Secretaria da Educação já autorizou 356 contratações para lugar dos grevistas, a maioria a partir de terça (Foto de Luiz Costa)
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Professores temporários, contratados para substituir os grevistas, já estão assumindo salas de aula do 3º ano do Ensino Médio nas escolas de Minas. A Secretaria de Estado da Educação (SEE) autorizou, até o meio-dia de sexcta-feira (12), 356 designações, das aproximadamente 3.200 previstas. A expectativa é de que a partir de terça-feira (16) as aulas sejam retomadas na maioria das 378 escolas afetadas pela paralisação que já completou 39 dias efetivos.
No Colégio Estadual Central, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, as aulas não voltaram ontem, como havia previsto a inspetora da unidade, Melanie Maria Baeta Pereira. Segundo a vice-diretora, Roseane Lopes, foi feito o pedido para substituição de cinco professores para o turno da manhã e de todos os educadores para as seis turmas do 3º ano noturno. A previsão é de que as aulas comecem a partir de quarta (17) ou quinta-feira (18).
Na unidade, os alunos vivem a expectativa de retomar as aulas perdidas. A estudante Rafaela Stefani, de 17 anos, está sem as disciplinas de Matemática, Geografia, Filosofia e Sociologia há dois meses. Para ela, mesmo com os professores substitutos, o prejuízo é grande demais e dificilmente será reparado. “Não há como repor mais de 30 dias sem aula”, diz. O aluno Fábio Totti, de 18 anos, também lamenta a paralisação e diz que os estudantes já estão cansados da greve. “Como vou fazer uma prova no Enem se não tive aula da disciplina?”, questiona.
Uma das escolas que já designaram professores substitutos é a Estadual Leonina Mourthe de Araújo, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Lá, 11 dos 14 educadores provisórios aprovados pela SEE já assinaram os contratos. Na segunda-feira eles irão conhecer o cronograma da unidade e na terça já assumem as turmas. Também para a terça-feira é previsto o retorno das aulas na Escola Estadual Catarina Jorge Gonçalves, no Conjunto Água Branca, em Contagem. Segundo a direção da unidade, dez substitutos foram selecionados ontem e devem começar a atuar nas seis turmas dos turnos matutino e noturno.
O processo de contratação de novos professores também está adiantado na Escola Estadual Augusto de Lima, em Nova Lima, cujas aulas foram completamente suspensas desde o início da greve, no dia 8 de junho. O pedido para a contratação de 20 professores foi feito na última quinta-feira. A previsão é que os alunos voltem às aulas na quarta-feira.
Panfletagem e carroçada por melhores salários : Os professores grevistas realizaram na sexta-feira (12), dois atos na luta pela aplicação do piso salarial nacional em seus vencimentos básicos. Pela manhã, 33 educadores entregaram panfletos na ponte metálica sobre o Rio das Velhas, na BR-381, na divisa entre Sabará e Belo Horizonte. O impacto sobre o trânsito foi inevitável. À tarde, o protesto foi realizado na Avenida Vilarinho, em Venda Nova. No lugar de passeata e carreata, foi feita uma “carroçada”, como um contraponto ao slogan “Minas Avança”.
Um dos grevistas presentes no ato era a professora de Geografia Graziella da Costa Moreira Souza, de 34 anos. Ela é educadora há 16 e conta que seu salário bruto é de R$ 1.900, mas o vencimento base é apenas de R$ 567. O restante que compõe o contracheque são bonificações e extras, como biênio e quinquênio. “Trabalho 37 horas semanais em duas escolas. Dentro das salas, somos ameaçados por alunos e, se chamamos a atenção deles, chegam a arranhar o nosso carro. Se ganhássemos mais, acredito que o ensino seria melhor”, afirma.
Fonte: Hoje em Dia (MG)
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