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Por Natália Oliveira
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Na data da comemoração de seu dia, as crianças mineiras aparecem, junto com os adolescentes, como personagens de uma alarmante estatística. Em apenas um ano, as denúncias de violência contra menores entre 0 e 16 anos cresceram 84%. De janeiro a julho de 2011, foram 2.787 ligações para o Disque-Direitos Humanos, do governo federal. No mesmo período deste ano, foram 5.147 - o número é quase o mesmo de todo o ano passado, quando foram registradas 5.703 chamadas. O levantamento feito pela Secretaria de Direitos Humanos mostra que a negligência é o crime mais comumente praticado, representando 40% dos casos. Depois dele, aparecem a violência psicológica (24%), física (21%) e sexual (11%). Por trás das agressões contra menores, na maior parte dos casos, estão os familiares.
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Segundo a promotora da Infância e Juventude de Belo Horizonte Andrea Carelli, cerca de 70% dos casos envolvendo crianças e adolescentes registrados no Ministério Público têm parentes como os responsáveis. "Já vi vários casos aqui na promotoria, inclusive um de uma mãe que bateu em uma criança até quebrar o braço dela só porque ela havia derrubado leite no chão".
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Esse foi o caso de uma dona de casa da capital, de 47 anos, mãe de uma menina de 7, que preferiu não ter o nome revelado. Para trabalhar, ela deixava a filha com a avó e um tio paternos. Quando chegava em casa, muitas vezes, a criança estava machucada e contava que o tio era o responsável. "Os motivos para ele bater nela eram sempre banais. Eu não o denunciava porque tinha medo de ele me agredir também", disse. As agressões só pararam depois que ela o denunciou.
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Válvula de escape. A diretora da Associação Chekinah, que cuida de crianças e adolescentes em situação de risco no Alto Vera Cruz, na região Leste de Belo Horizonte, Rosana Silva, afirma que, muitas vezes, as agressões são uma maneira de aliviar as frustrações dos adultos. "A raiva e a impaciência por causa do desemprego e da falta de dinheiro são os principais fatores que levam os pais a baterem ou xingarem", declarou a diretora.
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O conselheiro tutelar Lucas Oliveira, que trabalha na capital, afirma ainda que a maior parte dos casos de agressão contra menores acontece em famílias de baixa renda. "Quase sempre, é alguém bem próximo da criança que pratica a agressão. Essas vítimas vivem em situação de risco, e, por isso, nosso trabalho tem que ser muito intenso. Além de sofrerem essa violência, muitas vezes, elas não estão na escola e chegam a passar até fome. O pior é a consequência: eles se tornam extremamente revoltados".
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Segundo a promotora da Infância e Juventude de Belo Horizonte Andrea Carelli, cerca de 70% dos casos envolvendo crianças e adolescentes registrados no Ministério Público têm parentes como os responsáveis. "Já vi vários casos aqui na promotoria, inclusive um de uma mãe que bateu em uma criança até quebrar o braço dela só porque ela havia derrubado leite no chão".
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Esse foi o caso de uma dona de casa da capital, de 47 anos, mãe de uma menina de 7, que preferiu não ter o nome revelado. Para trabalhar, ela deixava a filha com a avó e um tio paternos. Quando chegava em casa, muitas vezes, a criança estava machucada e contava que o tio era o responsável. "Os motivos para ele bater nela eram sempre banais. Eu não o denunciava porque tinha medo de ele me agredir também", disse. As agressões só pararam depois que ela o denunciou.
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Válvula de escape. A diretora da Associação Chekinah, que cuida de crianças e adolescentes em situação de risco no Alto Vera Cruz, na região Leste de Belo Horizonte, Rosana Silva, afirma que, muitas vezes, as agressões são uma maneira de aliviar as frustrações dos adultos. "A raiva e a impaciência por causa do desemprego e da falta de dinheiro são os principais fatores que levam os pais a baterem ou xingarem", declarou a diretora.
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O conselheiro tutelar Lucas Oliveira, que trabalha na capital, afirma ainda que a maior parte dos casos de agressão contra menores acontece em famílias de baixa renda. "Quase sempre, é alguém bem próximo da criança que pratica a agressão. Essas vítimas vivem em situação de risco, e, por isso, nosso trabalho tem que ser muito intenso. Além de sofrerem essa violência, muitas vezes, elas não estão na escola e chegam a passar até fome. O pior é a consequência: eles se tornam extremamente revoltados".
.Menor agredido é adulto violento: Repetir o comportamento vivenciado durante a infância e na adolescência é uma das possíveis consequências do abuso sofrido nos primeiros anos de vida. Pais que foram agredidos quando pequenos tendem a se tornar agressores dos filhos, segundo especialistas.
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De acordo com o psicólogo e professor da Universidade de São Paulo (USP) Roberto Carvalho, os pais passam a acreditar que agredir a criança é a melhor forma de corrigi-las. "Como eles cresceram apanhando, os pais tomam aquilo como algo normal e até necessário" explicou. A pedagoga e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Sandra Libertas explica que a criança agredida cresce sem entender que o comportamento agressivo é errado. "Por mais que elas fiquem machucadas, aquilo se torna comum para a criança. Quando ela cresce, faz a mesma coisa com o filho. Quando adulto, o agredido não percebe a gravidade do ato de espancar uma criança", afirmou a pedagoga.
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Reincidência. A promotora de Justiça da Infância e Juventude de Minas Gerais Andrea Carelli reclama da falta de tratamento, tanto para vítimas quanto para agressores. Segundo ela, em 80% das agressões, os pais beberam ou usaram drogas. Para ela, eles precisam, além de punição, de ajuda. "Os pais ficam embriagados ou drogados e se esquecem de cuidar dos filhos ou se tornam agressivos. Há casos em que os pais dormem em cima dos filhos e chegam até a matá-los", disse a promotora. (NO). (Fonte: O Tempo (MG)
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De acordo com o psicólogo e professor da Universidade de São Paulo (USP) Roberto Carvalho, os pais passam a acreditar que agredir a criança é a melhor forma de corrigi-las. "Como eles cresceram apanhando, os pais tomam aquilo como algo normal e até necessário" explicou. A pedagoga e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Sandra Libertas explica que a criança agredida cresce sem entender que o comportamento agressivo é errado. "Por mais que elas fiquem machucadas, aquilo se torna comum para a criança. Quando ela cresce, faz a mesma coisa com o filho. Quando adulto, o agredido não percebe a gravidade do ato de espancar uma criança", afirmou a pedagoga.
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Reincidência. A promotora de Justiça da Infância e Juventude de Minas Gerais Andrea Carelli reclama da falta de tratamento, tanto para vítimas quanto para agressores. Segundo ela, em 80% das agressões, os pais beberam ou usaram drogas. Para ela, eles precisam, além de punição, de ajuda. "Os pais ficam embriagados ou drogados e se esquecem de cuidar dos filhos ou se tornam agressivos. Há casos em que os pais dormem em cima dos filhos e chegam até a matá-los", disse a promotora. (NO). (Fonte: O Tempo (MG)
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