal Tasso da Silveira em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro. À primeira vista, a notícia teve uma repercussão estrondosa, como se fatos como este não fossem corriqueiros no Brasil. Como se, quase que cotidianamente, crianças não fossem assassinadas brutalmente em diversas cidades brasileiras, como se quase todos os dias, pessoas não fossem espancadas, freiras não fossem assassinadas por jagunços, indígenas não fossem incendiados vivos, se homossexuais não fossem espancados e/ou assassinados, como se prostitutas não fossem apedrejadas, como se mulheres não fossem estupradas ou violentadas todos os dias nas grandes cidades do país. Não! Caro (a) leitor (a)! A repercussão foi tão assustadora porque o sujeito [assassino] em questão resolveu agir “por atacado”, utilizando-se de crianças inocentes e em um local supostamente seguro [a escola]. Ele resolveu colocar a olho nu, de forma despida, todas as contradições de um sistema cambaleante e decadente.

Assim, a repercussão midiática foi relâmpago, surpreendentemente eficiente. Em poucos minutos a notícia já era manchete nos principais meios de comunicação mundiais. Aliás, a mídia tem uma parcela considerável de culpa em tragédias dessa envergadura. Quase sempre [para não dizer sempre] a mídia destaca casos de terrorismo por semanas e até meses a fio. Mostram todos os ângulos de um “homem-bomba” em ação, voltam para esses indivíduos seus holofotes mais potentes. Acabam por fazer com que esses sujeitos passem de reles assassinos a representantes de “grandes causas”. Na verdade, dão a eles aquilo que mais querem: seus minutos de poder e fama. A mídia, no fim das contas, faz a verdadeira apologia ao terror, em nome da informação isenta de intenções. Este amplo respaldo midiático acaba por encorajar outras pessoas que veem nesses assassinos seus representantes legítimos.

Nos dias subsequentes à matança de Realengo, temos assistido na esmagadora maioria dos canais de TV, diversas sessões de psicologia, psiquiatria e parapsicologia. Enfim, são sessões de psicoterapia coletivas presididas por psicólogos de plantão de todas as cores e matizes. Eles querem saber o que se passou na mente, na cabeça daquele assassino. É uma atitude absolutamente normal em um indivíduo desajustado mergulhado num contexto social marcado pela corrupção, pelas maracutaias, pelos esquemas de propina, pelos assassinos de colarinho branco, por esquemas de fraude. Afinal, o que diferem esses criminosos do maníaco de Realengo? O que esperar de um sujeito desajustado e mergulhado no meio da impunidade, da injustiça, do latrocínio. Querem achar culpados: já acusaram a escola, a população, a segurança pública, o Islã, dentre outros. Mas, em nenhum momento, apontaram o dedo na direção correta: o sistema que privilegia o consumo acima de qualquer outra coisa, que desumaniza o ser humano, que banaliza as relações humanas, que mede a educação por números e cifras e nunca pela qualidade, que premia os criminosos do colarinho branco e que, desgraçadamente, vive à custa da miséria, da doença e da decadência dos valores humanos.

É na ação social que o sujeito forma sua consciência. No caso do maníaco em questão sua consciência [se é que ele tem uma] é fruto de um contexto social marcado pela ética e pela estética da burguesia necrosada, deteriorada pelo câncer social. Alguns tentaram justificar o massacre de Realengo pelo bullying do qual foi vitima o maníaco. Mas, afinal o que é o bullying senão uma manifestação da ética burguesa em função de sua própria estética? Uma estética que nasce de padrões pré-estabelecidos pela burguesia, que convencionou para si mesma que o ser humano aceitável é branco, machista, louro, magro [de preferência malhado], que tem uma linguagem própria, que se dá bem com as garotas ou com os rapazes. Os que não se enquadram nestes padrões, ou seja, os feios, gordinhos, tímidos, que usam grossos óculos de lentes, negros, homossexuais, são o rejeito social. Este é o resultado da podridão da estética de uma sociedade burguesa carcomida pelo câncer social.

Caros leitores! Não adianta buscar respostas para a ação demoníaca do assassino de Realengo. Ele é fruto das contradições de um sistema cuja derme sangra em lepra. De um sistema necrosado, carcomido pelo câncer que gera tumores dos quais se expele a gosma do preconceito, da discriminação e da injustiça social. Ele é fruto de um sistema que come a si mesmo, um sistema autofágico por excelência.

--------------------------------------------------------------------------------

* Escritor, Geógrafo pela Universidade Federal de Uberlândia, Mestre e doutorando em Educação também pela UFU (machado04fonseca@gmail.com) - Enviado pelo PROFUEMG/UEMG

terça-feira, 12 de abril de 2011

Entre as 2.558 armas apreendidas em 2010 no DF, 11 foram encontradas dentro de estabelecimentos escolares

Dentro das escolas

Entre as 2.558 armas apreendidas no ano passado, 11 foram encontradas dentro de estabelecimentos escolares. Este ano já foram apreendias outras três. A falta de segurança em boa parte das 650 Escolas da rede pública do Distrito Federal levanta a questão sobre os riscos de uma tragédia como a que ocorreu no bairro de Realengo, no Rio de Janeiro, na última semana. As operações de segurança, realizadas em conjunto pelas polícias Civil e Militar, continuam a ocorrer nas cidades que registram altos índices de criminalidade, de acordo com informações da Secretaria de Segurança. No entanto, a segurança das escolas fica a cargo do Batalhão Escolar.


De acordo com o professor Felipe Dantas, a questão da violência e a presença de armas não é diferente nas escolas. É lá que passam boa parte do tempo aqueles que compõem atualmente o maior grupo de risco para o crime e violência indivíduos jovens e do sexo masculino alguns deles, inclusive, já cooptados pela chamada subcultura da violência, jeito de viver em que estão ausentes os pré-requisitos para a resolução pacífica de conflitos, mas muito presentes a posse e uso de armas de fogo, analisou.


O educador lembrou do caso em que a falta de segurança e a presença constante de armas de fogo no cotidiano dos jovens provocaram a morte do professor Carlos Ramos, ex-diretor do Centro de ensino fundamental nº 4, do Lago Oeste, morto em 20 de junho de 2008, por um ex-aluno envolvido com o tráfico de drogas na região onde ficava a Escola. Dantas ainda comentou que o Brasil encabeça o terceiro grupo de países que mais exportam armas de fogo. A maior parte dos homicídios no País é por armas de fogo. Essas mortes são motivadas por causas banais: brigas de bares e de trânsito ou desavenças entre casais. São desentendimentos fúteis que, por se ter uma arma na mão, se tornam fatais, afirmou o professor. Fonte:


Jornal de Brasília (DF)

Escola reabre para aulas no dia 18; até lá, professores terão ajuda psicológica

RIO - O Estado de S.Paulo A Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio, será reaberta aos alunos no dia 18, com atividades idealizadas para estimular a volta dos estudantes e dar "cara nova" ao colégio que foi cenário do assassinato de 12 crianças. O grande número de estudantes que, traumatizados pelo massacre, se recusam a voltar à escola é motivo de preocupação de psicólogos e assistentes sociais da prefeitura encarregados de prestar atendimento aos estudantes e suas famílias.


Depois de deixar flores na porta do colégio, na tarde de ontem, a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, disse que uma "cerimônia de reinvenção da escola", com alunos, parentes, professores e funcionários, marcará a volta às aulas. As crianças serão estimuladas a montar um mosaico no muro da escola, a escolher as novas cores das paredes e a acompanhar a instalação de um grande aquário. Cláudia Costin disse que todos os esforços serão feitos para manter as crianças no local. A quem não quiser, porém, a secretaria vai providenciar a transferência para outra unidade da rede municipal. "Não vamos incentivar que as crianças saiam da escola. É importante que retornem e vejam que aquele é o lugar onde foram felizes."


Segundo a secretária, ainda não foi decidido como será aproveitado o espaço ocupado pelas salas de aula onde o atirador Wellington Menezes de Oliveira fez os disparos. Hoje, a Tasso da Silveira será liberada pela polícia e passará por uma limpeza e pintura superficial dos locais mais manchados de sangue. Na semana que vem, começará a pintura geral. De amanhã até sexta-feira, professores e funcionários receberão, na própria escola, atendimento psicológico, a fim de aprender a lidar com o trauma e também se preparar para a volta dos alunos, no dia 18.


Na sexta-feira, representantes da Secretaria de Educação farão uma reunião de avaliação das condições dos professores. Durante o fim de semana, funcionários de várias secretarias municipais visitaram casas das vítimas e de alunos. "A maioria dos alunos diz que não quer voltar, mas não são todos. As reações são muito diferentes. Houve um pai que sugeriu até demolir a escola e, no lugar, fazer um parque", contou a assistente social Simone de Souza Pires, coordenadora do atendimento às vítimas e seus parentes. Segundo Simone, há crianças e adultos que apresentam sintomas de estresse pós-traumático, como tremedeiras, dores de barriga, insônia, medo de sair de casa e resistência a qualquer tipo de notícia sobre a tragédia. Discussão Na próxima quarta-feira, todas as escolas municipais do Rio vão parar por duas horas para discutir o futuro da rede pública e reunir sugestões que serão encaminhadas à secretaria. "Há uma sensação de que toda a rede foi atingida, todos querem ajudar e não sabem como", disse Cláudia Costin. "Não há nada mais sagrado do que ter a escola."


Fonte: O Estado de São Paulo (SP)

sábado, 9 de abril de 2011

Dois alunos continuam em estado grave após massacre no Rio

Dois dos dez alunos feridos que continuam internados após o massacre em uma escola em Realengo, zona oeste do Rio, continuam em estado grave, segundo boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio neste sábado. No ataque, ocorrido na quinta-feira (7), 12 estudantes morreram (dez meninas e dois meninos), e o atirador, Wellington Menezes de Oliveira, 23, ex-aluno da escola, se matou. Das dez vítimas ainda internadas oito são meninos e duas, meninas. Outros dois alunos que também foram feridos - um de 14 anos que teve uma lesão na perna e uma menina de 13 anos que foi baleada no abdome - já tiveram alta. No Hospital Estadual Adão Pereira Nunes está internado um menino de 13 anos que foi baleado no olho direito e foi operado. Ele está sedado em estado grave e respira com ajuda de aparelhos, embora seu quadro seja estável.


No mesmo hospital está internada uma menina de 13 anos que foi atingida no abdome e na coluna. Ela foi operada na quinta-feira e já está lúcida, acordada e respirando espontaneamente. Até ontem seu estado era grave, mas seu quadro apresentou evolução. Três vítimas continuam internadas no Hospital Estadual Albert Schweitzer: um menino de 13 anos, que teve fratura de antebraço e segue em observação, e dois meninos de 14 e 12 anos, ambos baleados no abdome. O de 14 anos está sedado, respirando com auxílio de aparelhos e seu estado é grave, segundo os médicos. O outro encontra-se no pós-operatório, respira por macronebolização e o quadro dele é estável.


Um garoto de 14 anos que sofreu uma lesão vascular grave no ombro direito permanece internado no Hospital Estadual Alberto Torres. Ele foi operado, está consciente e passa bem, de acordo com os médicos. No Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia estão duas vítimas, um menino de 13 anos, baleado no braço, e uma menina também de 13, baleada nas mãos. O estado dos dois é estável. Outro aluno de 13 anos, atingido na perna e no braço, está no Hospital Universitário Pedro Ernesto. O estado dele é estável e ele está consciente, informou a secretaria. O último dos feridos, um menino de 14 anos, está no Hospital da Polícia Militar em estado estável. Ele foi baleado na cabeça, mão e clavícula, e passou por cirurgia na quinta-feira.


ENTERROS - Já foram enterrados os corpos de 11 das 12 vítimas do massacre. Os enterros reuniram centenas de pessoas em dois cemitérios e deixaram familiares e amigos emocionados -- algumas pessoas chegaram a passar mal, mas nenhuma com gravidade. A última das vítimas teve o corpo cremado.


Em luto - Rafael Pereira da Silva, 14, foi a quarta vítima sepultada no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap (zona oeste). Mais cedo foram realizados as cerimônias de Larissa dos Santos Atanázio, 13; Karine Lorraine Chagas de Oliveira, 14; e Luiza Paula da Silveira, 14. No mesmo cemitério, Igor Moraes, 13, foi enterrado às 16h. No cemitério do Murundu, em Padre Miguel, ocorreram os enterros de Mariana Rocha de Souza, 12; Laryssa Silva Martins, 13. Mais de 300 pessoas acompanham as homenagens às estudantes. Entre elas enfermeiros e psicólogos da Secretaria de Saúde, professores e policiais --um helicóptero da Polícia Civil jogou pétalas de rosas. Também foram enterradas no Murundu as meninas Milena Santos Nascimento, 14, e Bianca Rocha, 13. A adolescente Géssica Guedes Pereira, 15, foi velada no local, mas foi enterrada no cemitério Ricardo de Albuquerque. O enterro de Samira Pires, 13, também foi na sexta, no cemitério de Santa Cruz. Ana Carolina Pacheco da Silva, 13, foi enterrada no Memorial do Carmo, no cemitério do Caju (zona portuária do Rio).


TIROS - A tragédia ocorreu por volta das 8h30 de quinta-feira (7), após Oliveira entrar na escola onde cursou o ensino fundamental e dizer que buscaria seu histórico escolar. Depois, disse que daria uma palestra e, já em uma sala de aula, começou a atirar nos alunos. Durante o tiroteio, um garoto, ferido, conseguiu escapar e avisar a Polícia Militar. O policial Márcio Alexandre Alves relatou que Oliveira chegou a apontar a arma para ele quando estava na escada que dá acesso ao terceiro andar do prédio, onde alunos estavam escondidos. O policial disse ter atirado no criminoso e pedido que ele largasse a arma. Em seguida, Oliveira se matou com um tiro na cabeça. Ontem, a polícia informou que Oliveira fez mais de 60 disparos com a mesma arma --um revólver 38 que recarregou nove vezes durante a ação. Ele ainda trazia preso à cintura um revólver calibre 32, que usou poucas vezes. Dois homens foram presos sob acusação de terem vendido uma das armas para Oliveira.


* Fonte: Foto de Danilo Verpa/Folhapress

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Assaltantes invadem escola e assustam alunos e professores no RJ

Do G1 RJ


Dois assaltantes invadiram uma Escola Municipal Astrogildo Pereira, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, após praticar assaltos na rua do colégio. Segundo a polícia, eles estavam fugindo e entraram na unidade para se esconder dos agentes.


Os dois, apesar de desarmados chegaram a fazer uma criança de escudo, de acordo com a polícia. Após negociação com os agentes, eles se entregaram e foram levados para a 34ª DP (Bangu). Segundo Arnaldo Lobo, pai de uma professora, os criminosos tentaram se esconder da polícia dentro da sala onde sua filha estava com alunos.“Ela me ligou e contou, desesperada, que tinha bandidos na escola. Eu saí, passei na delegacia e avisei à polícia. Quando cheguei lá encontrei uma viatura e a polícia já havia controlado a situação", disse ele.


Para Lobo, o ataque à escola em Realengo, na quinta-feira (7), influenciou no desespero, um dia após o episódio. "A situação de ontem influenciou. O bicho está pegando no Rio de Janeiro. Ela está em estado de choque ", contou. Segundo Arnaldo, sua filha foi levada para o Hospital Albert Schweitzer em estado de choque. A unidade é a mesma para que foram levadas as vítimas do ataque em Realengo.


Fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2011/04/assaltantes-invadem-escola-e-assustam-alunos-e-professores-no-rj.html

Educação e Violência




Educação e violência

CBN/BH – Marcelo Guedes Merendeiras de Aço - sex, 08/04/11

*
A educação brasileira deixou ontem de vez a sua pré-história para trás. Cidadãos brasileiros que estavam sob cuidado do Estado foram barbaramente assassinados no último reduto de segurança da nossa imaginação. A tragédia na zona Oeste do Rio de Janeiro é nacional. Atingiu nosso fígado quando estávamos distraídos cuidando do almoço e de nossas tarefas cotidianas. Passou pela porta da frente e matou suas vítimas com facilidade. Não custa lembrar que aprovamos, e na forma de plebiscito, um estatuto que pretendia desarmar a população. Houve reclamações, o lobby do cano quente entrou em ação e a coisa ficou pela metade. Não tem jeito: é tolerância zero com essa coisa de cidadão civil armado. A desgraça de ontem provou que os desequilibrados estão entre as fibras sociais como a gordura da picanha. Não dá pra saber quem é capaz de colocar a loucura em ato. Temos que contar com ela de hoje em diante e olhar para a sua cara feia se quisermos mudar isso. Não temos certeza (e isso nos percorre a espinha como um pavor paralisante) que esse terá sido um gesto pontual. Hoje somos todos moradores de Realengo. De suas ruas simples e cotidianas o grito das vítimas foi ouvido no país todo. Tomara que ele tenha eco. O episódio deixa claro que educação é algo muito, muito maior do que a transferência de conteúdos programáticos de álgebras e análises sintáticas, de tabelas periódicas e tabuadas. Se as comunidades como um todo não tomarem a formação de nossos meninos nas mãos, se deixarmos por conta só da grande rede veremos atônitos os Wellington Oliveira multiplicarem-se. Acabou! A era da inocência acabou também para a escola. Somos todos agora adultos. Terrivelmente confrontados pelos nossos medos teremos agora que fazer uma opção responsávele e deixar de vez esses 500 anos de adolescência pra trás.


* Fonte: http://colunas.cbn.globoradio.globo.com/platb/marceloguedes/