Aluna do Caic atacada com pauladas no rosto
Guilherme Áreas, repórter - 01 out. 2010
A violência na Escola Municipal Núbia Pereira Magalhães, o Caic de Santa Cruz, Zona Norte, fez mais duas vítimas na noite de quarta-feira. Duas alunas foram agredidas por outras três adolescentes em uma briga que começou na sala de aula e teve o desfecho na porta da instituição. Uma das vítimas, 16 anos, levou pauladas no rosto e, até o fechamento desta edição, deveria ser submetida a cirurgia no HPS. A outra jovem agredida, 15, contou o que teria provocado a violência: “Uma das meninas me perguntou porque eu estava denunciando à PM que ela estava usando drogas. Só que não falei nada. Depois que terminou o recreio, uma garota puxou meu cabelo e outra chegou dando soco nas minhas costas, e disseram que iam me pegar lá fora.” Após o primeiro confronto, as três adolescentes suspeitas da agressão - duas delas alunas do Caic e uma que não estuda no local - aguardaram a vítima do lado de fora, mas não conseguiram pegá-la. A outra adolescente, amiga da vítima, tentou intervir, sendo agredida a pauladas no rosto. Ela sofreu traumatismo contusão facial e edema na face direita, sendo internada no HPS. Segundo a Secretaria de Saúde, a adolescente está na observação feminina e passaria por avaliação médica até o final da noite de ontem.
De acordo com relato de uma das vítimas, a primeira briga teria sido presenciada por profissionais do Caic. A diretora da escola teria apenas chamado a PM após o segundo confronto. A direção do Caic foi procurada durante a tarde e noite de ontem pela Tribuna, mas não foi encontrada e não retornou as ligações.
A secretária de Educação, Eleuza Barboza, informou que o projeto de construção do muro da escola, que reforçaria a segurança, ainda está sendo avaliado pela Comissão Permanente de Licitação (CPL) da PJF. Sobre a intensificação da segurança à noite, já que a Guarda Municipal atua na escola apenas de manhã e à tarde, a secretária disse que solicitou apoio da PM. “A PM vai fazer o policiamento ostensivo, porque a própria polícia informou que está registrando muitas ocorrências de brigas entre gangues.”
Problema recorrente
Esta não é a primeira vez que a escola é palco de violência. Em agosto, um jovem de 18 anos foi espancado, pisoteado e apedrejado na instituição por uma gangue. Levantamento do 27º Batalhão da PM mostra que, nos sete primeiros meses do ano, foram dez ocorrências no Caic, entre agressões, lesões corporais e até disparo de arma de fogo.
O assessor de comunicação do 27ª Batalhão, capitão Paulo Alex Moreira, informou que a PM tem aumentado o patrulhamento preventivo na área. O militar informou que o programa “Ambiente de paz”, parceria da PJF e PM, será importante aliado no combate à violência no Caic. O projeto prevê melhorias na estrutura urbana e intervenções sociais em bairros das zonas Norte e Sudeste, além da construção de bases 24 horas da PM. A unidade do Santa Cruz, o primeiro bairro a receber o programa, será instalada na praça do bairro até o final do ano.
Fonte: Tribuna de Minas (JF) - http://www.tribunademinas.com.br/login/logar.php
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31 gangues dominam escolas
Levantamento feito pela Polícia Civil mostra que líderes aliciam alunos oferecendo 'segurança'
Silvana Ribas, 30 set. 2010
Trinta e uma gangues que atuam fora e dentro das unidades Escolares na Grande Cuiabá foram mapeadas em um trabalho desenvolvido nos últimos 4 meses pela Polícia Civil. Os líderes destes grupos promovem o aliciamento dos estudantes oferecendo "segurança" para seus membros e a oportunidade de ingressarem na vida criminal, além de festas regadas a drogas, álcool e sexo com adolescentes. As investigações mostram ainda a existência de uma lei própria, intitulada: "Os 10 mandamentos das Gangues", que rege o comportamento dos grupos. O levantamento faz parte do "Programa Escolar DEA", da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), baseado em visitas as unidades Escolares e realização de palestras preventivas buscando conter a violência dentro e no entorno das Escolas. A proposta, segundo o delegado Paulo Alberto Araújo, é levantar subsídios para operações específicas a partir do próximo ano e preparar a comunidade Escolar para atuar em relação a estes grupos que ocupam as Escolas, independente da classe social.
Segundo o delegado, titular da DEA, a ação policial quer reforçar a rede de atendimento aos adolescentes para que estes estudantes "mantenham o vínculo Escolar e tenham um desenvolvimento humano positivo". O cotidiano da delegacia tem mostrado que enquanto o membro de gangue está inserido na comunidade Escolar os atos praticados por ele são de menor potencial ofensivo, como pequenos furtos (principalmente celulares), ameaças e agressões. Já, para os que reforçam os índices da evasão Escolar, o envolvimento em roubo, tráfico de drogas, porte de arma de fogo, assassinatos e latrocínios (roubo seguido de morte) são mais frequentes.
Araújo lembra que o objetivo do programa é, com a preparação e apoio da comunidade Escolar, agir preventivamente. Em quatro meses já foram 18 palestras da equipe multidisciplinar da delegacia (policiais, professora, assistente social e psicóloga), levada a professores, dirigentes e funcionários das Escolas, além de alunos, pais e responsáveis. O tema é o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Comportamento Humano. A meta é levar ao conhecimento destes profissionais da Educação a responsabilidade em informar ao Conselho Tutelar as infrações registradas na Escola. Caso isto não seja feito, existe uma pena administrativa que pode variar de 3 a 20 salários mínimos. Aos pais, quando deixarem de fazer o acompanhamento do filho na vida Escolar, a pena por crime de abandono material e intelectual também pode chegar a 2 anos de detenção.
Fonte: A Gazeta (MT) - In: http://todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/educacao-na-midia/10704/31-gangues-dominam-escolas
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