sábado, 9 de abril de 2011

Dois alunos continuam em estado grave após massacre no Rio

Dois dos dez alunos feridos que continuam internados após o massacre em uma escola em Realengo, zona oeste do Rio, continuam em estado grave, segundo boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio neste sábado. No ataque, ocorrido na quinta-feira (7), 12 estudantes morreram (dez meninas e dois meninos), e o atirador, Wellington Menezes de Oliveira, 23, ex-aluno da escola, se matou. Das dez vítimas ainda internadas oito são meninos e duas, meninas. Outros dois alunos que também foram feridos - um de 14 anos que teve uma lesão na perna e uma menina de 13 anos que foi baleada no abdome - já tiveram alta. No Hospital Estadual Adão Pereira Nunes está internado um menino de 13 anos que foi baleado no olho direito e foi operado. Ele está sedado em estado grave e respira com ajuda de aparelhos, embora seu quadro seja estável.


No mesmo hospital está internada uma menina de 13 anos que foi atingida no abdome e na coluna. Ela foi operada na quinta-feira e já está lúcida, acordada e respirando espontaneamente. Até ontem seu estado era grave, mas seu quadro apresentou evolução. Três vítimas continuam internadas no Hospital Estadual Albert Schweitzer: um menino de 13 anos, que teve fratura de antebraço e segue em observação, e dois meninos de 14 e 12 anos, ambos baleados no abdome. O de 14 anos está sedado, respirando com auxílio de aparelhos e seu estado é grave, segundo os médicos. O outro encontra-se no pós-operatório, respira por macronebolização e o quadro dele é estável.


Um garoto de 14 anos que sofreu uma lesão vascular grave no ombro direito permanece internado no Hospital Estadual Alberto Torres. Ele foi operado, está consciente e passa bem, de acordo com os médicos. No Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia estão duas vítimas, um menino de 13 anos, baleado no braço, e uma menina também de 13, baleada nas mãos. O estado dos dois é estável. Outro aluno de 13 anos, atingido na perna e no braço, está no Hospital Universitário Pedro Ernesto. O estado dele é estável e ele está consciente, informou a secretaria. O último dos feridos, um menino de 14 anos, está no Hospital da Polícia Militar em estado estável. Ele foi baleado na cabeça, mão e clavícula, e passou por cirurgia na quinta-feira.


ENTERROS - Já foram enterrados os corpos de 11 das 12 vítimas do massacre. Os enterros reuniram centenas de pessoas em dois cemitérios e deixaram familiares e amigos emocionados -- algumas pessoas chegaram a passar mal, mas nenhuma com gravidade. A última das vítimas teve o corpo cremado.


Em luto - Rafael Pereira da Silva, 14, foi a quarta vítima sepultada no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap (zona oeste). Mais cedo foram realizados as cerimônias de Larissa dos Santos Atanázio, 13; Karine Lorraine Chagas de Oliveira, 14; e Luiza Paula da Silveira, 14. No mesmo cemitério, Igor Moraes, 13, foi enterrado às 16h. No cemitério do Murundu, em Padre Miguel, ocorreram os enterros de Mariana Rocha de Souza, 12; Laryssa Silva Martins, 13. Mais de 300 pessoas acompanham as homenagens às estudantes. Entre elas enfermeiros e psicólogos da Secretaria de Saúde, professores e policiais --um helicóptero da Polícia Civil jogou pétalas de rosas. Também foram enterradas no Murundu as meninas Milena Santos Nascimento, 14, e Bianca Rocha, 13. A adolescente Géssica Guedes Pereira, 15, foi velada no local, mas foi enterrada no cemitério Ricardo de Albuquerque. O enterro de Samira Pires, 13, também foi na sexta, no cemitério de Santa Cruz. Ana Carolina Pacheco da Silva, 13, foi enterrada no Memorial do Carmo, no cemitério do Caju (zona portuária do Rio).


TIROS - A tragédia ocorreu por volta das 8h30 de quinta-feira (7), após Oliveira entrar na escola onde cursou o ensino fundamental e dizer que buscaria seu histórico escolar. Depois, disse que daria uma palestra e, já em uma sala de aula, começou a atirar nos alunos. Durante o tiroteio, um garoto, ferido, conseguiu escapar e avisar a Polícia Militar. O policial Márcio Alexandre Alves relatou que Oliveira chegou a apontar a arma para ele quando estava na escada que dá acesso ao terceiro andar do prédio, onde alunos estavam escondidos. O policial disse ter atirado no criminoso e pedido que ele largasse a arma. Em seguida, Oliveira se matou com um tiro na cabeça. Ontem, a polícia informou que Oliveira fez mais de 60 disparos com a mesma arma --um revólver 38 que recarregou nove vezes durante a ação. Ele ainda trazia preso à cintura um revólver calibre 32, que usou poucas vezes. Dois homens foram presos sob acusação de terem vendido uma das armas para Oliveira.


* Fonte: Foto de Danilo Verpa/Folhapress

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