Vinícius Lisboa e Paulo Junior
RIO - A Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste, recebeu 20 pedidos de transferência em apenas quatro dias, segundo o diretor Luís Marduk. O diretor disse, contudo, que alguns pais já desistiram da intenção de tirar os filhos da escola, que nesta segunda-feira reabriu para os alunos. Na unidade, 12 crianças foram mortas por Wellington Menezes de Oliveira , ex-estudante do colégio.
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Renata dos Reis Rocha, de 35 anos, esteve no colégio na manhã desta segunda-feira para pedir o histórico e a transferência da filha Brenda Rocha Tavares, de 13 anos, que está internada no Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia (Into), devido aos ferimentos causados pelos tiros. Ela é irmã gêmea de Bianca Tavares, que morreu na tragédia. - Minha filha viu a irmã morrer e está muito nervosa, não quer voltar para a escola de jeito ennhum. Mas não vou deixar ela perder o ano - disse Renata. Neste primeiro dia, apenas atividades culturais. A expectativa é de que os estudantes voltem à rotina gradativamente.
Segundo a Secretaria municipal de Educação, não há prazo para as aulas retornarem à rotina habitual. Os professores e a direção do colégio recepcionarão os alunos do 9º ano, que realizarão apenas atividades culturais e lúdicas, como a criação de mosaicos e a pinturas de paredes. As tarefas poderão ser acompanhadas pelos pais. Uma equipe de psicólogos estará a postos no local para dar apoio à comunidade escolar.
- Eu não vou parar de estudar por conta do que houve - diz M.V.S, aluno do 5º ano, que, no dia da invasão, refugiou-se com os colegas e a professora em uma sala do 3 andar. Andrea Tavares, mãe de T.T.M., de 13 anos, que continua internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, diz que a filha terá a chance de escolher se quer permanecer ou não no colégio.
- Não quero decidir isso por ela.
Tenho uma outra filha que, por sorte, perdeu o horário da aula no dia da tragédia. Essa já decidiu que vai continuar lá - afirma Andrea. Segundo a mãe, T.T.M., baleada no braço e na cintura, foi operada às pressas no Hospital Estadual Albert Schweitzer no dia 7 e, em seguida, transportada de helicóptero para o Hospital Adão Pereira Nunes. Andrea conta que sua filha teve uma infecção nos pontos internos do abdômen, obrigando-a a enfrentar uma nova cirurgia no sábado. Ela diz que a menina está lúcida e que se recupera bem, mas que não há previsão de alta.
- Voltar para o colégio vai depender da vontade dele. É a melhor escola da região. Gostaria que ele voltasse. Por aqui, não temos opções de bons colégios - conta a cabeleireira Carla Daniele Vilhena de Souza, diante do enteado, Carlos Matheus Vilhena de Souza, que levou um tiro de raspão.
Fonte: O Globo.com
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