Estudante de 16 anos é esfaqueado na escola
Guilherme Arêas e Mariana Nicodemus, repórteres
Um estudante de 16 anos foi internado em estado grave após ser esfaqueado dentro da Escola Estadual Estêvão de Oliveira, no Centro, no final da tarde de ontem. De acordo com a Polícia Militar, a vítima teria se envolvido em uma briga com outro aluno, da mesma série do ensino médio, no horário da saída, por volta das 17h15. O agressor teria usado uma faca de cozinha para desferir três golpes no tórax do estudante. Desacordado e em estado grave, o aluno foi encaminhado pelo Samu para o Hospital de Pronto Socorro (HPS), onde passava por cirurgia até o fechamento desta edição. Nove viaturas da 30ª Companhia da PM foram empenhadas na ocorrência.
A faca de cozinha que provavelmente foi usada no crime foi encontrada cheia de sangue no chão próximo ao portão da escola. O objeto foi apreendido pelos policiais e encaminhado à delegacia, em Santa Terezinha, junto com um boné, que também apresentava manchas de sangue. Por volta das 20h30 de ontem, segundo a PM, o adolescente que teria praticado a violência, também de 16 anos, foi apreendido no Bairro Retiro, na Zona Sudeste. No entanto, até o fechamento desta edição, ele não havia chegado à delegacia.
Um pai de duas estudantes da instituição, que funciona na Rua Oscar Vidal, no Centro, relata o desespero das pessoas que presenciaram a violência. "Vi muita gente saindo da escola correndo, e alguém gritou que tinha gente esfaqueada lá dentro. Como ainda não tinha encontrado a minha filha, entrei para ver se a achava. Foi aí que vi o garoto todo ensanguentado, caído, parecia que estava morto. Muitas crianças começaram a chorar, todo mundo ficou em pânico", relata o professor, que preferiu não ser identificado. "Também sou professor de escola pública, e não sabemos mais o que fazer com esses jovens", completa. Segundo os militares do Centro, o Estêvão de Oliveira não tem histórico de brigas graves, como a que ocorreu ontem. Por isso, o policiamento tem se concentrado em outras instituições de ensino do Centro, como as escolas Normal (Instituto Estadual de Educação) e Delfim Moreira (Grupos Centrais). "Estávamos na Escola Delfim Moreira (também no Centro) para evitar brigas lá, mas, nesse meio tempo, acabou que ocorreu aqui", comentou um policial, que também preferiu manter o anonimato.
Para a diretora da subsede de Juiz de Fora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), Victória de Fátima Melo, os colégios não são "ilhas" e, portanto, sofrem influência da sociedade. "Se os adolescentes estão vivendo essa cultura de resolver seus conflitos com violência, a escola não ficará imune. Temos a clareza de que o problema é social e que a escola, sozinha, não o resolverá", comenta, acrescentando que é responsabilidade do Estado garantir a integridade e a assistência ao professor frente a atual situação de violência no ambiente escolar. A Superintendência Regional de Ensino informou que já havia sido comunicada sobre o ocorrido na Estêvão de Oliveira ontem, porém a diretora em exercício não estava na cidade para comentar o caso. A diretora da instituição também foi procurada, mas, muito abalada, não quis se pronunciar.
Fonte: Tribuna de Minas (JF - MG)
eu assiti a briga
ResponderExcluireu estudo no estevao