Por Joana Suarez
A Secretaria de Estado de Educação (SEE) admitiu ontem que a greve dos professores, iniciada no último dia 8 de junho, irá estender o ano letivo pelo menos até o dia 13 de janeiro de 2012. Em encontro com deputados estaduais, a secretária de Estado de Educação, Ana Lúcia Gazzola, afirmou que, devido à perda de 40 dias letivos (até ontem), será inevitável utilizar o mês de janeiro para fazer a reposição das aulas.
Em entrevista a O TEMPO, Ana Lúcia disse que a medida é uma alternativa para que os 336 mil alunos afetados pelo movimento não tenham o ano comprometido. "Não vamos deixar que os estudantes percam o ano letivo", garantiu a secretária.
Balanço divulgado ontem à noite pela SEE indicava que a adesão à paralisação aumentou com mais 12 instituições afetadas pela greve. Dos 3.777 colégios do Estado, 78 estão totalmente parados e 690, parcialmente prejudicados pelo movimento, segundo o órgão. O governo autorizou que as escolas façam a designação de 2.502 profissionais. Com isso, o Estado espera agilizar o preenchimento das vagas dos grevistas. A assessoria da SEE informou que só terá um balanço das contratações na próxima semana. Levantamento divulgado na última sexta-feira pelo órgão indicava que apenas 356 professores haviam ocupado as vagas disponíveis. A medida visa atender aos alunos do 3º ano do ensino médio, que se preparam para o vestibular e irão fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em outubro.
Ontem, algumas escolas retomaram às aulas com a chegada de profissionais substitutos. Na Maurício Murgel, no bairro Nova Suíça, região Oeste de Belo Horizonte, 11 professores foram designados para atuar nas sete turmas do 3º ano. "Vamos repor as aulas em todos os dias possíveis para amenizar a perda de conteúdo", afirmou a diretora Sônia Marinho.
Uma das contratadas foi a professora de português Clariza Eduardo de Souza, 34. Formada em letras, a experiência dela, até então, era com o ensino fundamental. "Já cheguei passando várias atividades. Não podemos perder tempo", disse. Para a vaga de professor de sociologia, a escola não tinha candidatos até ontem. As demais disciplinas foram preenchidas. Segundo a diretora, como 70% dos 150 profissionais da unidade aderiram à greve, os alunos do 1º e 2º ano permaneciam sem aulas.
Saiba mais
MPE. O Sind-UTE vai enviar ao Ministério Público a lista de escolas que contrataram professores sem habilitação para lecionar.
Resposta. A SEE informa que os professores substitutos podem ser habilitados em área de ensino afim, como, por exemplo, um engenheiro que pode dar aula de matemática.
Reunião. No dia 24 está prevista uma nova reunião entre sindicato, governo e MPE.
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A contratação de professores substitutos levou alguns educadores em greve a retomar seus postos em escolas de Belo Horizonte e região metropolitana.Na Professor Guilherme de Azevedo Lage, no São Gabriel, região Nordeste da capital, 40% dos docentes envolvidos no movimento anunciaram ontem que vão voltar a dar aulas. Segundo a diretoria da unidade, antes de optar pela contratação de substitutos, os profissionais efetivos foram contactados por telefone e convidados a desistir da paralisação. Na escola São João da Escócia, em Santa Luzia, oito substitutos foram contratados. Faltou apenas o de física. Explicada a situação pela diretora, o titular se comoveu e retornou ao colégio.
Se o professor em greve voltar à escola e encontrar um profissional em seu lugar, o substituto permanecerá na escola por seis meses, mas em outras atividades pedagógicas, recebendo R$ 1.320 mensais. (JS)
Fonte: O Tempo (MG)
Fonte: O Tempo (MG)
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