sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Ceará dá aumento a 130 professores e sindicato vai manter greve



Por Daniel Aderaldo

O governo do Ceará concedeu reajuste salarial para um grupo de 130 professores que ganha abaixo do piso nacional do magistério e deixou de fora aproximadamente 35 mil educadores que compõem a rede estadual, entre ativos e inativos. A categoria, em greve há 56 dias, tentou impedir a votação da matéria pela Assembleia Legislativa nesta quinta-feira (29) com a realização de um protesto. Eles reivindicam que a carreira seja contemplada em todos os níveis e vão manter a paralisação.

O reajuste só contempla o nível inicial da carreira. Na prática, apenas um grupo de 130 professores que possuem apenas a formação de nível médio se encaixam nesse perfi, segundo a Secretaria de Educação do Ceará (Seduc). Eles ganham abaixo do piso nacional e passarão a receber R$ 1187.
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Os professores, contudo, reclamam que a alteração na tabela de vencimentos não tem impacto nos níveis superiores da carreira. A categoria protestou durante toda manhã tentando convencer os parlamentares a tirarem a matéria de pauta, mas os manifestantes acabaram entrando em confronto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, dois professores ficaram feridos e a mensagem foi aprovada. Os grevistas estão contrariados com a proposta do governo que, além de não acrescer nenhum valor ao vencimento dos professores graduados, pós-graduados e com mais tempo de serviço, também compromete a progressão da carreira dos educadores. Hoje, a progressão é anual. Se a nova proposta for sancionada, passará a ser de dois em dois anos. A matéria também modifica a gratificação por regência de classe, que atualmente é 10% do salário e se tornará 10% do vencimento base de R$ 1187.
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“Os professores estão, na verdade, perdendo direitos. Mesmo os que estão ganhando esse reajuste. A lei do piso nacional não é só o valor do salário base, ela também tem consequências na carreira”, defendeu o presidente do Sindicato dos Professores do Ceará (Apeoc), Anízio Melo. O líder do governo na Assembleia, deputado Antonio Carlos (PT), argumentou que o governo tinha a intenção de enviar uma mensagem que contemplasse todos os níveis da carreira, mas diante da persistência da categoria em continuar a greve, o governador Cid Gomes (PSB) quis resolver logo a situação dos professores que ganham abaixo do piso estabelecido por lei nacionalmente. “A idéia era um plano global que envolveria todos os níveis. Esse foi o acordo do governador com a categoria, mas isso estava condicionado ao fim da greve”, disse o parlamentar.


Foto: Daniel Aderaldo/iG
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Segundo o deputado petista, na última reunião de negociação com o comando de greve, o governador propôs priorizar o nível inicial de graduados. Assim, eles teriam um reajuste de R$ 1,4 para cerca de R$ 2 mil. “Os sindicalistas reagiram. Disseram que tinha que ser para toda classe, então o governador apresentou o orçamento de 29,5% para a educação e pediu que a categoria distribuísse na carreira e construísse um plano, mas isso condicionado à suspensão da greve. Mas não houve a suspensão da greve”, ponderou.
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Segundo a direção do sindicato, a categoria irá realizar uma nova assembleia na manhã desta sexta-feira (30), em frente à Assembleia Legislativa, para decidir o destino da greve. “Com a aprovação da mensagem, temos que ampliar a mobilização e a ideia agora é que essa mensagem não seja sancionada e que o governo sinalize para uma negociação que possa ter como parâmetro uma proposta de carreira mais global”, informou Anízio Melo.

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