quarta-feira, 5 de junho de 2013

A indústria do medo

José Tadeu Arantes (Kabir)*

O medo paralisa a vida de milhões de pessoas e movimenta os interesses de minorias poderosas. Após a ação terrorista de 11 de setembro de 2001, o grupo de George W. Bush beneficiou-se com a reeleição e os polpudos negócios proporcionados pela Guerra do Iraque graças a uma habilidosa orquestração do medo. Com o decisivo apoio das grandes corporações da mídia e do entretenimento, não foi difícil amestrar vontades previamente amaciadas pelo fast-food e a televisão. Bastou injetar-lhes doses regulares de medo, facilitadas pelos arroubos retóricos dos chefes terroristas. Em 2013, a orquestração midiática da até agora mal explicada ação terrorista na Maratona de Boston ameaçou gerar um novo surto de histeria coletiva, que, felizmente, não prosperou.
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Porém novos pretextos com certeza serão fabricados. Pois, assim como é possível transformar cachorros dóceis em cães ferozes, a indústria do medo esmera-se em fabricar uma “opinião publica” raivosa, distribuindo rações diárias e reforços semanais de notícias alarmantes, açulando preconceitos atávicos e transmutando frustração em revanchismo.
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A fórmula é surpreendentemente simples: invente um inimigo e bata reiteradas vezes na mesma tecla. Com os adequados meios de amplificação e propagação, em pouco tempo, muitos estarão convencidos de que todos os gatos são pardos. A receita foi testada pela Inquisição, por Hitler e pelo obscuro senador de Wisconsin Joseph McCarthy. Funciona.
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No âmbito doméstico, o medo faz de todo pobre um inimigo potencial e confina os ricos (ou os que gostariam de sê-lo) em um mundo exclusivo de condomínios fortificados, carros blindados, câmeras de televisão, rastreamentos por GPS e escoltas particulares. O “outro” (que se diferencia de “nós” por motivos étnicos, comportamentais ou ideológicos) é o nosso “terrorista” e qualquer pivete parado no semáforo pode ser uma ponta do “crime organizado”. Seria interesse identificar quem se beneficia, direta ou indiretamente, com a paranoia e contabilizar os lucros da proveitosa indústria do medo.
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Uma das melhores formas de demonizar alguém é privá-lo de um rosto. Os bons filmes de terror fazem isso com perfeição. Sentimos medo daquilo que não vemos – ou daquilo que apenas entrevemos, na fugacidade do instante e à meia-luz. Iluminar essa figura na penumbra e fixar essa imagem fugidia é o primeiro passo para desmontar seu hipnótico poder de sugestão.
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Seja qual for sua motivação imediata, o medo é uma enfermidade sistêmica enraizada em estratos profundos da psique. A indústria do medo explora essa doença com a mesma impiedade e avidez com que o narcotráfico explora a dependência do usuário à droga. É esse tolhimento da liberdade que precisamos superar se quisermos reconquistar nosso direito de viver a plenitude do potencial humano.
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Há anos, depois de me irritar diariamente com a “objetividade” do noticiário e as “opiniões” dos colunistas de um jornal de grande circulação, resolvi cancelar a assinatura, dizendo para mim mesmo: “não com o meu dinheiro!”. Pelo mesmo motivo, e como medida profilática, evito fazer contato visual com as manchetes de certas revistas semanais de “informação” e mantenho meu aparelho de televisão quase o tempo todo desligado. Seu silêncio é uma bênção.
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Estamos no mundo, mas não precisamos participar de sua loucura. Podemos desarmar nossos espíritos e instalar à nossa volta um cordão sanitário de confiança, cordialidade e gentileza.
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Shanti. Shalom. Salam. Eirini. Pax.
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Nota
Algumas frases deste texto foram veiculadas por mim, tempos atrás, em um editorial que escrevi para Le Monde Diplomatique Brasil. Infelizmente, essas frases são ainda mais atuais agora do que eram naquela época. Mas vamos em frente!
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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Educação antes e depois


Estudante agride professor com tapas em sala de aula

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Um professor de geografia de 30 anos foi agredido com vários tapas no rosto e nas costas por um aluno de 15 anos, na Escola Estadual Deputado Olavo Costa, no Bairro Monte Castelo, Zona Norte. O fato foi registrado pela Polícia Militar, na noite da última terça-feira (28), por volta das 20h30. Esta foi a segunda agressão sofrida por um funcionário do colégio em menos de 15 dias. A situação deixou a comunidade escolar assustada, com relatos de professores com vontade de abandonar a carreira em função da insegurança. Conforme o boletim policial, a vítima teria narrado que, quando fazia a chamada dos alunos do 9º ano, um dos estudantes se levantou e se deslocou até sua mesa, começando a gesticular e falar de maneira ríspida.
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Nesse momento, o interruptor de luz da sala teria sido acionado por outro aluno, deixando o local de luzes apagadas por alguns instantes. Na ocasião, o adolescente infrator aproveitou para agredir a vítima. O aluno que teria apagado as luzes era de outra sala e alegou que encostou no interruptor sem querer. Aos policiais, a vítima relatou que já trabalha na escola há três anos e nunca teve problemas com os jovens. Ele contou que foi até a direção do colégio, que estava reunida com o colegiado tratando sobre quais procedimentos seriam adotados a respeito da agressão do zelador da escola no último dia 15, e comunicou o novo fato. Todos os alunos da sala foram chamados e, na frente do diretor escolar, o adolescente responsável pela agressão teria confessado seu ato. Ele ainda teria dito que tinha investido contra o professor sem motivo. A PM foi acionada e apreendeu o estudante, que foi conduzido para a delegacia de Santa Terezinha.
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Ontem o delegado Rodolfo Rolli, que vai ficar à frente do caso, explicou que a agressão promovida pelo estudante levou à abertura de um boletim de ocorrência circunstanciado, que foi encaminhado para a Vara da Infância e Juventude. "O jovem deverá responder por ato infracional por vias de fato ou lesão corporal. Nosso trabalho aqui na delegacia irá se concentrar em desvendar qual seria a motivação da agressão, a fim de que o estudante possa ser responsabilizado", afirmou Rolli, acrescentando que a direção do colégio também deveria adotar um procedimento disciplinar contra o aluno, com a finalidade de fazê-lo refletir sobre seu comportamento, que foi considerado grave pelo policial. De acordo com o diretor da Escola Estadual Deputado Olavo Costa, André Avelar, o colégio sofre com um histórico de problemas envolvendo segurança. Tanto que, em agosto de 2012, a Tribuna flagrou um grupo de adolescentes debaixo de uma árvore, fumando uma substância que passava de mão em mão bem próximo do colégio. Também foi flagrado, por meio de fotografias, adolescentes pulando o muro da escola, numa tentativa de entrar no estabelecimento. Mais recentemente, no último mês de abril, um adolescente acendeu um cigarro de maconha durante uma aula. Há duas semanas, uma aluna de 14 anos agrediu o zelador da escola verbal e fisicamente. Como apontou André Avelar, a estudante teria quebrado torneiras e uma porta no banheiro. Ao repreender o ato de vandalismo, o funcionário, que não sabia quem era o autor da quebradeira, foi agredido pela aluna.
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"Nos dois últimos casos, vamos decidir, junto com a Vara da Infância e Juventude, que tipo de providência será tomada em relação aos dois alunos. Acredito que pode ser até prestação de serviço à escola, como forma de haver um trabalho pedagógico e não deixar que haja impunidade", disse o diretor, acrescentando que, de imediato, os dois estudantes foram suspensos das aulas até que se defina a situação. A medida, conforme ele, foi adotada em caráter preventivo. "Atos de agressão são repudiados pela comunidade escolar e devem ser denunciados às autoridades", enfatizou Avelar, lembrando que, em função da agressão, o professor de geografia ficou muito abalado e pensa em abandonar a carreira. "Vários outros professores estão querendo deixar de dar aula aqui por causa do medo."
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'Eles não se portam como alunos'
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Outro professor da escola, que preferiu não se identificar, contou que a situação de insegurança entre os profissionais é grande. "Apesar de matriculados, esses estudantes não se portam como alunos da escola, são infrequentes e, quando aparecem, dão problemas. Já informamos as autoridades sobre as ocorrências, mas nada é feito", lamenta o profissional. Na próxima terça-feira, a direção da escola vai se reunir com representantes da Vara da Infância e Juventude e das polícias Civil e Militar, com o objetivo de discutir a questão e traçar metas de enfrentamento.
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André Avelar afirma que, ao longo do tempo, a Deputado Olavo Costa, que conta com 637 alunos e 44 professores, realiza campanhas educativas, como manifestação pela paz e contra o bullying, atuando de maneira preventiva. "Todas essas ações dão resultado a médio e longo prazos. Nosso grande desafio é lidar com situações emergenciais, como os dois últimos casos. Já solicitamos até mais policiamento para escola", afirmou o diretor, ressaltando que já foram encontradas facas e armas de fogo no interior do estabelecimento de ensino. "A parte física do colégio também precisa de intervenção. Vamos investir na instalação de câmeras para garantir mais segurança", apontou.
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Para o delegado titular da 3ª Delegacia de Polícia Civil, responsável pela apuração dos crimes na Zona Norte, Rodolfo Rolli, os casos de agressões contra professores crescem em todo o Brasil, e Juiz de Fora não foge à regra. "As drogas e a delinquência podem ter ligação com este tipo de ocorrência."
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quarta-feira, 22 de maio de 2013

O fim da educação: indisciplina, política e judicialização

Por Lúcio Alves de Barros*

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Professoras e professores estavam discutindo em reunião o problema da (in)disciplina em sala de aula. A coisa me pareceu tão séria que por alguns minutos passaram-me pela cabeça diversas imagens de acontecimentos – muitos deles inaceitáveis – que, aparentemente, vêm se naturalizando entre nós. Algumas delas merecem atenção.
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A primeira diz respeito a como manter a disciplina em sala de aula. Esse problema, antigo e ostensivo tanto nas escolas como nas universidades, não tem passado despercebido em pesquisas na área da educação. No entanto, o problema tem tomado novos perfis a ponto de o estudante recalcitrante ser tratado como vítima. Há tempos tornou-se normal o uso do celular, do smartphone, do tablet em sala de aula. Enquanto o docente ensina, o aluno sem nenhuma vergonha manda mensagens, curte o Facebook, tira fotos e grava suas aulas. Para isso, ele não se contenta em ficar calado; chega ao cúmulo de avisar ao colega que acabou de “curtir” sua mensagem ou que respondeu à altura. Quando ele se abre em atenção à aula, o bravo estudante ainda deseja atenção. Obviamente é praticamente impossível atendê-lo. E, como não foi atendido como quer, lá vai ele para mais uma curtida ou fala inadequada e descontextualizada do que aconteceu em tempo real na sala de aula.
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De forma alguma sou contra a entrada e o desenvolvimento das novas tecnologias de informação, que inegavelmente ajudam na didática, na rapidez nas informações, na construção do conhecimento e nas pesquisas. Mas professores e estudantes – e aqui está o segundo ponto que merece atenção – devem saber os limites ou no mínimo tratar de criar alguns. Comportamentos inaceitáveis em sala de aula são fontes de desrespeito ao corpo docente. Em geral, os discentes estão “pouco ligando” para isso. Eles desconhecem, como os diretores e a supervisão, os regulamentos internos, chegando ao cúmulo de tentar plantar a dúvida e levar o professor às vias de fato quando de um acontecimento sério ou de menos valia na sala de aula. Para isso, basta que o pavio seja aceso e a plateia, inclusive de docentes, goze diante do voyeurismo social sempre sádico e presente nestas ocasiões.
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A questão toma novos contornos quando o discente, do alto de sua sabedoria, ainda cai na onda da judicialização da educação. Esse terceiro ponto se assenta em palavras ou frases como “você tem é que estudar”, “não adianta ficar no celular e fazer a prova”, “depois o coitado sou eu, né!”, “quero ver o que vão falar os seus pais” e “cansei de vocês”, dentre outras, que se constituem verdadeiras bombas para que o discente ou o aluno, antes desatento, resolva levar o docente para a mesa do juiz. Até lá, o poder discricionário do professor em sala de aula já foi esquecido, os nervos já estão sendo colocados em prova, sua capacidade e sua carreira colocadas em xeque, a ameaça ou a denúncia parece crescer de tamanho e ostensividade, sem falar nas versões dos fatos, que, plantadas e encharcadas vão render frutos não comestíveis.
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A judicialização da educação é absurda; ela retira do professor, da coordenação e da instituição escolar toda a sua legitimidade. Por consequência, ela humilha os professores, que, encarcerados em seus poucos recursos, geralmente são esquecidos pelo sindicato e por seus pares. Mais uma vez é possível apontar para o fim da educação. O fim da política nas instituições escolares. Assistimos inertes ao começo do desmonte das entidades garantidoras do controle social e de formação de identidades. Finalmente, vemos de perto a “pá de cal” nas relações daqueles que, por natureza, deveriam estar unidos em causas nobres como a construção do conhecimento, uma sociedade mais humana e, nem que seja por sonho, com liberdade e igualdade.
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* Doutor em Ciências Humanas e professor da Faculdade de Educação da UEMG
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Fonte: Publicado em 21 de maio de 2013 na Revista "Educação Pública". http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/direito/0008.html

terça-feira, 14 de maio de 2013

Educação, violência e mídia


A rua vence a escola

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Editorial: Foi-se o tempo, provavelmente, em que era costume falar da escola e da rua como lugares opostos, destinos capazes de definir de modo desejável ou dramático o futuro da criança ou do adolescente.
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A rua, nesse sentido, invadiu a escola: esta é a conclusão sugerida nos resultados de pesquisa encomendada pelo sindicato dos professores do Estado de São Paulo.
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Ouvidos 1.400 professores, de um total de 230 mil, relata o instituto Datapopular que 44% já sofreram algum tipo de agressão (física ou não) nas escolas da rede pública. Mais da metade diz ter presenciado situações de vandalismo.
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Uma assustadora maioria (84%) conta ter sabido de casos de agressão. O consumo de drogas seria o motivo desse comportamento, segundo 42% dos entrevistados. Conhecem-se, pelo noticiário, episódios isolados de violência grave contra professores. O acontecimento pontual se traduz em rotina, todavia, a julgar pela pesquisa. Alunos e professores parecem correr mais risco dentro da escola do que se ficassem em casa.
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A violência e as drogas perpassam toda a sociedade, sem dúvida, mas ressaltam no caso da escola os sintomas da impunidade. Por medo ou benevolência, autoridades tendem a ver nas infrações contumazes de adolescentes algo a combater sem maior firmeza.
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O coordenador de Proteção Escolar da Secretaria da Educação, Felippe Angeli, declara seu interesse em atuar com as forças da ordem para coibir a ação do tráfico nas escolas. Assegura, ainda, que professores da rede estadual fazem cursos de capacitação para mediar conflitos e incentivar discussão e abordagens inovadoras. Os professores estaduais, se for para contar todas as vezes que se fala em "capacitação", mal teriam tempo de se dedicar à sua atividade primordial, que é a de dar aulas.
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Natural que nem sempre as deem. O absenteísmo dos docentes, ainda que reprimido em boa hora pelo governo do Estado, pode tornar-se em muitas situações nada mais do que uma válvula de escape --ou, em casos extremos, de resguardo da própria integridade.
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Fonte: Folha de São Paulo

Por dia, quase três professores pedem demissão da rede estadual de ensino

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Por Maria Luisa de Melo
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Pagando salários menores do que os da Prefeitura do Rio de Janeiro, e de pelo menos cinco municípios da Baixada Fluminense, a rede pública estadual do Rio assiste a uma debandada de professores no início deste ano. Só nestes cinco primeiros meses, 308 mestres concursados pediram exonerações. Outros 504 se aposentaram. Ou seja, 812 mestres estão fora da rede. O déficit de profissionais, segundo a Secretaria estadual de Educação, no entanto, é de cerca de 800. 
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A principal causa apontada para os pedidos de demissão trata dos baixos salários - R$ 1001 de salário inicial bruto, por 16 horas de trabalho. De acordo com dados do Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe), a média de pedidos de demissão na rede é de 2,5 por dia. Levando-se em conta o número de profissionais que se aposentam, a média aumenta para 6,76.
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O problema, segundo os dados, não é exclusividade da rede estadual. No caso da Secretaria Municipal de Educação, o número de mestres que pediram desligamento de janeiro a maio é ainda maior: 514. No segundo semestre do ano passado, o município se viu às voltas com 1.270 pedidos deste tipo. 
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Concursado do governo do estado em 2010, o professor de Biologia Eduardo Moraes, 28 anos, decidiu abandonar a rede estadual e passar a trabalhar em Mesquita, na Baixada Fluminense. A intenção era aumentar seus rendimentos em R$ 520. "Em 2010, no Rio, eu ganhava R$ 880. Na Prefeitura de Mesquita, passei a ganhar R$ 1400. Como eu moro em Benfica, na Zona Norte, a mudança me exigiu um certo esforço de deslocamento, mas está valendo a pena". Eduardo ardo é um dos milhares de mestres que acumula mais de uma matrícula. Ou seja, trabalha para a Prefeitura de Mesquita e também para a Prefeitura do Rio de Janeiro. "O vale-transporte que o governo do estado me pagava não cobria as minhas despesas de deslocamento para o trabalho. Isso acontece principalmente com aqueles professores que trabalham em mais de uma escola. Este foi mais um dos motivos pelos quais decidi abandonar a rede estadual. É muito trabalho para pouco dinheiro", destaca. 
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O biólogo aponta ainda outras vantagens de se trabalhar fora da capital: "Na rede municipal de educação da Baixada, as turmas tem limite de 30 alunos. Já na rede estadual, o limite oficial é de 60. Isso significa que as turmas na Baixada são menos cheias e é possível trabalhar melhor", aponta. 
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Professora do Ciep Pablo Neruda, no Jardim Catarina, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, Maria Beatriz Lugão Rios diz que o fato de os novos professores concursados serem chamados apenas em meados do ano piora ainda mais a situação da classe. 
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"Os concursados, chamados pelo governo no meio do ano, tem que se encaixar nas turmas já formadas. Ou seja, um professor de Filosofia que é contratado para 12 horas por semana tem que lecionar em 12 turmas distintas já que cada turma tem direito a um tempo de aula desta disciplina. Assim, é comum um professor com apenas uma matrícula acumular aulas em mais de uma escola. O grande problema é que o vale-transporte é para apenas um colégio, né? Assim, o professor desembolsa parte de sua despesa com transporte", critica.
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Contratações não acompanham saída
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Enquanto a saída de profissionais da rede só neste início de ano foi de 812 mestres, as contratações são exatamente a metade: só 406 professores foram chamados este ano para trabalhar na rede estadual.
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Gratificações para diminuir déficit
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Para suprir o déficit de professores, a Secretaria estadual de Educação lançou mão de uma gratificação que praticamente dobra os rendimentos dos mestres. Para isso, os professores também tem carga horária dobrada. Com a chamada "gratificação por lotação prioritária", houve diminuição da carência por professores na rede. Segundo a Secretaria estadual de Educação, a carência de profissionais veio reduzindo desde 2010, quando chegava a 12 mil
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Adolescentes não tem Riocard há três meses
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No Colégio Estadual Vilma Atanásio, em Campo Grande, na Zona Oeste da cidade, as dificuldades vão além da falta de professores da rede estadual de ensino. Muitos estudantes - cerca de 50 - ainda não possuem o cartão Riocard, que dá acesso livre aos estudantes da rede pública. Alguns deixaram a escola, enquanto outros contam com a boa vontade dos motoristas para entrar pela por traseira. 
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Fonte: Jornal do Brasil (on line)