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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Tio de aluno é suspeito de bater em professor na escola em SP

O tio de um aluno da escola municipal Celso Leite Ribeiro Filho, na Bela Vista (centro de São Paulo) é suspeito de bater em um professor em sala de aula. Segundo testemunhas, ele deu cadeiradas e murros no docente, sob os olhares de alunos.
 
A agressão parou quando uma professora entrou e disse que chamaria a polícia. A agressão foi filmada por câmeras de segurança, diz a escola. O caso aconteceu na sexta-feira, por volta de 12h20. O suspeito entrou com o sobrinho, de 12 anos, que estuda na unidade pela manhã e estava uniformizado.
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Segundo o professor, o menino quis ficar no local após o sinal de saída, mas ele o impediu. "A escola não permite a permanência de estudantes que não estejam em atividades", diz. Em casa, o aluno teria dito ao tio que apanhou do docente. O tio do garoto foi até a escola e entrou dizendo que precisava falar com o professor. O menino o levou até a sala. Segundo a polícia, o suspeito, de 31 anos, entrou e jogou o docente no chão. Em seguida, deu cadeiradas e murros.
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O professor, de 22 anos, diz que os alunos saíram em disparada, gritando. Ele afirma estar com hematomas. "Tentei defender minha cabeça colocando as pernas na frente", diz. Ele passou por exame de corpo de delito e está em licença médica.
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 Robson Ventura/Folhapress 
Cartaz na escola da Bela Vista, onde professor foi agredido
Cartaz na escola da Bela Vista, onde professor foi agredido
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DELEGACIA
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Assim que o tio do garoto saiu, foi barrado por homens da GCM (Guarda Civil Metropolitana) que estavam no portão e levado à delegacia. O suspeito, que já foi condenado duas vezes por porte de entorpecentes, uma por furto e outra por estelionato, foi liberado após o registro da ocorrência. O caso foi encaminhado ao JECrim (Juizado Especial Criminal).
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A reportagem tentou contato com a família do estudante e deixou recado na caixa postal do telefone do tio do garoto, mas não obteve resposta até o início da noite de ontem. Segundo a vítima, o tio do menino falou à polícia que o sobrinho chegou em casa chorando e afirmou que apanhou do professor.
O docente diz, no entanto, que a família não registrou a suposta agressão. A família do estudante foi convocada pela escola para discutir o caso com o conselho escolar. O Conselho Tutelar vai apurar a responsabilidade da família do estudante no caso. As informações serão repassadas à Justiça, para decidir se os responsáveis pelo menino serão responsabilizados. A Secretaria da Educação diz que a permanência do aluno na unidade será discutida com a família e o conselho escolar. (SIMEI MORAIS).
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Fonte: Folha de São Paulo (SP)

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Professor tem nariz quebrado por aluno que reclamou de nota em prova

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Jefferson Delbem 
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A correção de uma prova de física terminou com um professor e um aluno se agredindo, em uma escola estadual em Venda Nova. O caso ocorreu na noite dessa quinta-feira (20), na rua Alcides Lins, quando o aluno foi questionar ao professor a nota tirada no exame. O professor, segundo os policiais, decidiu manter a avaliação feita e isso teria irritado o estudante. O educador teve o nariz quebrado e lesões leves na boca, o jovem teve escoriações leves pelo corpo.
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O professor, de 37 anos, entregou a prova por volta, das 19h, quando o adolescente, de 17 anos, argumentou com o educador. Conforme os policiais, o aluno teria dito que o professor não soube interpretar seu raciocínio, que estaria correto, de acordo com os ensinamentos que ele recebeu em um curso técnico. Na versão do aluno, o professor teria ficado nervoso e se recusado “a admitir o erro”. Quando ele voltava para o assento, o educador teria começado a gritar e o empurrado. O estudante alegou que ficou irritado e, neste momento, deu um soco no rosto do professor. O educador reagiu agarrando o pescoço do aluno, segundo o relato aos policiais.
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Já o professor, disse aos policiais, que o aluno realmente contestou a nota, e que sugeriu revisar junto com ele, porém, o adolescente teria ficado nervoso e disse que sabia mais que o professor, pois, estaria fazendo curso técnico. Em seguida, o garoto teria levantado do seu assento e dado um soco no homem, que para se defender, agarrou o pescoço do jovem.
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Ambos foram contidos por outros alunos e encaminhados a diretoria, onde a polícia foi acionada. Eles foram levados pelos militares a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Venda Nova, já que, o aluno teve escoriações leves pelo corpo, e o professor teve o nariz quebrado e lesões leves na boca. Após serem medicados, a PM os levou a Divisão de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (DOPCAD), onde foi registrado um Boletim de Ocorrência.
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Fonte: Hoje em dia (MG)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Quem AINDA quer ser PROFESSOR?

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Por João Valdir Alves de Souza*
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Há fortes evidências, nos dias atuais, de que a profissão docente vive uma crise sem precedentes na história do nosso ensino. A despeito da grande diversidade de condições da oferta e demanda por escolarização, tanto no que se refere à condição docente quanto à condição discente, produto da diferenciação sociocultural e das desigualdades socioeconômicas, essa crise atravessa a estrutura da escola de alto a baixo.
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Ela combina ingredientes de natureza muito diversa, mas o elemento-chave da sua explicação é o baixo valor do diploma de professor, sobretudo na educação básica, tanto no mercado de bens econômicos (salário) quanto no mercado de bens simbólicos (prestígio). Esse baixo valor do diploma expressa um terrível paradoxo: quanto mais expandimos a oferta do ensino, maior se revela nossa dificuldade de formar professores para atendê-la.
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Estamos pagando o preço caro de uma conquista. Desde o século 18, na Europa, e pelo menos desde o final do século 19, no Brasil, reivindica-se educação como direito do cidadão e dever do Estado. Pois bem, todos – ou quase todos – vieram para a escola. Vieram os camponeses, os das periferias urbanas, os indígenas, os deficientes físicos e, inclusive, os que não querem saber de escola. Vieram por direito, resultado de lutas históricas pela sua inclusão nos sistemas de ensino. Mas, como não há milagres em matéria de educação e ensino, isso também exigiria formar em quantidade e qualidade os professores que dariam conta dessa tarefa em condições que obedecessem a patamares mínimos de decência.
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O Brasil universalizou recentemente o ensino fundamental e trabalha arduamente para universalizar, até 2016, a educação infantil e o ensino médio, cujo atendimento está na casa de míseros 50%. Não bastasse a escassez de professores para a demanda atual, que o MEC já contabiliza na casa dos 250 mil, sobretudo para o ensino das ciências, universalizar a educação básica implica a necessidade de formar mais e bem os professores para realizar a tarefa. Essa legítima proposta do Plano Nacional de Educação esbarra, contudo, em problemas cuja gravidade nos deixa poucas expectativas para sua realização.
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Um desses problemas é a baixa atratividade da carreira docente, com recrutamento dos estudantes dos cursos de licenciatura justamente entre aqueles de escolarização básica mais precária. Indicador preocupante dessa baixa atratividade está expresso na relação candidato/vaga dos últimos 13 vestibulares da UFMG (2000-2012), o que parece estar longe de ser uma situação exclusiva desta Universidade. Em 2000, dos 17 cursos mais concorridos, seis formavam professores. Para o vestibular 2012, não há um único curso de licenciatura entre os 15 mais concorridos. Mantida a atual tendência, em três ou cinco anos não teremos candidatos aos cursos de licenciatura. Cursos como Ciências Biológicas, Educação Física, Geografia, História, Letras, Matemática e Pedagogia, que eram disputados numa correlação de 12 a 30 candidatos por vaga, há dez anos, para 2012 contarão, respectivamente, com 3,5; 2,1; 1,6; 4,8; 1,4; 2,9 e 3,0 candidatos para cada vaga. Mesmo considerando que houve aumento do número de vagas em alguns deles, redução da concorrência em outros cursos que não os de licenciatura e que caiu de 18 para 9 a média geral da relação candidato/vaga na universidade, a generalizada queda da concorrência nos cursos de licenciatura é forte evidência de que há pouco interesse pela docência atualmente.
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Mas isso é apenas parte do problema. Um segundo elemento a ser considerado é o elevado índice de desistência da profissão. Grande número dos que se formam professores não terão as salas de aula como destino ocupacional. A universidade fez elevado investimento, nas duas últimas décadas, criando cursos exclusivamente de licenciatura, em que a escolha precede o vestibular. Grande parte dos alunos desses cursos diz explicitamente que a sala de aula não é a sua opção. E um dos motivos mais apontados é a informação sobre o elevado índice de abandono da profissão, isto é, professores experientes que se afastam por adoecimento ou por não suportarem mais ser vítimas de violência física e/ou simbólica no cotidiano da sala de aula.
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Internamente, a Universidade tem enfrentado o problema com ações como o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), que concede bolsas de estudos e um trabalho de formação diferenciada para alunos dos cursos de licenciatura. Contudo, se não forem modificadas as condições gerais da docência, para fazer dela uma carreira atraente, simplesmente não teremos professores para atuarem na universalização da educação básica.
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* Professor de Sociologia da Educação na FeE/UFMG, coordenador do Colegiado Especial de Licenciatura e do Grupo de Pesquisa sobre Formação de Professores e Condição Docente
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Recebido por email.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

GREVE DOS PROFESSORES

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Mais 12 mil professores : Estado anuncia novas contratações temporárias de imediato para garantir aulas e evitar comprometimento do calendário escolar até 2013; categoria faz nova assembleia hoje
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Mesmo sem o fim da greve dos professores, que completa hoje 100 dias em Minas, alunos da rede estadual poderão retornar às salas de aula. A Secretaria de Estado de Educação (SEE) anunciou ontem a contratação temporária de mais 12 mil profissionais para substituir os grevistas. A medida busca evitar prejuízos ao calendário escolar, que ficaria comprometido até 2013 com as reposições. Hoje, a categoria faz nova reunião, às 14h, no pátio da Assembleia Legislativa, para discutir os rumos do movimento.

No início de agosto, a SEE já havia anunciado a contratação de cerca de 3 mil professores para atender as turmas do último ano da Educação básica, prejudicados na preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcado para 22 e 23 de outubro, e outros vestibulares. Segundo a secretária, Ana Lúcia Gazzola, as 47 superintendências regionais já foram orientadas a preencher imediatamente as vagas dos grevistas. O salário inicial é de R$ 1.320 por uma jornada de 24 horas semanais e os contratos serão válidos até o fim do ano letivo.

“Não podemos mais esperar, pois qualquer atraso agora traria impactos nos próximos dois anos letivos, o que é inaceitável. Estamos usando um procedimento habitual e embasado na legislação, em defesa do direito dos cidadãos. Nosso último levantamento aponta que há 13,6 mil professores parados. Como já contratamos número suficiente para atender as turmas de 3º ano do ensino médio, vamos fazer agora mais 12 mil designações”, afirma a secretária.

Segundo a SEE, caso termine o impasse e os grevistas retornem ao trabalho, a intenção é de que os substitutos ajudem na reposição de conteúdo e nas aulas de reforço aos estudantes. O anúncio da contratação dos substitutos foi alvo de críticas do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG). “Há uma lei federal que protege o trabalhador durante a greve, mas as leis aqui não são seguidas”, diz a presidente da entidade, Beatriz Cerqueira.

“O governo não conseguiu contratar até agora nem os professores para o 3º ano, por isso não acreditamos que será capaz de fazer mais de 12 mil substituições”, acrescentou.

O impasse nas negociações salariais se arrasta desde 8 de junho. Segundo balanço divulgado ontem pela secretaria, das 3.779 escolas da rede estadual 1,16% estão totalmente paralisadas, o que corresponde a 44 instituições; e 20,5% (775 escolas) estão parcialmente comprometidas. Mas a estatística confronta com a do Sind-UTE/MG, que garante ter 50% da categoria em greve há exatos 100 dias, sendo mais de 60 dias letivos.

Votação:  Na próxima semana, os deputados estaduais devem votar o Projeto de Lei 2.355/11, de autoria do Executivo, com a nova política de remuneração dos profissionais da rede estadual de Educação.

Ele contempla as propostas de subsídio de R$ 1.122 (o valor incorpora, numa única parcela, todas as vantagens e, por isso, o servidor não terá mais as gratificações) e de R$ 1.320 para aqueles com licenciatura plena, além de do piso de R$ 712,20, para uma jornada de 24 horas semanais, a ser pago a partir de janeiro do ano que vem. O PL já foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça e agora está sendo discutido pelas comissões de Administração Pública e de Fiscalização Financeira e Orçamentária.

O governo estadual reitera que já cumpre a Lei Federal 11.738, que estabelece o piso nacional de R$ 1.187, para 40 horas semanais para os professores. Em Minas, pareceres do Ministério Público estadual e da Advocacia Geral da União declararam a legalidade do valor do vencimento básico de R$ 712,20, pois ele obedece o critério da proporcionalidade. Os servidores poderão escolher por qual modelo querem receber o salário. No caso de quem está no modelo antigo e fizer opção pelo subsídio, o prazo vai até 31 de outubro. Para os que estão no subsídio e preferirem voltar ao modelo antigo, o prazo será de 30 dias, depois de aprovação e publicação do PL. O sindicato reivindica um vencimento básico de R$ 1.597 e considerou que o projeto de lei do Executivo significa um “achatamento dos salários, pois vale para quem tem um ano de trabalho e também para quem tem 20 anos”.

Na última sexta-feira, a greve sofreu a primeira derrota em Brasília. A Advocacia Geral da União (AGU) deu parecer contrário à ação direta de inconstitucionalidade (Adin) impetrada em julho pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) no Supremo Tribunal Federal (STF), questionando a remuneração por subsídio adotado pelo estado.

Intermediação

O ministro da Educação, Fernando Haddad, se comprometeu, ontem, a intermediar as negociações entre professores e o governo de Minas. O anúncio foi feito em audiência em Brasília, que reuniu representantes do Sind-UTE/MG, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Haddad voltou a comentar a Lei 11.738/ 2008, que instituiu o piso salarial da categoria e, depois de sancionada, foi questionada junto ao Supremo Tribunal Federal. Recentemente, o STF declarou a constitucionalidade da lei.
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Fonte: http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/educacao-na-midia/18827/mais-12-mil-professores/

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

CRISE NA EDUCAÇÃO

Professores substituídos
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A crise na educação em Minas, com impasse sobre o valor do piso salarial pago aos professores da rede estadual, se acirrou ontem com o anúncio do governo do Estado de convocar 3.000 profissionais para substituir os grevistas que há 63 dias se afastaram das salas de aulas. A medida, no entanto, não mudou a decisão da categoria. Em assembleia, o Sindicato Único dos Trabalhadores da Educação (Sind-UTE) aprovou a proposta de continuidade da greve.

"O período sem aulas é um dano irreparável e, por isso, adotamos a medida para que esses estudantes não sofram ainda mais com a greve", disse a secretária de Estado de Educação, Ana Lúcia Almeida Gazzola. Publicada no Diário Oficial "Minas Gerais", a resolução 1.905 estabelece a contratação imediata de profissionais e a reposição das aulas perdidas desde 8 de junho, mas somente para as turmas do 3º ano do ensino médio, que se preparam para os vestibulares e para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcado para os dias 22 e 23 de outubro. A Secretaria de Estado da Educação (SEE) não descarta, no entanto, adotar outras medidas para atender estudantes de outros níveis de ensino afetados pela paralisação. "Estamos atendendo a um pedido dos estudantes e dos pais", disse a secretária.

Levantamento feito pela SEE apontou que das 3.777 escolas estaduais, 2.148 possuem ensino médio. Desse total, 2% aderiram à paralisação na totalidade e 16% estão com as atividades parcialmente afetadas. A categoria, que completa hoje o seu 35° dia letivo sem aula, contesta os números e informa que metade dos colégios aderiu à greve em todo Estado. A SEE diz que o movimento está restrito à capital e à região metropolitana.

Retomada: A expectativa, explicou Ana Gazzola, é que até o fim desta semana as escolas convoquem os substitutos e as aulas sejam retomadas a partir da próxima segunda-feira. A convocação, segundo a secretária, ficará a cargo dos colégios, que através da direção irão identificar profissionais em condições de assumir as vagas.

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Motivo do impasse - VERSÃO DOS PROFESSORES
O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) alega que o piso nacional da categoria é de R$ 1.597 para profissionais com escolaridade de nível médio e jornada de trabalho de 40 horas semanais. Mas em Minas, segundo a categoria, os professores de nível médio recebem piso de R$ 369 para 24 horas semanais.

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VERSÃO DO ESTADO - O governo afirma que com a criação do regime de subsídio, em janeiro, o menor salário pago em Minas é R$ 1.122 para jornada de 24 horas semanais.

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Sind-UTE aciona Estado na Justiça
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A notícia sobre a convocação de profissionais substitutos chegou aos grevistas enquanto eles se reuniam em assembleia, na praça Carlos Chagas, no bairro Santo Agostinho. A coordenadora do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira, classificou a medida como inconstitucional. "A lei diz que a pessoa que está em greve não pode ser substituída", disse a sindicalista. A representante dos professores disse que a categoria irá ingressar com uma ação judicial contra o Estado para contestar a medida. Ontem, logo após assembleia que reuniu 700 profissionais, os professores saíram em passeata. O trânsito ficou parado durante uma hora principalmente na avenida do Contorno, nos bairros Santo Antônio e Savassi.
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Protesto da Professora Vanessa Storrer


RESPOSTA À REVISTA VEJA

Leiam a referida reportagem que saiu na revista Veja e gerou o protesto da professora relatado abaixo: link revista veja http://veja.abril.com.br/230610/aula-cronometrada-p-122.shtml

Por Vanessa Storrer*

Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima "Aula Cronometrada". É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS razões que geram este panorama desalentador. Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas para diagnosticar as falhas da educação. Há necessidade de todos os que pensam que: "os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital" entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira.

Que alunos são esses "repletos de estímulos" que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital? Em que pais de famílias oriundas da pobreza trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para a vida? Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas brasileiras.

Está na hora dos professores se rebelarem contra as acusações que lhes são impostas. Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela sociedade e não somente pela escola. Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje "repletos de estímulos".

Estímulos de quê? De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou o que é ainda pior envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida. Realmente, nada está bom. Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor, atenção, orientação e disciplina. Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos, há uns anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria. Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para quê o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos, de ir aos piqueniques, subir em árvores? E, nas aulas, havia respeito, amor pela pátria.. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas "chatas" só na lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com fluência. Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso.

Hoje, professores "incapazes" dão aulas na lousa, levam filmes, trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução), levam alunos à biblioteca e a outros locais educativos (benza, Deus, só os mais corajosos!) e, algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até a passeios interessantes, planejados minuciosamente, como ir ao Beto Carrero.

E, mesmo, assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso, esses mesmos professores "incapazes", elaboram atividades escolares como provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração; Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 minutos de intervalo, quando têm de escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o cafezinho.

Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40 h.semanais. E a saúde? É a única profissão que conheço que embora apresente atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde? Muito precário. Há de se pensar, então, que são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma chance de "cair fora".Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de "vaca","puta", "gordos ", "velhos" entre outras coisas. Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar. Mas, ainda não é tão grave.

Temos notícias, dia-a-dia, até de agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares. Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite. E acho que esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante de tantas chances, e com indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após série, e não sabem escrever nem fazer contas simples. Depois a sociedade os exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são adultos. Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante é porque há disciplina. E é isso que precisamos e não de cronômetros.

Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos, capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados. Portanto, a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se. Em vez de cronômetros, precisamos de carteiras escolares, livros, materiais, quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria de nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior quantidade.

Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade! E, precisamos, também, urgentemente de educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmo Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões (ô, coisa arcaica!), e ainda assim se ouve falar em cronômetros.

Francamente!!! Passou da hora de todos abrirem os olhos e fazerem algo para evitar uma calamidade no país, futuramente. Os professores não são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os professores até agora não responderam a todas as acusações de serem despreparados e "incapazes" de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não tiveram TEMPO. Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as provas corrigidas.

Vamos fazer uma corrente via internet, repasse a todos os seus! Grata. Vamos começar uma corrente nacional que pelo menos dê aos professores respaldo legal quando um aluno o xinga, o agride... chega de ECA que não resolve nada, chega de Conselho Tutelar que só vai a favor da criança e adolescente (capazes às vezes de matar, roubar e coisas piores), chega de salário baixo, todas as profissões e pessoas passam por professores, deve ser a carreira mais bem paga do país, afinal os deputados que ganham 67% de aumento tiveram professores, até mesmo os "alfabetizados funcionais". Pelo amor de Deus somos uma classe com força!!! Somos politizados, somos cultos, não precisamos fechar escolas, fazer greves, vamos apresentar um projeto de Lei que nos ampare e valorize a profissão.

*Vanessa Storrer - professora da rede Municipal de Curitiba

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

País precisa de mais docentes, mas método é controverso

04 de fevereiro de 2011

''O País também carece de médicos, e não me consta que tenhamos uma política oficial de formação de médicos a distância'', afirma Ângela Soligo sobre a formação de professores por cursos a distância

ÂNGELA SOLIGO - ESPECIAL PARA A FOLHA

A Educação a distância é uma das muitas possibilidades de uso de recursos tecnológicos e não pode mais ser considerada uma novidade.

Desde os anos 80, no Brasil, discute-se sua perspectiva em consonância com experiências de outros países. Argumenta-se que ela amplia o acesso às universidades, principalmente as públicas, da população que trabalha e/ou cuida da família. Também ajuda alunos que enfrentam dificuldade de transporte para chegar à Escola. O morador de uma região afastada no Amazonas, por exemplo, é favorecido.

Por outro lado, argumenta-se que identidade profissional não se forma a distância. Não há um convívio com a vida acadêmica, que inclui debates e reflexões, diálogo direto entre colegas e professores, participação em movimentos estudantis e presença em bibliotecas, laboratórios, salas de vivência etc.

A identidade profissional é uma trama cognitivo-afetiva complexa, que resulta dessa rede de relações. Tal identidade implica uma presencialidade que o ensino à distância não oportuniza. Outra preocupação refere-se às desigualdades entre os programas presenciais e os programas a distância. A experiência já mostrou que não é possível fazer uma transposição simples de conteúdos.

Textos precisam ser adaptados ao formato virtual. Não se pode garantir, ainda, equidade de nível entre os dois formatos, e não temos experiências comprovadamente bem sucedidas nesse campo.

Chama a atenção, portanto, o fato de uma estratégia de aprendizagem com adequação e eficácia não comprovadas ter sido transformada em política pública voltada quase exclusivamente à formação de professores.

Não há dúvidas de que o país precisa ampliar o número de docentes para a Educação básica. Mas o país também carece de médicos, e não me consta que tenhamos uma política oficial de formação de médicos a distância.

Isso expõe um fato: Educação ainda não é a grande meta de nossos governantes.
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* ÂNGELA SOLIGO é professora da Faculdade de Educação da Unicamp
Fonte: Folha de São Paulo (SP)

domingo, 23 de janeiro de 2011

QUANDO A CULPA TAMBÉM É DO PROFESSOR


Cleber Benvegnú*

Vi meu pai, em idos tempos, ser convidado à mesa de autoridades simplesmente porque ostentava, no pequeno lugarejo em que morávamos, o título de professor. E, naquela época, tal qual hoje, o salário não era algo que enricasse alguém. Longe disso. O que lhe garantia essa condição, a mesma que tantos mestres de outrora ostentavam, era tão somente uma postura de quem respeitava e se dava por respeitar. De quem conhecia, moderava e ponderava. De quem tinha consciência da profissão que escolheu e, apesar das agruras, a ela se dedicava de corpo e alma.

Sim, esta é minha pauta: o magistério. Ocorre, porém, que não vou reproduzir odes às virtudes e à importância social da categoria — isso já fazem às pampas. Quero é reclamar do professor, mesmo sabendo que necessariamente desagradarei. Como desagrada o que foge ao politicamente correto e ao coro das multidões. Como desagrada o que contraria imexíveis zonas de conforto e grandes grupos de interesse — principalmente se escorados em influentes sindicatos.

Não importa. É hora de colocar na berlinda também os professores, pessoas físicas com nome e sobrenome. Não todos, por óbvio, mas aqueles que se encaixam num estereótipo decadente que tenho visto aumentar nos últimos anos. Aqueles que têm parcela significativa de culpa no cartório dos maus resultados da educação, apesar de quase sempre se esconderem nas supostas injustiças do sistema. Reclamo do professor que só reclama, a ponto de transformar seu cotidiano numa lamúria permanente. Um chororô insuportável.

Um fardo para si e para os outros — para os alunos, especialmente. Reclamo do professor que perdeu o charme, que não lê sequer o jornal do dia, não entra em biblioteca, vai dar aula com roupa de ginástica e só entende de novela. Daquele que jamais prepara uma aula e nunca tentou sequer ligar um computador. Daquele que não gosta do que faz e, por isso mesmo, não cria, não se valoriza. Só se lamuria, só choraminga. É triste e entristece.

Reclamo daquele que a tudo culpa o baixo salário. Explica sua muita preguiça na pouca cifra que recebe, como se isso justificasse a incompetência latente. Como se o magistério fosse a vítima escolhida para todos os males possíveis. A fila anda, ora bolas. Tem gente querendo esse lugar. E o dinheiro do povo é que paga essa conta, inclusive os interessantes dois meses de férias por ano. É preciso honrar o concurso por que passou. Fazer jus ao emprego público que escolheu — até porque já sabia das condições antes de nele entrar. Amar a profissão, apesar dos pesares. Ou dela desistir. Não, não proponho parar de lutar ou abdicar da consciência crítica. Lutem por seus direitos, tudo bem. Protestem.

Mas o professor tem de recuperar o autoconceito para além dos vencimentos. Para além do clichê sindicalista, que nada inova, nada propõe, nada desafia. Falo em fazer o que está ao seu alcance para melhorar a jornada, sem culpar os outros durante todo o tempo. Falo em superar essa cultura do coitadismo que se instalou em muitos corações e mentes. Afastar o baixo-astral. Falo, enfim, em vontade própria, em autoestima e, principalmente, em autocrítica — virtude indispensável a qualquer profissional.


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*Administrador de Empresas/ Consultor Empresarial / fernando.viana@ola.org.br (Enviado pela professora Célia Correia)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

NOTÍCIAS...

Família quer que faculdade responda judicialmente

Foto de Nélson Batista

Empresário diz que Izabela Hendrix não deveria ter aceitado aluno expulso de instituição por mau comportamento

DOUGLAS COUTO - Super Notícia em 10 dez. 2010

No enterro de professor ontem em Betim, amigos entregaram um manifesto que pede punições para casos de violência.

A família do professor universitário Kássio Vinícius de Castro Gomes, de 39 anos, assassinado na última terça-feira, em um corredor do Instituto Metodista Izabela Hendrix, na região Centro-Sul da capital, informou ontem que decidiu contratar um advogado para cobrar da faculdade que responda judicialmente pelo crime.

Para o irmão do professor, o empresário Luy Castro Gomes, de 42 anos, a universidade tem parcela de culpa no crime por ter aceitado o ingresso de um aluno expulso de outra universidade por problema de comportamento. "Não vamos querer nada mais do que for de direito, mas é preciso que a faculdade entenda que ele (Kássio) foi morto em pleno trabalho e deixou mulher e filhos", disse.

O estudante Amilton Loyola Caires, de 23 anos, que confessou ter matado o professor, já teria se envolvido em várias ocorrências policiais. De acordo com a Polícia Civil, em 2006, o rapaz foi detido por direção perigosa na Savassi. Dois anos depois, ele foi denunciado por ameaçar funcionários da faculdade Universo onde estudava. No mesmo ano, teria roubado R$ 600 do irmão e o agredido. Ele também já teria discutido em um bar por causa de troco. Ontem, no enterro do corpo do professor, amigos entregaram um manifesto que pede punições para casos de violência. "Nossas leis são muito brandas, principalmente se o assassino for de família abastada", diz um trecho.

Através da assessoria de comunicação, o Izabela Hendrix informou que não tinha conhecimento do histórico violento de Caires. Segundo a assessoria, por lei, o Ministério da Educação exige apenas o histórico escolar, o que foi feito no caso do aluno suspeito.

Medidas previstas

O Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro-MG), que representa os docentes de escolas particulares do Estado, anuncia hoje um pacote de ações para conter a violência em salas de aula. Entre as medidas que deverão ser divulgadas pelo setor jurídico da entidade está um pedido de parceria com o Ministério Público Estadual (MPE) e o Conselho Estadual de Educação para criação de "tribunais" ou conselhos que julguem os casos de violência de alunos contra professores. A medida é uma reação ao assassinato do professor universitário Kássio Vinícius de Castro Gomes. (DC e RR)

Fonte: http://www.otempo.com.br/supernoticia/noticias/?IdNoticia=51133,SUP

NOTÍCIAS...

Parentes e alunos choram a morte do professor Kássio Gomes

Jornal Alterosa - 09 dez. 2010

Familiares, amigos e alunos de Kássio Vinícius Castro Gomes velaram o corpo do professor universitário na noite desta quarta-feira, 8 de dezembro, no ginásio Divino Braga, o Complexo Poliesportivo de Betim, na Região Metropolitana de BH.

Kássio foi assassinado a facadas na noite desta terça-feira, dentro da Faculdade Isabela Hendrix, onde lecionava, por um aluno que reclamava de uma nota baixa dada pelo professor. O jovem Amilton Loyola Caíres foi ouvido pela polícia e está preso no Ceresp de Contagem. Ainda em estado de choque, a mãe e a esposa do professor ficaram ao lado do caixão durante todo o tempo. Os dois filhos de Kássio, de 5 e 6 anos, levaram flores ao velório do pai. A emoção dos alunos também era visível, e muitos aproveitaram o momento para homenagear o professor.

Fonte:
http://www.alterosa.com.br/html/noticia_interna,id_sessao=9&id_noticia=45191/noticia_interna.shtml

E mais ...

Mãe do professor assassinado desabafa

Jornal da Alterosa 1ª Edição, 08 dez. 2010

A TV Alterosa mostra o depoimento emocionado da mãe do professor Kássio Vinícius Castro Gomes, 39 anos, assassinado a facadas nessa terça. Em janeiro deste ano, o pai da vítima foi assassinado depois de um assalto. A mãe do educador físico diz que o filho seria homenageado pelos alunos. Para ela, a homenagem mostra que Kássio era uma pessoa boa com todos.

Chorando, ela diz: "Está fazendo um ano que perdi meu marido na mesma situação e agora meu filho, que estava trabalhando, é assassinado. Eu não tenho palavras para falar dele. Tudo eu falar vai parecer que é por que ele morreu, mas não é".

Também...

Estudante que matou professor afirma que queria apenas "intimidar"; causas serão investigadas

FELIPE REZENDE/GABRIELA SALES - OTEMPO online, 08 dez. 2010

O estudante Amilton Loyola Caires, de 23 anos, confessou na manhã desta quarta-feira (8) ter assassinado o professor Kássio Vinícius Castro Gomes, 39, dentro da Faculdade Izabela Hendrix, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. O crime ocorreu na noite dessa terça (7) e o universitário foi preso em casa por volta das 2h30. O jovem foi ouvido no Departamento de Investigações da Polícia Civil. De acordo com o delegado Breno Pardini, as causas do homicídio ainda serão investigadas. Segundo testemunhas, o aluno e o professor discutiram porque o suspeito não teria aceitado o fato de ter sido reprovado na primeira etapa do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), mas a polícia também recebeu a informação de que o universitário estaria sendo perseguido pelo docente há algum tempo.

Ainda segundo Pardini, o estudante afirmou que levou a faca para a instituição apenas para "intimidar e assustar" o professor. O advogado e amigo da família do suspeito, Nelson Rogério Figueiredo Leão, disse que Amilton sofria de transtorno bipolar e fazia tratamento psiquiátrico. O irmão de Amilton, que se apresentou como Frederico Ayala, também contou que o jovem sofria de transtornos e usava medicamento controlado.

Amilton foi submetido a um exame de corpo delito e será encaminhado ao Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) São Cristóvão.

Fonte:
http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=103869

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

NOTÍCIAS...

Professora suspeita de abusar de alunas é presa no Rio

Mulher teria cometido o crime com duas menores, ambas de 13 anos



Bruna Fantti, especial para o iG | 27/10/2010

Uma professora de matemática da rede municipal do Rio de Janeiro foi presa na madrugada desta quarta-feira (27) acusada de manter relações sexuais com duas adolescentes, ambas de 13 anos, que eram suas alunas. Policiais civis da 33ª DP (Realengo) prenderam Cristiane Barreira, de 33 anos, quando ela chegava à casa da mãe no bairro de Realengo, zona oeste da capital fluminense.

De acordo com o delegado Ângelo Lage, as investigações tiveram início quando a mãe de uma das adolescentes registrou queixa de desaparecimento da filha, que não era encontrada desde a última segunda-feira.

A mãe da jovem também afirmou que era a segunda vez que a adolescente não aparecia em casa por mais de 48h. A primeira vez ocorreu em agosto deste ano. Na época, a menina reapareceu e a mãe ficou desconfiada da professora, pois a adolescente recebia ligações telefônicas dela.

A mãe chegou a fazer uma queixa para o diretor da escola onde a jovem estudava e ele transferiu a educadora de unidade, a pedido da secretaria municipal de Educação. No entanto o caso não foi relatado à polícia na ocasião.

Após o relato da mãe, os policiais civis foram, então, até a casa da professora e souberam pelo marido da acusada que ela estava desaparecida, também, desde segunda-feira.

Foto: Agência O Globo

Professora presa no Rio chega à delegacia para prestar depoimento


Investigação

Vários agentes ficaram em prontidão, desde as 17h de ontem, em locais onde as duas poderiam estar juntas. Cristiane foi presa na casa da própria mãe, às 4h da madrugada desta quarta-feira, e confessou que estava com a jovem em um motel.

Segundo o delegado, a professora deu detalhes de sua relação com a aluna e admitiu que a acariciava nas partes íntimas. Em seu depoimento, ela acrescentou que vinha se relacionando com a adolescente desde maio e que costumava manter relações sexuais com a menor no horário escolar, para evitar que os parentes suspeitassem.

No interrogatório, a mulher disse que está apaixonada pela adolescente e que deseja ter uma relação aberta e séria com a jovem. A professora também confessou que em uma ocasião também levou ao motel uma colega da jovem da mesma idade, 13 anos. Essa adolescente ainda não foi identificada.

Apesar de estar em período da lei eleitoral - que permite prisões a cinco dias das eleições somente em casos de flagrante -, o delegado afirmou que a prisão se enquadra nesta tipificação já que "o código penal diz que flagrante também é a prisão que ocorre em perseguição, mesmo após horas do crime ter sido cometido". A professora irá responder pelos crimes de estupro de vulnerável e corrupção de menores e, se for condenada, poderá cumprir uma pena de até 30 anos de prisão.

Exoneração

Procurada pelo iG, a Secretaria Municipal de Educação informou que a 8ª Coordenadoria Regional de Educação, assim que tomou ciência do caso, em 9 de setembro deste ano, instaurou uma sindicância para apurar os fatos e determinou o afastamento da professora da escola.

Em nota, a secretaria disse que "considera inaceitável este tipo de conduta e acompanha atentamente as investigações da polícia. Até a conclusão da sindicância, que pode determinar, inclusive, a exoneração da professora, ela será mantida afastada de suas funções".

*com informações da agência EFE.

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/rj/

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

COMO FICA A EDUCAÇÃO?

Apesar do denodo de gerações de educadores, nossos índices continuam sofríveis

GERALDO TADEU MONTEIRO*

"Na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum sobreleva em importância e gravidade ao da Educação. Nem mesmo os de caráter econômico lhe podem disputar a primazia nos planos de reconstrução nacional" (Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, 1932)

Infelizmente, o chamamento dos pioneiros da Educação brasileira continua atualíssimo. Apesar do denodo de gerações de educadores, nossos índices continuam sofríveis: o analfabetismo atinge 8,9% da população, o analfabetismo funcional 25,7%, a Escolaridade média é de 7,2 anos, a defasagem idade/série chega a 33,8% no nono ano, só 53,8% concluem o ensino médio e apenas 30,5% chegam ao ensino superior (cf. Pnad, 2009). Isso sem falar nos resultados das avaliações da qualidade do ensino no Brasil. Na última edição do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, 2006), nossos resultados foram lamentáveis: médias 3,9 em ciências (53º entre 57 países), 3,7 em matemática (54º) e 3,93 em leitura (50º). Segundo o próprio MEC, só em 2021 atingiremos a média 6, valor atual dos países da OCDE.

Especialistas ressaltam diariamente o papel fundamental da Educação para o nosso pleno desenvolvimento econômico e social. Os economistas reclamam dos "gargalos" de mão de obra e da falta de qualificação do trabalhador brasileiro, e os cientistas sociais insistem sobre o papel da Educação para a redução da pobreza e a convivência pacífica e democrática numa sociedade complexa e multicultural. Os educadores produzem diagnósticos e propostas (cf. Documento Final da 4ª Conferência Nacional de Educação, 2010) para a área sem se fazer ouvir pelos políticos. A maior prova desse diálogo de surdos é a total falta de debate sobre o tema no primeiro turno das eleições presidenciais.

Na verdade, nem Serra nem Dilma possuem um programa de governo para a Educação, mas apenas tópicos. A consulta aos sites dos candidatos confronta-nos com propostas meramente genéricas ("valorização adequada do professor" - Dilma), "garantir às universidades federais condições adequadas de funcionamento" - Serra); propostas aleatoriamente quantificadas ("construção de Escolas técnicas em municípios com mais de 50 mil habitantes" - Dilma), "criar um milhão de vagas de ensino técnico profissionalizante" - Serra) e propostas simplesmente aleatórias ("distribuir cem milhões de livros de literatura brasileira por ano para professores e alunos da rede pública a partir do 5º ano do ensino fundamental" - Serra) e "construção de 10 mil quadras poliesportivas: 4 mil com cobertura e 6 mil nas Escolas de ensino básico no Brasil" - Dilma. Tudo se passa como se, na hora de publicar o programa de governo, algum assessor tivesse dito: e a Educação?

Os discursos dos candidatos revelam total desconhecimento dos reais problemas da Educação, limitando-se a repetir obviedades e declinar medidas pontuais sem apresentar qualquer "ideia geral" sobre o tema. Seria demais pedir que se pronunciassem sobre o papel do Estado na garantia de uma Educação pública de qualidade, gestão democrática do ensino, financiamento da Educação, controle social, democratização do acesso à Educação, à cultura e à ciência, evasão, repetência, defasagem idade-série, analfabetismo funcional, formação e valorização do magistério, inclusão social, diversidade, autonomia pedagógica, administrativa e financeira das Escolas, violência nas Escolas, sistemas de indicadores de qualidade, Educação integral, novas tecnologias de comunicação, planos de carreira e piso salarial nacional do professor, entre tantos outros que constituem a agenda atual da Educação no Brasil?

Será que neste segundo turno, celebrado pelos candidatos como uma oportunidade de "esclarecer melhor a população sobre seus projetos", enfim conheceremos seus planos para a Educação? Se este é o momento de se discutir o futuro da democracia em nosso país, também é hora de se discutir a Educação, alicerce do sistema democrático. Afinal, como dizia Anísio Teixeira, "somente pela Educação poderíamos produzir o homem racional, o homem independente, o homem democrático".

* GERALDO TADEU MONTEIRO é cientista político.

Fonte: O Globo (RJ), 12 out. 2010