terça-feira, 22 de novembro de 2011

Governo propõe remuneração unificada e piso de R$ 1.122


JOANA SUAREZ

Uma nova proposta de remuneração para os professores da rede estadual foi apresentada ontem pelo governador Antonio Anastasia (PSDB). Todos os professores serão transferidos, obrigatoriamente, para o sistema de subsídio, que incorpora os benefícios da categoria a um salário único. O regime antigo de vencimento básico mais benefícios será extinto. O substitutivo ao projeto de lei 2.355/11, com todas as alterações à nova política de remuneração dos servidores da educação, será enviado hoje à Assembleia.

O governo garante que ao considerar o tempo de serviço e a escolaridade do profissional e calcular todas as gratificações da categoria em cima do piso salarial nacional de R$ 712,20 (proporcional à jornada mineira de 24 horas semanais), os profissionais antigos serão beneficiados com salários superiores aos dos mais recentes. Com a proposta, a remuneração mínima passa a ser de R$ 1.122. O sindicato da categoria reprovou a política e manteve a paralisação marcada para hoje.

De acordo com a nova proposta, o crescimento da remuneração dos profissionais da educação será escalonado em quatro anos. Até janeiro de 2015, considerando os reajustes anuais - no próximo ano será de 5% - o professor estará recebendo salário dentro do novo regime, com progressão e reajuste de 2,5% para cada dois anos de trabalho e de 10% para cada nível de escolaridade avançado.

O novo salário será calculado da seguinte forma: soma-se ao piso de R$ 712,20 todos os benefícios adquiridos como quinquênio, biênio e vale-transporte. Esse valor será reajustado de acordo com o tempo de serviço do trabalhador e a escolaridade.

Exemplo. Se o profissional tem licenciatura plena e dez anos de trabalho, avança duas letras na tabela, no sentido horizontal, e dois níveis, na vertical. De acordo com o exemplo divulgado pelo Estado, um professor com 27 anos de exercício e que ganhe hoje R$ 1.486,91 no sistema antigo vai receber R$ 2.101,68 em 2015. Em janeiro de 2012, com a primeira parcela do reajuste, esse servidor irá receber R$ 1.673,14.

Antes de migrar para o regime unificado definitivo, o professor será transferido para uma tabela de transição, que vai considerar apenas o piso nacional mais os benefícios para posteriormente aplicar o subsídio (ver tabela abaixo) já na letra e número correspondente à situação de cada docente. De acordo com o governo, a nova proposta representa um impacto de R$ 2,1 bilhões na folha de pagamento.

Reação
Greve pode voltar, diz Sind-UTE
A coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira, classificou a proposta do Estado como "inacreditável". Ao ser informada pela imprensa dos planos do Estado, a sindicalista chegou a rir. "O governo voltou a falar em subsídio? É inacreditável. Entramos em greve pedindo a aplicação do piso federal na carreira da educação. O sistema unificado não é vencimento básico é congelamento do salário e o fim dos nossos direitos".

A assembleia de hoje às 14h no pátio da Assembleia, segundo Beatriz, está mantida. De acordo com a representante dos professores, a proposta do Estado não avança em nada na reivindicação que a categoria vem fazendo desde o início da greve que durou 112, entre junho e setembro. Segundo ela, o estado de greve está mantido e os professores podem deixar as salas de aula, mais uma vez, ainda neste ano. "Na semana passada, fizemos redução de carga horária e reuniões nas escolas. Amanhã (hoje) vamos traçar novas ações".

Quebra de acordo. Para o Sind-UTE, o governo de Minas não cumpriu o acordo feito no fim da greve, quando prometeu negociar a nova política de remuneração com a categoria. A comissão de negociação criada em 28 de setembro se reuniu seis vezes, mas sem acordo. A última reunião foi cancelada na semana passada e ontem o governo anunciou a proposta em coletiva à imprensa.

O governador Antonio Anastasia deu a negociação como encerrada. "Conseguimos chegar a uma política justa e ousada, que será definitiva. A proposta é extraordinária". (JS)
Fonte: O Tempo (MG)

2 comentários:

  1. È UM ABUSO, É INACREDITÁVEL COMO NOSSO GOVERNADOR NÃO CONSEGUE CUMPRIR COM A PROMESSA FEITA, COMPROMISSO ASSINADO E QUE TODOS NÓS JÁ VIMOS E ELES QUEREM NOS ENFIAR O SUICÍDIO GOELA ABAIXO.
    sE ESSE PROJETO FOR APROVADO PODEREMOS TODOS NÓS DESISTIR DA EDUCAÇÃO, TEREMOS QUE PROCURAR OUTRA PRAIA, QUEM SABE ASSIM SEREMOS MAIS VALORIZADOS.

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  2. È um absurdo! Agora todos os professores deveriam entrar em greve. Sou professora efetiva no Estado e nunca tinha sentido vontade de abandonar o magistério e infelizmente agora sinto. Talvez trabalhar como faxineira ganhe mais que essa imposição indecente. Que o Governador tenha raiva dos professores tudo bem, mas ele também é nosso servidor e muito bem pago com dinheiro suado do povo.
    Sai fora governador.

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