sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Em tempo... de democracia

 

Charge do Jornal Tribuna de Minas (JF-MG) sobre a atitude repressora e arbitrária da PMMG do governador Anastasia com o professor André Nogueira. O professor participava de uma manifestação junto com os alunos no centro da cidade. Mais notícias sobre o caso ver:  http://educacaoemlutamg.blogspot.com/2011/08/professor-do-comando-de-greve-e-preso.html

Três universitários são indiciados por "rodeio das gordas" no interior de SP



SÃO PAULO - O Ministério Público de Assis, a 426 km da capital, indiciou nesta quinta-feira, três universitários por violência contra a mulher. Os estudantes estavam envolvidos no caso "rodeio das gordas". O caso ocorreu entre os dias 10 e 13 de outubro do ano passado, durante os jogos universitários da Unesp. O "rodeio" consistia em agarrar alunas acima do peso e manter-se o maior tempo possível sobre elas. As imagens da agressão a algumas alunas obesas foram parar na internet. Em um site de relacionamento, os estudantes combinaram como seria a prática preconceituosa. O caso foi investigado também por uma comissão criada na faculdade, que suspendeu temporariamente os estudantes no início das aulas, este ano. Segundo a TV Tem , dos três universitários, dois aceitaram acordo com o Ministério Público e irão, a título de indenização, fazer doações a instituições que tratam de dependentes químicos. Já o terceiro indiciado não aceitou a proposta e vai responde a processo na justiça. Na época do ocorrido, o Ministério Público pediu a instauração de inquérito policial para a apuração da responsabilidade criminal dos agressores envolvidos na realização do chamado "rodeio das gordas". O MP argumentou que observou-se "notadamente o desrespeito aos direitos humanos".

O papel da educação na celebração da vida e do planeta Terra



Por Leonardo Boff*

Dada a crise generalizada que vivemos, toda e qualquer educação deve incluir o cuidado para com tudo o que existe e vive. Sem isso, não garantiremos uma sustentabilidade que permita ao planeta manter sua vitalidade, os ecossistemas, seu equilíbrio e a nossa civilização, seu futuro. Somos educados para o pensamento crítico e criativo, visando a uma profissão e um bom nível de vida, mas nos olvidamos de educar para a responsabilidade e o cuidado para com o futuro comum da Terra e da humanidade.

Os analistas mais sérios da pegada ecológica da Terra nos advertem que, se não cuidarmos, podemos conhecer catástrofes piores do que as vividas em 2011, no Brasil e no Japão. Para se garantir, a Terra poderá, talvez, ter que reduzir sua biosfera, eliminando espécies e milhões de seres humanos.

Quando contemplamos a Terra, a partir do espaço exterior, surge em nós um sentimento de reverência diante de nossa única casa comum. Somos inseparáveis da Terra, formamos um todo com ela. Sentimos que devemos amá-la e cuidar dela para que nos possa oferecer tudo que precisamos para continuar a viver.

A segunda excelência do cuidado como atitude ética e forma de amor é o encantamento que irrompe em nós pela emergência mais espetacular e bela que jamais existiu no mundo: o milagre, melhor, o mistério da existência de cada ser individual. Os sistemas, as instituições, as ciências, as técnicas e as escolas não possuem o que cada pessoa humana possui: consciência, amorosidade, cuidado, criatividade, solidariedade, compaixão e sentimento de pertinência a um todo maior, que nos sustenta e anima. Devemos nos sentir orgulhosos de poder desempenhar essa missão para a Terra e todo o universo, mas somente o faremos se cuidarmos de nós mesmos, dos outros e de cada ser que aqui vive.

Poucos expressaram melhor esses nobres sentimentos que o exímio músico e também poeta Pablo Casals. Em discurso na ONU nos anos 80, dirigia-se à Assembleia Geral pensando nas crianças como o futuro da nova humanidade. A mensagem vale também para todos nós, adultos. Dizia ele: "A criança precisa saber que ela própria é um milagre; saber que, desde o início do mundo, jamais houve uma criança igual a ela e que, em todo o futuro, jamais aparecerá alguém como ela. Cada criança é algo único, do início ao fim dos tempos. Assim, a criança assume uma responsabilidade ao reconhecer: é verdade, sou um milagre, do mesmo modo que uma árvore é um milagre. E sendo um milagre, poderia eu fazer o mal?

Acredito que o que estou dizendo às crianças pode ajudar a fazer surgir um outro modo de pensar o mundo e a vida. O mundo de hoje é mau e é assim porque não falamos às crianças do jeito que estou falando agora e do jeito que elas precisam que lhes falemos. Então, o mundo não terá mais razões para ser mau".

Cada realidade, especialmente a humana, é única e preciosa, mas, ao mesmo tempo, vivemos num mundo conflitivo, contraditório e com aspectos terrificantes. Mesmo assim, há que se confiar na força da semente. Cada criança que nasce é semente de um mundo que pode ser melhor. Por isso, vale ter esperança.

Um paciente de um hospital psiquiátrico que visitei, escreveu, em pirografia, numa tabuleta que me deu de presente: "Sempre que nasce uma criança é sinal de que Deus ainda acredita no ser humano". Nada mais é necessário dizer, pois nessas palavras se encerra todo o sentido de nossa esperança face aos males e às tragédias deste mundo.

* Leonardo Boff é filósofo, teólogo e escritor

Fonte: O Tempo (MG)

Greve de professores bate recorde de dias parados em 20 anos

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Acerto de conta em escola

Por ALECY ALVES -  Da Reportagem

Um suposto acerto de contas ocorrido ontem à tarde, por volta da 16h, dentro da Escola Estadual Professora Dunga Rodrigues, no bairro Maringá II, região do Grande Cristo Rei, em Várzea Grande, deixou dois estudantes feridos a balas.

Atingido por um tiro na região do quadril, Jéferson Kelber da Silva Pereira, de 18 anos, aluno do ensino médio noturno, foi socorrido por uma equipe do Samu (Serviço Médico de Urgência). Ele permanece internado no Pronto-Socorro Municipal de Várzea Grande, onde deverá ser submetido a uma cirurgia nas próximas horas.

O outro rapaz, identificado como Jéferson Oliveira, que seria conhecido pelo apelido de “Bocão”, ferido de raspão em um dos braços, fugiu da escola e buscou atendimento por conta própria. Ele recebeu atendimento na mesma unidade de saúde, sendo liberado minutos depois.

“Bocão”, que seria o alvo dos tiros, não é aluno da escola, conforme informações levantadas pela assessoria de imprensa e o Núcleo Escola Segura, da Secretaria Estadual deEducação.

O coordenador do Núcleo, Allan Benitez, esteve no hospital no início da noite e conversou com Jéferson Kelber. Conforme Benitez, o estado de saúde do estudante é estável e não representaria risco de morte. O paradeiro do segundo ferido, “Bocão”, não é do conhecimento da equipe da Seduc.

De acordo com as primeiras informações levantadas pela polícia, a direção da escola e a Seduc, um rapaz, identificado apenas por Bruno seria o autor dos tiros. Ele teria pulado o muro do colégio e atirado quatro vezes na direção de “Bocão”, que conversava no pátio, perto do campinho com o estudante Jéferson Kelber. Com dezenas de alunos em sala de aula e outros circulando pelo campo e corredores, como acontece comumente nas escolas, os tiros colocaram em risco a vida de outros estudantes e também de funcionários.

Apesar de estar instalada em uma região com altos índices de criminalidade, a assessoria da Seduc informou que não há registro de ocorrências de violência dentro da Escola Dunga Rodrigues. Entretanto, é comum a presença de grupo de jovens e adolescentes desocupados no entorno da escola. Talvez, pelo fato de ocupar um prédio que já serviu de unidade de internação de menores infratores e dispor de grande área ociosa a sua volta. Ontem, o diretor Mauro César da Silva, solicitou a elevação do muro da escola acreditando que esse recurso poderá melhorar a segurança no local e prevenir ações semelhantes.

Em Várzea Grande está agendado para a próxima segunda-feira o início das discussões sobre violência nas escolas com professores, diretores, representantes de pais e alunos. O debate faz parte das ações do Fórum Escola Segura, instituído mês passado, depois da morte de um estudante de 16 anos, de uma escola de Cuiabá.

Jovem invade escola no Mato Grosso e dispara contra estudantes

SÃO PAULO - Um adolescente invadiu a Escola Estadual Dunga Rodrigues, no bairro Parque do Lago, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, e feriu a tiros dois jovens nesta quarta-feira. As vítimas estavam no campo de futebol da escola. Os dois baleados levaram tiros na barriga e no braço, e um deles é aluno do estabelecimento. O outro jovem baleado não é estudante da escola.
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O crime aconteceu no intervalo das aulas, por volta das 15h30. Houve pânico entre os estudantes e muitos correram em direção à rua. Ainda não se sabe a motivação dos tiros, mas a direção do estabelecimento acredita em briga entre alunos. O adolescente que atirou conseguiu fugir e a polícia faz buscas.
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Professores não aceitam o "novo" piso e greve continua


Por: NATÁLIA OLIVEIRA E JOANA SUAREZ
A decisão do governo de Minas de pagar o piso nacional de R$ 1.187,97 de forma proporcional a professores do Estado com carga horária de 24 horas semanais não surtiu efeito entre a categoria. Ontem, em uma assembleia - a nona desde que a greve foi deflagrada em 8 de junho deste ano - os servidores recusaram a oferta e decidiram manter a paralisação. No fim da assembleia, a categoria saiu em passeata pelas avenidas da capital e, mais uma vez, provocou um nó no trânsito da cidade.
A categoria não aceita a forma encontrada pelo governo para aplicar o piso definido em lei desde 2008 e reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no último dia 24. Na oferta, o Estado nivela professores de nível médio, superior e até aqueles com pós-graduação e com tempo de serviço distintos no mesmo patamar com remuneração mínima de R$ 712,20, além do pagamento dos benefícios. A mudança no contra-cheque valeria a partir de janeiro do ano que vem. "O Estado está jogando a nossa carreira no lixo. Mais uma vez, o governo ignorou a Lei 15.293/2004 que define o nosso plano de carreira. Quem tem dez anos de serviço ou pós-graduação receberia o mesmo valor de quem tá começando agora", explicou Beatriz Cerqueira, coordenadora do Sindicato único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE).
A crítica da categoria é que a proposta do governo vale apenas para os professores e não inclui os demais servidores da educação. Até então, o governo do Estado propunha o regime de subsídio (salário incorporado aos benefícios) com remuneração mínima de R$ 1.122 para profissionais de nível médio e de R$ 1.320 para os com formação superior. O pacote de propostas do governo foi apresentado numa reunião, pela manhã, intermediada pelo procurador-geral do Ministério Público Estadual (MPE), Alceu Torres Marques, com a presença das secretárias Ana Lúcia Gazzola, da Educação, Renata Vilhena, do Planejamento. Os representantes do sindicato, no entanto, deixaram o encontro dispostos a não aceitar a oferta.
Apesar das queixas do sindicato, o procurador do MPE disse que, com a oferta, o governo do Estado passou a cumprir a lei 11.738, que criou o piso nacional do magistério. No entanto, Alceu Marques reconheceu que a proposta não é a melhor para a categoria. "A decisão do governo realmente desvaloriza a carreira dos professores, mas a greve está prejudicando os alunos", afirmou Marques. Segundo o Sind-UTE, cerca de 9.000 pessoas compareceram à assembleia. A PM fala em 5.000 manifestantes.
MPE quer volta ao trabalho
O procurador-geral do Ministério Público Estadual (MPE), Alceu Torres Marques disse ontem que se os professores não voltarem às salas de aula o mais rapidamente possível, o órgão irá ingressar com ação civil pública na Justiça exigindo o fim da paralisação. No entanto, segundo ele, antes de considerar a ilegalidade da greve, o órgão deverá fazer uma última tentativa de negociação com os professores. A data do encontro não foi definida. "O governo está pagando o valor mínimo definido pelo STF, calculado para 24 horas semanais", explicou.  Ontem, durante a assembleia, professores formaram uma grande fila para entregar um requerimento de ação judicial contra o Estado pelo cumprimento do piso nacional. Conforme reportagem de O TEMPO do último dia 23, desde o dia 4 de julho professores, amparados pelo sindicato, têm ingressado com uma média diária de 150 ações nas varas de Fazenda do Fórum Lafayette.
A professora de matemática, Ana Márcia Rodrigues, viajou de Manhumirim, na Zona da Mata, para entregar 50 requerimentos de colegas para que o governo seja obrigado, na Justiça, a pagar o piso de R$ 1.187,97. "O que o Estado está fazendo conosco é imoral. Tenho 20 anos de sala de aula e só me sinto desvalorizada". O professor de João Carlos Hubner, 48, afirma que não sabe se vai aguentar mais um mês sem remuneração. "Estamos pedindo empréstimos para pagar no ano que vem, mas está cada vez mais difícil", disse.
Após a assembleia, os professores seguiram em passeata pelas ruas da capital em direção à praça da Liberdade, provocando congestionamentos em vários pontos. (NO/JS)
Secretária diz que proposta não muda
Ontem à noite, a secretária de Planejamento, Renata Vilhena, disse que não há possibilidade de o governo voltar atrás na proposta. Segundo ela, o plano de carreiras criado em 2004 defendido pelo sindicato será considerado apenas no regime de subsídio. "O sistema antigo de piso com benefícios está em extinção, por isso não vamos investir mais nele. Já estamos cumprindo o que a lei manda. Ninguém vai receber menos que R$ 712,20". (JS)