Por: Meraldo Ziisman*
Nossos espaços midiáticos estão totalmente ocupados com a endêmica corrupção nacional e outros assuntos politicamente correlatos enquanto os fazedores de opinião esquecem-se das causas, por exemplo, da tragédia do Realengo, que decorrem do nosso mais crasso erro: o Desinvestimento Histórico em Educação.
Como médico há quase meio século, creio ter o direito de chamar a atenção dos senhores fazedores de opinião para o fato de que o desenvolvimento sustentável brasileiro passa, necessariamente, pela Educação. Mas o discurso (da maioria desses senhores), não corresponde à práxis. Falou-se muito (na telinha, nos jornais. Facebook, YouTube, etc.) sobre um livro publicado pelo Ministério da Educação e Cultura.
O ministro Fernando Haddad veio a público em defesa desse livro didático da Coleção “Viver, Aprender”, que diz que é correto falar com erros de concordância, dependendo do contexto. Tudo bem, a democracia é regime político em processo de amadurecimento. Cada um pode ter a sua opinião... muito embora julgue ser a defesa da norma culta do idioma uma empreitada meritória. O meu “argumentum ad nauseam”: lutem pela defesa da nossa língua. Mas não se esqueçam da violência nos intramuros escolares.
No caso do bullying, deu-se algumas vezes maior destaque à discussão para escolher uma tradução apropriada para o termo do que ao grave significado do fato real. Anglicismofobia? Toda fobia representa um medo mórbido, como todos sabem, não sendo necessário ser profissional da área psicológica para entender isso. Um autor norte-americano declara que a violência escolar ou bullyng - ou qualquer outra palavra ao gosto de nossas autoridades linguísticas - virou um espetáculo quase circense (conferir na revista Cult - Editora Bragantini, nº 157, de maio de 2011).
O psicologista Fanz C. Sacco, autor do livro Preventing Bullying and School Violence (Prevenindo o Bullying e a Violência nas Escolas), declarou à jornalista Fernanda Paula: “bullying é um show e um ato psicológico, repetido na frente de uma plateia. O agressor e a vitima fazem parte do espetáculo midiático (online ou na escola) e os espectadores estão em toda parte". O casal presidencial norte-americano, Michelle e Barak Obama, discursaram sobre o tema em 10 de março de 2011 () enquanto que aqui no Recife o nosso Diario de Pernambuco, em manchete que teve repercussão nacionalpós-tragédia do Realengo reportou: 12 mortos, 190 mihões de feridos (abril de 2001).
Como médico e colaborador do Diario, deixo este lembrete para o Caderno Opinião que, de quando em vez, me permite espaço como leitor e cidadão: a profilaxia permanece sendo (apesar de todos os avanços científicos), a melhor arma contra doenças e epidemias... de todas as sortes e de todos os tipos, inclusive contra a doença social chamada bullying. E essa profilaxia chama-se Educação.
* Meraldo Ziisman é medico-psicoterapeuta - meraldozisma@uol.com.br
Nossos espaços midiáticos estão totalmente ocupados com a endêmica corrupção nacional e outros assuntos politicamente correlatos enquanto os fazedores de opinião esquecem-se das causas, por exemplo, da tragédia do Realengo, que decorrem do nosso mais crasso erro: o Desinvestimento Histórico em Educação.
Como médico há quase meio século, creio ter o direito de chamar a atenção dos senhores fazedores de opinião para o fato de que o desenvolvimento sustentável brasileiro passa, necessariamente, pela Educação. Mas o discurso (da maioria desses senhores), não corresponde à práxis. Falou-se muito (na telinha, nos jornais. Facebook, YouTube, etc.) sobre um livro publicado pelo Ministério da Educação e Cultura.
O ministro Fernando Haddad veio a público em defesa desse livro didático da Coleção “Viver, Aprender”, que diz que é correto falar com erros de concordância, dependendo do contexto. Tudo bem, a democracia é regime político em processo de amadurecimento. Cada um pode ter a sua opinião... muito embora julgue ser a defesa da norma culta do idioma uma empreitada meritória. O meu “argumentum ad nauseam”: lutem pela defesa da nossa língua. Mas não se esqueçam da violência nos intramuros escolares.
No caso do bullying, deu-se algumas vezes maior destaque à discussão para escolher uma tradução apropriada para o termo do que ao grave significado do fato real. Anglicismofobia? Toda fobia representa um medo mórbido, como todos sabem, não sendo necessário ser profissional da área psicológica para entender isso. Um autor norte-americano declara que a violência escolar ou bullyng - ou qualquer outra palavra ao gosto de nossas autoridades linguísticas - virou um espetáculo quase circense (conferir na revista Cult - Editora Bragantini, nº 157, de maio de 2011).
O psicologista Fanz C. Sacco, autor do livro Preventing Bullying and School Violence (Prevenindo o Bullying e a Violência nas Escolas), declarou à jornalista Fernanda Paula: “bullying é um show e um ato psicológico, repetido na frente de uma plateia. O agressor e a vitima fazem parte do espetáculo midiático (online ou na escola) e os espectadores estão em toda parte". O casal presidencial norte-americano, Michelle e Barak Obama, discursaram sobre o tema em 10 de março de 2011 () enquanto que aqui no Recife o nosso Diario de Pernambuco, em manchete que teve repercussão nacionalpós-tragédia do Realengo reportou: 12 mortos, 190 mihões de feridos (abril de 2001).
Como médico e colaborador do Diario, deixo este lembrete para o Caderno Opinião que, de quando em vez, me permite espaço como leitor e cidadão: a profilaxia permanece sendo (apesar de todos os avanços científicos), a melhor arma contra doenças e epidemias... de todas as sortes e de todos os tipos, inclusive contra a doença social chamada bullying. E essa profilaxia chama-se Educação.
* Meraldo Ziisman é medico-psicoterapeuta - meraldozisma@uol.com.br
Fonte: : Diário de Pernambuco (PE)
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