terça-feira, 3 de agosto de 2010

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Morte do menino Wesley:
Ciep Rubens Gomes adota medidas para evitar novas vítimas fatais


Jornal - O Dia / 03 ago. 2010

Rio - O Ciep Rubens Gomes, escola onde morreu o menino Wesley Guilber de Andrade, de 11 anos, anunciou nesta terça-feira que os alunos não estudarão nas salas viradas para as comunidades do Chapadão, Pedreira e Quitanda, localizadas no entorno da escola municipal. A medida visa evitar que mais crianças sejam atingidas por tiros disparados durante operações policiais contra traficantes da região.

A decisão foi tomada pela direção da escola e anunciada na manhã desta terça-feira, em solenidade que marcou a volta às aulas. O Ciep Rubens Gomes tem um total de 1,2 mil alunos. A mãe de Wesley, Islane Rodrigues, participou do evento e falou da tristeza de não ver o filho na escola."É muito triste voltar aqui (Ciep) e ver que meu filho não está. Espero que as autoridades tomem alguma providência para evitar que outras pessoas fiquem feridas ou sejam mortas", disse Islane.

A Secretaria municipal de Educação planeja construir um muro em volta da escola para evitar novos incidentes como o da morte do menino. O menino Wesley Gilbert estudava no Ciep Rubens Gomes no momento em que policiais militares do 9º Batalhão (Rocha Miranda) trocavam tiros com bandidos que, de acordo com testemunhas, seriam do Morro da Pedreira. Ele ainda chegou a ser socorrido por duas professoras e levado para o Hospital Carlos Chagas, mas não resistiu aos ferimentos. Antes, chegou a receber os primeiros cuidados numa ambulância que o socorreu na Estrada do Camboatá, em Cascadura.

Após a ação desastrosa, o coronel Fernando Príncipe, comandante do 9º Batalhão (Rocha Miranda), foi exonerado do cargo. Mesmo com a morte do menino, o policial militar defendeu que as operações na região sejam mantidas. “O Ciep é irrelevante. Se não houver Ciep, haverá uma casa, uma fábrica. Mas o pior é não realizar operações”.

Emoção no sepultamento

Wesley foi enterrado na manhã do dia 17 de julho no Cemitério de Irajá, na Zona Norte. No sepultamento, acompanhado por 70 pessoas, amigos da vítima e professores lembraram os momentos de horror. A professora do menino, Mariza Helena, foi a primeira a prestar socorro: “Quando ouvimos os primeiros tiros saímos da sala e nos posicionamos no corredor. Ali era um lugar que considerávamos mais seguro. Mas o tiroteio parou e voltamos para a sala de aula. De repente, ouvimos novos disparos. As crianças começaram a correr para fora, mas uma bala entrou na sala”.

Mariza contou que depois de ser atingido, Wesley ainda correu até o corredor. “Ele caiu no chão do corredor e começou a sangrar. Os coleguinhas gritavam pedindo que não deixasse ele morrer. Tenho 40 anos de magistério, 17 só nesta escola. Mas, depois disso, não sei se conseguirei voltar para a sala de aula”, desabafou.

Fonte: http://odia.terra.com.br/portal/rio/html/2010/

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