terça-feira, 19 de outubro de 2010

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Estudante vai armado à escola para assustar colegas em Minas Gerais

Publicada em 19 out. 2010

SÃO PAULO - Um menor de 14 anos foi detido por levar uma arma para a sala de aula em uma escola, no centro de Andradas, no Sul de Minas Gerais. Segundo a Polícia Militar, o adolescente teria ameaçado os colegas com uma garrucha. A polícia foi chamada pela diretora da escola. A arma estava sem munição e pertencia a uma coleção do pai do garoto.

O caso do menor foi encaminhado diretamente para o Ministério Público por envolver arma de fogo. Ainda de acordo com a PM, o menino já vinha se envolvendo em discussões com outros estudantes da escola há vários dias. Ele teria resolvido ir até a escola armado para assustar os colegas. Logo após a ocorrência, o pai do adolescente entregou espontaneamente outras sete armas para a Polícia Civil. Ele alegou que todas eram muito antigas e que as colecionava, sem usar. As armas apreendidas vão passar por uma perícia da Polícia Civil.

Fonte: http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2010/10/19/estudante-vai-armado-escola-para-assustar-colegas-em-minas-gerais-922824001.asp

EM CARTAZ...

FILME: O Pequeno Nicolau (Lê Petit Nicolas - França 2009)

Garoto muito amado pelos pais leva uma vida tranquila até o dia em que ouve uma conversa entre eles que o faz pensar que sua mãe está grávida.

Gênero: Infantil
Duração: 1h31
Classificação: livre
Direção: Laurent Tirard
Elenco: Kad Merad, Maxime Godart, Valérie Lemercier

Belas Artes 2
Endereço: Rua Gonçalves Dias
Capacidade: 129 lugares.
Horários: (15h15(*), 17h15, 19h15 e 21h15). (*) Sessões dubladas.
Telefone: (31) 3252-7232.
Preços: Quarta-Feira: R$ 10,00 - Segunda, terça, quinta: R$ 12,00, sexta a domingo e feriados: R$ 14,00.


+ Infos: AgendaBH - http://www.agendabh.com.br/cinema_detalhes.php?CodEve=4499

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Escolas deverão ter ações para coibir o bullying

19 out. 2010

Projeto aprovado na Câmara de Curitiba prevê que ocorrências de violência contra alunos sejam registradas. Objetivo é fazer um mapeamento

A Câmara Municipal de Curitiba aprovou ontem em segundo turno uma lei antibullying. O projeto vai agora para a sanção do prefeito e começa a vigorar já a partir de novembro. A medida vale para as escolas particulares e públicas da capital, que deverão realizar ações que previnam essa prática. Para especialistas, a legislação é bem-vinda, mas precisará de suporte para ser implementada. O projeto de lei que combate o bullying é de autoria dos vereadores Mário Celso Cunha (PSB) e Pedro Paulo (PT). Mário Celso explica que a legislação será colocada em prática pela Se cretaria de Educação. As ocorrências serão registradas para que possa ser feito um mapeamento. “Percebemos que outros estados tinham propostas semelhantes que deram resultado”, diz o vereador. No Rio de Janeiro, por exemplo, desde o mês passado a notificação de situações de agressões nas escolas às autoridades é obrigatória e caso a norma não seja cumprida há multa de 3 a 20 salários mínimos.

O bullying é caracterizado como uma violência intencional prolongada e ocorre em todas as classes sociais. Diversas pesquisas diagnosticam a ocorrência da prática no Brasil. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que Curitiba é a terceira capital no país com maior frequência de bullying: 35% dos estudantes relataram já terem sido vítimas. Psicólogo e professor da Po ntifícia Universidade Católica do Paraná, Cloves Amorim acredita que a legislação será positiva por informar a população. “Uma das características do bullying é o anonimato. Quem é vítima não tem o que fazer. Tem medo e não sabe que é vitima, apenas sofre. Como geralmente isso ocorre na ausência de um adulto, o debate é sempre interessante.”

O projeto prevê que as instituições de ensino devem identificar concretamente as práticas de bullying, desenvolver planos locais de prevenção, capacitar docentes, orientar vítimas e agressores e trabalhar com círculos restaurativos. Veja o que a lei considera bullying:

- Ameaças e agressões verbais e/ou físicas como bater, socar, chutar, agarrar, empurrar;
- Submissão do outro, pela força, à condição humilhante e/ou constrangedora na presença de outros;
- Furto, roubo, vandalismo e destruição proposital de bens alheios;
- Extorsão ou obtenção forçada de favores sexuais;
- Insultos ou atribuição de apelidos constrangedores e/ou humilhantes;
- Comentários racistas, homofóbicos ou intolerantes quanto às diferenças econômico-sociais, físicas, culturais, políticas, morais, religiosas, entre outras;
- Exclusão ou isolamento proposital do outro, pela intriga e disseminação de boatos ou de informações que deponham contra a honra e a boa imagem das pessoas;
- Envio de mensagens, fotos ou vídeos por meio de computador, celular ou assemelhado, bem como sua postagem em blogs ou sites, cujo conteúdo resulte em exposição física e/ou psicológica a outrem.

Lei precisa ser aprimorada

Para a coordenadora técnica do Projeto Não Violência, Adriana Araújo Bini, a dificuldade da legislação será as escolas se organizarem sozinhas. Há 12 anos o projeto de Adriana auxilia instituições de ensino a construir uma cultura de paz. “Palestras pontuais servem apenas para apagar incêndios. Mudar a realidade das escolas é um trabalho sistemático, que envolve uma mudança de cultura”, explica.

Adriana argumenta que o bullying é somente a ponta dos problemas dentro da escola. Ela acredita que os casos desse tipo de violência não necessariamente tenham aumentado e sim ganharam mais visibilidade nos últimos anos. “Nós precisamos, enquanto adultos, repensar nossa postura e nosso papel enquanto formador. Se há violência entre os jovens, nós estamos falhando.”

Exemplo

No Colégio Estadual Senho rinha de Moraes Sarmento, há três anos, os professores têm auxílio do Projeto Não Violência e já conseguiram sentir mudanças no comportamento dos alunos. A professora Sílvia Bueno de Oliveira, integrante da equipe pedagógica, afirma que antes os educadores agiam de forma isolada e hoje a escola tem um discurso único. Hoje os estudantes sabem que os docentes têm uma postura firme contra o bullying e as vítimas se sentem mais seguras para procurar ajuda. “Percebemos uma melhora significativa principalmente durante o intervalo, que é o espaço de maior socialização. Não há mais agressões e há mais liberdade para o diálogo com a equipe pedagógica”, diz Sílvia.

Nas escolas municipais da capital, os professores trabalham esta temática durante as ações de formação continuada. Nara Salamunes, diretora de ensino fundamental, afirma que é preciso educar as crianças para uma mudança de comportamento. “As ações preventivas estão em todas as escolas, mas cada uma identifica e toma as providências de acordo com a realidade de cada instituição.”

A reportagem procurou a Secretaria de Estado da Edu cação, mas a assessoria de imprensa informou que não comentaria esse assunto.

Fonte: Gazeta do Povo (PR)

ABORTADOS PELA VIOLÊNCIA URBANA

por André Silva*

Com o fim do período eleitoral, o eleitor bem informado pôde perceber que o Brasil ainda é um país que necessita urgentemente superar a crise moral e política que à séculos envergonha e oprime o cidadão de bem que paga seus impostos. Prova dessa afirmação é a grande a vitória nas urnas do palhaço Tiririca. Se por um lado existem aqueles que desperdiçam a oportunidade de segurar as rédeas da nação votando em figuras artísticas desprovidas de condições de assumirem alguma função de representação política, há aqueles que souberam muito bem dizer o que pensam ao votarem na alternativa do Partido Verde. Não se pretende aqui fazer campanha a qualquer partido, mas sim chamar a atenção para os eleitores exigentes que fizeram a diferença que evitou a vitória no em primeiro turno.


A nação brasileira necessita de eleitores exigentes e compromissados com o voto que colocam nas urnas, em especial quando o assunto é segurança pública. Segundo dados do anuário de estatísticas criminais do Fórum Brasileiro de Segurança Pública lançado em 2009, no Estado do Espírito Santo exatamente 1.903 pessoas foram assassinadas no ano de 2007 e 1.958 em 2008. Somando os quatro estados da região sudeste, em 2007 foram assassinadas 15.096 pessoas e em 2008 foram 13.813 assassinadas.


Esses números refletem pontualmente a realidade específica dos assassinatos. Ou seja, há ainda os números do latrocínio e das lesões corporais seguidas de morte. Nesse período eleitoral, os mais atentos cidadãos puderam observar que o tema menos debatido e com as promessas mais superficiais foi o da segurança pública. Ou seja, mesmo com mais de vinte mil mortes por assassinato em dois anos, somente na região sudeste, a segurança do cidadão, a preservação da vida, ainda não é levada à sério.

A tragédia que causou graves ferimentos por disparo de arma de fogo a um juiz e sua família na cidade do Rio de Janeiro reflete a tragédia que é a gestão da segurança pública brasileira e a violência que afronta o convívio humanizado e pacífico em sociedade. De um lado, policiais mal remunerados, mal treinados e mal comandados escalados para realizarem uma blitz não oferecem segurança. Não é função constitucional da Polícia Civil realizar blitz e tão pouco atuar no policiamento ostensivo. Do outro lado, mais uma família que quase se somou às estatísticas de homicídios quando amedrontada pela insegurança pública gerada pela violência urbana tentou evitar ser alvo do que eles acharam serem bandidos armados com fuzis.

Em dois anos, milhares se seres humanos são vítimas de um sistema de segurança estadual doente, falido, abandonado e inoperante, de um conjunto de leis que não beneficiam o eleitor que paga seus impostos e anda dignamente e principalmente por uma violência urbana. O debate do aborto que custou tanto aos candidatos no segundo turno não contemplou os abortos realizados diariamente pelos assassinatos, pelos assaltos seguidos de morte, pelas mortes na violência doméstica e pelo tráfico de drogas. Mulheres, jovens e crianças são abortadas brutalmente nesse país. Aos mais de 20 milhões de eleitores que fizeram a diferença cabe a função de exigir da nova governança desse país compromisso com a vida acima dos interesses partidários e econômicos.

* André Silva - Jornalista e Especialista em Criminalidade e Segurança Pública

Fonte: http://questaodesegurancapublica.blogspot.com/

TEATRO, que tal?!

Discussão sobre bullying marca estreia de espetáculo em BH, nesta terça-feira

GUGA MELGAR, 19 out. 2010

Trabalhar a rejeição, problemas de perseguição e apelidos maldosos durante o período da infância e adolescência em uma linguagem acessível à esse público. Essa é a proposta do espetáculo “Triangulinha”, de Mônica Alvarenga, que estreia em Belo Horizonte, nesta terça-feira (19). A peça ficará em cartaz no Teatro Imaculada Conceição, que fica na rua Aimorés, 1.600, bairro de Lourdes.

“Triangulinha” conta a história de uma menina que nasce em forma de triângulo numa família e mundo de redondos e que, por ser diferente de todos, é rejeitada pela família e sofre bullying por parte dos amigos redondos. A peça também traz uma pesquisa sobre as linguagens do teatro com a dança, animação, circo, teatro gestual, teatro mudo e cenografia virtual.

Assinado por Mônica Alvarenga, o espetáculo faz parte do projeto “Afastando os Fantasmas da Infância”, que engloba apresentações teatrais gratuitas em escolas públicas da capital mineira durante os dias 19, 20 e 21 de outubro. A iniciativa, que é a continuidade do trabalho sociocultural “Projeto Tecendo a Vida”, pode ser traduzida como uma tentativa de promover uma reflexão e esclarecimento para as crianças e adolescentes sobre o bullying. "Acreditamos que as maiores vítimas do bullying são as crianças e os adolescentes. Reconhecemos um aumento significativo na forma como ele se revela nos dias de hoje, seja ele expresso verbalmente ou fisicamente, direta ou indiretamente. Tratar deste tema num espetáculo teatral é a forma que encontramos de propor uma reflexão e uma discussão," diz Mônica Alvarenga.

Contando com a atuação dos atores Guilherme Veloso, Douglas Cantudo, Luiza Mayall e Kayo Miller, a peça poderá ser assistida, gratuitamente, por alunos de escolas públicas, que já foram selecionadas pela produção do espetáculo.

Serviço:
Espetáculo: Triangulinha
Local: Teatro Imaculada Conceição, rua Aimorés, 1.600, Lourdes.
Dias: 19, 20 e 21 de outubro
Horários: 9h, 14h e 15h30

domingo, 17 de outubro de 2010

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Juiz manda mãe assistir à aula com filha

Decisão foi tomada pela Justiça de Fernandópolis (SP) sob a alegação de que a jovem de 14 anos faltava demais à escola

FELIPE LUCHETE - 15 out. 2010

A turma do sétimo ano de uma escola estadual de Fernandópolis (553 km de SP) ganhou uma nova aluna há cerca de duas semanas: uma empregada doméstica de 36 anos que, por decisão da Justiça, tem de assistir às aulas ao lado da filha de 14 anos. A menina, segundo o Conselho Tutelar da cidade, faltava constantemente às aulas e chegou a ficar dias fora de casa. A decisão ocorre após a implantação do chamado "toque escolar", em agosto, que permite a policiais e conselheiros tutelares da cidade a abordarem jovens fora da escola em horário letivo.

Integrantes do Conselho Tutelar dizem que foi uma "atitude extrema", depois que outras tantas medidas não deram certo. Mas admitem que o caso pode servir de exemplo a outros pais.

O "toque escolar" foi implantado pelo juiz Evandro Pelarin, da Infância e da Juventude. Para ele, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) dá poder à autoridade para assegurar frequência obrigatória na escola. "Os menores são incapazes perante a lei, são naturalmente imaturos, então os adultos têm o dever de cuidar dos menores", diz o juiz, que também implantou o toque de recolher na cidade.

Para acompanhar a filha, a mãe, que é doméstica, deixou o emprego. A decisão vale por tempo indeterminado. O juiz diz que o caso não é de punição à mãe, que, consultada antes, concordou em ocupar uma carteira na escola estadual José Belúcio. O pai da adolescente, comerciante com mais três filhos, afirma que a ideia de a mãe acompanhar a filha foi deles. Mas reconhece que o salário da mulher fará falta. Além disso, diz ele, a mulher também se queixa do barulho da sala de aula.

Perguntado se ainda assim vale a pena, respondeu: "claro, é para o bem da menina". Segundo o pai, a família conversou antes da decisão com a adolescente e chegou a contratar um psicólogo, sem perceber mudanças. O pai contou à Folha que ele mesmo levava a filha, todos os dias, até a escola, mas ela fugia e acabava sendo encontrada em outros locais, como casas de colegas.

PAIS PEDIRAM

Segundo o conselheiro tutelar Alan Mateus, a decisão sobre a mãe acompanhar a filha em sala ocorreu após os pais procurarem ajuda. A menina e a família, diz Mateus, receberam orientação e advertência oral depois que a escola apontou alto índice de faltas. Como o problema persistiu, ela foi encaminhada a acompanhamento psicológico e social.

A jovem assumiu as faltas, diz ele, mas não fez mais comentários. O pai disse que ela não gostou.
Dirigente estadual de ensino de Fernandópolis, Adélia Menezes da Silva admite que a aluna possa se sentir "pagando mico", mas diz que qualquer participação da família na escola é positiva.

A coordenação da escola disse que a presença da mãe não atrapalha as atividades.

Medidas seguem Estatuto da Criança, diz juiz

Para o juiz Evandro Pelarin, cabe ao Poder Judiciário fazer cumprir a lei.

Folha - Medidas como "toque escolar" e "de recolher" não são extremas?

Evandro Pelarin - São expressão do Estatuto da Criança e do Adolescente. A lei diz que o direito à educação só é efetivado se o menor estiver na sala de aula. Se ele "cabula" aula, esse direito é violado.

Folha - Mesmo se a escola não for atrativa?

Evandro Pelarin - Se a escola é atrativa ou não, isso não afeta o Poder Judiciário, isso é uma questão do Executivo.

Folha - O senhor já notou reflexos?

Evandro Pelarin - Na primeira decisão, saímos de 378 atos infracionais em 2005 para 232, em 2009. Já o "toque escolar", ainda é cedo.

BOCK sobre o assunto...

Justiça não deve impedir a escola de fazer seu trabalho

ANA MERCÊS BAHIA BOCK*

Justiça e Educação são duas importantes invenções humanas, em geral, guiadas pela mesma ética e valores sociais. Mas, nem sempre podem ter seus princípios e ações harmônicos. O caso de Fernandópolis talvez seja um exemplo do conflito entre estas instâncias sociais. O Conselho Tutelar decide que uma jovem de 14 anos será acompanhada por sua mãe em suas atividades escolares na sala de aula.

O que poderia ser incongruente neste caso? A educação é um processo social que visa- entre outras coisas- desenvolver autonomia e responsabilidade nos sujeitos sociais. Suas ferramentas são o conhecimento e as relações sociais. Crianças e jovens aprendem com o exercício da convivência social. E a escola não é um espaço segregado. A escola é experiência social, por excelência.

Quando um juiz determina que a mãe da jovem de 14 anos deve estar com ela na sala de aula, ele atesta a incapacidade da escola de fazer o seu trabalho, interfere nas formas educativas de formar cidadãos e desestimula a autonomia e responsabilidade.

O que assistimos em Fernandópolis é a "judicialização da vida". É a crença de que todos os problemas e questões podem e devem ser resolvidos pela Justiça. Justiça é impositiva, escola é educativa. A educação tem se mostrado um processo social forte e potente para interferir na vida coletiva. É preciso cuidar para que a Justiça não impeça a educação de fazer seu trabalho.

Se medidas educativas não deram certo, por que daria certo a imposição judicial? A escola nunca termina sua tarefa e por isto não se deve, neste campo, dizer que nenhuma medida deu certo.

*ANA MERCÊS BAHIA BOCK é psicóloga e professora da PUC-SP

Fonte: Folha de S.Paulo (SP)