O Estado de São Paulo - 13 fevereiro 2011
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A descoberta, relatada na edição mais recente da revista American Sociological Review, sugere que os esforços para combater o bullying em escolas devem se concentrar mais nas hierarquias sociais. "Em geral, o status faz aumentar a agressão", disse o sociólogo Robert Faris, da Universidade da Califórnia em Davis, que chefiou o estudo. Faris e um colega estudaram os relacionamentos entre 3.722 alunos do ensino médio e superior ao longo de um ano letivo e descobriram que a propensão de adolescentes à agressão aumentou junto com seu status social.
O auge do comportamento agressivo foi atingido quando alunos chegaram ao 98.º percentil de popularidade, sugerindo que eles estavam se esforçando ao máximo para chegar ao topo. Os pesquisadores quantificaram isso realizando pesquisas com alunos de 8.ª, 9.ª e 10.ª séries em 19 escolas da Carolina do Norte, no outono de 2004 e de novo na primavera de 2005. Pediu-se para os alunos nomearem até cinco melhores amigos. Pediu-se também que eles nomeassem até cinco alunos que haviam molestado nos três meses anteriores e até cinco alunos que os haviam molestado.
Nos casos em que houvera agressão, os alunos classificaram os fatos como ataques físicos, bullying verbal direto ou ofensas indiretas - como espalhar rumores ou colocar colegas no ostracismo. As pesquisas também perguntaram sobre as notas dos alunos, participação em equipes esportivas, histórico de encontros amorosos, raça e renda familiar.
Os resultados permitiram a Faris criar "mapas sociais" de cada escola, traçando todas as relações positivas e negativas entre alunos. Embora o estudo reforce estereótipos populares sobre "panelinhas" sociais em escolas, ele contradiz noções acadêmicas sobre agressão, disse Faris.
"Durante muito tempo houve uma ênfase em ver a agressão como produto do ambiente doméstico", disse ele. "Aqui estamos obtendo um quadro diferente." As descobertas sugerem que os programas contra o bullying precisam focar no papel da maioria não violenta de alunos, disse a psicóloga da Universidade da Califórnia em Los Angeles, Jaana Juvonen, que estuda o bullying em escolas.
"É realmente decisivo que os espectadores falem", disse Juvonen, que não esteve envolvida no estudo. "Se há um jovem agressivo a quem todos se dobram, isso envia um sinal ao molestador de que o que ele está fazendo está funcionando."
Rosalind Wiseman, que tem 17 anos de experiência em educação, disse que o estudo refletia a experiência de muitos educadores. Foi precisamente esse comportamento que a levou a escrever Queen Bees and Wannabes (o livro que inspirou o filme Meninas Malvadas), em que a garota bonita e meio nerd interpretada por Lindsay Lohan vai ficando maldosa à medida que sua popularidade cresce. "É sempre bom ter um reforço", disse Rosalind. (LOS ANGELES TIMES) TRADUÇÃO DE CELSO M. PACIORNIK .
O auge do comportamento agressivo foi atingido quando alunos chegaram ao 98.º percentil de popularidade, sugerindo que eles estavam se esforçando ao máximo para chegar ao topo. Os pesquisadores quantificaram isso realizando pesquisas com alunos de 8.ª, 9.ª e 10.ª séries em 19 escolas da Carolina do Norte, no outono de 2004 e de novo na primavera de 2005. Pediu-se para os alunos nomearem até cinco melhores amigos. Pediu-se também que eles nomeassem até cinco alunos que haviam molestado nos três meses anteriores e até cinco alunos que os haviam molestado.
Nos casos em que houvera agressão, os alunos classificaram os fatos como ataques físicos, bullying verbal direto ou ofensas indiretas - como espalhar rumores ou colocar colegas no ostracismo. As pesquisas também perguntaram sobre as notas dos alunos, participação em equipes esportivas, histórico de encontros amorosos, raça e renda familiar.
Os resultados permitiram a Faris criar "mapas sociais" de cada escola, traçando todas as relações positivas e negativas entre alunos. Embora o estudo reforce estereótipos populares sobre "panelinhas" sociais em escolas, ele contradiz noções acadêmicas sobre agressão, disse Faris.
"Durante muito tempo houve uma ênfase em ver a agressão como produto do ambiente doméstico", disse ele. "Aqui estamos obtendo um quadro diferente." As descobertas sugerem que os programas contra o bullying precisam focar no papel da maioria não violenta de alunos, disse a psicóloga da Universidade da Califórnia em Los Angeles, Jaana Juvonen, que estuda o bullying em escolas.
"É realmente decisivo que os espectadores falem", disse Juvonen, que não esteve envolvida no estudo. "Se há um jovem agressivo a quem todos se dobram, isso envia um sinal ao molestador de que o que ele está fazendo está funcionando."
Rosalind Wiseman, que tem 17 anos de experiência em educação, disse que o estudo refletia a experiência de muitos educadores. Foi precisamente esse comportamento que a levou a escrever Queen Bees and Wannabes (o livro que inspirou o filme Meninas Malvadas), em que a garota bonita e meio nerd interpretada por Lindsay Lohan vai ficando maldosa à medida que sua popularidade cresce. "É sempre bom ter um reforço", disse Rosalind. (LOS ANGELES TIMES) TRADUÇÃO DE CELSO M. PACIORNIK .
Fonte: O Estado de SP
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