sábado, 17 de julho de 2010

NOTÍCIAS...

Pai de menino baleado dentro de escola no Rio critica governador

De SÃO PAULO - 17 jul. 2010

O corpo de Wesley Gilbert Rodrigues de Andrade, 11, foi sepultado no final da manhã deste sábado, no cemitério de Irajá, zona norte do Rio. Colegas e professores do Ciep Rubens Gomes, onde o menino estava quando foi atingido no peito por uma bala perdida, na manhã de ontem, disseram estar traumatizados e sem saber como voltarão à escola.

No vídeo da TV UOL, o pai, o caixa de restaurante Ricardo Freire de Andrade, 31, criticou o governo do Estado e disse que o governador só tomará providências "quando acontecer com o filho dele". Ele ainda decidirá se vai entrar com ação contra o Estado. Nenhuma autoridade municipal ou estadual compareceu ao enterro. A escola é municipal, e a Polícia Militar, estadual, poderá ser responsabilizada pela morte de Wesley. A polícia fazia uma operação em favelas de Costa Barros (zona norte) contra traficantes, e os tiroteios culminaram na morte do menino. Em função do episódio, o comando da Polícia Militar exonerou ontem o coronel Fernando Príncipe do comando do 9º Batalhão de Polícia Militar.

Wesley morou com pai em São Paulo até os 8 anos. Depois veio para o Rio morar com a mãe, já que o casal era separado. Havia a possibilidade de ele voltar a morar com o pai, que desejava ir para Recife, sua cidade natal, para tentar escapar da violência da área em que o menino morava.

Ainda sobre esta notícia:

Professor de aluno baleado diz que Samu demorou mais de meia hora; Estado nega

Denise Menchen, DO RIO

O professor de educação física Felipe Ribeiro afirmou na manhã de hoje, no enterro de Wesley Gilbert Rodrigues de Andrade, 11, que o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado "três ou quatro vezes" após o menino ser baleado dentro da escola municipal onde estudava em Costa Barros, na zona norte do Rio, mas, meia hora após o ocorrido, ainda não tinha chegado ao local. O menino foi atingido durante troca de tiros entre policiais do 9º BPM (Rocha Miranda) e criminosos de favelas vizinhas à escola. A polícia investiga o caso.

O estudante acabou removido do local no carro de uma professora e só foi transferido para a ambulância quando os veículos se cruzaram. Ele morreu antes de chegar ao hospital. "Primeiro liguei para os Bombeiros e disseram que era para ligar para o Samu. Liguei três ou quatro vezes em meia hora e eles não chegavam. Aí duas professoras, com ajuda do pessoal da limpeza, enrolaram o Wesley e o botaram no carro", afirmou Ribeiro.

A informação é contestada pela Secretaria Estadual de Saúde. A assessoria de imprensa do órgão diz que todas as ligações recebidas pelo Samu são gravadas e que houve apenas uma chamada, às 8h59. "Às 9h02, a ambulância saiu do quartel mais próximo, e, às 9h10, cruzou com o carro que estava levando o menino", afirmou a assessoria. Wesley foi enterrado hoje no cemitério de Irajá, sem a presença de autoridades. O governo do Estado pagou o sepultamento.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/

Nenhum comentário:

Postar um comentário