Diretor de escola municipal não vê bullying
Apenas 2,7% dos dirigentes disseram que há casos em suas escolas; para sindicato, existe subnotificação; 31,4% dos educadores afirmaram que houve ameaças em suas escolas
Os dirigentes das escolas municipais de São Paulo têm dificuldades para identificar em suas unidades a presença do Bullying (intimidação sistemática praticada por alunos contra colegas frágeis). A constatação é do sindicato da categoria, com base em conversas com filiados e levantamento recém-concluído com os servidores.
Na pesquisa, somente 2,7% dos dirigentes disseram que há Bullying em suas escolas. Foram ouvidos cerca de 10% dos diretores, supervisores e coordenadores. "Há claramente uma subnotificação de casos", afirmou o presidente do Sinesp (sindicato da categoria), João Alberto Rodrigues de Souza. "As pessoas não perceberam as diversas formas de intimidação. Não é só quando colocam um menino na lata de lixo. Teremos de ampliar a discussão com a rede."
De acordo com ele, boa parte dos colégios ainda vê intimidações entre os alunos como inerente à vida escolar.
O sociólogo Rudá Ricci, responsável pelo estudo, aponta a hora do intervalo como principal exemplo do despreparo das escolas. "É quando mais ocorre o Bullying, mas a escola vê como momento de descanso da equipe, e os alunos ficam entregues à própria sorte."
Outra dificuldade, diz, é a condição de trabalho dos dirigentes; 31,4% afirmaram que houve ameaças e 23,6%, agressão verbal. "Nesse quadro, o dirigente fica mais atento à sua defesa e pode deixar a situação dos alunos em segundo plano."
A preocupação com o Bullying extrapola a rede municipal. Na terça-feira, haverá simpósio sobre o tema promovido pelo Sieeesp, sindicato das escolas privadas de SP, no colégio São Luís.
"Os estudos mostram que o Bullying tem um caráter "democrático", afeta crianças no mundo todo, em escolas de rico, de pobre", afirma o psiquiatra infantil Gustavo Teixeira, que estuda o tema. "Isso acaba com o discurso de algumas escolas de que "aqui isso não existe"", disse.
VIOLÊNCIA
Na pesquisa, somente 2,7% dos dirigentes disseram que há Bullying em suas escolas. Foram ouvidos cerca de 10% dos diretores, supervisores e coordenadores. "Há claramente uma subnotificação de casos", afirmou o presidente do Sinesp (sindicato da categoria), João Alberto Rodrigues de Souza. "As pessoas não perceberam as diversas formas de intimidação. Não é só quando colocam um menino na lata de lixo. Teremos de ampliar a discussão com a rede."
De acordo com ele, boa parte dos colégios ainda vê intimidações entre os alunos como inerente à vida escolar.
O sociólogo Rudá Ricci, responsável pelo estudo, aponta a hora do intervalo como principal exemplo do despreparo das escolas. "É quando mais ocorre o Bullying, mas a escola vê como momento de descanso da equipe, e os alunos ficam entregues à própria sorte."
Outra dificuldade, diz, é a condição de trabalho dos dirigentes; 31,4% afirmaram que houve ameaças e 23,6%, agressão verbal. "Nesse quadro, o dirigente fica mais atento à sua defesa e pode deixar a situação dos alunos em segundo plano."
A preocupação com o Bullying extrapola a rede municipal. Na terça-feira, haverá simpósio sobre o tema promovido pelo Sieeesp, sindicato das escolas privadas de SP, no colégio São Luís.
"Os estudos mostram que o Bullying tem um caráter "democrático", afeta crianças no mundo todo, em escolas de rico, de pobre", afirma o psiquiatra infantil Gustavo Teixeira, que estuda o tema. "Isso acaba com o discurso de algumas escolas de que "aqui isso não existe"", disse.
VIOLÊNCIA
Diferentemente do sindicato dos gestores, a Secretaria Municipal de Educação afirma que é baixa a ocorrência de violência e agressões entre alunos da sua rede. "O percentual de 2,7% de gestores que relatam casos de Bullying em suas escolas é condizente com o levantamento feito pela secretaria", disse em nota a gestão Gilberto Kassab. A pasta citou dados de pesquisa com pais ano passado, à época da aplicação do exame chamado Prova São Paulo. As famílias deram notas superiores a 7,6 (em 10) às equipes escolares.
"Não há indícios de que as escolas vivam clima de agressões e ameaças, o que não significa que não haja, eventualmente, esse tipo de ocorrência", disse. Segundo a pasta, o tema da violência é trabalhado por docentes de todas as disciplinas.
Colaborou FABIANA REWALD
Fonte: Folha de São Paulo (SP)
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