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terça-feira, 23 de abril de 2013
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
Piso dos professores do ensino básico será de R$ 1.567
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O novo piso salarial dos professores do ensino básico das escolas públicas brasileiras será de R$ 1.567,00. É um aumento de 7,97% em relação ao piso do ano passado, que era de R$ 1.451 00. O anúncio foi feito na tarde desta quinta-feira (10) pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
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Em entrevista, o ministro disse que esse reajuste do salário dos professores está previsto em lei e leva em conta o crescimento do valor gasto pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) por aluno.
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Mercadante afirmou que entidades que representam prefeituras já avisaram que o aumento deste ano terá um impacto na receita total dos municípios de R$ 2,1 bilhões em 2013. O ministro observou, no entanto, que o Fundeb (que conta com recursos da União, Estados e municípios) terá R$ 8,9 bilhões a mais que em 2012. No ano passado, o reajuste chegou a 21%. Em 2014, segundo Mercadante, o aumento será maior que o deste ano.
Em entrevista, o ministro disse que esse reajuste do salário dos professores está previsto em lei e leva em conta o crescimento do valor gasto pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) por aluno.
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Mercadante afirmou que entidades que representam prefeituras já avisaram que o aumento deste ano terá um impacto na receita total dos municípios de R$ 2,1 bilhões em 2013. O ministro observou, no entanto, que o Fundeb (que conta com recursos da União, Estados e municípios) terá R$ 8,9 bilhões a mais que em 2012. No ano passado, o reajuste chegou a 21%. Em 2014, segundo Mercadante, o aumento será maior que o deste ano.
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Fonte: O Tempo (MG)
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Professor brasileiro ganha menos que metade do salário dos docentes dos países da OCDE
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Um professor brasileiro do fundamental 2 (6º a 9º anos) ganhou, em média, US$ 16,3 mil por ano em 2009. Enquanto isso, na média, um profissional com formação e tempo de experiência equivalentes recebeu US$ 41,7 mil nos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Se for levada em consideração a situação do professor da rede pública, a comparação fica ainda pior. A média anual é U$ 15,4 mil. Os salários dos docentes brasileiros foram calculados, com base nos dados da Pnad (Pesquisa Nacional Amostra de Domicílios) 2010 pela Metas - Avaliação e Proposição de Políticas Sociais a pedido do UOL. Já os dados da OCDE foram divulgados no começo de setembro no relatório anual Education at a Glance ("Olhar sobre a Educação" em tradução livre).
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“Salário é o principal [fator de atração para carreira docente]”, afirma o pesquisador Rubens Barbosa de Camargo, da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo). E os estudos - além da experiência prática - confirmam e reafirmam a importância do professor na qualidade da educação. "Há muitos licenciados [profissionais com licenciatura que podem dar aulas] que deixam a profissão. Melhorando o salário, não só atrai a juventude como pode trazer de volta esses professores”, diz Camargo.
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Para a economista Fabiana de Felício, da consultoria Metas - Avaliação e Proposição de Políticas Sociais, a questão que se coloca é: como selecionar bons professores se a profissão não é valorizada. “É uma atividade desgastante e [dar aula é] um compromisso inadiável. Tem de pagar um salário compatível [para que valha a pena ser professor]” , diz Fabiana.
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Diferença com outros profissionais
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Pelos cálculos da consultoria Metas, o salário médio de um professor da rede pública com curso superior e com, pelo menos, 15 anos de experiência (US$ 15,4 mil) não chega a metade (48,5%) da remuneração dos demais profissionais (US$ 31,7 mil) no Brasil. No caso dos profissionais do fundamental de modo geral a diferença é um pouco menor. O salário anual médio de um professor da rede pública (US$ 13,1 mil) é 54,7% do médio das demais profissões (US$ 24,4 mil) com a mesma formação e o mesmo tempo de serviço.
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Os números são ruins, mas já foram ainda piores. "Com a introdução do Fundef [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério] que depois virou o Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação], o professor deixou de ter salários acintosos", diz Camargo. Essa desproporção é comum mesmo nos países ricos da OCDE. Na média, os países da OCDE pagam a seus professores 85% do valor com que remuneram os demais profissionais da etapa equivalente ao fundamental 2.
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Na Finlândia, país tido como exemplo pela qualidade da educação, um professor secundário com 15 anos de experiência tem salário praticamente equivalente ao restante da força de trabalho (98%). Dos 30 países com dados disponíveis, apenas quatro têm proporções na casa dos 50%. São eles: Islândia (50%), República Tcheca (53%), Estônia (57%) e Hungria (58%). Em comparação com os países da OCDE, o Brasil está entre aqueles com menor investimento anual por aluno do grupo, sendo o terceiro que menos investe por aluno no pré-primário (US$ 1,696) e no secundário (US$ 2,235) e o quarto colocado no primário (US$ 2,405).
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PNE - Uma das 20 metas do documento original do PNE (Plano Nacional de Educação), elaborado no final de 2010, diz respeito à remuneração dos professores. Segundo o documento a 17ª meta das 20 propostas é “valorizar o magistério público da educação básica a fim de aproximar o rendimento médio do profissional do magistério com mais de onze anos de escolaridade do rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente”. O PNE, que deveria estar em vigor no período de 2011 a 2020, ainda se encontra na Câmara dos Deputados. A disputa que mais tem causado o atraso de sua aprovação é o percentual de investimento em educação. Movimentos em defesa da educação apontam para 10% do PIB (Produto Interno Bruto).
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No último capítulo dessa novela, a meta de investimento em educação subiu de 7,5% para 8% do PIB e criou a possibilidade de elevar esse percentual a 10%, caso metade dos recursos do pré-sal, a serem investidos na área, representem 2% do total. Segundo um relatório elaborado pela Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp), o salário dos professores abocanham um valor equivalente a 1,5% do PIB nos dias de hoje. “Com 2% do PIB seria possível alcançar a média dos outros trabalhadores”, avalia Rubens Barbosa de Camargo. Segundo ele, a valorização do magistério passa ainda por melhoria nas condições de trabalho, como infraestrutura de qualidade e diminuição do número de alunos por sala.
Fonte: UOL Educação
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Educação: conjuntura - Todos pela Educação
26
de junho de 2012
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Sem
aula há 76 dias, alunos da rede pública da Bahia terão "aulão" para
500 estudantes e ficarão sem férias de verão
Paralisação
de professores é a mais longa da história da educação baiana e atinge quase
600.000 crianças e jovens
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Fonte:
Veja.com
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Sem
aulas há 76 dias devido a uma greve de professores, alunos do ensino
fundamental e médio da rede estadual da Bahia não terão férias no fim de ano.
“As férias certamente estão comprometidas. As aulas de reposição vão adentrar
2013”, afirma o secretário de Educação do estado, Osvaldo Barreto. A
paralisação dos docentes, que teve início no dia 11 de abril, é a mais longa da
história da educação baiana. O governo do petista Jaques Wagner afirma que, dos
417 municípios do estado, 117 estão sem aulas. A concentração é maior nas
cidades de Salvador e Feira de Santana. Dos 1,1 milhão de alunos da rede
pública estadual, cerca de 578.000 ainda permanecem sem aula e sem prazo de
retomada.
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Como
parte de um plano emergencial, cerca de 22.000 estudantes do 3º ano do ensino
médio de Salvador voltaram às aulas nesta segunda-feira. A medida tem um único
objetivo: tentar preparar esses alunos para o Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem), marcado para os dias 3 e 4 de novembro.
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Para
isso, os alunos terão de se dirigir a unidades de ensino diferente das que
costumam frequentar. Foram escolhidas 19 escolas na capital baiana para concentrar
os estudantes – a lista dos locais está no site da Secretaria de Educação. Os
professores também são outros: 545 docentes em estágio probatório (concursados,
mas que ainda passam por um período de experiência) e 706 em Regime Especial de
Direito Administrativo (Reda) foram convocados para assumir as classes, já que
os titulares seguem parados. Nas demais cidades do estado, alunos seguem sem
aula. Segundo o secretário estadual, é possível que um plano emergencial nos
moldes do usado em Salvador seja adotado em Feira de Santana. Para alunos do
ensino médio de outros municípios, assim como para os que cursam o ensino
fundamental, não há prazo, e o retorno dependo do fim da greve.
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Enquanto
isso, estudantes do 3º ano do ensino médio devem se contentar com “aulões”.
Voltados para grupos de 500 a 700 alunos, com quatro horas de duração e quatro
professores por sala, os “aulões” irão ocorrer em 13 bairros de Salvador e em
11 cidades do estado. O governo promete 16 encontros, sendo o primeiro na
próxima quarta-feira, na capital. Serão abordados 2 temas diferentes por aula,
que podem ser das áreas de matemática, linguagens, ciências da natureza e
ciências humanas. Márcio Haga, professor do cursinho do XV e de colégios
particulares de São Paulo, vê com ressalvas a medida. “O ensino público
brasileiro já é muito deficiente. Imaginemos, então, a situação desses alunos
baianos, sem aulas há mais de dois meses”, diz.
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Reivindicações
– Os professores em greve reivindicam aumento de 22%, que teria sido acordado
para janeiro deste ano. A última proposta do governo foi antecipar para
novembro um aumento de 7% para os professores com licenciatura plena que
passarem por cursos de qualificação e, mais 7%, em abril do próximo ano.
Somando ao reajuste já concedido de 6,5% ao funcionalismo público, o ganho
chegaria aos 22%.
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O
Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia rejeitou a proposta,
alegando que ela exclui aposentados e profissionais em estágio probatório. Há
uma assembleia de docentes prevista para esta terça-feira, mas o presidente do
sindicato, Rui Oliveira, adianta que as chances das atividades serem retomadas
são pequenas. “É uma greve de resistência”, diz. Já o secretário de Educação
baiano, Osvaldo Barreto, garante que não haverá mudança nas propostas. “É
impossível, e os professores sabem disso. O que oferecemos é o que cabe no
orçamento do estado”, diz.
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A
última reunião entre governo e representantes dos professores aconteceu no dia
4 de junho. Não há nova negociação agendada. No último dia 12, o Superior
Tribunal de Justiça (STJ) decidiu em favor do governo e suspendeu a liminar
concedida pelo Tribunal de Justiça da Bahia que determinava o pagamento dos
salários dos grevistas. Portanto, eles não recebem saláros há três meses.
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26 de junho de 2012
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Escola onde professora sugeriu uso de cinta se reúne com pais de aluno
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Fonte: G1
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Após acusarem uma professora de português da Escola Municipal José de
Anchieta, em Sumaré (SP), de sugerir o uso de 'cintadas' e 'varadas' como forma
de educar o filho, os pais de um aluno de 12 anos foram chamados pela diretoria
do colégio para uma reunião na manhã desta terça-feira (26). Em um bilhete em
papel timbrado da escola, a professora solicita que os pais conversem com o
aluno porque o garoto estaria tendo comportamento inadequado na sala de aula.
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Em observação escrita à mão, a professora diz que, caso a conversa não
resolvesse, a alternativa seria partir para a agressão. "Quer conversar
com o seu filho? Se a conversa não resolver. Acho que umas cintada vai resolver
(sic)", escreve a professora. O texto possui erros de concordância verbal
e termina com outra sugestão. "Esqueça tudo o que esses psicólogos fajutos
dizem e parta para as 'varadas'", completa o bilhete.,A denúncia e a cópia do documento foram enviadas para o VC no G1. De
acordo com os pais, o menino, que está na 5ª série do ensino fundamental, tem
dificuldade de aprendizado, diagnosticada há cerca de dois anos.
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Tratamento
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O estudante iniciou tratamento com psiquiatras e psicólogos para
ajudá-lo nos estudos, o que, de acordo com o garoto, virou motivo de
perseguição da professora na sala de aula. "Ela fala que eu preciso tomar
remédio, que eu tinha problemas mentais e que nunca vou ser nada na vida",
relata o garoto. "Eu achei o bilhete um absurdo. Ela mandou meus pais me
agredirem e isso não é adequado para uma professora", completa.
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Depois de receberam o bilhete no começo deste mês, os pais decidiram
fazer uma reclamação formal à diretoria, mas a escola não se posicionou a
respeito até sexta-feira (22), de acordo com o pai do estudante. "Chegou
em um ponto absurdo. Ela (a professora) tem conturbado ainda mais o andamento
escolar dele, que já tem dificuldade de aprendizado. A gente sempre soube que
ele tinha dificuldade, mas ele sempre esteve lá, estudando", diz o
comerciante André Luis Ferreira Lima. Os pais dizem que o filho é vítima de
bullying. "Coisas que ela deveria falar em um ambiente particular, ela
fala em frente aos alunos. A classe toda pega no pé dele, porque a própria
professora fica o ofendendo. Não é porque o aluno tem dificuldade que a
professora pode rebaixar alguém na sala de aula", conta André Lima. A mãe do garoto, Lucineide Ferreira Lima, conta que o filho pediu para
trocar de escola por causa da postura da professora. "Se ele precisa de
ajuda, não é com 'varadas' e 'cintadas' que eu vou fazer isso. A ajuda dos psicólogos
e psiquiatras tem sido boa, ele tem melhorado e se sentido bem. E é assim que
vamos educá-lo", defende a mãe.
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Em nota, a supervisão da Secretaria Municipal de Educação de Sumaré diz
que a direção está tomando as providências administrativas sobre o fato. De
acordo com a direção da escola, "a professora enviou o bilhete sem o
conhecimento do grupo gestor da escola. A regra diz que todo bilhete deve
passar antes pela orientação ou coordenação"
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O G1 tentou conversar com a educadora, mas ela não foi encontrada para
falar sobre o assunto.
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26 de junho de 2012
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Consumo de drogas avança nas escolas
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Último levantamento feito pela
Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) mostrou que 31,6% dos jovens
entrevistados nas redes pública e particular do Distrito Federal consumiram
drogas pelo menos uma vez
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Fonte: Correio Braziliense (DF)
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Hoje, faz 25 anos da instituição do Dia Internacional de Combate às
Drogas pela Organização das Nações Unidas (ONU). Passadas duas décadas, no
entanto, a situação se agrava, com o número elevado de dependentes químicos e o
consequente aumento da oferta de entorpecentes por parte dos traficantes. Para
os criminosos, os estudantes dos Ensinos fundamental e médio são os alvos
preferidos. O último levantamento feito pela Secretaria Nacional Antidrogas
(Senad), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, mostrou que um terço dos
2.425 jovens entrevistados nas redes pública e particular do Distrito Federal —
31,6% — consumiu drogas pelo menos uma vez. Do total de crianças e adolescentes
ouvidos no estudo de 2010, 1,1% admitiu o uso frequente. Entre os que
confirmaram ter experimentado pelo menos uma vez na vida, 32,2% eram do sexo
feminino e 30,8%, homens. O estudo mostrou ainda que 10,2% tinham entre 10 e 12
anos. E 51,3%, entre 16 e 18 anos. Já a proporção de estudantes brasilienses
que consomem cocaína passou de 1,8%, em 2004, para 4,1% em 2010 (leia arte).
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em todo o mundo, há mais
de 200 milhões de usuários de drogas — 40 milhões são dependentes.
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Aos 14 anos, Paulo* usou cocaína, maconha e alucinógenos. Ficou viciado
aos 12 e logo começou a traficar para ganhar dinheiro e sustentar o vício.
Também matou um amigo, por dívidas com entorpecentes. O adolescente via a
Escola como um lugar lucrativo. Na mochila, escondia maconha, crack e cocaína
para vender aos colegas. “A polícia fazia a revista na gente só na hora da
saída, mas, daí, já tinha acabado tudo. Eu começava vendendo às 6h e só parava
às 22h. Em um dia, eu já fiz R$ 1 mil. Durante a madrugada, dava para fazer até
R$ 2 mil”, contou.
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Paulo será pai. A namorada, de 15 anos, está grávida. O jovem contou ao
Correio ter matado mais três pessoas, entre eles, um homem, durante um roubo de
carro em São Sebastião. A vítima estava em um Fiat Uno. Mesmo após tantos
assassinatos, o garoto ficou menos de dois meses internado no Centro de
Atendimento Juvenil Especializado (Caje), em razão do terceiro homicídio. “Para
mim, o que eu passei lá foi muito. Quarenta e cinco dias parecem dois anos”,
disse. As drogas também fizeram um estrago na vida de Renato, 14 anos. Ele vive
há uma semana em uma casa de recuperação para se livrar do vício do crack. O
consumo era feito com o próprio pai. “Ele tem uma plantação de maconha em casa
e vende até hoje. Quando o meu pai fumava crack, caíam umas pedrinhas no chão e
eu pegava para fumar também”, contou.
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O menino usa drogas desde os 10 anos. Há menos de um mês, Renato perdeu
a irmã. Um homem entrou na casa onde a família mora e estuprou e matou a jovem.
Sob o efeito de drogas, ninguém da família viu o autor da barbárie. Por causa
do crack e de outras drogas, Renato parou de estudar na 3ª série do Ensino
fundamental. “Eu não quero mais isso para mim, não. Quero ser cientista para
acabar com essa droga no mundo”, disse o garoto, que sonha em prestar
vestibular para engenharia.
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Prevenção.
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A chefe do Núcleo de Coordenação de Direitos Humanos da Secretaria de Educação, Maraísa Bezerra Lessa, informou que a prevenção tem sido o foco na política de enfrentamento ao crack nos colégios da capital federal. Um curso de prevenção para 1,5 mil Educadores será oferecido em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) e a Senad até julho.No último dia 18, uma palestra sobre drogas também foi ministrada para sensibilizar Professores quanto a importância de se tratar o tema em sala de aula. “A Escola tem que incentivar o espírito crítico. A dificuldade de lidar com a temática é geral por causa do medo, mas, aos poucos, essa postura está mudando”, acredita Maraísa.
A chefe do Núcleo de Coordenação de Direitos Humanos da Secretaria de Educação, Maraísa Bezerra Lessa, informou que a prevenção tem sido o foco na política de enfrentamento ao crack nos colégios da capital federal. Um curso de prevenção para 1,5 mil Educadores será oferecido em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) e a Senad até julho.No último dia 18, uma palestra sobre drogas também foi ministrada para sensibilizar Professores quanto a importância de se tratar o tema em sala de aula. “A Escola tem que incentivar o espírito crítico. A dificuldade de lidar com a temática é geral por causa do medo, mas, aos poucos, essa postura está mudando”, acredita Maraísa.
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O secretário de Justiça e Cidadania, Alírio Neto, também destacou que as
secretarias de governo têm trabalhado de maneira integrada e focada na
prevenção. Para 2012, o objetivo é que 300 mil Alunos e 70 mil operários
recebam palestras educativas como política de combate às drogas. “As leis que
regem o tráfico de drogas são a da oferta e a da procura. Todo o grupo da
comunidade Escolar, pais e amigos da Escola, estão sendo orientados sobre o
perigo do consumo. Esse trabalho é a médio prazo. Não dá para imaginar que é
possível combater o tráfico só com a polícia”, destacou. As palestras de
conscientização incluem crianças de 3 a 7 anos. Para tratamento dos
dependentes, Alírio disse que, desde a instalação do Centro de Atenção
Psicossocial Álcool e Drogas (CapsAD) da Rodoviária do Plano Piloto, mais de
600 dependentes químicos foram atendidos..
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* - Nomes fictícios em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA)
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Lançamento de livro
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O advogado e servidor público Epitácio Junior lança hoje, às 18h, o livro O resgate da vida, na Câmara Legislativa. O exemplar tem por objetivo orientar os pais e os jovens a buscar o diálogo sobre questões relacionadas às drogas. A obra conta histórias de jovens aliciados por traficantes, além de mostrar que a vida é feita de escolhas e com possibilidade de largar o vício. O exemplar tem linguagem simples e custa R$ 16,90.
O advogado e servidor público Epitácio Junior lança hoje, às 18h, o livro O resgate da vida, na Câmara Legislativa. O exemplar tem por objetivo orientar os pais e os jovens a buscar o diálogo sobre questões relacionadas às drogas. A obra conta histórias de jovens aliciados por traficantes, além de mostrar que a vida é feita de escolhas e com possibilidade de largar o vício. O exemplar tem linguagem simples e custa R$ 16,90.
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Opinião: Violência nas escolas: transferir ou educar?
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"Um trabalho de conscientização
e parceria entre escola e família tem muito a contribuir com mudanças de
atitudes de alunos com comportamentos inadequados", afirma Joelma
Fernandes de Oliveira Sousa
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Fonte: Folha de Boa Vista (RR)
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*Joelma Fernandes de Oliveira Sousa. Professora, Especialista
Psicopedagogia Clínica e Institucional,Gestão Escolar e Docência no Ensino
Superior.
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Atualmente tenho ouvido e lido casos constantes de violências nas
Escolas, não só públicas, mas privadas também, e as brigas são com sinais de
atrocidades mesmo, de agressividade imensa, que já resultou em desmaios e
hospitais, daí é que nos cabe algumas reflexões de quem é a culpa dessa
situação? Se é que existe culpado... E afinal quem é mais vítima? Quem agride
ou o agredido? As Escolas vêm tentando fazer seu papel de Educadora, mas, são
tantos os entraves que contribui para que isso não aconteça de fato. Além
disso, alguns pais têm deixado a Educação de seus queridos filhos como uma
obrigação única e exclusiva desta instituição, então conseguir direcionar toda
a vida de um indivíduo e ensinar os conteúdos atitudinais, conceituais e
procedimentais da Educação básica do currículo em apenas 4 horas diárias de um
dia que se tem 24 horas parece-me um pouco estranho... Mas, mesmo assim, já foi
possível ver exemplos como se alguém tem uma atitude de desrespeito ao próximo,
seu cuidador dizer, “Está tão mal educado nem parece que está estudando”...
Essa frase pesa nos nossos ombros de Professores Educadores. Parece que a
missão de educar é somente nossa e não é!
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Pois inclusive legalmente temos bastante claro em nossa constituição de
1988, Art. 205. A Educação, direito de todos e dever do Estado e da família,
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho. Por isso percebemos que a família precisa
preparar seus filhos para mais além que as provas do vestibular ou aprovação a
cada ano letivo, as crianças e adolescentes precisam ser preparados para
respeitar o próximo diariamente, respeitar todos... colegas, Professores, pais
a sociedade no geral.
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As cenas de violência entre crianças e adolescentes tem nos chocado,
parece que estamos fracassando em algum momento, mas é bom lembrar que esse
fracasso é conjunto e não somente da Escola, embora muitas brigas iniciem e
terminem em tragédias dentro do espaço Escolar. E aí algumas instituições
talvez pouco experienciadas e apoiadas, não tomem medidas de prevenção que
realmente surtissem efeitos a curto médio e longo prazo. Pois tenho assistido
numa constância profunda nos meios de comunicação que as atitudes feitas pelas
instituições de casos que tais fatos ocorreram são de suspensão e transferência
do Aluno de Escola, situação que provavelmente não seja resolvida e que apenas
o problema seja transferido e novas brigas ocorram nestes ambientes.
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É preciso realizar ações práticas para combater este mal que tem nos
atacado cotidianamente, e que a Escola está sendo atingida de maneira que
muitos Professores têm adoecidos por estes motivos.
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Um dia desses fiquei muito feliz por saber que uma Escola agiu de
maneira bastante inteligente quanto a isso, e orientou pais e Alunos
infratores, bem como os Alunos que tiveram a atitude negativa tiveram que
apresentar um trabalho voluntário de assuntos relacionados ao bullying e violências,
nas outras salas de aulas que presenciaram tal fato desagradável, e pelo que
tenho acompanhado a cena não mais se repetiu... Ou seja, um trabalho de
conscientização e parceria entre Escola e família tem muito a contribuir com
mudanças de atitudes de Alunos com comportamentos inadequados.
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Professor: ainda o pior salário
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O salário dos Professores da Educação básica no Brasil registrou, na década passada, ganhos acima da média dos demais profissionais com nível superior, fazendo encurtar a distância entre esses dois grupos. Esse avanço, no entanto, foi insuficiente para mudar um quadro que tem trágicas consequências para a qualidade do Ensino: o magistério segue sendo a carreira universitária de pior remuneração no país.
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Tabulações feitas pelo GLOBO nos microdados do Censo do IBGE mostram que a renda média de um Professor do Ensino fundamental equivalia, em 2000, a 49% do que ganhavam os demais trabalhadores também com nível superior. Dez anos depois, esta relação aumentou para 59%. Entre Professores do Ensino médio, a variação foi de 60% para 72%.
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Apesar do avanço, o censo revela que as carreiras que levam ao magistério seguem sendo as de pior desempenho. Entre as áreas do Ensino superior com ao menos 50 mil formados na população, os menores rendimentos foram verificados entre brasileiros que vieram de cursos relacionados a ciências da Educação - principalmente Pedagogia e formação de Professor para os anos iniciais da Educação básica. Em seguida, entre as piores remunerações, aparecem cursos da área de religião e, novamente, uma carreira de magistério: formação de Professores com especialização em matérias específicas, onde estão agrupadas licenciaturas em áreas de disciplinas do Ensino médio, como Língua Portuguesa, Matemática, História e Biologia.
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Achatamento provoca prejuízos
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Pagar melhor aos Professores da Educação básica, no entanto, é uma política que, além de cara, tende a trazer retorno apenas a longo prazo em termos de qualidade de Ensino. A literatura acadêmica sobre o tema no Brasil e em outros países mostra que a remuneração Docente não tem, ao contrário do que se pensou durante muitos anos, relação imediata com a melhoria do aprendizado dos Alunos.
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No entanto, o achatamento salarial do magistério traz sérios prejuízos a longo prazo. Esta tese é comprovada por um relatório feito pela consultoria McKinsey, em 2007, que teve grande repercussão internacional ao destacar que uma característica dos países de melhor desempenho educacional do mundo - Finlândia, Canadá, Coreia do Sul, Japão e Singapura - era o alto poder de atração dos melhores Alunos para o magistério.
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- Não dá para imaginar que, dobrando o salário do Professor, ele vai dobrar o aprendizado dos Alunos. O problema é que os bons Alunos não querem ser Professores no Brasil. Para atrair os melhores, é preciso ter salários mais atrativos - afirma Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos Pela Educação.
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O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Franklin de Leão, concorda com o diagnóstico da baixa atratividade da profissão. Ele afirma que a carreira de Professor, salvo exceções, acaba atraindo quem não tem nota para ingressar em outra faculdade. Para Roberto Leão, salário é fundamental, mas não o suficiente para melhorar a qualidade do Ensino.
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- Sem salário, não há a menor possibilidade de qualidade. Agora, claro que é preciso mais do que isso: carreira, formação e gestão.
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Priscila Cruz também diz que o salário é só parte da solução:
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- É preciso melhorar salários para que os Alunos aprendam mais. Mas o profissional também tem que ser mais cobrado e responsabilizado por resultados. Não pode, por exemplo, faltar e ficar tantos dias de licença, como é frequente.
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Distrito Federal lidera ranking do magistério
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Professores de Brasília são os que recebem melhores salários. Rio é o 4 no ensino médio e 9 no fundamental
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Os Professores do Distrito Federal recebem os maiores salários da categoria no Brasil, conforme o censo do IBGE. Nem por isso deixaram de fazer greve este ano. Durante 52 dias, cruzaram os braços para reivindicar isonomia com as demais carreiras de nível superior. O sindicato diz que um profissional ganha, em média, R$ 5 mil por mês - o que deixaria o magistério em 23º lugar, dentre 26 áreas do governo local. No balanço feito pelo GLOBO a partir do censo do IBGE, o DF ficou na primeira posição do ranking salarial de Professores por estado, tanto no Ensino médio (R$ 4.367) quanto no Ensino fundamental (R$ 3.412). O Rio de Janeiro foi o 4º no Ensino médio, com renda mensal de R$ 2.778; e o 9º no Ensino fundamental, com R$ 1.882. Os dados são de 2010 e consideram profissionais da rede pública e privada. O Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) diz que o resto do país não serve de parâmetro. É que, no DF, o governo federal banca despesas de Segurança Pública e parte dos gastos com Educação e Saúde.
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- Não podemos comparar o salário do Distrito Federal com o de outros estados e sim com os dos demais trabalhadores do DF. A grosso modo, todas as carreiras do DF têm salários maiores: o médico ganha mais, o policial ganha mais - diz a diretora de Imprensa do Sinpro, Rosilene Corrêa.
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A greve terminou no último dia 2. Para recuperar aulas, as Escolas funcionarão aos sábados até o fim do ano. O Professor de Português Carlos Eugênio Rêgo, de 47 anos, recebe salário bruto de R$ 7.464,42 por mês. Ele leciona há 21 anos e está perto do topo da carreira, cuja remuneração vai de R$ 2.426,69 a R$ 8.794,44, conforme tabela do Sinpro. Trabalha no Centro de Ensino Médio Setor Oeste, Escola da rede pública de Brasília com melhores resultados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) à exceção de colégios militares. Ele diz que, ocasionalmente, dá aulas em cursinhos para complementar a renda.
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- O ponto fundamental é a isonomia. Incomoda muito a enxurrada de reportagens dizendo que temos o maior salário do Brasil. Tem que levar em conta o custo de vida - diz Carlos Eugênio.
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Já o Professor de Física Lucélio Oliveira Fernandes, 42 anos, conta que o Setor Oeste não tem laboratório de Ciências e dispõe de apenas dois Docentes de Física para 1.140 Alunos de Ensino médio. Segundo ele, seria necessário pelo menos mais um profissional.
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- E olha que dizem que essa é a melhor Escola do DF. Fico imaginando como é a pior - afirma Lucélio.
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Às vésperas da aposentadoria, o Professor de Geografia e Artes Francisco Chagas Rocha, o Paco, de 64 anos, vê descaso na forma como os governos, depois de eleitos, tratam o magistério:
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- Se você ganha seis ou sete mil reais por mês, acaba ganhando (líquido) 3.500 reais. E o GDF (governo do Distrito Federal), escreva aí, por favor, o GDF, cretinamente, diz que o Professor ganha bem - diz Paco.
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Formados em Medicina têm maior renda média
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Engenharias também dão alto retorno financeiro
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No outro extremo das carreiras universitárias, o Censo 2010 do IBGE mostra que nenhuma outra área é tão vantajosa, em termos financeiros, quanto Medicina. Os médicos têm os maiores salários e a menor taxa de desemprego entre profissionais com nível superior: apenas 0,7%. Engenharia Civil e Construção é a segunda de melhor remuneração no país e a terceira com menor taxa de desemprego (1,7%). Ao menos no que diz respeito ao desemprego, as carreiras Docentes não são tão ruins, com taxas médias próximas a 3% (a média nacional para todas era de 8% em 2010).
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- O caso da Medicina chama atenção. Taxa de desocupação baixa, renda média elevada e 42% dos profissionais possuem dois empregos (ou mais), fixando-se em grandes centros urbanos. Há déficit de profissionais para suprir a demanda nacional e elevada concentração nos grandes e médios centros urbanos - diz Henrique Heidtmann, coordenador de graduação da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da FGV.
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Para ele, este quadro levanta um desafio importante de fixação de profissionais em regiões afastadas dos centros urbanos, que precisam oferecer salários bem maiores que os dos grandes centros e, mesmo assim, encontram dificuldades para contratar médicos. Presidente da Federação Nacional dos Médicos, Cid Carvalhaes ressalta que médicos trabalham, em média, 62 horas semanais, o que ajudaria a explicar a renda elevada, e reclama de vínculos empregatícios precários e de falta de segurança e equipamentos:
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- Não tem desemprego para médico hoje. Tem subemprego. Para conseguir esse salário médio mensal, ele cumpre jornada 50% maior que a de qualquer outro profissional e trabalha à noite, aos sábados, domingos e feriados.
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Na avaliação de Edson Nunes, pró-reitor da Universidade Candido Mendes e ex-presidente do Conselho Nacional de Educação, apesar de algumas carreiras terem renda e desemprego maiores que outras, as taxas são sempre melhores que as da população sem diploma universitário. Mas pondera que nem sempre o profissional de nível superior consegue emprego em sua área. de formação.
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Professor da FGV, Kaizô Beltrão observa outro ponto importante: - Existem atividades em que há pessoas com diplomas de nível superior atuando em profissões que requerem só nível médio ou outros níveis. São profissionais com diploma de nível superior atuando em posições que não exigem graduação.
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Fonte: O GLOBO (RJ)
terça-feira, 3 de abril de 2012
Verdade nua e crua da educação em Minas Gerais
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Vejam o comentário que nossa colega Rosi Mary Mendes Trezena de Montes Claros acabou de me enviar.
É ou não, para nos indignarmos com a situação que muitos educadores estão passando aqui em Minas Gerais????
Cris, enquanto o governo manda a carta relatando inverdades, está aí uma verdade nua e crua.
Montes Claros, 21 de março de 2012.
Aos colegas da educação
Eu me chamo Rosi Mary Mendes Trezena, tenho 44 anos e resido em Montes Claros, Minas Gerais. Sou formada em filosofia e atuei como professora no período de 1998 a 2009 na rede pública estadual. Em 2009, fui acometida por uma doença grave (carcinoma mamária - CA) ao afastar para o tratamento conheci a triste realidade de um funcionário público estadual efetivado. De imediato tive o meu salário reduzido para 170,00 (Cento e setenta reais) mensal, o que corresponde as duas aulas que efetivei, mas estava na ativa com 13 aulas. Atualmente, com o subsídio “melhorado” estou recebendo 153,00 por mês. Como vocês sabem bem, o tratamento mesmo realizado pelo SUS tem gastos extras para complementação (alimento, remédios, etc.). Diante de tal situação, abri um processo no Conselho de Administração Pessoal – CAP, fundamentado nos direitos do servidor público que garante o salário integral em caso de doença grave. Foi julgado procedente e publicado no Jornal de MG, no dia 28 de Junho de 2011. Porém, a Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado recorreu e minhas expectativas foram frustradas, o Estado ganhou a questão. Enviei uma contra razão ao Excelentíssimo Senhor Governador que acatou a decisão final. Em seguida, fui liberada para voltar ao trabalho, mas com ajustamento profissional, ou seja, fora da sala de aula, pois não consigo mais escrever. Não trabalhei nem um mês e a doença atingiu o baço, fígado, abdômen e pulmão. A minha indignação é: será que sou cidadã somente quando estou com saúde e na hora de votar? Eu sempre acreditei no senso de justiça de Deus e dos homens, mas confesso que hoje, ainda sobrevivo pela justiça de Deus que se faz presente em cada colega que envia doações espirituais e materiais que sustentam também minha mãe e meus dois filhos de seis e onze anos.
Portanto, sinto a necessidade de expor a minha situação para alertar a todos os colegas que efetivaram. Seremos sempre vistos aos olhos da lei pelo número de aulas efetivadas, não importa que estejamos trabalhando com treze ou dezoito aulas, quando buscarmos algum recurso ou aposentadoria teremos as aulas efetivadas como parâmetro dos nossos benefícios. Hoje, agradeço a Deus por cada momento de superação em cada quimioterapia, pelos amigos, colegas, que mesmo com a difícil situação salarial do professor, estes têm contribuído para que eu tenha o mínimo necessário para sobreviver.
E deixo a minha mensagem aos políticos, que elaboram e fazem cumprir as leis: o povo carece de justiça dos homens, que Deus abençoe a todos.
Obrigada!
.Rosi Mary Mendes Trezena
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Vejam o comentário que nossa colega Rosi Mary Mendes Trezena de Montes Claros acabou de me enviar.
É ou não, para nos indignarmos com a situação que muitos educadores estão passando aqui em Minas Gerais????
Cris, enquanto o governo manda a carta relatando inverdades, está aí uma verdade nua e crua.
Montes Claros, 21 de março de 2012.
Aos colegas da educação
Eu me chamo Rosi Mary Mendes Trezena, tenho 44 anos e resido em Montes Claros, Minas Gerais. Sou formada em filosofia e atuei como professora no período de 1998 a 2009 na rede pública estadual. Em 2009, fui acometida por uma doença grave (carcinoma mamária - CA) ao afastar para o tratamento conheci a triste realidade de um funcionário público estadual efetivado. De imediato tive o meu salário reduzido para 170,00 (Cento e setenta reais) mensal, o que corresponde as duas aulas que efetivei, mas estava na ativa com 13 aulas. Atualmente, com o subsídio “melhorado” estou recebendo 153,00 por mês. Como vocês sabem bem, o tratamento mesmo realizado pelo SUS tem gastos extras para complementação (alimento, remédios, etc.). Diante de tal situação, abri um processo no Conselho de Administração Pessoal – CAP, fundamentado nos direitos do servidor público que garante o salário integral em caso de doença grave. Foi julgado procedente e publicado no Jornal de MG, no dia 28 de Junho de 2011. Porém, a Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado recorreu e minhas expectativas foram frustradas, o Estado ganhou a questão. Enviei uma contra razão ao Excelentíssimo Senhor Governador que acatou a decisão final. Em seguida, fui liberada para voltar ao trabalho, mas com ajustamento profissional, ou seja, fora da sala de aula, pois não consigo mais escrever. Não trabalhei nem um mês e a doença atingiu o baço, fígado, abdômen e pulmão. A minha indignação é: será que sou cidadã somente quando estou com saúde e na hora de votar? Eu sempre acreditei no senso de justiça de Deus e dos homens, mas confesso que hoje, ainda sobrevivo pela justiça de Deus que se faz presente em cada colega que envia doações espirituais e materiais que sustentam também minha mãe e meus dois filhos de seis e onze anos.
Portanto, sinto a necessidade de expor a minha situação para alertar a todos os colegas que efetivaram. Seremos sempre vistos aos olhos da lei pelo número de aulas efetivadas, não importa que estejamos trabalhando com treze ou dezoito aulas, quando buscarmos algum recurso ou aposentadoria teremos as aulas efetivadas como parâmetro dos nossos benefícios. Hoje, agradeço a Deus por cada momento de superação em cada quimioterapia, pelos amigos, colegas, que mesmo com a difícil situação salarial do professor, estes têm contribuído para que eu tenha o mínimo necessário para sobreviver.
E deixo a minha mensagem aos políticos, que elaboram e fazem cumprir as leis: o povo carece de justiça dos homens, que Deus abençoe a todos.
Obrigada!
.Rosi Mary Mendes Trezena
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quinta-feira, 15 de março de 2012
sexta-feira, 2 de março de 2012
Dúvidas de um professor
*MARTIM SARAIVA BARBOSA
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A luta por recursos vinculados para a educação nas constituições Federal dos estados e nas leis orgânicas dos municípios partiu dos professores públicos em seu movimento sindical, ganhou apoio social e virou lei. E os professores acharam que tinham resolvido a questão dos recursos para financiar a educação brasileira.
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Logo descobriram que não era bem assim. Governos não cumprem com o mínimo constitucional e fica por isso mesmo. Não há nenhum processo de impeachment de governante ou de pedido de intervenção federal por descumprimento da Constituição nesse aspecto. Por quê?
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Os professores acreditam que o Brasil não chegará a ser uma nação desenvolvida sem Educação Básica de qualidade e olham perplexos para seus governantes se perguntando se é verdade que a Educação é prioridade para o desenvolvimento do país e que este não depende mais de mão de obra barata e matéria-prima abundante e que os novos processos produtivos requerem pessoas com conhecimentos, habilidades e atitudes que os tornem competentes para atuarem na chamada "sociedade do conhecimento"? Ou isso não passa de discurso?
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Desconfiados, os professores passaram a lutar por um Piso salarial determinado em lei. Veio a conquista. (Convenhamos que R$ 1.450,00 para a função social de professor é um mínimo para começar a valorizar a profissão. Muitos técnicos de nível médio ganham mais que isso.)
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E, até agora, o Piso mais pisou que elevou a autoestima dos professores. E a perplexidade aumenta quando eles veem um governante aliado do governo federal, que prometeu buscar ajuda e pagar o Piso, enviar ao parlamento um projeto de lei que descumpre a lei federal. O que fará o parlamento? Aprovará a ilegalidade? Ou, cumprindo sua função de fiscalizar o poder Executivo, devolverá o projeto para não cometer junto a ilegalidade? Quem sabe o parlamento, mesmo considerando que o governante ajudou a elaborar a lei, aprova o projeto e explica para a sociedade as suas razões. Será que terá uma boa explicação?
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Estou cheio de dúvidas. O que dizer aos alunos sobre isso? Afinal, a Educação moderna deve ser contextualizada e todos os professores na sala de aula devem abordar os assuntos da atualidade. Professor de Matemática pode desenvolver cálculos usando os números do Piso salarial e o custo da cesta básica. De Português, trabalhar com o texto da lei. De Geografia e História, comparar estados que cumprem a lei e que não cumprem e ainda o papel do parlamento. Os de Ciências Físicas e Biológicas... por favor, sejam criativos e me deixem cá com minhas dúvidas. Elas são muitas...
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*Ex-superintendente de Educação Profissional do Estado
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*Ex-superintendente de Educação Profissional do Estado
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Fonte: Correio do Povo (RS)
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Governador comemora aprovação de subsídio e professores ameaçam nova greve em 2012
O governador Antonio Anastasia comemorou a aprovação do substitutivo ao projeto de lei que define a remuneração dos servidores da educação. Por 51 votos a 20, os deputados aprovaram a implantação do regime do subsídio, nessa quarta-feira (23). O governador ainda reafirmou que a proposta de reajuste é definitiva. A nova medida aprovada extingue o sistema antigo de pagamento, de piso mais benefícios, e estipula valores unificados, que variam de acordo com o tempo de serviço e a escolaridade. A coordenadora do Sindicato Únicos dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira, afirmou que na próxima semana vai se reunir com a categoria para decidir de retomam ou não com a greve no ano que vem.
O projeto de autoria do Executivo tramitou em regime de urgência, desde setembro, em meio a uma acirrada disputa entre o governo e membros da categoria, estes representados pelo Sind-UTE. A aprovação representa um revés para o sindicato, que mobilizou, neste ano, a maior greve da história dos professores da rede estadual, com 112 dias de paralisação, contra o regime aprovado. O Sind-UTE queria que o governo cumprisse com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que, em agosto, determinou o pagamento do piso salarial nacional de R$ 1.187, para 40 horas semanais de trabalho - benefícios conquistados ao longo da carreira seriam pagos de forma separada.
O governo alega que o subsídio paga além do piso nacional - proporcionalmente às 24 horas semanais trabalhadas em Minas. Pela nova tabela de remuneração, o salário mínimo de um professor mineiro com ensino médio passa a ser R$ 1.122.
Fonte: O Tempo (MG) - por MÁBILA SOARES/JOANA SUAREZ
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Minas é o estado que paga salário mais baixo para professor
A lei nacional do piso para o magistério já foi aprovada há três anos, mas não saiu do papel na maior parte do país. Das 27 unidades da Federação, pelo menos 17 descumprem o pagamento do valor previsto. Pela legislação, o salário mínimo é de R$1.187 para os professores da educação básica pública, em jornada semanal de 40 horas. Esse valor exclui gratificações e também deveria ser garantido um tempo de pelo menos 33% fora das salas para preparar os encontros.
Minas, Pará, Rio Grande do Sul e Bahia também não pagam o mínimo salarial. Para elevar o tempo dos educadores fora da sala de aula só há duas saídas: contratar mais gente ou aumentar a carga horárias dos que já estão contratados. No entanto, essas soluções exigem muito investimento. Em Minas, os professores só têm 25% da carga horária para as tarefas extra-classe. Entre 25 unidades da federação pesquisadas, Minas Gerais é o lugar onde o professor recebe o pior salário (R$616 para 40 horas semanais). Rondônia (R$950) e Rio Grande do Sul (R$791) são os outros dois estados que ocupam a parte de baixo da tabela.
Em vários estados, esse embate entre professores e governo foi parar na Justiça. A alegação em alguns tribunais é que esse assunto compete aos estados e aos municípios e a União deve ficar de fora disso. O Ministério da Educação diz que a regra precisa ser aplicada, mas não pode obrigar as administrações estaduais a aplicá-la.
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A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação afirmou que a recomendação para os sindicatos em todo o país é recorrer na Justiça. Com isso, governadores e secretários podem receber ações por improbidade administrativa. Neste ano, houve uma greve na educação pública em Minas que durou 112 dias. Houve acordo com o governo estadual, mas as negociações desandaram nesta semana. Os professores vão pedir nesta quarta (16) que a tramitação do projeto de lei que discute a política salarial da categoria saia do caráter de urgência. Para os professores, não pode ocorrer votação enquanto não houver acordo entre as partes.
As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
domingo, 26 de junho de 2011
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Educação e política
Sucesso no YouTube com vídeo em que fala sobre situação do ensino no país, professora critica política para o setor. Amanda Gurgel de Freitas, a professora de 26 anos que chamou a atenção do país para os problemas da Educação no Brasil, com um depoimento que ficou entre os mais vistos no Youtube, diz que hoje o professor no Brasil sofre de crise de identidade e também está doente.
Militante do PSTU, ela recebe salário básico de R$930 como professora da rede municipal e de R$1.217 no estado. Tem especialização em Educação para adultos, mas não está em sala de aula.
Amanda pediu troca de função depois de uma depressão e agora trabalha na biblioteca do Colégio Estadual Miriam Coeli e no setor de informática numa Escola municipal de Natal. No estado, os professores estão em greve por melhores salários.
* Pauío Francisco, de Natal
O GLOBO: A senhora esperava toda essa repercussão, no YouTube, com seu depoimento sobre a situação da Educação?
AMANDA GURGEL DE FRElTAS: Nunca. Eu jamais imaginei que uma situação, que para mim é tão corriqueira e tão óbvia para todo mundo, pudesse ter uma abrangência tão grande. Não tem quem não veja como é a rotina de um professor.
O que a senhora acha que está faltando para mudar a situação do professor?
AMANDA: Posso falar sinceramente: vergonha. Esse caos que existe na Educação não é um caos desorganizado, entre aspas, é um caos preparado, existe uma intenção para que a Educação funcione desse jeito, para que os filhos da classe trabalhadora jamais atinjam altos níveis de cultura, para que no máximo eles aprendam um oficio.
A senhora hoje tem dois em pregos, acorda às 5h da manhã e passa o dia todo trabalhando. Como é a vida de um professor sem condições até de se qualificar, de ler? Como faz para se atualizar?
AMANDA: Olha. é muito difícil. Para qualquer professor, isso é muito difícil. Então, na nossa categoria, até é importante tocar nesse ponto, nós vivemos uma certa crise de "Os professores são submetidos a uma jornada de trabalho que é extenuante, sem candições dignas" identidade, porque enquanto a nossa atividade sempre foi considerada intelectual, e ainda hoje leva esse nome de uma atividade intelectual, de formadores de opinião, a verdade é que nós estamos passando por um processo de proletarização, que está se acentuando a cada dia.
E a nossa atividade é principalmente manter o aluno em sala de aula, independente de qualquer coisa. Por isso que muitas vezes as pessoas coillulldeni os responsáveis pelo caos e acham que a greve atrapalha os alunos.
Na verdade, a greve não atrapalha, justamente por isso, se nós não estivessemos greve não teríamos a oportunidade de falar sobre a educação nesse momento, porque estariam todos os alunos dentro da sala de aula controlados pelos professores, que não estariam em condições de ter uma atividade digna, de exercer a atividade docente decentemente, porque as salas são superlotadas, porque as salas são quentes aqui na nossa cidade, porque os professores não têm condições de se atualizarem. Infelizmente, não é dada essa oportunidade para os professores.
A senhora disse que o professor sofre muito de doenças psicossomáticas. A senhora já teve depressão. Como é a saúde dos professores?
AMANDA: Os professores são submetidos a uma jornada de trabalho que é exteiluallte, sem ter condições de trabalho dignas. frequentemente desenvolvem doenças relacionadas a atividade profissional e, em troca, recebem por parte dos governos mais uma forma de opressão, que é impedi-los de darem entrada em licenças médicas ou em readaptação de função.
Recentemente, em um consultório. um médico disse que não poderia fornecer um laudo para encaminhar um paciente a uma junta médica porque hoje em dia professor e policial são todos assim, querem ganhar dinheiro sem trabalhar. Dentro do consultório médico ele defendeu a política do governo do estado, dizendo que o governo está muito certo mesmo. independente do seu estado de saúde, o professor tem mais é que estar em sala de aula. Isso só reforça essa ideia que para o governo Educação de qualidade é aluno controlado dentro de sala de aula, independente da condição dessa aula e das condições de saúde do trabalhador.
Depois do sucesso na internet, a senhora pretende se candidatar a algum cargo político?
AMANDA: Nunca pensei sobre isso, não pretendo no momento. Talvez as pessoas possam achar que eu fiz isso por interesse. Mas minha militância é pelas demandas da nossa categoria e não gostaria que fosse in confundidas com as do partido. Não te ilho pretensão política governamental, mas faço politica no meu dia a dia. As pessoas que me conhecem sabem de minha atuação. Talvez em outros momentos a conjuntura possa me levar para outros rumos.
(*Especial para O GLOBO)
Fonte: O Globo (RJ)
Militante do PSTU, ela recebe salário básico de R$930 como professora da rede municipal e de R$1.217 no estado. Tem especialização em Educação para adultos, mas não está em sala de aula.
Amanda pediu troca de função depois de uma depressão e agora trabalha na biblioteca do Colégio Estadual Miriam Coeli e no setor de informática numa Escola municipal de Natal. No estado, os professores estão em greve por melhores salários.
* Pauío Francisco, de Natal
O GLOBO: A senhora esperava toda essa repercussão, no YouTube, com seu depoimento sobre a situação da Educação?
AMANDA GURGEL DE FRElTAS: Nunca. Eu jamais imaginei que uma situação, que para mim é tão corriqueira e tão óbvia para todo mundo, pudesse ter uma abrangência tão grande. Não tem quem não veja como é a rotina de um professor.
O que a senhora acha que está faltando para mudar a situação do professor?
AMANDA: Posso falar sinceramente: vergonha. Esse caos que existe na Educação não é um caos desorganizado, entre aspas, é um caos preparado, existe uma intenção para que a Educação funcione desse jeito, para que os filhos da classe trabalhadora jamais atinjam altos níveis de cultura, para que no máximo eles aprendam um oficio.
A senhora hoje tem dois em pregos, acorda às 5h da manhã e passa o dia todo trabalhando. Como é a vida de um professor sem condições até de se qualificar, de ler? Como faz para se atualizar?
AMANDA: Olha. é muito difícil. Para qualquer professor, isso é muito difícil. Então, na nossa categoria, até é importante tocar nesse ponto, nós vivemos uma certa crise de "Os professores são submetidos a uma jornada de trabalho que é extenuante, sem candições dignas" identidade, porque enquanto a nossa atividade sempre foi considerada intelectual, e ainda hoje leva esse nome de uma atividade intelectual, de formadores de opinião, a verdade é que nós estamos passando por um processo de proletarização, que está se acentuando a cada dia.
E a nossa atividade é principalmente manter o aluno em sala de aula, independente de qualquer coisa. Por isso que muitas vezes as pessoas coillulldeni os responsáveis pelo caos e acham que a greve atrapalha os alunos.
Na verdade, a greve não atrapalha, justamente por isso, se nós não estivessemos greve não teríamos a oportunidade de falar sobre a educação nesse momento, porque estariam todos os alunos dentro da sala de aula controlados pelos professores, que não estariam em condições de ter uma atividade digna, de exercer a atividade docente decentemente, porque as salas são superlotadas, porque as salas são quentes aqui na nossa cidade, porque os professores não têm condições de se atualizarem. Infelizmente, não é dada essa oportunidade para os professores.
A senhora disse que o professor sofre muito de doenças psicossomáticas. A senhora já teve depressão. Como é a saúde dos professores?
AMANDA: Os professores são submetidos a uma jornada de trabalho que é exteiluallte, sem ter condições de trabalho dignas. frequentemente desenvolvem doenças relacionadas a atividade profissional e, em troca, recebem por parte dos governos mais uma forma de opressão, que é impedi-los de darem entrada em licenças médicas ou em readaptação de função.
Recentemente, em um consultório. um médico disse que não poderia fornecer um laudo para encaminhar um paciente a uma junta médica porque hoje em dia professor e policial são todos assim, querem ganhar dinheiro sem trabalhar. Dentro do consultório médico ele defendeu a política do governo do estado, dizendo que o governo está muito certo mesmo. independente do seu estado de saúde, o professor tem mais é que estar em sala de aula. Isso só reforça essa ideia que para o governo Educação de qualidade é aluno controlado dentro de sala de aula, independente da condição dessa aula e das condições de saúde do trabalhador.
Depois do sucesso na internet, a senhora pretende se candidatar a algum cargo político?
AMANDA: Nunca pensei sobre isso, não pretendo no momento. Talvez as pessoas possam achar que eu fiz isso por interesse. Mas minha militância é pelas demandas da nossa categoria e não gostaria que fosse in confundidas com as do partido. Não te ilho pretensão política governamental, mas faço politica no meu dia a dia. As pessoas que me conhecem sabem de minha atuação. Talvez em outros momentos a conjuntura possa me levar para outros rumos.
(*Especial para O GLOBO)
Fonte: O Globo (RJ)
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
A decência e a docência
03 de fevereiro de 2011
''É imprescindível que medidas palpáveis sejam estabelecidas a curto e médio prazo, a fim de tomarmos a carreira docente um pouco mais atraente'', diz editorial do Jornal de Brasília.
''É imprescindível que medidas palpáveis sejam estabelecidas a curto e médio prazo, a fim de tomarmos a carreira docente um pouco mais atraente'', diz editorial do Jornal de Brasília.
Os objetivos da Educação para a A próxima década (2011-2020). O texto traz várias metas que pretendem alterar a realidade das Escolas no sentido de qualificar o atendimento, principalmente no ensino básico. Todas as metas poderão ser atingidas desde que haja políticas públicas consistentes, continuidade dessas políticas e investimento na formação e valorização do quadro de professores.
O objetivo de assegurar a todas as crianças e jovens o ensino básico e permitir que cada um conclua o processo de Escolarização básica pode continuar sacrificando a qualidade em função da quantidade. Todavia, sabemos que a realidade da Escola poderá ser mudada se, sobretudo, as metas propostas estiverem apoiadas na confiança, na ação e no empenho dos professores.
Isso significa que, se os professores não acreditarem na força e na seriedade das políticas educacionais e não as efetivarem no contexto das Escolas, o Plano Nacional de Educação será apenas mais um plano bem intencionado, porém ineficaz. Deve existir um projeto social e político que aponte, por meio de ações concretas, o desejo de se transformarem significativamente as metodologias e os conceitos que hoje determina os fazeres Escolares. Ninguém ignora que é a intervenção pedagógica adequada dos educadores que faz quase toda a diferença na Escola.
Todos defendem que a atividade docente está cada vez mais complexa e exigente; no entanto, também é consensual a idéia de que a carreira docente com ruim estatuto social decadente, formação fragilizada e remuneração baixa não atraem à profissão os estudantes mais qualificados nem anima os melhores profissionais a manter-se nas Escolas públicas.
Em um tempo em que nós, a sociedade como um todo, e as autoridades educacionais buscamos uma Escola que atenda mais e melhor à população que dela faz uso, é imprescindível que medidas palpáveis sejam estabelecidas a curto e médio prazo, a fim de tomarmos a carreira docente um pouco mais atraente. É preciso que os jovens sejam motivados a serem professores e encontrem incentivos e sentido no magistério. Uma profissão que não atrai as boas com certeza será ocupada por aqueles que, do ponto de vista profissional, não tiveram opções melhores.
Assim sendo, estaremos encaminhando pessoas desmotivadas à carreira docente, sem empenho e, sobretudo, que não acreditam que podem. Por isso mesmo, elas provavelmente não farão a diferença, posto que não escolheram , mas foram social e economicamente escolhidas para serem professores.
Para inverter o desprestigio da carreira de professor é imperativo que se efetivem medidas claras de formação continuada dos docentes e, ao mesmo tempo, se definam com clareza novas condições para o exercício da profissão. O PNE 2011-2020 aparece em hora propícia e deseja o desenho de um novo projeto social para a Escola pública. Todavia, o primeiro e mais importante passo para tal empreitada é devolver a decência à docência.
Fonte: Jornal de Brasília (DF)
domingo, 23 de janeiro de 2011
QUANDO A CULPA TAMBÉM É DO PROFESSOR

Cleber Benvegnú*
Vi meu pai, em idos tempos, ser convidado à mesa de autoridades simplesmente porque ostentava, no pequeno lugarejo em que morávamos, o título de professor. E, naquela época, tal qual hoje, o salário não era algo que enricasse alguém. Longe disso. O que lhe garantia essa condição, a mesma que tantos mestres de outrora ostentavam, era tão somente uma postura de quem respeitava e se dava por respeitar. De quem conhecia, moderava e ponderava. De quem tinha consciência da profissão que escolheu e, apesar das agruras, a ela se dedicava de corpo e alma.
Sim, esta é minha pauta: o magistério. Ocorre, porém, que não vou reproduzir odes às virtudes e à importância social da categoria — isso já fazem às pampas. Quero é reclamar do professor, mesmo sabendo que necessariamente desagradarei. Como desagrada o que foge ao politicamente correto e ao coro das multidões. Como desagrada o que contraria imexíveis zonas de conforto e grandes grupos de interesse — principalmente se escorados em influentes sindicatos.
Não importa. É hora de colocar na berlinda também os professores, pessoas físicas com nome e sobrenome. Não todos, por óbvio, mas aqueles que se encaixam num estereótipo decadente que tenho visto aumentar nos últimos anos. Aqueles que têm parcela significativa de culpa no cartório dos maus resultados da educação, apesar de quase sempre se esconderem nas supostas injustiças do sistema. Reclamo do professor que só reclama, a ponto de transformar seu cotidiano numa lamúria permanente. Um chororô insuportável.
Um fardo para si e para os outros — para os alunos, especialmente. Reclamo do professor que perdeu o charme, que não lê sequer o jornal do dia, não entra em biblioteca, vai dar aula com roupa de ginástica e só entende de novela. Daquele que jamais prepara uma aula e nunca tentou sequer ligar um computador. Daquele que não gosta do que faz e, por isso mesmo, não cria, não se valoriza. Só se lamuria, só choraminga. É triste e entristece.
Reclamo daquele que a tudo culpa o baixo salário. Explica sua muita preguiça na pouca cifra que recebe, como se isso justificasse a incompetência latente. Como se o magistério fosse a vítima escolhida para todos os males possíveis. A fila anda, ora bolas. Tem gente querendo esse lugar. E o dinheiro do povo é que paga essa conta, inclusive os interessantes dois meses de férias por ano. É preciso honrar o concurso por que passou. Fazer jus ao emprego público que escolheu — até porque já sabia das condições antes de nele entrar. Amar a profissão, apesar dos pesares. Ou dela desistir. Não, não proponho parar de lutar ou abdicar da consciência crítica. Lutem por seus direitos, tudo bem. Protestem.
Mas o professor tem de recuperar o autoconceito para além dos vencimentos. Para além do clichê sindicalista, que nada inova, nada propõe, nada desafia. Falo em fazer o que está ao seu alcance para melhorar a jornada, sem culpar os outros durante todo o tempo. Falo em superar essa cultura do coitadismo que se instalou em muitos corações e mentes. Afastar o baixo-astral. Falo, enfim, em vontade própria, em autoestima e, principalmente, em autocrítica — virtude indispensável a qualquer profissional.
Vi meu pai, em idos tempos, ser convidado à mesa de autoridades simplesmente porque ostentava, no pequeno lugarejo em que morávamos, o título de professor. E, naquela época, tal qual hoje, o salário não era algo que enricasse alguém. Longe disso. O que lhe garantia essa condição, a mesma que tantos mestres de outrora ostentavam, era tão somente uma postura de quem respeitava e se dava por respeitar. De quem conhecia, moderava e ponderava. De quem tinha consciência da profissão que escolheu e, apesar das agruras, a ela se dedicava de corpo e alma.
Sim, esta é minha pauta: o magistério. Ocorre, porém, que não vou reproduzir odes às virtudes e à importância social da categoria — isso já fazem às pampas. Quero é reclamar do professor, mesmo sabendo que necessariamente desagradarei. Como desagrada o que foge ao politicamente correto e ao coro das multidões. Como desagrada o que contraria imexíveis zonas de conforto e grandes grupos de interesse — principalmente se escorados em influentes sindicatos.
Não importa. É hora de colocar na berlinda também os professores, pessoas físicas com nome e sobrenome. Não todos, por óbvio, mas aqueles que se encaixam num estereótipo decadente que tenho visto aumentar nos últimos anos. Aqueles que têm parcela significativa de culpa no cartório dos maus resultados da educação, apesar de quase sempre se esconderem nas supostas injustiças do sistema. Reclamo do professor que só reclama, a ponto de transformar seu cotidiano numa lamúria permanente. Um chororô insuportável.
Um fardo para si e para os outros — para os alunos, especialmente. Reclamo do professor que perdeu o charme, que não lê sequer o jornal do dia, não entra em biblioteca, vai dar aula com roupa de ginástica e só entende de novela. Daquele que jamais prepara uma aula e nunca tentou sequer ligar um computador. Daquele que não gosta do que faz e, por isso mesmo, não cria, não se valoriza. Só se lamuria, só choraminga. É triste e entristece.
Reclamo daquele que a tudo culpa o baixo salário. Explica sua muita preguiça na pouca cifra que recebe, como se isso justificasse a incompetência latente. Como se o magistério fosse a vítima escolhida para todos os males possíveis. A fila anda, ora bolas. Tem gente querendo esse lugar. E o dinheiro do povo é que paga essa conta, inclusive os interessantes dois meses de férias por ano. É preciso honrar o concurso por que passou. Fazer jus ao emprego público que escolheu — até porque já sabia das condições antes de nele entrar. Amar a profissão, apesar dos pesares. Ou dela desistir. Não, não proponho parar de lutar ou abdicar da consciência crítica. Lutem por seus direitos, tudo bem. Protestem.
Mas o professor tem de recuperar o autoconceito para além dos vencimentos. Para além do clichê sindicalista, que nada inova, nada propõe, nada desafia. Falo em fazer o que está ao seu alcance para melhorar a jornada, sem culpar os outros durante todo o tempo. Falo em superar essa cultura do coitadismo que se instalou em muitos corações e mentes. Afastar o baixo-astral. Falo, enfim, em vontade própria, em autoestima e, principalmente, em autocrítica — virtude indispensável a qualquer profissional.
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*Administrador de Empresas/ Consultor Empresarial / fernando.viana@ola.org.br (Enviado pela professora Célia Correia)
*Administrador de Empresas/ Consultor Empresarial / fernando.viana@ola.org.br (Enviado pela professora Célia Correia)
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