sexta-feira, 1 de abril de 2011

Aluna alvo de bullying ganha escolta da Guarda Municipal


Por: BRUNO TRINDADE


Vítima de agressões psicológicas e físicas no ambiente escolar, uma garota de 12 anos vem recebendo escolta da Guarda Municipal de Belo Horizonte há um mês. A adolescente, aluna do 6º ano da Escola Municipal Dom Orione, no bairro São Luiz, região da Pampulha, é acompanhada diariamente da porta da instituição até a van que faz o transporte da garota até sua casa. A estudante acusada de ser a responsável pela prática do chamado bullying - também aluna da Dom Orione, mas de outra turma -, teria sido expulsa da escola. Ela, porém, estaria indo frequentemente até a porta da escola e mantendo as ameaças.

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Segundo a mãe da adolescente, o assédio à sua filha vinha ocorrendo há cerca de um ano, mas só foi descoberto recentemente. Conforme a mulher, que preferiu não ser identificada, a agressora atirava merenda na filha, puxava seus cabelos, dava rasteiras e colocava apelidos. A última agressão, segundo ela, foi um tapa no rosto, na última terça-feira, dentro da escola. Dessa vez, a aluna teria apanhado de outra menina, amiga da adolescente que teria iniciado a violência.


A mãe diz que a filha está sendo coagida sem nenhum motivo. "Disseram que não iam com a cara dela e que a achavam metida. Minha indignação é por ela não ter feito nada com ninguém", lamenta. A mulher relatou ainda que fica muito preocupada com a filha quando ela está na escola. "É um alívio quando ela chega em casa".


Avaliação.


A Secretaria Municipal de Educação negou a expulsão da aluna apontada como agressora e disse que ela mudou de escola por opção da família. A Guarda Municipal confirmou a escolta da outra estudante. A secretaria informou ainda que o caso está sendo avaliado, já que a adolescente não apresenta sintomas de vítimas de bullying, como vontade de mudar de escola ou de se isolar do convívio com outros alunos.


A jovem, conforme a secretaria, gosta das aulas e participa de várias atividades. Após reunião ontem entre a secretaria e a direção da escola, familiares das garotas envolvidas serão chamadas à instituição. A Secretaria Municipal de Educação informou ainda que, além dos programas existentes contra a prática do bullying, será implantado o programa Rede de Paz nas Escolas, que pretende discutir todas as questões do ambiente escolar.


Para especialistas, polícia deve ser a última alternativa


Segundo a psicóloga escolar Simone Silveira, a polícia e a Justiça devem ser a última alternativa buscada, mesmo em casos de bullying extremos. Ela defende que o problema deve ser resolvido dentro da própria escola e com o auxílio das famílias dos envolvidos. A especialista afirma que vítima e agressor precisam de acompanhamento psicológico.


"É preciso cuidar do emocional, e não só da segurança da vítima. Já o agressor precisa aprender os limites, num trabalho conjunto de pais e escola. O principal é tomar medidas preventivas", avalia. De acordo com ela, vítimas de bullying podem sofrer consequências graves, como depressão e síndrome do pânico, se não receberam um acompanhamento adequado. (Tâmara Teixeira)


Fonte: Jornal O Tempo (on line)

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