RIO — A estudante Isadora Faber, de 13 anos, criadora da página-denúncia ‘Diário de Classe’, no Facebook, foi intimada a prestar depoimento nesta terça-feira sobre as acusações de uma professora de que teria cometido crimes de calúnia e difamação. A página da menina na rede social ganhou repercussão na mídia nacional ao denunciar os problemas da Escola Básica Maria Tomázia Coelho, em Florianópolis, Santa Catarina. A comunidade já tem mais de 260 mil "curtidas".
.
“Eu nunca tinha entrado numa delegacia antes, mas lá dentro todos me trataram muito bem mesmo. Estranhei pois para mim o assunto já estava encerrado desdo início do mês quando ela me pediu desculpas, eu aceitei e publiquei, está aqui até agora. Como vocês podem ver, não é fácil manter o Diário no ar.”, disse Isadora em um post ontem.
.
Em agosto, Isadora publicou na página alguns dos episódios de discórdia entre ela e a professora de português: “Hoje a professora de português Queila preparou uma aula pra me ''humilhar'' na frente dos meus colegas, a aula falava sobre politica e internet, ela falava que ninguém podia falar da vida dos professores, porque nós podíamos ter feito muitas coisas erradas pra eles odiarem e etc. Eu e acho que a maioria dos meus colegas entenderam o recado ''pra mim''. Além disso quando vou até o refeitório as cozinheiras começam a falar de mim, na minha frente e rir, eu e a Melina (minha colega) fomos reclamar com a diretora, então ela disse que eu tenho que aguentar as consequências e que a partir de agora seria assim com todos, não resolveu o problema. Confesso que fiquei muito triste ...”, dizia um dos textos.
.
No post desta terça, Isadora falou que, antes de receber a intimação, a professora sugeriu, na última aula, que todos os alunos lessem os artigos 8 e 9 do regimento interno do colégio. Os códigos citados dizem que é vedado aos alunos “levantar injúria ou calúnia contra colegas, professores ou funcionários, bem como praticar contra eles, atos de violência de qualquer espécie; promover ou participar de movimento de hostilidade ou desprestígio à unidade ou às pessoas que nela trabalham, inclusive por meios eletrônicos (internet, celulares, etc)”, prevendo, em caso de desrespeito às regras, medidas sócio-educativas.
.
“A mim me parece censura (...) não sofri nenhuma medida sócia educativa, fui parar direto na delegacia mesmo. Acho que ela deveria ler o regimento também”, retrucou a menina no Facebook.
A Secretaria municipal de Educação de Florianópolis informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o assunto foge à alçada do governo já que "tornou-se um caso particular entre uma cidadã , que é professora da Escola Maria Tomázia Coelho, e a família de uma aluna do estabelecimento de ensino".
Nenhum comentário:
Postar um comentário