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quarta-feira, 10 de junho de 2015

Professores do Paraná encerram greve sem reajuste reivindicado

 
SÃO PAULO - O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) decidiu nesta terça-feira encerrar a greve que completou 46 dias sem o reajuste reivindicado. Em assembleia realizada no Estádio de Vila Capanema, em Curitiba, 70% dos cerca de 12 mil educadores presentes votaram pelo encerramento da greve, “em respeito aos pais e aos estudantes, e não ao governador Beto Richa (PSDB), que só fez desrespeitar os profissionais da educação e a população”, disse Luiz Fernando Rodrigues, secretário de Comunicação da entidade. O governador Beto Richa disse ao GLOBO que espera que agora "a paz volte ao Estado". Para ele, a greve foi injustificada e organizada por petistas que estão no comando do APP-Sindicato.
 
Os servidores decidiram aceitar a última proposta apresentada pelo governo do Paraná: o reajuste inicial será de 3,45%, que será pago em outubro, e 8,5% que serão pagos em janeiro de 2016, já com a recomposição da inflação do período. O acordo ainda prevê um plano de reajuste até 2018. Desde o início, a categoria pedia aumento de 8,17%, por conta da reposição da inflação. O presidente do APP-Sindicato, Hermes Leão, disse que os professores voltam ao trabalho de "cabeça erguida".
 
- Vamos poder andar em cada rua deste estado podendo olhar para cada cidadão com toda a dignidade. E queremos deixar claro que nós vamos ficar monitorando o governo durante quatro anos, dia e noite. Se atacarem qualquer direito ou descumprir qualquer compromisso, esse formigueiro entrará em movimento novamente - disse Hermes Leão.
 
 
EN
 
Para o secretário de Comunicação da entidade, Luiz Fernando Rodrigues, durante os 46 dias de greve, o governo do Paraná desrespeitou os professores.

— Não fomos atendidos, mas continuaremos a nossa mobilização, continuaremos também pressionando o poder público para investigar e punir os responsáveis pela violência em 29 de abril — disse Rodrigues.
 
No episódio de abril, 213 pessoas, segundo a prefeitura de Curitiba, ficaram feridas num protesto de professores contra mudanças no sistema da Previdência dos Servidores do Paraná, que terminou em confronto com a polícia, em frente à Assembleia Legislativa do Estado (Alep). Após a ação violenta da polícia, o gabinete de Richa mergulhou em uma crise e levou o governador tucano a demitir os secretários de Educação, Fernando Xavier Ferreira, e o de Segurança, Fernando Francischini, além do comandante da PM, Cesar Vinicius Kogut. As demissões foram antecipadas pelo GLOBO.
 
O governador disse que no confronto de abril ficaram feridas somente 40 pessoas, mas que o sindicato contabilizou como feridos até os que estavam com os olhos lacrimejando pelo gás pimenta.
 
- Sou contra a violência. Se houvesse um só ferido já seria de lamentar, mas considero o episódio encerrado. Vamos voltar à vida normal - disse o governador. Richa disse que a crise provocou "arranhões" na sua imagem e na do seu governo.
 
- Agora vamos tentar recuperar a imagem com trabalho e realização de obras, que serão retomadas. Fizemos um grande ajuste fiscal no Estado. Só com as mudanças na Previdência do Estado, que os professores eram contra, conseguimos uma economia mensal de R$ 125 milhões. Sabíamos que, ao cortar despesas, teríamos consequências negativas para a nossa imagem, mas tínhamos que fazer. Agora, estamos retomando obras e pagando fornecedores - disse Richa.
 
Ele explicou que não pôde atender os professores antes por absoluta falta de dinheiro.
 
- Dinheiro não cai do céu. Não temos fábrica de dinheiro. Para dar dinheiro para a educação, estava faltando para obras e pagamento de fornecedores - disse Richa, para quem a greve foi injustificada:
 
- O piso salarial nacional dos professores é de R$ 1.900 e no Paraná o piso é de R$ 3.200. Quando divulgamos os salários médios dos professores na internet, mostramos que os professores não eram tão coitadinhos assim e que tudo não passava de um jogo político no Paraná - afirmou o governador tucano.
 
REPOSIÇÃO DAS AULAS PREOCUPA SINDICATO
 
Com o fim da greve, os quase um milhão de alunos, que estão sem aula desde o dia 25 de abril, retornam às salas de aula nesta quarta-feira. A maior preocupação do sindicato é com a reposição das aulas: os servidores ainda não sabem se conseguirão repor até 23 de dezembro e avaliam a melhor maneira para isso. No entanto, a proposta do governo, que foi aceita pelos professores, prevê o pagamento de 3,45% que é referente à inflação entre os meses de maio, quando vence a data-base da categoria, e dezembro de 2014.
 
Em janeiro de 2016, os servidores devem receber um novo reajuste, com a inflação acumulada em 2015, mais um ponto percentual de aumento real. A mesma medida deve ser tomada em janeiro de 2017. Em maio de 2017, os servidores ainda devem receber um novo aumento, em relação ao primeiro quadrimestre do ano. Já em 2018, a data-base voltará para o mês de maio, quando será paga a inflação acumulada no último período. Além do reajuste, os servidores também exigiram que os dias de falta durante a greve não sejam descontados. Na última segunda-feira, em reunião entre representantes do APP-Sindicato e da Secretaria de Educação, o governo se comprometeu a não descontar as faltas dos meses de maio e junho, desde que haja reposição das aulas e compensação da carga horária dos funcionários.
 
Sobre as faltas de abril, que já foram lançadas, o governo afirmou que irá reembolsá-las a partir do momento em que forem entregues os relatórios mensais de frequência, e forem homologados os calendários das unidades escolares. Esta é a segunda paralisação da categoria este ano, a primeira aconteceu em fevereiro. Com o fim da greve, os quase um milhão de alunos, que estão sem aula desde o dia 25 de abril, retornam às salas de aula nesta quarta-feira.

Fonte: O Globo

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Crise derruba secretário de Segurança do Paraná

RIO - Depois das demissões do secretário de Educação e do Comandante da PM, é a vez do secretário de Segurança do Paraná, Fernando Francischini, deixar o cargo. O anúncio oficial foi feito agora no início da tarde, e antecipado pelo GLOBO na manhã desta sexta-feira. Em seu lugar, interinamente, ficará o também delegado da Polícia Federal Wagner Mesquita de Oliveira. A pressão do grupo político de Beto Richa (PSDB) somada ao desgaste da imagem sofrida pelo governo tucano durante a negociação com os professores em greve há duas semanas, pesaram na decisão do governador. A crise instalada no gabinete de Richa já dura nove dias, desde que mais de 200 pessoas ficaram feridas na violenta repressão da Polícia Militar a uma manifestação dos docentes.
 
Em carta endereçada ao governador, Francischini enumerou ações de sua gestão à frente da secretaria e defendeu que, apesar das críticas ao seu trabalho, espera "uma apuração rigorosa tanto da polícia quanto do Ministério Público para que ao final a verdade prevaleça". Ele ainda agradeceu a confiança de Richa e disse acreditar que com sua saída ele possa "colaborar com a governabilidade" do estado paranaense, "convicto de que as ações até agora tomadas se deram a favor do interesse público, dentro da legalidade, em garantia da ordem pública".
 
TROCA DE ACUSAÇÕES AMPLIOU CRISE
 
Na quarta-feira, Francischini tinha recebido a garantia de que permaneceria no cargo, apesar da pressão do PSDB local para sua saída. No entanto, uma carta enviada pelo então comandante-geral , Cesar Vinícius Kogut, na terça-feira ao governador, se tornou pública e agravou ainda mais a crise. O documento era uma resposta às declarações do secretário de Segurança, que atribuiu a violência desencadeada no protesto dos professores na última quarta-feira à corporação. No texto, Kogut, que foi demitido ontem, afirmou que Francischini "foi alertado inúmeras vezes pelo comando da tropa e pelo Comandante-Geral sobre os possíveis desdobramentos durante a ação". Francischini, por meio de nota, disse ter sido "mal interpretado em alguns pontos".
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Para piorar, um desabafo feito pela mulher de Francischini nas redes sociais irritou o governador. O texto, publicado por Flavia Francischini no Facebook, fazia várias críticas indiretas ao grupo político do tucano. “Um bom político trabalha e age por si só, não depende de homens sujos, covardes, que não honram as calças que vestem e precisam agir sempre em grupo, ou melhor quadrilha", dizia o post.
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Na quarta-feira, o governador nomeou a professora Ana Seres Trento Comim como nova secretária de Educação, em substituição a Fernando Xavier Ferreira. Já para o lugar de Kogut foi nomeado, interinamente, o coronel Carlos Alberto Bührer.Reeleito como deputado federal com 160 mil votos, Fernando Francischini (Solidariedade) tem como bandeira política projetos na área de segurança pública.
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Na carta de exoneração, Francischini ressalta que houve avanços durante o tempo em que ficou à frente da pasta e que as áreas de Segurança Pública e de Administração Penitenciária estão no rumo certo.
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"Finalizo, assumindo novamente e publicamente todas as minhas responsabilidades, na atuação policial nas últimas operações, apoiando o trabalho da tropa. No entanto, ressalto que mesmo com as reações adversas, continuo defendendo uma apuração rigorosa tanto da polícia quanto do Ministério Público para que ao final a verdade prevaleça", diz um trecho do documento.
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quinta-feira, 30 de abril de 2015

O infame Beto Richa, governador do Paraná

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Por Luis Nassif
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O governador Beto Richa (PSDB), do Paraná, é o retrato doloroso do que se transformou o principal partido de oposição no país.
 
O partido fundado por Franco Montoro, Mário Covas, que abrigou a generosidade de Sérgio Motta, a sensibilidade social de Bresser-Pereira, e até a temperança de um José Richa, a esperança de uma socialdemocracia moderna, tornou-se um valhacouto do que pior e mais rancoroso a política brasileira exibiu nos últimos anos.
 
A usina de ideias e propostas que parecia brotar do partido no inicio dos anos 90 foi substituída por uma cloaca interminável, um lacerdismo sem talento, um samba de uma nota só desafinado.
 
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Derrotado em Minas Gerais, restaram ao partido dois estados para mostrar, até 2018, um mínimo de políticas inovadoras: São Paulo e Paraná.
 
De São Paulo não se espere nenhuma pró-atividade. Por aqui, definham institutos de pesquisa, aparelho cultural, universidades e, especialmente, as ideias.
 
Hoje haverá audiência pública para a extinção da Fundap (Fundação de Desenvolvimento Administrativo) e da Cepam (Centro de Estudos e Pesquisas da Administração Municipal).
 
Hoje em dia, há uma disputa ferrenha para definir o governo mais inerte: se o de Dilma ou de Alckmin.
 
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Mas nada se equipara ao desastre completo que se observa no Paraná.
 
O massacre que a Polícia Militar impôs, ontem, aos professores que manifestavam contra o governo entrará para a história política contemporânea como o dia da infâmia.
 
200 pessoas feridas, 15 em estado grave, uma covardia sem fim, cujo único gesto nobre foi o de 17 policiais que se recusaram a atacar os manifestantes – e foram punidos por isso.
 
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É apenas o desfecho de uma gestão desastrosa, que quebrou o estado. Mas reflete um estado de espírito que se apossou do partido, quando substituiu os intelectuais por pitbulls de baixíssimo nível.
 
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Nos últimos anos, a reboque da mídia, a única bandeira que o partido cultivou foi o antipetismo – como se fosse possível se tornar alternativa de poder sendo apenas anti.
 
Hoje em dia definha o PT e definha o governo Dilma, o país está rachado ao meio, há um ódio permanente no ar. A política econômica procede a aumentos sucessivos da taxa Selic, com a atividade econômica agonizante. E o governo patina sem um projeto de país para oferecer.
 
Seria o momento de se apresentarem os mediadores, os que conseguissem ser a síntese das políticas sociais do PT com a visão de mercado do velho PSDB desenvolvimentista.
 
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Mas a miopia reiterada dos seus gurus, a falta de visão estratégica, o personalismo absurdo de uma geração geriátrica que se aboletou no poder, impediu a renovação do PSDB e permitiu que o infame Beto Richa se tornasse a cara do partido.
 
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O que Richa fez foi apenas externar, com atos, a virulência desmedida da cara do partido, os Aloysios Nunes, Aécios Neves, Carlos Sampaios, Josés Serras.
 
Não foi à toa que, nas últimas eleições, a parcela mais moderna do empresariado paulista saltou fora do bonde do PSDB e tentou fazer alçar voo a candidatura de Marina Silva.
 
O espaço político está vago para aventureiros políticos, porque a geração das diretas acabou.
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Professores resolvem manter greve e voltam a protestar em frente à Assembleia do Paraná

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por
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CURITIBA — O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP) resolveu em assembleia, finalizada na tarde desta quinta-feira, manter a greve no estado e convocou para sexta-feira um ato em protesto ao governador Beto Richa (PSDB). Assim que acabou a reunião, por volta do meio-dia e meia, professores se juntaram a alunos que protestavam em frente à Assembleia Legislativa do Paraná, onde os manifestantes — muitos vestidos de preto —chegaram a tentar invadir o prédio. O momento foi de tensão. O prédio está sob forte policiamento, um dia depois dos confrontos entre os manifestantes e a polícia, que deixou 213 pessoas feridas na quarta-feira, segundo a prefeitura, e 62, segundo o governo do Estado.
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Os manifestantes convocados pelo APP se reunirão na sexta-feira às 10h na Praça 19 de Dezembro e seguirão para o Centro Cívico, palco do confronto. O presidente do sindicato, Hermes Leão, afirmou que o 1º de maio será um dia de luto em Curitiba e na terça-feira, dia 5 de maio, um dia de mobilização, já convocada pelos professores. Mais cedo, a União Geral dos Trabalhadores (UGT), maior grupo sindical de Curitiba, havia cancelado o comício de 1º de maio que faria na sexta-feira na cidade em repúdio à violência de quarta-feira. O evento, para o qual Richa havia sido convidado, aconteceria na região do Centro Cívico. A UGT repudiou o ocorrido e se disse solidária ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP).
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— Amanhã, luto. Na terça, luta — afirmou Hermes Leão.
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Confronto entre PM e professores em greve deixa ao menos 50 feridos em Curitiba na quarta-feira - Paulo Lisboa / Brazil Photo Press
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O sindicato estuda entrar com pelo menos duas ações. Eles querem o cancelamento da sessão que aprovou as alterações na previdência do Paraná. De acordo com a entidade, ao proibirem a entrada da população na sessão, a mesa diretora da Assembleia do Paraná feriu o regimento interno da casa. Eles também vão entrar com um pedido de inconstitucionalidade do projeto.
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A CUT manteve suas manifestações do 1º de maio em Curitiba, mas fará eventos menores, em bairros mais afastados do centro — a maioria contrária à terceirização. De acordo com o APP, 25 mil pessoas participaram do protesto que terminou com 213 manifestantes feridos, segundo o SAMU, sendo que 37 foram encaminhadas ao Hospital Cajuru. Todos já foram liberados de acordo com o hospital. Dois pacientes tiveram intoxicação por gás lacrimogêneo, e o restante deu entrada com traumas causados por estilhaços e balas de borracha.
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Além dos manifestantes, 21 policiais ficaram feridos, porém sem gravidade, segundo informações da PM. Os 13 presos durante o protesto foram liberados ainda na quarta-feira.
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O sindicato repudiou as declarações do governador Beto Richa. A entidade classificou o atual momento do estado como o "mais obscuro" da história do Paraná.
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— Vivemos um período negro. O mais obscuro da história do Paraná. Ontem, foi instaurada a ditadura pela força no Paraná — afirmou o presidente do sindicato, Hermes Leão.
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A entidade está orientando aos manifestantes feridos que procurem o Ministério Público Estadual para prestar depoimento. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta (PT-RS), informou que vai marcar duas audiências públicas — uma na comissão em Brasília e outra no Paraná — para discutir a ação dos policiais. O parlamentar tinha uma agenda marcada com Richa, mas cancelou o encontro depois de avisado que quem o receberia seria um assessor da Casa Civil do estado.
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Maury de Souza, professor de Ponta Grossa, ficou ferido na perna no confronto de quarta-feira, e voltou ao local nesta quinta-feira. O servidor foi atingido por estilhaços no joelho.
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— Meu joelho já estava machucado. Vim pra cá de muletas. O estilhaço foi bem no joelho machucado. O clima era de guerra.
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Maury fez um boletim ocorrência em Curitiba e vai fazer o exame de corpo de delito na tarde desta quinta em Ponta Grossa. Mesmo machucado, ele tentou invadir a Assembleia Legislativa no começo da tarde desta quinta-feira durante um protesto de alunos que apoiam os professores.
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