sábado, 8 de setembro de 2012

A última lição de Chico Anysio


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Analice Gigliotti*
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A última entrevista de Chico Anysio, falecido em março, foi feita em sua casa e não foi para nenhum jornal, rádio ou TV. Com cerca de 40 minutos de duração, foi concedida ao psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
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Chico havia sido convidado para ser padrinho da campanha "A sociedade contra o preconceito", da ABP, lançada no Congresso Brasileiro de Psiquiatria, ano passado. Devido ao seu estado de saúde e com medo de não comparecer ao evento, fez questão de deixar algumas palavras aos médicos na abertura do congresso, onde seu depoimento foi exibido.
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Como sua fala é de grande valia, divido com os leitores algumas de suas últimas palavras. Paciente orgulhoso do psiquiatra Marcos Gebara por quase 25 anos, fez questão de explicitar a importância do tratamento psiquiátrico na sua vida. "Sem os remédios da psiquiatria, eu não teria feito 20% do que fiz." O grande Chico Anysio, que divertiu a vida de gerações de brasileiros, sofreu de depressão por anos a fio.
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"Depressão é um quadro que só se controla com remédio. O antidepressivo acertou a minha vida. A psiquiatria é fundamental como o ar que eu respiro." A depressão era "um demônio, um gás letal, ela entra e a pessoa não sente que está deprimida. Os outros é que descobrem".
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Chico definiu como "criminoso" o preconceito contra as doenças mentais, traduzido pela palavra psicofobia. "Achar que ir ao psiquiatra ainda é coisa de maluco é retrato do preconceito. Depressão é uma coisa, maluquice é outra", comparou.
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Chico se revoltou com o descaso com que governos e autoridades lidam com os transtornos mentais e o fornecimento de medicamentos.
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"Se é possível ajudar e curar pessoas e isso não é feito, é crime. O governo tem esse dever. Não é favor colocar os remédios psiquiátricos ao alcance dos pobres, é obrigação. É dever do governo. Remédios psiquiátricos precisam ser gratuitos para quem precisa, assim como já acontece com os soropositivos", propôs.
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Ele afirmava que seu grande mal não era a depressão, mas o cigarro. "Meu pulmão foi meu grande adversário. O grande criminoso da minha vida foi o cigarro. Eu venci a depressão porque pude pagar remédios e psiquiatra. A depressão é vencível, é controlável. É só ir ao psiquiatra e tomar os remédios. O cigarro não."
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Ele era categórico em afirmar que seu único arrependimento em quase 80 anos de vida era o vício no cigarro. "Sou do tempo em que fumar era coisa de macho. Cary Grant fumava, Humphrey Bogart fumava... Conseguir que uma pessoa pare de fumar significa que ela volte a viver", afirmou emocionado. Ele foi capaz de um feito raro: parar de fumar sozinho. Mas, infelizmente, já era tarde demais. Os danos ao pulmão e coração eram de tal ordem que muito pouco poderia ser revertido. Antes de falecer, Chico andava com a ideia de criar uma fundação com seu nome para apoiar os estudos de combate ao tabagismo. Infelizmente, não teve tempo.
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Ele tinha a dimensão do poder que suas palavras poderiam ter para as vítimas de depressão e tabagismo.
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"O humor só existe em países com problemas. Não existe humorista sueco ou finlandês. Do problema nasce o humor. Como humorista, não tenho nenhum poder de consertar uma coisa, mas tenho o dever de denunciá-la. É o que estou fazendo aqui: denunciando a falta de socorro aos doentes mentais no Brasil".
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Que o seu contundente relato alcance aqueles que ainda fumam ou questionam os danos que os transtornos mentais não tratados podem causar na vida de quem os sofre, seus familiares e amigos. Se Chico conseguiu diminuir a tristeza de milhões de brasileiros com o sorriso, que ele possa agora diminuir o preconceito contra as doenças psiquiátricas por meio de suas palavras.
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ANALICE GIGLIOTTI, 48, mestre em psiquiatria pela Unifesp, é medica e sobrinha de Chico Anysio
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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Educação e violência


Editorial: Uma geração de crianças sem escola

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"Apesar do esforço de mais de três décadas que assegurou a matrícula de 97% dos meninos e meninas com idade entre 7 e 14 anos, o Brasil tem contingente de 3,7 milhões de crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos longe de cadernos e livros", afirma jornal

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Fonte: Correio Braziliense (DF)
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Números são frios. Nem sempre conseguem transmitir a carga emotiva que carregam. A assertiva vale para dados divulgados pelo Unicef na semana passada. Segundo levantamento do Fundo das Nações Unidas para a Infância realizado em 25 países (incluído o Brasil), 139 milhões de crianças com idade para cursar o ensino fundamental estavam fora da escola em 2009. A cifra, abstrata, não traduz a dramaticidade do fato.
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Concretizadas, as estatísticas mostram a carga de horror que escondem. Trata-se de sete Austrálias. Ou 3,5 Argentinas. Ou 1,5 Alemanha. É uma multidão de infantes condenados à ignorância, à pobreza, à perpetuação da miséria. São os excluídos da escola, que se mostra incapaz não só de lhes garantir o acesso e a aprendizagem, mas também de retê-los no sistema.
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O Brasil, embora tenha melhorado consideravelmente os indicadores, não está bem na foto. Apesar do esforço de mais de três décadas que assegurou a matrícula de 97% dos meninos e meninas com idade entre 7 e 14 anos, tem contingente de 3,7 milhões de crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos longe de cadernos e livros. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2009, confirmados pelo Censo de 2010.
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Vem, pois, em boa hora, o relatório Todas as Crianças na Escola em 2015. Elaborado pelo Unicef em parceria com a Campanha pelo Direito à Educação, o estudo levanta as causas da exclusão, analisa políticas existentes e apresenta estratégias aptas a responder ao desafio. O ficar à margem do sistema não se deve a um fator, mas à combinação de vários.
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Entre eles, a necessidade de a criança trabalhar para ajudar a família, o despreparo do professor, a má qualidade do material didático, a inadequação dos currículos, a falta de atração da escola. Impõe-se, para superá-los, esforço conjunto de sociedade e governo nos três níveis de poder. Municípios, estados e União precisam se aliar — independentemente de partido ou coloração política — para pôr fim à vergonha que afasta o país do sonho sempre adiado de apagar o analfabetismo (total e funcional) do território nacional.
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Os 5.564 municípios brasileiros escolhem prefeitos em outubro. Alguns se candidatam à reeleição. Outros, ao primeiro mandato. É importante que a sociedade organizada participe ativamente do processo, examine a plataforma dos postulantes, promova debates sobre o assunto e, posteriormente, cobre resultados. Parafraseando Clemenceau, a educação é importante demais para ser deixada nas mãos dos governantes — sem a implacável fiscalização dos cidadãos.
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Fonte: Correio Braziliense (DF)

Escola e cidadania

Luiz Gonzaga Belluzzo*

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A Educação é cláusula pétrea do credo iluminista-republicano. Não há de existir cidadania sem educação universal e pública. Sem ela estariam seriamente arriscadas a liberdade e a igualdade. O ideal da educação para todos nasceu comprometido com o projeto de autonomia do indivíduo, o que supõe capacidade de compreensão do cidadão, enquanto titular de direitos e fonte do poder republicano.
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Os fortes clamores que circulam pelo Brasil e pelo planeta em prol da educação quase sempre estão inspirados numa versão bastarda dos valores originais do humanismo iluminista. Eles sublinham as exigências impostas pelas engrenagens da economia. A chamada Teoria do Capital Humano, por exemplo, cuida de atribuir os diferenciais de crescimento entre países e o agravamento das desigualdades à maior ou menor eficácia dos sistemas educacionais. A experiência dos países asiáticos (Japão, Coreia, Taiwan, China) é invocada como a comprovação da importância da educação para o crescimento acelerado da produtividade da mão de obra, aquisição de vantagens comparativas dinâmicas e melhor distribuição de renda.
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“Trate de conseguir boa educação ou será um dos derrotados pela marcha do progresso.” Este é o desafio que os senhores do mundo lançam aos que lutam por bons empregos. Seria estúpido negar o papel da educação enquanto instrumento da qualificação técnica da mão de obra. Mas os últimos estudos internacionais sobre emprego, produtividade e distribuição de renda mostram o óbvio: a boa educação é incapaz de responder aos problemas criados pelos choques negativos que vulneram as economias contemporâneas.
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Exemplos: desindustrialização, reestruturação das empresas imposta pela intensificação da competição, crise fiscal e perda de eficiência do gasto público. Em suma, se esses fatores reais do crescimento falham, a educação naufraga como força propulsora do emprego e da distribuição de renda. A Europa e os Estados Unidos estão aí para demonstrar que pouco vale ter gente mais “empregável” se a economia patina e não cria novos empregos.
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A visão simplória e simplista da educação obscurece a tragédia cultural que ronda o Terceiro Milênio. A especialização e a “tecnificação” crescentes despejam no mercado, aqui e no mundo, um exército de subjetividades mutiladas, qualificadas sim, mas incapazes de compreender o mundo em que vivem. Os argumentos da razão técnica dissimulam a pauperização das mentalidades e o massacre da capacidade crítica.
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Na sociedade contemporânea esses trabalhos são exe­cutados pelos aparatos de comunicação de massa apetrechados para produzir o que Herbert Marcuse chamou de “automatização psíquica” dos indivíduos. Os processos conscientes são substituídos por reações imediatas, simplificadoras e simplistas, quase sempre fulminantes e esféricas em sua grosseria. Nesses soluços de presunção opinativa, a consciência inteligente, o pensamento e os próprios sentimentos desempenham um papel modesto.
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Os indivíduos mutilados executam os processos descritos por Franz Neumann, em Behemoth, o livro clássico sobre o nazismo: “Aquilo contra o que os indivíduos nada podem – e que os nega – é justamente aquilo em que se convertem.” O mundo da vida aparece sob a forma farsista de um conflito entre o bem e o mal, objetivado em estruturas que enclausuram e deformam as subjetividades. A indignação individualista e os arroubos moralistas são expressões da impotência que, não raro, se metamorfoseia em violência. Convencidas da universalidade do seu particularismo, as “boas consciências” distribuem bordoadas nos que estão no mundo exatamente como eles, só que do lado contrário.
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O domínio do espaço público pelos aparatos de comunicação procede à sistemática lobotomia das capacidades subjetivas que ensejam a crítica e resistem à manipulação. Trata-se de um procedimento de neutralização das funções de contestação massacradas pela publicidade travestida de informação.
Essa engrenagem entrega-se aos labores de remover quaisquer resíduos de razão crítica que os indivíduos livres porventura consigam preservar. Na sociedade de massa é preciso não sentir o que se “pensa”, nem “pensar” o que se sente. A educação dos iluministas, da República e da Democracia nasceu com o propósito de rejeitar essas forças que, nas palavras de Marshall Berman, “transformam a ação humana em repetições ­rançosas de papéis pré-fabricados, reduzindo os homens a indivíduos médios, reproduções de tipos ­ideais que incorporam todos os ­traços e qualidades de que se nutrem as comunidades ilusórias”.
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* Luiz Gonzaga Belluzzo é economista e professor, consultor editorial de CartaCapital
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Fonte: Carta Capital (01/09/2012)

sábado, 1 de setembro de 2012

Insegurança leva escola a suspender aulas

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Por Marcus Araújo
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Cerca de 600 alunos da Escola Estadual Deputado Olavo Costa, no Bairro Monte Castelo, na Zona Norte, foram dispensados da aula ontem em função do clima de insegurança provocado pela morte do aluno Jefferson Luiz da Silva Fernandes, 14 anos, que foi alvejado no pescoço, no último dia 26, durante tiroteio em uma festa popular na Rua Coronel Quintão. O crime teria sido motivado pela rixa entre moradores do Monte Castelo e do Esplanada. A Polícia Militar foi acionada, de forma preventiva, para guardar os portões do colégio. Apesar da ameaça, nada foi registrado. De acordo com o diretor da instituição, André Avelar, desde o assassinato do aluno havia um sentimento de medo rondando a escola, uma vez que existia a suspeita de vingança e invasões na instituição. "Cheguei a receber ligações de vários pais com receio da situação. Hoje (ontem) antes do recreio, percebi que a sensação não era boa entre professores e alunos e, para evitar um mal maior, dispensamos os estudantes, que voltam às aulas na próxima segunda", disse André, completando que, na segunda-feira, haverá uma reunião colegiada aberta à comunidade, com o objetivo de discutir medidas de enfrentamento da violência. Também na terça, como aponta o diretor, ele irá se reunir com representantes da Superintendência Regional de Ensino (SRE) para abordar a ampliação do muro da instituição.
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A Deputado Olavo Costa figurou, no início de agosto, em reportagem da Tribuna, na qual a direção da instituição denunciava diversas invasões no pátio, em função de a escola possuir muro baixo. Seriam jovens, com idades entre 18 e 20 anos, não alunos, que estariam entrando sem permissão. A suspeita era de estes invasores estariam ligados ao tráfico de drogas. Em abril, o jornal flagrou jovens em cima do muro, comprovando a facilidade que eles encontram para entrar no colégio. Constatou também a presença de jovens consumindo drogas nos arredores da escola. A mãe de um estudante chegou a contar que avisou a direção, quando, por volta das 7h30, viu dois homens em atitude suspeita, na porta do colégio, com algo suspeito nas mãos como se quisessem oferecer aos alunos que chegavam para a aula.
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Agressão - Ainda ontem, a PM registrou crime de lesão corporal na Escola Estadual Francisco Bernardino, no Manoel Honório, na Zona Leste, onde um adolescente,16, foi agredido com socos e pontapés por outro jovem, também de 16. O fato foi registrado por volta das 10h, quando os envolvidos estariam jogando bola na aula de educação física e se desentenderam. A vítima sofreu golpes de pontapé e socos, caindo no chão desacordada. Diante da situação, a direção da escola acionou o Samu, que encaminhou o garoto ao Hospital de Pronto Socorro (HPS), reclamando de dores na nuca, no tórax e nas pernas. Ele ficou internado. Segundo a Secretaria de Saúde, a vítima estava estável e aguardava avaliação da neurocirurgia e do cirurgião de tórax. O adolescente suspeito da agressão foi detido e encaminhado para a delegacia, em Santa Terezinha. Conforme a assessoria de comunicação da Polícia Civil, o adolescente foi ouvido e liberado para um responsável legal.
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Ameaça - Os desentendimentos entre jovens também mobilizaram a PM no final da tarde de ontem, na Avenida Getúlio Vargas, no Centro. Havia denúncias de que um conflito entre gangues de bairros rivais pudesse acontecer em um ponto de ônibus da via. Nas últimas semanas, casos graves de tentativas de homicídio e agressões foram registrados na Getúlio. Geralmente, os crimes ocorrem às sextas-feiras.
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PM afirma que age preventivamente - De acordo com o assessor de comunicação organizacional da 4ª Região de Polícia Militar (4ª RPM), major Sebastião Justino, a PM, ao longo do ano, trabalha com ações preventivas a fim de conter conflitos no ambiente escolar, como Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), Jovens Construindo a Cidadania (JCC), Grupo Especializado no Atendimento à Criança e Adolescentes em Risco (Geacar) e Patrulha Escolar. Todos envolvem crianças e adolescentes, com o objetivo de evitar o contato deles com a criminalidade e as drogas. Ainda conforme o militar, quando não há registro de crime, a orientação é que o conflito seja resolvido pela própria comunidade escolar. Já nos casos em que há delito, a PM deve ser acionada via 190, para que possa se dirigir à instituição e prestar o serviço adequado. "A Polícia Militar realiza reuniões com as secretarias estaduais e municipais de educação a fim de promover o debate de medição de conflito, orientando funcionários, professores e alunos a resolverem as divergências sem a mediação do Estado. Claro, se não houver um fato criminoso", ressaltou o assessor, que afirma: "Este tipo de problema também é uma questão ligada à estrutura familiar. Os pais devem impor limites para que seus filhos tenham comportamento mais adequado no ambiente escolar."
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Fonte: Tribuna de Minas (JF - MG)

Escola Pública


País tem 3,7 milhões de jovens fora da escola, diz Unicef

Brasília. O Brasil tem cerca de 3,7 milhões de crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos fora da escola, de acordo com relatório divulgado ontem pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). As maiores defasagens são na pré-escola e no ensino médio.
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Entre as crianças de 4 e 5 anos, o número chega a 1,4 milhão. O levantamento apontou que, nessa faixa etária, a maioria dos não matriculados nos sistemas de ensino é negra - 56% do total. As informações são da Agência Brasil. A renda também é um fator que influencia o acesso à educação, segundo a pesquisa. Enquanto 32% das crianças de famílias com renda familiar per capita de até um quarto do salário mínimo estão fora da escola, apenas 6,9% daquelas oriundas de famílias com renda superior a dois salários mínimos per capita estão na mesma situação.
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Os números indicam que a frequência ainda insuficiente de crianças de 4 e 5 anos está relacionada, muitas vezes, à falta de vagas na rede pública. Por isso, no grupo com renda um pouco maior (dois salários per capita), o percentual de crianças fora da escola é menor, já que, nesse caso, a família acaba optando por pagar uma escola.
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Para Maria de Salete Silva, coordenadora do Programa de Educação do Unicef no Brasil, o desafio de incluir todas as crianças na escola é grande, mas algumas iniciativas governamentais, como o ProInfância, que tem a meta de construir 6.000 creches no país até 2014, são respostas interessantes. "A última política do governo, o Brasil Carinhoso, prioriza as família abaixo da linha da pobreza no acesso à escola e ataca exatamente essa desigualdade".

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Maior desafio para país está no ensino médio
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Brasília. Para Maria de Salete Silva, coordenadora do Programa de Educação do Unicef no Brasil, o maior desafio está nos anos finais da educação básica. O relatório diz que 1.539.811 adolescentes entre 15 e 17 anos estão fora da escola. Nesse caso, os problemas de frequência não estão relacionados à falta de vagas, mas ao desinteresse pelo ensino médio. Para muitos jovens já envolvidos com o mercado de trabalho, a escola é pouco atrativa. "Isso requer uma mudança muito grande no ensino médio", diz Salete. Para ela, é necessário tornar a escolas mais atrativas para a realidade dos jovens. Salete diz ainda que os investimentos do governo no setor precisam aumentar. "A gente discorda de quem acha que o problema da educação no Brasil não é dinheiro, mas, gestão. Nós temos problemas sérios de gestão, mas só com os recursos que temos hoje, não conseguimos incluir todos na escola, ter qualidade, professor bem-remunerado e capacitado, escola com boa infraestrutura. O desafio é enorme".  (Fonte: O TEMPO - MG)