sexta-feira, 18 de junho de 2010

NOTÍCIAS...

Escolas públicas pagam segurança terceirizada contra pichadores

Instituto de Educação, que não conta com o serviço, passará por “despiche” neste sábado, a partir das 9 horas

Agostinho dos Santos - Repórter - 18/06/2010

Foto de Marcelo Prates

Alvo constante de pichações e todo tipo de vandalismo, os prédios públicos pedem segurança redobrada. Um dos exemplos é o Instituto de Educação (Iemg), na Região Hospitalar, cujas paredes estão tomadas por cartazes ilegais e pichações. neste sábado (19), sua fachada passará por um “despiche”, com a ajuda de alunos e populares. Na mesma região, o Grupo Escolar Pedro II tem segurança 24 horas e, depois de reformado, segue intacto. Os dois são guardados por segurança terceirizada contratada pela Secretaria de Estado da Educação. Por seu lado, a polícia faz operações para conter a ação dos vândalos.

O contraste pela dimensão dos prédios é gritante. Enquanto o grupo escolar, com área de 4.723 metros quadrados, cuja reforma demorou dois anos e foi entregue aos alunos em março deste ano, é vigiado por 16 seguranças por 24 horas, o Instituto de Educação, com 13.499 metros quadrados, tem apenas oito, com revezamento. Durante o dia apenas um trabalha para cuidar de milhares de alunos e tomar conta do prédio.

A secretaria não soube informar quantas escolas no Estado possuem segurança terceirizada, mas adiantou que só aquelas consideradas de risco e que tenham prédios tombados, contam com o serviço. Segundo informação de uma grande empresa especializada em segurança patrimonial, um vigilante custa em média R$ 2 mil mensais e que no caso do Iemg seriam necessários cerca de 25 para cobrir toda a área. Enquanto o Estado conta com segurança particular, além da Polícia Militar, que dá apoio, a prefeitura tem a Guarda Municipal para cuidar dos prédios da cidade e entre eles as escolas. São 1.850, que contam com viaturas e motos e que também trabalham em regime de 24 horas, em algumas escolas. A corporação é responsável também pela catalogação de pichadores. São mantidos em seus arquivos mais de 3 mil fotografias de rabiscos e desenhos, com a suposta identificação dos autores.

Se alguns prédios públicos não contam com segurança ideal, a saída é tentar conscientizar a população de como preservar e cuidar deles. Iniciativas como o Movimento Respeito por BH tentam recuperar áreas atacadas port vândalos. Neste sábado, a partir das 9 horas, acontece mais uma ação de “despiche”, justamente no Instituo de Educação para limpar os muros da escola, que é tombada pelo Patrimônio Público e cuja arquitetura data da época da construção de Belo Horizonte. O movimento conta com o trabalho em conjunto da Secretaria Municipal de Segurança, Guarda Municipal, Ministério Público Estadual (MPE), Polícia Militar, Polícia Civil e alguns setores da sociedade civil. Os alunos e ex-alunos prometem deixar a fachada do prédio limpo e todo o material usado, será doado pela iniciativa privada.

Na quinta-feira (17), a Delegacia de Meio Ambiente realizou, com apoio de policiais de outras delegacias, a Operação BH Limpa 2, para prender e indiciar pichadores identificados na Capital e Região Metropolita. Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, com 12 conduzidos. Entre eles, sete suspeitos de terem pichado o Pirulito da Praça 7, na semana passada.

Além dos detidos, foi apreendido material utilizado nas pichações, como tinta, sprays, placas, bandeiras, pincéis, fotografias, camisas com estampas pichações, cadernos de anotações e computadores que registravam a ação dos suspeitos. Os conduzidos irão responder a inquérito por crime contra o meio ambiente e dano ao patrimônio público e privado. A pena pode ser de prestação de serviços, reparação do dano e multa que varia de R$ 1 mil a R$ 50 mil. Denúncias sobre vandalismo podem ser feitas pelo telefone 181, o Disque Denúncia.

Polícia quase prende fotógrafo

A ação quase terminou com a prisão do fotógrafo Renato Cobucci. Por volta de 8h30, na delegacia onde os rapazes prestavam depoimento, recém-inaugurada na Rua Piratininga, no Bairro Carlos Prates, Região Noroeste da capital, um dos agentes de polícia, que se identificou como Breno, deu voz de prisão ao jornalista quando, acompanhado da repórter Renata Galdino, buscava informações da ação policial. Depois de afirmar que Cristianne não falaria com a imprensa, o fotógrafo novamente pediu para que ela pudesse pelo menos explicar o motivo de não poder atender aos dois jornalistas. Bastante exaltado, irritado e gritando no interior da delegacia, o agente afirmava que o fotógrafo estava questionando a ordem da delegada e “desacatando a autoridade”. Depois de pedir a identificação, Breno dizia, esbravejando, que o funcionário do HOJE EM DIA estava detido e que somente sairia dali depois de registrado o boletim de ocorrência. O fotógrafo foi empurrado pelo agente. Breno levou Cobucci para a sala de registro de BO. Somente após uma ordem dada pela delegada Cristianne, o fotógrafo foi liberado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário