quinta-feira, 17 de março de 2011

Alunos enfrentam barro e goteira para estudar


Publicado no Super Notícia em 17/03/2011

Por JAQUELINE ARAÚJO

Nas salas de aula, estudantes convivem com goteiras no telhado, mofo e reboco se soltando
.
Alunos do distrito de Andiroba, na cidade de Esmeraldas, região metropolitana de Belo Horizonte, estão encontrando dificuldades para estudar. O primeiro problema enfrentado é conseguir chegar à Escola Estadual João Nazário, já que a estrada que dá acesso ao local é de terra e está em péssimas condições por causa do barro causado pela chuva. Já na escola, os estudantes se deparam com os problemas na infra-estrutura do imóvel.

Após uma denúncia de um pai insatisfeito com a situação, a diretora da escola, Gilk Patente, que atende alunos do ensino fundamental, recebeu a reportagem do jornal Super Notícia e mostrou os problemas enfrentados pelos alunos. A escola, construída em 1968, está precisando com urgência de uma reforma. Com o período chuvoso, os problemas se tornam mais visíveis. Duas salas de aula estão com goteiras no teto, que está com pedaços soltos, manchas de mofo e, ainda, o reboco das salas está descascando. Os alunos da 7ª série precisam assistir às aulas amontoados próximos ao quadro para não serem atingidos pelas goteiras.

A instituição, além de receber os alunos do distrito de Andiroba, também é frequentada por estudantes dos bairros vizinhos como Vale do Bom Jesus e Melo Viana. São cerca de 25 km que os estudantes precisam percorrer entre asfalto e estrada de terra. Segundo a diretora Gilk, os alunos que saem dos bairros vizinhos não estão comparecendo às aulas desde a última segunda-feira devido à incapacidade de o transporte escolar chegar até a escola por causa dos atoleiros que se formaram nas estradas.

A ex-aluna da escola Ivny Cristina França, de 16 anos, que, desde o primeiro ano estudou na escola, conta que já sofreu para estudar no período das chuvas. "O teto da sala sempre estava pingando e tínhamos que ficar afastando as carteiras por causa das goteiras, além das poças de água que se formavam na sala", conta.

O motorista do ônibus que transporta os estudantes, Márcio Rodrigues de Freitas, de 44 anos, disse que passar nos atoleiros é um risco grande. "Em outro ano, tentei passar com os alunos e derrapou muito. Tive medo de que o veículo tombasse", contou.

Obras na estrada de terra só depois do período de chuva
.
A Secretaria de Estado de Educação reconhece que a Escola Estadual João Nazário tem problemas urgentes e que precisa de reforma no telhado. Ontem, um engenheiro de obras compareceu à escola. Após um laudo feito por ele, um relatório deve ser enviado, no prazo de uma semana, para o setor de obras para ser providenciada uma recuperação emergencial.

A escola já havia feito, em 2008, um pedido de reforma geral, que incluía a construção de um refeitório, e entrou na lista de espera das escolas que pedem reformas. Sobre a situação das estradas que dão acesso à escola, a Secretaria de Obras e Transportes da Prefeitura de Esmeraldas informou que está ciente da situação, mas que só pode realizar uma ação efetiva após o período chuvoso. Ontem, foi enviada uma equipe ao local, onde se constatou que há três pontos críticos. Máquinas serão enviadas para recuperar o trecho após o fim das chuvas. (JA)

Foto de Charles Silva Duarte

Um comentário:

  1. a chuva esta voltando e a ate hoje a estrada nao foi recuperada agora todos enfrentam e a poeira.

    ResponderExcluir