tag:blogger.com,1999:blog-21761825079249913442024-02-19T04:25:59.593-03:00Educação, Política e SociedadeEstado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.comBlogger1370125tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-85538521747022914982016-06-09T11:54:00.000-03:002016-06-09T11:54:19.225-03:00O “Estado Penal”<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilLO4WNwJ0f7H3yqRD4jIS6K4L1u4zqCjPASqJ8Kdz89R0VXSM9aXi_eQoKrIGTH-nEWnIeOIzapX_mxCxuDOGOLXx3QyWyckOrgWTLxWEKHNxeVoeQ4vdYMiPCEk3PCcYv6OONxKX3wzs/s1600/imageBE9PZTZA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilLO4WNwJ0f7H3yqRD4jIS6K4L1u4zqCjPASqJ8Kdz89R0VXSM9aXi_eQoKrIGTH-nEWnIeOIzapX_mxCxuDOGOLXx3QyWyckOrgWTLxWEKHNxeVoeQ4vdYMiPCEk3PCcYv6OONxKX3wzs/s1600/imageBE9PZTZA.jpg" /></a></div>
<br />
Fonte Jornal O TEMPO.<br />
<br />
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Lúcio Alves de Barros*<o:p></o:p></span><br />
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Se existe um fato vergonhoso
e que faz a corrupção desenfreada no país parecer brincadeira de criança é a
política criminal. Entendo política criminal como todo aparato repressivo que
levam ao final homens e mulheres ao encarceramento. Não faz muito tempo
apareceu nos meios acadêmicos a questão da configuração de “Estados penais” ou
“Estado policiais”. Tratava-se de uma leitura bastante ousada na qual se
assentava análises de políticas públicas voltadas ao encarceramento intenso de
boa parte da população. Essa tese tinha como exemplo países como os EUA, a
Rússia ou a China. Aos poucos a turma foi colocando o Brasil no meio. E não era
para menos. As informações disponíveis apontam que no Brasil temos cerca de 622.202
pessoas presas e que este número – proveniente do Levantamento Nacional de
Informações Penitenciárias, Ministério da Justiça, 26 de abril de 2016 – dobrou
foi nos últimos 14 anos. As razões são diversas e no pouco espaço teço algumas
considerações: <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Em primeiro lugar, não
é preciso ir longe para dizer que toda política de encarceramento tende a
mostrar um país que não sabe, não pretende e não deseja fazer valer os direitos
humanos. A privação de liberdade como mecanismo de dissuasão de crimes há muito
é política falida, não valeu à pena no passado e não vai muito longe nos dias
atuais, a não ser se continuarmos com essa de prender todos aqueles que carregam
o estigma do “indesejável”, do “inimigo”, do “desviado” ou “diferente”. É claro
que temos os criminosos, inclusive os de colarinho branco que estão recheando
as manchetes de jornais. Mas como as coisas estão andando não creio que vamos muito
longe. O nosso sistema ainda nos dias atuais tem como protagonista o
ladrãozinho de galinha. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Em
segundo lugar, vale chover no molhado e apontar que nossa cultura é autoritária
e que tem por natureza pregar na cruz as pessoas negras, jovens e pobres. O
leitor pode mencionar que o fenômeno é histórico. O que, na verdade, não tem
valor nenhum quando atrás das grades não estão os filhos da “classe média alta”
ou da “classe alta”. Fato é que a maioria da população encarcerada é de pessoas
</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">pretas e
pardas (61,6%). No conjunto da população brasileira elas aparecem com 53,6%.
Logo, a cadeia é negra e, como se não bastasse, de baixa escolaridade. Os dados
do Ministério da Justiça apontam que os encarcerados possuem menos escolaridade
que a média da população. Uma grande parte dos presos (75%) sequer concluiu o
ensino fundamental e somente 9,5% chegou a terminar o ensino médio. Como se vê,
presos e presas perdem na condição étnica e na possibilidade de agregar um
mínimo de capital cultural necessário para pelo menos tentar uma medíocre
defesa. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Em terceiro e último lugar, é
lícito afirmar que algo está errado pois, apesar da onda “Lava Jato”, menos de </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">1%
dos presos brasileiros estão atrás das grades por crimes relacionados à
corrupção. A maioria está presa por roubo (21%), furto (11%), ações
relacionados às drogas, como o tráfico (27%) e crimes contra a pessoa, o
homicídio, por exemplo (14%). Cumpre verificar que o tráfico de entorpecentes
lidera a quantidade de crimes que a moçada encarcerada andou cometendo. A
situação é vergonhosa e passamos da hora de debater a liberação da maconha e
outros mecanismos de identificação de criminalidade nos casos do “mundo das
drogas”. Como se sabe a questão aqui também é seletiva: uma coisa é um jovem negro
pobre com três ou quatro bolinhas de crack ou de maconha, outra é um jovem de
classe média, branco e morador da zona sul. A droga se tornou no sistema
criminal um forte mecanismo de distinção e posterior aprisionamento daqueles
que por ora ou outrora estavam incomodando. Não pode ser por acaso que a
maioria das pessoas aprisionadas é negra, jovem, com baixa ou sem escolaridade e
muito pobre. Não se fazem masmorras com ricos. Ao contrário de grades, aos
estudados temos prisões domiciliares, especiais, ou mesmo penas alternativas. O
uso de tornozeleira eletrônica não parece cair bem na favela ou no bairro
pobre. Longe das políticas públicas de segurança o sistema penitenciário há
anos vem agonizando - em um equilíbrio tênue próximo a um controle consentido –
e, como ele trata de uma população que fica do “lado de lá”, é bom nos
acostumar com dados que revelam que no Brasil existem 306 presos para cada 100
mil habitantes. É muita gente presa para uma taxa mundial (que acho alta) de 144
pessoas presas por 100 mil habitantes. <o:p></o:p></span></div>
<br />
* Professor na FAE (Faculdade de Educação) - Belo Horizonte - UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais)Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-50588514172355776142016-06-09T11:17:00.003-03:002016-06-09T11:17:48.159-03:00Educação em humor<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilgwoKgW4cbSc3WoImWpzdWuGkZq7xWjDEkxKoEi-WpZLg5bht8RPZebPuLNBNdCmngGaDrRlWwSj-qYX9w-u3uVycWOXl00UTEjwrjHPT_3oYWar2HqpwPFFgzd8FqAT-0mZtivXdaFE2/s1600/Charge2011-etica_escola-705278.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilgwoKgW4cbSc3WoImWpzdWuGkZq7xWjDEkxKoEi-WpZLg5bht8RPZebPuLNBNdCmngGaDrRlWwSj-qYX9w-u3uVycWOXl00UTEjwrjHPT_3oYWar2HqpwPFFgzd8FqAT-0mZtivXdaFE2/s1600/Charge2011-etica_escola-705278.jpg" /></a></div>
<br />Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-18577679116386991762016-03-24T11:21:00.000-03:002016-03-24T11:21:34.858-03:00Falta Política<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdn8Sb5CvcjJmSADq3KTP2bPA46UvkZV9Xy9YPElUHQ77g-glQkppxKVY4RxOejopDXGN5NkEdAFw3GdLyzXZ8wmhvd0sSObtoaP-hrAV4vNHCoykeZIjcPz43VCmLbNM33Urp9CfdLdm4/s1600/Charge2016-fogueira.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdn8Sb5CvcjJmSADq3KTP2bPA46UvkZV9Xy9YPElUHQ77g-glQkppxKVY4RxOejopDXGN5NkEdAFw3GdLyzXZ8wmhvd0sSObtoaP-hrAV4vNHCoykeZIjcPz43VCmLbNM33Urp9CfdLdm4/s400/Charge2016-fogueira.jpg" width="400" /></a></div>
<h2 class="titulo breakword" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 20px; margin-top: 0px; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<span style="font-size: 13px; font-weight: normal; line-height: 22px;"><br /></span></h2>
<h2 class="titulo breakword" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 20px; margin-top: 0px; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<span style="font-size: 13px; font-weight: normal; line-height: 22px;">Lúcio Alves de Barros*</span></h2>
<h2 class="titulo breakword" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 20px; margin-top: 0px; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<span style="font-size: 13px; font-weight: normal; line-height: 22px;">O momento político que perpassa a alma nacional é de crise. Penso que crises são interessantes e eficientes para se chegar a algum lugar. Elas têm importância quando temos ciência deste lugar e qual é o fim almejado quando lá. O problema no Brasil é que as crises são utilizadas como meios nos quais a vaidade, a medição de falo, a calúnia e a difamação são empregadas ostensivamente. Tais mecanismos de briguinha de rua e de vizinhos invejosos matam a política que, por definição, é campo de negociação, busca de consentimento, de conversa, de objetivos maiores e públicos. Estamos perdendo tempo e ele é grande. Nesse caminho levanto somente alguns pontos na tentativa de elucidar o andar correto da carruagem.</span></h2>
<h2 class="titulo breakword" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 20px; margin-top: 0px; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<span style="font-size: 13px; font-weight: normal; line-height: 22px;">Em primeiro lugar, são inadmissíveis ações que podem gerar violência. O ódio já está no ar e uma guerra civil verborrágica não leva grupos e ideias a nada. Pelo contrário, ela emperra o debate, cala os atores, empodera os mais fortes e joga um “estado de direito” no chão. O caminho trilhado hoje no Brasil, de calar o outro na pancada e na voz alta, sem o direito à defesa ou ao contraditório não é nem um pouco civilizado. As pessoas já perderam o equilíbrio dos nervos, estão se sentindo injustiçadas, desajustadas, traídas, amedrontadas, confusas, inseguras e sem lugar. No caso em tela existe somente uma saída: a conversa, as negociações, acordos tácitos e manifestos para que o fim seja o equilíbrio institucional e, por ressonância, o social.</span></h2>
<h2 class="titulo breakword" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 20px; margin-top: 0px; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<span style="font-size: 13px; font-weight: normal; line-height: 22px;">E</span><span style="font-size: 13px; font-weight: normal; line-height: 22px;">m segundo lugar, é preciso lembrar que a governabilidade é atributo da sociedade e não dos atores que estão entrincheirados no judiciário, no executivo e no legislativo. Em outros termos, cumpre à sociedade – este mundo da vida repleto de relações sociais – a busca do equilíbrio e da normalidade social. Todo processo anômico tem por natureza a falta de regras e normas consensuais. Os acontecimentos mais recentes nos mostram que estamos longe disso. Portanto, não existe outra saída e vou repeti-la: é necessário a conversa, as negociações e um acordo pró-sociedade e pela política. A normalidade social só se fortalece com indivíduos interessados em escutar, entender e levantar possíveis consensos. Não se discute com sangue na boca, nos olhos ou nas mãos. Não há conversa que se sustenta com surdos sem libras e bêbados com estômagos vazios. A sociedade clama por clarividência, seriedade, explicações e valores nobres e aceitáveis capazes de darem rumo a um país que está parado e enfrentando uma séria crise econômica.</span></h2>
<h2 class="titulo breakword" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 18px; margin-bottom: 20px; margin-top: 0px; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<span style="font-size: 13px; font-weight: normal; line-height: 22px;">Em terceiro e último lugar, faz-se imperativo, na esteira do que pensava o sociólogo alemão Max Weber, chamar os atores à responsabilidade. Dito de outra forma, no campo minado da política, onde se procura um gato preto em um quarto escuro, faz-se primordial a responsabilidade daqueles que operam nas instituições. Considero que existe muita irresponsabilidade no executivo, no judiciário e no legislativo. Não é preciso colocar mais fogo no que está queimando há anos. Às lideranças dos poderes sugiro novamente o que toda política necessita: a arte da conversa, da negociação e dos acordos e consentimentos. A política morre na calúnia passível de destruição do outro, no jogo sujo do roubo, da corrupção, da incerteza social, na vaidade individual e no espetáculo sem rumos que se tornou esta esfera no campo midiático. É mais do que necessário que os atores se sintam responsabilizados pelo estado das coisas e pelo que pode acontecer em casos de desordem sem fim. Que não seja preciso a destruição do oponente ou a produção de um corpo sem vida para legitimar o poder. A política responsável bem como a sua legitimidade, na qual a linguagem é o mecanismo perfeito, está em xeque neste momento. Aqui e acolá estamos à beira de um ataque de nervos, a ansiedade e os hormônios em descontrole arrebentam a tireoide nacional e a insensatez toma força. Portanto, vale um apelo: crianças birrentas no poder parem de brigar, adolescentes machões, beijem logo de língua e acabem com esta bagunça. Adultos, se confessem, busquem o perdão, liguem para o Papa, vale uma ajuda do terapeuta ou mesmo uma simples reunião (sem escutas telefônicas, é claro) como tantas para negociar, para fazer política, conversar, entrar em consenso e equilibrar o que outrora e historicamente já nos levou para cenários constrangedores e perigosos.</span></h2>
<div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><span style="font-weight: normal; line-height: 22px;">* Professor na Faculdade de Educação / FaE - Campus BH / UEMG (</span><span style="text-align: justify;">Universidade do Estado de Minas Gerias). </span></span></div>
Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-52019124501995535732015-12-10T13:46:00.000-02:002015-12-10T13:46:44.853-02:00Pequenos príncipes<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXWSZKHxJ_7didkK05csQXE5INeuAEKE1Zr1e62NHArKpWLuIhQtRnmP3XNm9PuB8uaimHh44r7pnximj0WwOSSsxkkbc6PR3Z6IT8s0Kmy65mP6KvwKJzpTE66K-glLPbFSLfDitbCME9/s1600/home3-640x339.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="211" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXWSZKHxJ_7didkK05csQXE5INeuAEKE1Zr1e62NHArKpWLuIhQtRnmP3XNm9PuB8uaimHh44r7pnximj0WwOSSsxkkbc6PR3Z6IT8s0Kmy65mP6KvwKJzpTE66K-glLPbFSLfDitbCME9/s400/home3-640x339.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
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<div style="text-align: justify;">
Por Tory Oliveira.</div>
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<div style="text-align: justify;">
Eles são agressivos, mimados e mandões. Tudo precisa ser feito para eles e na hora que eles demandam. Tal comportamento, cada vez mais presente em casa ou na escola, faz dessas crianças déspotas mirins, pequenos sem limites que acreditam ser o centro do mundo. Essa é a visão da psicanalista e pesquisadora do Núcleo de Pesquisa de Psicanálise e Educação da USP Marcia Neder, autora do livro Déspotas Mirins – O Poder nas Novas Famílias, publicado pela Editora Zagodoni.</div>
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Na obra, a psicanalista defende que, com a perda de poder do pai na família, quem ganhou espaço foi a criança. “É no século XX, a partir da despatriarcalização familiar, que a criança passa a ocupar cada vez mais o papel de organizador”, afirma Marcia, que estuda o assunto desde 2006, quando escolheu o tema para sua tese de pós-doutorado.</div>
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Para ela, os pequenos tiranos são frutos não só da educação dada pelos pais hoje, mas também de um contexto social que coloca a criança como centro do mundo na família. A virada teria começado a partir do século XVIII, quando a mulher passou a representar um novo papel como mãe. O processo, que nasceu como uma campanha pela amamentação dos filhos pela progenitora (e não por uma ama de leite, como era comum), evoluiu para a exigência do cuidado e da dedicação aos filhos em tempo integral. “O século XIX é conhecido pelos historiadores como o ‘século da mãe’, quando se instituiu a imagem da ‘boa mãe’, que deixa a vida mundana para se dedicar aos filhos”, explica. </div>
<div style="text-align: justify;">
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<div style="text-align: justify;">
A partir daí, diz ela, a sociedade passou a ter um adulto, a mãe, designado para orbitar em torno da criança. “Isso é uma das grandes sementes do despotismo infantil”, analisa. Além disso, se antes os pais exigiam respeito e obediência, hoje preferem ser amados e aprovados pelas crianças – o que também contribui, ela diz, para a instituição da “pedocracia”.</div>
<div style="text-align: justify;">
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As consequências dessa mudança vão além das birras. Na escola, o déspota mirim desafia os professores e recusa-se a seguir as regras da instituição. A situação é especialmente delicada em instituições particulares, apesar de Marcia defender que o conflito é comum em todas as classes sociais. “O aluno se tornou cliente na escola. Tudo isso desfavorece o professor, que seria o representante do adulto que educa na escola. Se os pais não têm poder dentro de casa, a criança buscará a mesma soberania na escola.</div>
<div style="text-align: justify;">
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Professora de Artes na Educação Infantil em uma escola particular na região do ABC Paulista, Paula Aviles, 31 anos, conta que os conflitos com as crianças mandonas são comuns e começam cada vez mais cedo. “O que a gente percebe é que os pais têm pouco tempo para os filhos e compensam deixando a criança fazer o que quer”, opina. A professora conta o caso de um aluno de 2 anos de idade, agressivo, que destruiu o trabalho feito por outra docente durante um evento na escola com os pais. “A mãe disse que ele não poderia ser contrariado”, lembra. Já outro aluno, de 14 anos, recusava-se a assistir às aulas e ficava de costas para a professora. A justificativa era que ele “não gostava” da disciplina.</div>
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Os desmandos das crianças refletem-se até mesmo nos presentes que ganham dos pais. “A criança se sente com poder de decisão. Não é o pai que compra o presente, é ela quem decide o que quer. Elas não enxergam os pais como alguém que comanda ou orienta. Ela se vê como igual”, analisa a professora. Para a autora do livro, os efeitos acabam atingindo a própria criança. Em alguns casos, o mandão acaba discriminado no ambiente escolar. Em situações mais extremas, a própria saúde da criança pode estar em perigo. “Eu já vi crianças que precisavam fazer dieta por problemas de saúde e os pais não conseguiam restringir sua alimentação”, relata Marcia.</div>
<div style="text-align: justify;">
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<div style="text-align: justify;">
Para a orientadora educacional dos anos iniciais do Ensino Fundamental da Escola Stance Dual, Luciana Lapa, colocar limites e lidar com as frustrações invariavelmente sofridas pelas crianças ao longo da vida escolar têm sido grandes questões para os pais. O problema se agrava, afirma, quando a criança sai da família, uma instituição privada, e vai para a escola. Ali, passa a fazer parte de um grupo e precisa lidar com a noção de direitos e deveres. “Muitas vezes a criança tem dificuldade de lidar com esses aspectos”, explica.</div>
<div style="text-align: justify;">
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Mas por que é tão difícil colocar limites? Para Luciana, existe um desgaste das relações autoritárias entre pais e filhos, que estão sendo substituídas por modelos mais democráticos de relacionamento. Muitas vezes, porém, os pais passam a acreditar que impor limites significa ser autoritário, e abandonam o papel de estabelecer para a criança o que pode e o que não pode fazer. “A criança precisa de um norte, de saber até onde ela pode ir. Não ter isso pode gerar até insegurança”, afirma Luciana.</div>
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<div style="text-align: justify;">
“A escola convive com os mesmos desafios postos na sociedade”, concorda Giselle Magnossão, diretora pedagógica do Colégio Albert Sabin. Na visão da educadora, vivemos uma crise de autoridade, de regras e de relações com o outro na sociedade, que acaba resvalando na escola. “Temos uma geração de pais que saiu do seu lugar. Não é mais preciso ser opressor para educar para o limite e para o respeito. Esse é o desafio de hoje.</div>
<div style="text-align: justify;">
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As educadoras são unânimes ao apontar que escola e família precisam trabalhar juntas – e no longo prazo – para destronar o pequeno déspota. “Muitas vezes, a criança não tem consciência do que está fazendo. Para ela, aquilo não é errado, é como ela está acostumada a agir”, pondera Luciana Lapa.</div>
<div style="text-align: justify;">
Também é importante mostrar quem é o adulto da relação e deixar claro que ele não pode ser desrespeitado. “É importante trazer a família para a discussão”, sugere Giselle, que defende trabalhar a questão dos limites a partir da percepção do outro, em vez de optar por medidas restritivas ou punitivas. “O limite deve ser trabalhado a partir da perspectiva do respeito e da empatia”, conta.</div>
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Fonte: <a href="http://www.cartaeducacao.com.br/reportagens/pequenos-principes/">http://www.cartaeducacao.com.br/reportagens/pequenos-principes/</a></div>
Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-9662211392991764282015-12-10T13:20:00.000-02:002015-12-10T13:20:10.748-02:00Polícia cerca manifestantes na Consolação durante ato contra reorganização escolar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhdk3JMhmjIU6b9SKGnJB1pdXwLX6i4dYhZ-bmpg70V-zHRetqwjI0jkAp7NKyG0cfji3kr3AkEy_aOuERXTbbcd5eXsidUtBXFjVg9WugtAY71lEclIOqEMWlncOWRjCxYvDslHADNBM5/s1600/2i8hc1lcma_5db52dm7kc_file.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="173" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhdk3JMhmjIU6b9SKGnJB1pdXwLX6i4dYhZ-bmpg70V-zHRetqwjI0jkAp7NKyG0cfji3kr3AkEy_aOuERXTbbcd5eXsidUtBXFjVg9WugtAY71lEclIOqEMWlncOWRjCxYvDslHADNBM5/s400/2i8hc1lcma_5db52dm7kc_file.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
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Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO </div>
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Em meio ao ato que pedia a revogação definitiva do projeto de reorganização escolar anunciado pelo governador Geraldo Alckmin, a PM (Polícia Militar) cercou os manifestantes na avenida Consolação na noite desta quarta-feira (9).</div>
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Bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo foram usadas para conter o grupo em meio aos carros que passavam pela via, uma das mais movimentadas da cidade. A reportagem do <strong>R7</strong> viu uma das bombas atiradas pelos policiais atingir a parede de um prédio.</div>
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Uma frente de PMs vinha por trás dos manifestantes, pela avenida Consolação, enquanto outra se posicionou na esquina seguinte, não deixando nenhuma saída em meio à chuva de explosões e gás lacrimogênio. </div>
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A confusão começou cerca de três horas após o início da manifestação na avenida Paulista. Por volta das 21h, o ato passava em frente à Secretaria Estadual da Educação, quando iniciou-se um confronto entre mascarados, que lançaram rojões contra a Tropa de Choque e alguns manifestantes, que revidaram as bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral com rojões. Durante o tumulto que se espalhou pela região, pelo menos 13 pessoas ficaram feridas — entre elas, oito PMs — e dez foram detidas. Três estudantes em fuga buscaram abrigo dentro de um teatro, que foi invadido pela PM.</div>
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Barricadas com lixo e fogo foram erguidas na tentativa de pedir o avanço dos policiais — a maioria, nas avenidas Ipiranga e São Luís. </div>
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Na avenida São Luís, testemunhas relataram que um PM teria sacado um arma de fogo e disparado três vezes para cima. Entre os 10 presos, nove foram capturados na rua Itacolomi, próximo da rua da Consolação.</div>
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A reportagem do <strong>R7</strong> flagrou policiais militares disparando bombas em um grupo de cinco manifestantes que tentavam se esconder na entrada de um estacionamento na rua Peixoto Gomide, que dá acesso à avenida Paulista. Uma criança, de cerca de seis anos de idade, e duas senhoras moradoras da região reclamaram do ardor nos olhos e da dificuldade de respirar por conta do gás lacrimogênio lançado pela polícia.</div>
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Diversos manifestantes utilizaram vinagre para tentar amenizar a ação das bombas de efeito moral.</div>
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A Secretaria da Segurança Pública classificou como "absolutamente necessária a intervenção da PM" no ato, e chamou a "atitude de grupos de manifestantes" como "política e criminosa".</div>
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<strong>Pacífica</strong></div>
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A manifestação começou pacífica no vão livre do Masp. Na avenida Paulista, o grupo decidiu manter as invasões dos colégios — segundo a pasta, 136 unidades estavam tomadas por alunos ontem; o movimento chegou a ocupar 196 escolas no Estado. O movimento seguiu da avenida Paulista para a 9 de Julho, passando pelas praças 14 Bis e da Bandeira, viadutos Maria Paula e do Chá, até chegar à praça da República.</div>
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Ao longo do ato, grupos de black blocks atuaram formando cordões para auxiliar na organização do protesto, com o objetivo de impedir que os manifestantes seguissem por ruas que não faziam parte do trajeto. No percurso, o clima foi de protesto contra a política educacional de Alckmin — o governador pretendia fechar no próximo ano 93 escolas, transformar 754 em ciclos únicos e transferir 311 mil alunos, mas suspendeu a reorganização até janeiro para "dialogar" com pais e alunos. </div>
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Fonte: <a href="http://noticias.r7.com/educacao/policia-cerca-manifestantes-na-consolacao-durante-ato-contra-reorganizacao-escolar-assista-ao-video-10122015">http://noticias.r7.com/educacao/policia-cerca-manifestantes-na-consolacao-durante-ato-contra-reorganizacao-escolar-assista-ao-video-10122015</a></div>
Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-41924443962040040682015-12-10T12:52:00.000-02:002015-12-10T12:52:48.357-02:00Violência escolar e possibilidades de prevenção<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_GUYcLtAFoP76nFHIvNYpU62ASEs0HQYz-Xz8DnLA8m5tAu1iNbw5mz26Pe7KqbCIYUU8oxNZbD5YF74DKKyjTvR8Y5iozk_RuPTUbU9KErWiBuFHQGFFwpRfVazCmrz0YOAg13ifRIUw/s1600/Charge2013-violencia_escolar-726113.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_GUYcLtAFoP76nFHIvNYpU62ASEs0HQYz-Xz8DnLA8m5tAu1iNbw5mz26Pe7KqbCIYUU8oxNZbD5YF74DKKyjTvR8Y5iozk_RuPTUbU9KErWiBuFHQGFFwpRfVazCmrz0YOAg13ifRIUw/s1600/Charge2013-violencia_escolar-726113.jpg" /></a></div>
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Por Lúcio Alves de Barros*</div>
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A violência escolar, devido à sua peculiar invisibilidade em determinados tempos, poderia com poucas ou reduzidas ações chegar ao seu fim ou mesmo ao seu equilíbrio. Apesar de toda discussão em torno da democratização das instituições escolares – o que é até matéria constitucional e está presente na LDB –, fato é que estamos patinando em terreno movediço simplesmente por ignorarmos possibilidades que definitivamente ajudariam na solução do problema. </div>
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Uma das possibilidades que poderia fazer parte do cotidiano escolar é a designação de uma potente esfera de negociação de conflitos. Colocar os pares frente a frente ou mesmo professores e alunos para conversar sobre a temática é de crucial importância. A ação é barata: uma sala, uma pessoa que tenha autoridade simbólica em meio às partes e mesas redondas com cadeiras no intuito de fomentar o debate não em relação à ação de X, Y ou Z, mas sim sobre a conjuntura que levou à configuração da violência ou da incivilidade, como querem os estudiosos do assunto. </div>
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Outra boa possibilidade é a predição. Evitar o problema antes que ele aconteça não faz parte de nossa cultura. Os brasileiros são recalcitrantes às demandas de evitar o pior. Não por acaso, caem viadutos, encostas, telhados, temos enchentes e crises como a hídrica. Nas escolas não é diferente: salas desleixadas, quadros destruídos, áreas sujas e emporcalhadas, banheiros vergonhosos, muros pichados são amostras de ambientes que inegavelmente interferem na ecologia da violência. Quanto aos alunos, é possível a percepção no dia a dia do seu estresse, dos problemas domésticos que chegam à escola ou da necessidade de auxílio que, por natureza e em algum momento (crianças, adolescentes ou jovens), demandam. O mesmo pode-se dizer dos professores que, adoecidos e estressados, também andam necessitando de ajuda, sempre bem-vinda, seja da direção, seja das famílias dos estudantes.</div>
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A violência poderia ser diminuída ou exterminada também com a efetiva e verdadeira participação da família no cotidiano da escola. Especialmente em instituições públicas, as crianças e adolescentes raramente não são esquecidos pelos pais ou responsáveis que justificadamente – em sua grande maioria – precisam trabalhar. Todavia, o trabalho não pode e não deve impedir que os pais deem atenção aos filhos durante o cotidiano de suas tarefas escolares. Mais que isso; é imprescindível que saibam da realidade do filho em toda a sua condição como discente da instituição escolar. Geralmente os pais somente verificam notas e se apresentam quando as relações já estão mais do que tensas e fora dos limites aceitáveis da civilização. O engano reside nessa questão, pois pais avisados e armados vencem a guerra contra a violência com mais tranquilidade e assertividade. Além disso, distribuem a responsabilidade com os professores e ajudam a direção a tomar novas frentes em casos nos quais a escola e as famílias podem caminhar de mãos bem unidas. </div>
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Por último, vale frisar uma possibilidade que não é boa: “ligar para o 190”. Criminalizar e judicializar ações violentas de crianças e adolescentes em escolas constituem um retrocesso imenso. Primeiro porque a polícia não está – dentre várias ações – preparada para isso; segundo que a obrigação da solução de um problema na escola é dos atores que vivem o cotidiano escolar e que têm a consciência de como é o <em>modus operandi</em> institucional. Chamar a polícia tornou-se um golpe caro e sério nas organizações escolares, a ponto de escolas ficarem rotuladas de violentas e perigosas. Todos perdem o crédito: a escola, os professores, a direção e os estudantes. De tudo isso, nada como velhas falas e fórmulas em contextos minados, “menos polícia e mais negociação: bom para o aluno, ótimo para a escola”.</div>
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* Professor na Faculdade de Educação da UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais)</div>
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Publicado em <time class="post-time">24 de novembro de 2015</time></div>
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<time class="post-time"></time> </div>
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<time class="post-time">Fonte: Revista Educação Pública - <a href="http://educacaopublica.cederj.edu.br/revista/artigos/violencia-escolar-e-possibilidades-de-prevencao">http://educacaopublica.cederj.edu.br/revista/artigos/violencia-escolar-e-possibilidades-de-prevencao</a></time></div>
Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-24280036732244489602015-11-13T17:13:00.002-02:002015-11-13T17:13:27.859-02:00No ano passado, 554 mil crianças de 5 a 13 anos estavam trabalhando, diz IBGE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkMrOIgkgSugoVIkMgA8Z70Lzr83hS7TVlhB9y510u1dd_DNW17DZ7K19th_YIxzZQPEPcvVhfhQRxQHWXLr5IuhgjVIKlSJKdQDrEAenU2X-3tSkxUaKN0zidHFm0gGbFJ7bcElJ4hUxb/s1600/12esa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkMrOIgkgSugoVIkMgA8Z70Lzr83hS7TVlhB9y510u1dd_DNW17DZ7K19th_YIxzZQPEPcvVhfhQRxQHWXLr5IuhgjVIKlSJKdQDrEAenU2X-3tSkxUaKN0zidHFm0gGbFJ7bcElJ4hUxb/s400/12esa.jpg" width="310" /></a></div>
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O País registrou um aumento no trabalho infantil em 2014, segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2014), divulgada nesta sexta-feira, pelo Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE). O número de pessoas de 5 a 17 anos ocupadas cresceu 4,5%, o equivalente a 143,5 mil crianças e adolescentes a mais nessa condição. No ano passado, 554 mil crianças de 5 a 13 anos estavam trabalhando.</div>
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Houve aumento no nível de ocupação em todas as faixas etárias e em todas as regiões do País. Na faixa etária de 5 a 9 anos de idade, o total de crianças ocupadas teve um salto de 15,5%, nove mil indivíduos a mais. Em 2014, o País já tinha 70 mil crianças dessa idade trabalhando. Entre 10 e 13 anos de idade, o total de crianças trabalhando aumentou 8,5%, para 484 mil pessoas, 38 mil crianças a mais nessa condição.<br />.<br />"Os pequenininhos são muito ocupados em atividades com rendimentos menores", disse Maria Lucia Vieira, gerente da Pnad no IBGE.</div>
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Saiba mais</div>
<div class="read-more pull-left margin-top-10 margin-right-20" style="text-align: justify;">
<ul class="list-unstyled l-n">
<li><a href="http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2015/11/13/internas_economia,707497/numero-de-brasileiros-com-mais-de-10-anos-conectados-aumentou-9-8-milhoes.shtml" title="Número de brasileiros com mais de 10 anos conectados aumentou 9,8 milhões">Número de brasileiros com mais de 10 anos conectados aumentou 9,8 milhões</a></li>
<li><a href="http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2015/11/13/internas_economia,707496/mulheres-recebem-74-5-do-rendimento-dos-homens-aponta-ibge.shtml" title="Mulheres recebem 74,5% do rendimento dos homens, aponta IBGE">Mulheres recebem 74,5% do rendimento dos homens, aponta IBGE</a></li>
<li><a href="http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2015/11/13/internas_economia,707520/pesquisa-do-ibge-mostra-que-populacao-brasileira-chegou-a-203-2-milhoe.shtml" title="Pesquisa do IBGE mostra que população brasileira chegou a 203,2 milhões em 2014">Pesquisa do IBGE mostra que população brasileira chegou a 203,2 milhões em 2014</a></li>
<li><a href="http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2015/11/13/internas_economia,707503/alta-da-renda-perde-folego-mas-desigualdade-segue-caindo-diz-ibge.shtml" title="Alta da renda perde fôlego, mas desigualdade segue caindo, diz IBGE">Alta da renda perde fôlego, mas desigualdade segue caindo, diz IBGE</a></li>
</ul>
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A atividade agrícola concentrou 62,1% da população ocupada com idade entre 5 e 13 anos, mesma proporção registrada em 2013. IBGE não soube dizer por que houve aumento do número de crianças trabalhando. A gerente do instituto afirma que quem puxou a alta no trabalho infantil foi a faixa etária de 16 a 17 anos, que recebe rendimento maior e, em geral, vive em domicílios com rendimento mais alto. Na faixa etária de 16 e 17 anos, o total de ocupados aumentou 2 7%, o equivalente a 51 mil pessoas a mais, totalizando 1,926 milhão de pessoas. Dos 14 aos 15 anos, o número de ocupados cresceu 5,6%, para 852 mil trabalhadores, 45 mil indivíduos a mais.<br /><br />O Sul registrou o mais alto nível da ocupação das pessoas de 5 a 17 anos (10,2%), seguido por Norte (9,2%), Nordeste (8,7%), Centro-Oeste (8,2%) e Sudeste (6,6%).</div>
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Fonte: Estado de Minas (MG)</div>
Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-40951085503989460722015-11-13T17:03:00.002-02:002015-11-13T17:22:30.409-02:00Pnad 2014: país ainda tem 13 milhões de analfabetos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjy9UxqEkj8qlxSRvSQGOf59ie-6Jd2GhN0hbmQutVZvKWXcbt8dkrvtkAGl2raAJcGYz9JjgAE33eCporun20Ib2cfVc6jvuMgUrSYFVbBYKuVPZv7gUSknRpcByJxPQ190iIqNjNMrH0G/s1600/analfebetismo-educacao-esquerda-vertical.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjy9UxqEkj8qlxSRvSQGOf59ie-6Jd2GhN0hbmQutVZvKWXcbt8dkrvtkAGl2raAJcGYz9JjgAE33eCporun20Ib2cfVc6jvuMgUrSYFVbBYKuVPZv7gUSknRpcByJxPQ190iIqNjNMrH0G/s640/analfebetismo-educacao-esquerda-vertical.jpg" width="380" /></a></div>
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RIO - Mais 42 mil crianças entraram mais cedo na escola, enquanto 13,2 milhões de brasileiros ainda continuam sem saber ler nem escrever. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2014, divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE, aponta uma expansão da educação infantil no Brasil: a faixa etária em que mais cresceu o número de pessoas frequentando a escola no país, entre 2013 e o ano passado, foi a de 4 a 5 anos de idade, na qual as crianças estão na pré-escola. Apesar desse avanço, a Pnad também mostra deficiências que se perpetuaram no setor no mesmo período: com menos cem mil analfabetos, o Brasil ainda tem 8,3% de cidadãos que não leem nem escrevem — o que faz com que não tenha atingido meta da ONU que estabelecia que o país chegasse a 2015 com 93,5% da população alfabetizada, ou 6,5% de pessoas iletradas, segundo pesquisadores da área.<br />
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Mesmo o avanço na educação infantil está ameaçado pela crise econômica atual, já que, dentro do corte no orçamento do Ministério da Educação em 2015, a maior redução, afirmam pesquisadores, foi no ProInfância (Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil), programa federal que enfoca justamente a construção de creches e pré-escolas. Ao analisar a Educação no país, um dos destaques da Pnad de 2014 foi a taxa de escolarização, que é o percentual de pessoas dentro de uma faixa etária que está frequentando a escola. O maior aumento de taxa de escolarização foi na faixa de 4 a 5 anos: 82,7% das crianças nessa faixa (4,556 milhões de crianças) estavam frequentando a pré-escola em 2014, contra 81,4% (4,514 milhões) em 2013.</div>
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— Essa melhora na educação infantil foi, em grande parte, causada pela Emenda Constitucional 59, aprovada em 2009 e que determinou a obrigatoriedade, a partir de 2016, da educação básica para todos que tenham de 4 a 17 anos de idade. Até aqui, a obrigatoriedade não incluía a educação infantil. Os governos, as prefeituras passaram a se organizar para começar a atender a Emenda 59 a partir do ano que vem, abrindo mais vagas e contratando mais professores para esse nível de ensino — analisa Priscila Cruz, diretora-executiva do Movimento Todos Pela Educação. — Apesar disso, ainda é grande o déficit de vagas na rede pública na educação infantil, que abrange as creches (para crianças até 3 anos) e pré-escolas (de 4 a 6 anos).</div>
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A partir do ano que vem, prefeituras de cidades nas quais a educação não esteja universalizada a partir dos 4 anos de idade podem passar a sofrer ações do Ministério Público, segundo Priscila Cruz.<br />
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Coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara alerta, entretanto, que esse avanço na educação infantil pode ser prejudicado pelo corte de cerca de R$ 3,4 bilhões no ProInfância em 2015. Pesquisador da área de educação infantil e assessor legislativo da Rede Nacional Primeira Infância, Vital Didonet também afirma que esse corte de verba para construção de creches e pré-escolas nos municípios preocupa:</div>
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— Há o risco de descobrirem os pés para cobrirem a cabeça. Como a pré-escola vai passar a ser obrigatória, prefeituras com pouca verba, principalmente no momento de crise que vivemos, podem passar a transformar vagas de creche em vagas de pré-escola. Só que os dois serviços são direitos da criança, e os dois têm função social importante de ajudar a mãe que trabalha — observa Vital Didonet. — Ou, então, prefeituras podem passar a transformar vagas de tempo integral em tempo parcial, porque aí uma vaga passa a contar como duas. Mas, da mesma forma, isso prejudica a mãe que trabalha, porque ela precisa da creche e da pré-escola em tempo integral.</div>
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<strong>ENSINO MÉDIO E SUPERIOR</strong></div>
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Segundo a Pnad, a faixa etária com o maior percentual de pessoas frequentando a escola em 2014 foi a de 6 a 14 anos (taxa de escolarização de 98,5%), que corresponde ao ensino fundamental. O que chama a atenção, porém, é o fato de que, entre 2013 e o ano passado, não se alterou o percentual de jovens que frequentavam a escola nem na faixa de 15 a 17 anos (84,3% dos jovens nessa faixa), nem na de 18 a 24 anos (30%), as faixas que equivalem ao ensino médio e ao nível superior, respectivamente.</div>
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— Como o ensino médio brasileiro sofre com problemas graves como evasão e defasagem idade-série alta, era para ter crescido esse percentual de frequência à escola na faixa dos 15 aos 17 anos se tivesse havido melhora significativa do fluxo educacional no país. O mesmo vale para a taxa de escolarização na faixa dos 18 aos 24 anos: apesar de ter crescido o número de pessoas ingressando nas universidades, não foi suficiente para aumentar o percentual de frequência à escola nessa faixa etária — afirma o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara.</div>
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Esse quadro de problemas para universalização do ensino médio e para ampliação significativa do nível superior se reflete em outro ponto da Pnad: os níveis de instrução predominantes na população brasileira de 25 anos ou mais continuam sendo o ensino fundamental incompleto (32% da população) e o ensino médio completo (25,5%). O IBGE destaca, porém, que caiu o percentual de pessoas sem instrução ou com menos de 1 ano de estudo, de 12,3% para 11,7%, ao mesmo tempo em que aumentou a proporção daqueles com nível superior completo, de 12,6% para 13,1%. ambém a média de anos de estudo da população brasileira pouco mudou de 2013 para 2014: subiu de 7,6 anos para 7,7 — o que significa que o país desrespeita a Constituição, já que ela fala em ensino fundamental universalizado no país.</div>
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— Se o ensino fundamental estivesse universalizado, a média de anos de estudo teria de ser de 9 anos -- sublinha o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.</div>
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O país também vai começar 2016 com uma média de anos de estudo que é praticamente a metade dos 14 anos de estudo que a Emenda 59 vai passar a exigir a partir do ano que vem, lembra Daniel Cara — já que passará a ser obrigatória a educação para todos entre 4 e 17 anos de idade, o que dá 14 anos de estudo. Segundo a Pnad, o Nordeste é a região em pior situação, com média de 6,6 anos de estudo, a mesma que tinha em 2013. Mesmo o Sudeste, na melhor posição, tem média de apenas 8,4 anos de estudo; em 2013, tinha 8,3.</div>
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<strong>NORDESTE EM PIOR SITUAÇÃO</strong></div>
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Ao analisar o analfabetismo, a Pnad ressalta que, enquanto em 2013 o país tinha 13,3 milhões de analfabetos de 15 anos ou mais de idade, em 2014 esse número passou para 13,2 milhões. Apesar de também ter visto uma queda no número de pessoas iletradas, o Nordeste continuou a ser a região em pior situação: em 2013 tinha 16,9%, percentual que foi para 16,6% ano passado. Na melhor posição está o Sul, que tinha 4,6% de analfabetos e passou a ter 4,4%.</div>
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O IBGE também analisou o analfabetismo funcional, considerando como analfabeto funcional a pessoa com 15 anos ou mais de idade que tem menos de 4 anos de estudo. Segundo essa medida, 17,6% das pessoas com 15 anos ou mais eram analfabetos funcionais em 2014; em 2013, eram 18,1%. Segundo educadores e pesquisadores da área, porém, os percentuais de analfabetismo funcional no Brasil apontados pelo IBGE estariam subestimados, pois a parcela de analfabetos funcionais — ou seja, pessoas que, mesmo alfabetizadas, não têm habilidades de interpretação de texto, leitura/escrita e cálculo básico — não estaria restrita àqueles com menos de 4 anos de estudo. O Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), por exemplo, desenvolvido pelo Instituto Paulo Montenegro com a ONG Ação Educativa e que mede o nível de alfabetismo funcional da população entre 15 e 64 anos, mostrou em 2012 que 27% dessa população eram analfabetos funcionais.</div>
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Fonte: O Globo - <a href="http://oglobo.globo.com/economia/pnad-2014-pais-ainda-tem-13-milhoes-de-analfabetos-18039728">http://oglobo.globo.com/economia/pnad-2014-pais-ainda-tem-13-milhoes-de-analfabetos-18039728</a></div>
Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-71733489374668936992015-11-09T13:20:00.002-02:002015-11-09T13:20:27.559-02:00De Macacos a Mariana: uma breve reflexão sobre responsabilização por acidentes ambientais no Brasil<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicAElJ-SiaXdkuI2a4D2t2wNZH9FCQm4ravHukd_CIxSetnKA3H6g46GgfCU_8y-vu6XBt5dUz270GpHe7Tlf0ce4kKFwNhT4A-9SrCP6uyPlGRS0WiDNoBxSc-jriqStumgAuynoiJtNV/s1600/SAMARCO-PW-7-11-15-318x420_jpg_pagespeed_ce_5HgV1StCNy.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicAElJ-SiaXdkuI2a4D2t2wNZH9FCQm4ravHukd_CIxSetnKA3H6g46GgfCU_8y-vu6XBt5dUz270GpHe7Tlf0ce4kKFwNhT4A-9SrCP6uyPlGRS0WiDNoBxSc-jriqStumgAuynoiJtNV/s640/SAMARCO-PW-7-11-15-318x420_jpg_pagespeed_ce_5HgV1StCNy.jpg" width="483" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<em></em> </div>
<div style="text-align: justify;">
<em>P</em><em>or: </em>Bruno Carazza dos Santos, bacharel em Ciências Econômicas (1998) e Direito (2010) pela UFMG, Mestre em Economia pela UnB (2003) e Doutorando em Direito na UFMG.</div>
<div style="text-align: justify;">
<em></em> </div>
<div style="text-align: justify;">
<em>******</em></div>
<div style="text-align: justify;">
<em>Infelizmente, no Brasil, a morosidade das instituições, os longos trâmites processuais e o desinteresse da mídia atuam contra a responsabilização da empresa.</em></div>
<div style="text-align: justify;">
<em></em> </div>
<div style="text-align: justify;">
<em>O que aconteceu em 2001 em Macacos com a Mineração Rio Verde vai se repetir em Mariana, com a Samarco?</em></div>
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<em></em> </div>
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A tragédia em Bento Rodrigues, subdistrito de Mariana/MG, está nas manchetes de todos os jornais, em reportagens de TVs e nas postagens de redes sociais. O rompimento da barragem de rejeitos da Samarco, uma sociedade entre duas das maiores mineradoras do mundo (Vale e BHP-Billiton), vem suscitando uma grande discussão sobre os efeitos deletérios da mineração sobre o meio ambiente. Este pequeno texto concentra-se em outro aspecto, que acredito que está sendo pouco explorado: <u>a responsabilização da empresa pelo ocorrido</u>.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
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Obviamente que um acidente de tais dimensões exige tempo para ter todas as suas causas e responsáveis elucidados. Mas o funcionamento das instituições (principalmente o Ministério Público e o Poder Judiciário) é fundamental não apenas para que os danos (ambientais, patrimoniais, morais, etc.) sejam reparados devidamente, mas que sirvam de sinalização para que as demais empresas se tornem mais zelosas no exercício de suas atividades no futuro.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Afinal, condenações aplicadas tempestivamente sobre a empresa e seus responsáveis, em valores que levem em conta todos os prejuízos causados à sociedade e ao meio ambiente, são um recado para que outras não incorram nos mesmos erros e novas tragédias não venham a se repetir.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
O problema é que o tempo atua contra a coletividade no Brasil. À medida que o assunto vai perdendo apelo para a mídia, a pressão sobre as autoridades diminui naturalmente, e a longa <em>via crucis</em> processual brasileira costuma atuar a favor dos infratores da lei.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
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Logo que ouvi as primeiras notícias sobre o rompimento da barragem em Mariana, me lembrei de um acidente similar ocorrido há alguns anos bem próximo a Belo Horizonte. Como a mídia no Brasil costuma deixar de acompanhar os grandes casos à medida que o tempo passa, sem revelar se houve punição ou não dos envolvidos, decidi ir atrás do que aconteceu com esse outro acidente com barragem de uma mineradora em Minas Gerais.</div>
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</div>
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Em 22/06/2001, rompeu-se a barreira de um reservatório de rejeitos da Mineração Rio Verde Ltda. na região de Macacos (São Sebastião das Águas Claras) em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, gerando um rastro de quilômetros de destruição que foi apontado como um dos maiores acidentes ecológicos em Minas Gerais até então (veja reportagem da <a href="http://g1.globo.com/minas-gerais/videos/v/mgtv-30-anos-relembre-o-rompimento-da-barragem-de-macacos/2369695/">época</a>).</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Além dos graves danos ambientais (dois córregos e uma área de 79 hectares de Mata Atlântica foram soterrados pela lama), 5 funcionários da empresa morreram em decorrência do acidente: Ronaldo Ferreira Resende, Omero Faustino Leonidio, Renam Fernandes da Silva, Clovis Medina e Silvomar da Silva Santos. Um dos corpos nunca chegou a ser encontrado.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Os transtornos para os moradores da região também foram significativos: a estrada que era a principal via de acesso à localidade ficou interditada por 10 meses, uma adutora de água foi destruída e o turismo na região foi comprometido – Macacos é um importante destino de passeio e descanso para os moradores da região metropolitana.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Para verificar quais foram as consequências judiciais do caso, decidi ir atrás dos documentos disponíveis na internet para verificar o que aconteceu. Trata-se, portanto, de uma análise preliminar, pois não tive acesso aos processos. Mas, na medida do possível, me baseio em documentos oficiais disponíveis.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
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No primeiro estágio do processo, <u>o Ministério Público Estadual levou 17 meses para investigar o ocorrido e apurar as responsabilidades</u>. Somente em 30/11/2002 ele apresentou a denúncia à Justiça, pedindo a condenação de dois sócios-diretores da empresa (Pedro Melo Lima e João Lúcio Melo Lima), do gerente ambiental da mineradora (Mauro Lobo de Resende), de um fiscal da Fundação Estadual do Meio Ambiente – Feam que teria sido negligente na sua atribuição de fiscalizar a obra (Braz Maia Júnior) e da própria Mineração Rio Verde.</div>
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</div>
<div style="text-align: justify;">
A sentença em primeiro grau, do juiz Juarez Morais de Azevedo, titular da Vara Criminal e Infância e Juventude de Nova Lima/MG, foi proferida em 15/05/2007. <u>Ou seja, praticamente 4 anos e meio depois da denúncia e quase 6 anos depois do acidente</u>.</div>
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</div>
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Na sentença, o juiz absolveu um dos diretores da empresa (João Lúcio Melo Lima), por entender que trabalhava na área comercial da empresa e não teve participação no acidente, e reconheceu um acordo (transação penal) feito pelo fiscal da Feam (Braz Maia Júnior) com o Ministério Público. Porém, <u>condenou por crimes ambientais o outro sócio-diretor (Pedro Melo Lima) e o gestor ambiental (Mauro Lobo de Resende) a 4 anos de prisão e ao pagamento de 20 salários mínimos, a serem rateados entre as famílias dos falecidos no acidente. A mineradora Rio Verde também foi condenada a construir um estacionamento de 150 veículos no distrito de Macacos e à manutenção de um córrego, conhecido como “Rego dos Carrapatos”, no município de Nova Lima.</u></div>
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</div>
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Não satisfeitos com a sentença, o Ministério Público e os condenados recorreram ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais. <u>A decisão sobre a apelação foi proferida em 02/10/2008. Ou seja, mais de 7 anos depois do acidente</u>. Na decisão, os desembargadores Hyparco Immesi (relator), Beatriz Pinheiro Caires e Herculano Rodrigues rejeitaram os argumentos da defesa dos réus, exceto no que se refere à imprecisão das obrigações impostas à empresa.</div>
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</div>
<div style="text-align: justify;">
Insatisfeitos, <u>os réus recorreram ao Supremo Tribunal Federal</u>, por meio de um Recurso Extraordinário (RE 613.308). <u>Desde então, o processo ficou praticamente inerte, praticamente sem nenhuma evolução</u>, primeiro no gabinete da Min. Ellen Gracie, e agora nos escaninhos da Min. Rosa Weber.</div>
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</div>
<div style="text-align: justify;">
<u>Ou seja, em termos criminais, passados mais de 14 anos e meio do rompimento da barragem, não tivemos nenhum cumprimento da pena.</u></div>
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</div>
<div style="text-align: justify;">
É importante destacar que, no campo civil, a empresa realizou acordos extrajudiciais de indenização aos familiares das vítimas dos acidentes. Esses acordos foram celebrados em âmbito privado e homologados na Justiça de Nova Lima.</div>
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</div>
<div style="text-align: justify;">
Além disso, o acórdão do Tribunal de Justiça faz menção a um Termo de Ajustamento de Conduta – TAC firmado entre a empresa e o Ministério Público Estadual visando à reparação dos danos ambientais e patrimoniais à coletividade. Não consegui obter a íntegra do documento no site do Ministério Público (aliás, isto deveria ser obrigatório, não acham?), mas uma reportagem da Gazeta Mercantil de 17/09/2003 encontrada <a href="http://www.infomet.com.br/site/noticias-ler.php?bsc=ativar&cod=17136">aqui</a> revela que no TAC a empresa se comprometeu a pagar R$ 4,1 milhões pelos danos causados à estrada, à adutora da Copasa, à rede elétrica e ao reflorestamento da área.</div>
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</div>
<div style="text-align: justify;">
Minha impressão sobre essa história:</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
A lentidão do Ministério Público e do Poder Judiciário contribuem para a não responsabilização criminal dos responsáveis pelos acidentes ambientais.</div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
Os valores admitidos pelo Ministério Público no TAC encontram-se bem aquém dos reais prejuízos causados ao meio ambiente e à comunidade envolvida – imagine os prejuízos imputados aos habitantes da região que tiveram sua principal via de ligação com o mundo interrompida por 10 meses e a queda no fluxo de turistas para suas pousadas e restaurantes.</div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
Sobre as indenizações para as famílias das vítimas, não podemos informar se foram inadequadas porque não tivemos acesso aos valores.</div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
Essas são apenas algumas lições do caso Mineração Rio Verde para ficarmos de olho nos desdobramentos do acidente com a barragem da Samarco em Mariana, principalmente por se tratar de um caso de dimensões muito maiores e que envolve uma das maiores exportadoras do Brasil (Samarco) e duas das maiores mineradoras do mundo (a Vale e a BHP Billiton).</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Infelizmente, no Brasil, a morosidade das instituições, os longos trâmites processuais e o desinteresse da mídia atuam em favor das empresas. O tempo, neste caso, é inimigo da coletividade, como aconteceu em Macacos, pode acontecer em Mariana e, se não houver uma efetiva responsabilização dos envolvidos, acontecerá nos futuros acidentes envolvendo as mineradoras em Minas Gerais.</div>
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</div>
<div style="text-align: justify;">
<strong><em>Nota 1: A sentença do juiz encontra-se a partir da página 145 deste</em></strong> <a href="http://www.tjmg.jus.br/data/files/AC/37/4F/B9/87A4B4109195A3B4E81808A8/Penal%20-%20Leis%20Penais%20Especiais.pdf">documento.</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong><em>Nota 2: O inteiro teor do acórdão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais pode ser lido inserindo o número do processo (<a href="http://www4.tjmg.jus.br/juridico/sf/proc_resultado2.jsp?listaProcessos=10188010028648001">1.0188.01.002864-8/001</a>) </em></strong><a href="http://www5.tjmg.jus.br/jurisprudencia/formEspelhoAcordao.do">aqui</a>.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Fonte: <a href="https://leisenumeros.wordpress.com/2015/11/08/de-macacos-a-mariana-uma-breve-reflexao-sobre-responsabilizacao-por-acidentes-ambientais-no-brasil/">https://leisenumeros.wordpress.com/2015/11/08/de-macacos-a-mariana-uma-breve-reflexao-sobre-responsabilizacao-por-acidentes-ambientais-no-brasil/</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<em><strong></strong></em> </div>
Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-36848737321772844352015-11-09T12:44:00.000-02:002015-11-09T12:44:54.742-02:00Mapa da Violência 2015, elaborado pela Flacso Brasil em parceria com o Ministério da Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjloqArM7nPa8TAMiEcxnOeSLCedmEyWW_GNAh4HOOEyw91CnUN6buyTFqxCay7d-t_PmLeeO6qwZWas8urveQXtAglGQWf4cE3UM6_3GYzeVs4qZo4gZM-tAenf9oEaPzPilx9Yr-jQwY-/s1600/mapa.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjloqArM7nPa8TAMiEcxnOeSLCedmEyWW_GNAh4HOOEyw91CnUN6buyTFqxCay7d-t_PmLeeO6qwZWas8urveQXtAglGQWf4cE3UM6_3GYzeVs4qZo4gZM-tAenf9oEaPzPilx9Yr-jQwY-/s400/mapa.png" width="310" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Para colaborar com os diversos chamamentos nacionais e internacionais pelo fim da violência contra as mulheres, como início dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, ações da campanha do Secretário-Geral da ONU UNA-SE Pelo Fim da Violência contra as Mulheres, o Dia Internacional de Eliminação da Violência contra as Mulheres e também o Dia Nacional da Consciência Negra contribuímos com um novo Mapa da Violência, desta vez, focando a dinâmica dos homicídios femininos nos últimos anos. </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Além disso, um balanço da situação e evolução dos assassinatos femininos diante da recente aprovação da Lei do Feminicídio. </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Para acessar o MAPA: <a href="http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2015/MapaViolencia_2015_mulheres.pdf">http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2015/MapaViolencia_2015_mulheres.pdf</a></div>
Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-55511473164188648272015-11-09T12:35:00.001-02:002015-11-09T12:35:55.830-02:00Dilma Rousseff sanciona lei que obriga escola e clube a combaterem bullying<div class="conteudo-noticia" id="HOTWordsTxt" name="HOTWordsTxt" style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEittNj2bLEzVyPIdHhqMrzxZOn5SGbLhhOIFU88bvrliFizsWfskW4KVuHf27frp1AjXBL0-WEHAaQ5WZ65hYzDhAyToH4B2-pS4UF9odG2U9bzgQXXiAWzDPEZDarQx6uKI0DXcwAy3bHB/s1600/ssasasaasa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="308" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEittNj2bLEzVyPIdHhqMrzxZOn5SGbLhhOIFU88bvrliFizsWfskW4KVuHf27frp1AjXBL0-WEHAaQ5WZ65hYzDhAyToH4B2-pS4UF9odG2U9bzgQXXiAWzDPEZDarQx6uKI0DXcwAy3bHB/s400/ssasasaasa.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
A presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que obriga escolas e clubes a adotarem medidas de prevenção e <a class="MRG_IntextInactive" data-title="combate" href="http://180graus.com/politica/dilma-rousseff-sanciona-lei-que-obriga-escola-e-clube-a-combaterem-bullying#" id="yc50e" rel="nofollow" style="color: #005f00; cursor: pointer;">combate</a> o bullying. O texto, publicado no "Diário Oficial da União" desta segunda-feira (9), havia sido aprovado pela Câmara em outubro e enviado para a sanção presidencial. A nova lei passa a vigorar em 90 dias.<br />
<br />
Pelo texto aprovado, bullying é definido como a <a class="MRG_IntextInactive" data-title="prática" href="http://180graus.com/politica/dilma-rousseff-sanciona-lei-que-obriga-escola-e-clube-a-combaterem-bullying#" id="qr6vdq" rel="nofollow" style="color: #005f00; cursor: pointer;">prática</a> de atos de violência física ou psíquica exercidos intencional e repetidamente por um indivíduo ou grupo contra uma ou mais pessoas com o objetivo de intimidar ou agredir, causando dor e angústia à vítima.<br />
<br />
O <a class="MRG_IntextInactive" data-title="projeto" href="http://180graus.com/politica/dilma-rousseff-sanciona-lei-que-obriga-escola-e-clube-a-combaterem-bullying#" id="fibxw" rel="nofollow" style="color: #005f00; cursor: pointer;">projeto</a> determina que seja feita a capacitação de docentes e equipes pedagógicas para implementar ações de prevenção e solução do problema, assim como a orientação de pais e familiares, para identificar vítimas e agressores.<br />
<br />
Também estabelece que sejam <a class="MRG_IntextInactive" data-title="realizadas" href="http://180graus.com/politica/dilma-rousseff-sanciona-lei-que-obriga-escola-e-clube-a-combaterem-bullying#" id="q9gnd" rel="nofollow" style="color: #005f00; cursor: pointer;">realizadas</a> campanhas educativas e fornecida assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e aos agressores.<br />
<br />
Segundo o texto, a punição dos agressores deve ser evitada “tanto quanto possível” em prol de alternativas que promovam a mudança de comportamento hostil.</div>
<div class="clear" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="materia-assinatura" style="text-align: justify;">
<strong>Fonte:</strong> Com informações de G1</div>
<div class="materia-assinatura" style="text-align: justify;">
<strong>Publicado Por:</strong> Ana Paula Soares</div>
Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-42262574005627265692015-10-27T13:07:00.003-02:002015-10-27T13:08:49.058-02:00‘Há resistência de admitir a violência específica contra a mulher’,<div class="titulo" style="text-align: justify;">
Paulo Saldanã</div>
<div class="titulo" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="data" style="text-align: justify;">
26 outubro de 2015 </div>
<div class="data" style="text-align: justify;">
. </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 400;">As redes sociais fervilharam assim que o tema da redação do Enem foi revelado na tarde de domingo, 25. Os estudantes tiveram que escrever um texto sobre “a persistência da violência contra a mulher no Brasil”, o que causou uma enxurrada de elogios à pertinência do texto, mas também inspirou críticas ao que seria um “doutrinação”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 400;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 400;">Para a antropóloga Michele Escoura, assessora da área de Educação para Jovens e Adultos (EJA) da Ação Educativa, a escolha do tema não deixa de ser um ato de militância. “Boa parte das reações contrárias, inclusive dos adolescente, é de desmerecimento da questão”, diz ela “Ainda existe muita resistência de admitir uma violência específica contra a mulher, uma violência específica de gênero”.</span><br />
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 400;">Pesquisadora das questões de gênero na USP e Unicamp, Michele pontua que essa não é uma pauta “de esquerda ou de direita”. “A reivindicação dos direitos das mulheres ultrapassa qualquer posicionamento politico e econômico.” Leia abaixo a entrevista exclusiva ao <strong>blog</strong>:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 400;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://educacao.estadao.com.br/blogs/paulo-saldana/wp-content/uploads/sites/85/2015/10/michele_reprodução.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="Michele Escoura / REPRODUÇÃO" class="size-medium wp-image-961" src="http://educacao.estadao.com.br/blogs/paulo-saldana/wp-content/uploads/sites/85/2015/10/michele_reprodução-300x225.jpg" height="225" width="300" /></a></div>
<div class="wp-caption alignnone" id="attachment_961" style="width: 310px;">
<div class="wp-caption-text">
Michele Escoura / REPRODUÇÃO</div>
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>O que achou do tema da redação?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 400;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 400;">Eu fiquei muito feliz. No início do ano, a presença dos termos de gênero nos planos municipais e estaduais de Educação transformou o tema em uma grande polêmica e as menções foram retiradas. Menções a essa preocupação já existiam há muito tempo em orientações curriculares, sem que houvesse polêmica. Mesmo assim, nenhuma política havia sido colocada de maneira forte nesse sentido. As políticas nunca deram muita importância para isso. Mas como, hoje em dia quem de fato pauta a currículo é o Enem, é uma transformação. Por mais que haja as diretrizes curriculares, as escolas se pautam muito mais pelo Enem, os professores direcionam as aulas partindo dos pressupostos do que vai cair na prova. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 400;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Após o tema ser conhecido, algumas pessoas acusaram o MEC de usar a prova para fazer militância ou doutrinação ideológica. Por que um tema como esse, de violência contra a mulher, causa toda essa polêmica?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 400;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 400;">De alguma forma, falar sobre isso ainda é considerado uma militância mesmo. Porque boa parte das reações contrárias, inclusive dos adolescente, é de desmerecimento da questão. O que mais se ouve é que o “homem também morre”. Quando houve a aprovação da Lei Maria da Penha, falavam em tom de brincadeira que faltava uma “Lei João da Penha”. O problema é que existe uma hierarquia de gêneros muita naturalizada na sociedade. Ainda existe muita resistência de admitir uma violência específica contra a mulher, uma violência específica de gênero. Muitas pessoas ainda não entenderam a situação, não conseguiram desnaturalizar que existe uma desigualdade. Temos de reconhecer que há desigualdade. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 400;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Como entender isso?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 400;">Um exercício simples para isso é olhar para um caso clássico de violência contra a mulher e inverter os papeis. O caso Eloá (<em>Cristina, jovem que foi morta pelo ex-namorado, Lindemberg Alves, em 2008</em>), por exemplo, em que uma menina de 18 anos termina o namoro, o rapaz a mantém em cárcere privado e depois assassina a menina. Agora pense em um jovem homem que termina o namoro e uma menina faz isso. A gente ouve noticias desse tipo? Não ouve, uma informação como essa causa estranhamento. Quando a gente inverte os papéis e isso provoca esse estranhamento é por que se trata de um caso típico de violência de gênero. Todos os dados que o Enem colocou como subsídio para que o candidato escrevesse a redação estão para comprovar que existe uma questão por trás. Falar sobre isso ainda requer algumas posturas políticas, que não necessariamente passa pela esquerda. Muitos debates femininas vêm de liberais dos Estados Unidos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 400;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Por que se mistura a discussão de gênero com posicionamentos ideológicos, partidários, como se esse fosse um tema esquerda? Há uma confusão? </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 400;">Nos Estado Unidos, o movimento feminista sempre esteva acima de qualquer posição política e econômica. Você encontra discussões de liberais e socialistas sobre o mesmo tema. Já na França, o feminismo esteve sim mais associado ao socialismo. A própria Simone de Beauvoir era uma militante socialista. Mas, no contexto desta semana, com o Enem, a discussão acabou se confundindo com a instabilidade do governo federal por causa da institucionalidade que tem o Enem, exame realizado pelo Ministério da Educação. De alguma forma, acabou-se entrando na dança das polaridades da política brasileira. O que, no final das contas, é uma grande falsidade. A reivindicação dos direitos das mulheres ultrapassa qualquer posicionamento politico e econômico.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 400;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Como isso tudo chega na escola? </strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 400;">As escolas não estão separadas do que a sociedade pensa. O muro da escola é alto, mas não bloqueia tudo. A escola não é um espaço imparcial, acima da sociedade. Muito pelo contrário, são as mesmas pessoas da sociedade que circulam na escola. Se você não faz um tipo de ação de política pública para combater a desigualdade, é certo de que todos os estereótipos da sociedade vão estar na escola. Principalmente porque você tem uma questão séria na formação de professores. Eles saem da universidade sem discutir as questões de gênero e os reflexos desse tema. E quando não tem politica pública intencional, é lógico que vai acabar se perpetuando dentro da escola as visões e estereótipos da sociedade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Nesse sentido, a retirada das menções de igualdade nos planos dificulta o trabalho na escola?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 400;">Pensando na conjuntura dos planos municipais e estaduais, em que se retirou as questões de gênero, o Estado brasileiro está se desresponsabilizando de fazer qualquer ação de igualdade de gênero dentro das escolas. Outra coisa é que os jovens alunos têm cada vez mais acesso a informações que não necessariamente estão na escola. E a partir do momento em que ele acessa algo na internet, ele leva para a escola. Apesar de os planos terem retirado a palavra gênero, cada vez mais os estudantes reivindicam esse debate na escola. Eles estão levando de maneira autônoma, estão levantando os debates, já há uma discussão da própria noção do que é violência. A gente recebe cada vez mais casos de assédio contra meninas, que é um tipo específico de violência contra a mulher. Antigamente, havia os casos de assédio e elas ficavam quietas, achavam que era culpa delas. Agora elas se posicionam. </span><span style="font-weight: 400;">Em uma situação como essa, quem fica em posição de maior vulnerabilidade são, com certeza, são os professores. Os alunos trazem as denúncias contra as meninas, de assédio, mas como o Estado não oferece formação para enfrentar esse tema, os professores ficam reféns dessa situação. As ações ficam à mercê da disposição individual de professores e escolas. Algumas escolas vão procurar que o precisa, outras vão colocar debaixo do tapete.</span><span style="font-weight: 400;"> O mínimo que o Estado deveria dar é formação, como um material específico. Quando se vetou o kit anti-homofobia (m<em>aterial educativo cuja distribuição foi vetada pelo MEC em 2011 após pressão da bancada evangélica</em>), a maior perda foi para os professores, que ficaram sem acesso de informação. Dessa forma, é mais provável que as escolas particulares vão conseguir mais autonomia para incluir de maneira mais institucionalizada esse tema do que as públicas. Uma pena, porque mais uma vez você coloca as escolas particulares com condições melhores do que as públicas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 400;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>O MEC e lideranças dentro pasta, como próprio ministro Aloizio Mercadante, reforçam a necessidade de trabalhar com gêneros, o papel laico da escola. Assim como a maioria esmagadora dos especialistas de educação. Mas neste ano, vários planos municipais e estaduais de Educação tiveram a retirada de menções ao combate à desigualdade de gênero. <a href="http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,apos-pressao-de-religiosos--mec-altera-comite-e-remove-palavra-genero,1767236" target="_blank">Um comitê do MEC também teve de voltar atrás de usar o termo gênero</a>. Há uma derrota nesse sentido?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 400;">Tenho a impressão de que existe grupos que têm misturado questões morais com política, religião com política. E são grupos muito diversos. Muitos grupos religiosos tentam normatizar a moral, por meio do poder legislativo, partindo do pressuposto da própria moral. É uma tentativa de universalizar suas próprias concepções, como a de família, por exemplo. Esses grupos têm ganhando força, mas, no limite, existe uma briga entre Legislativo e Executivo. O executivo tem ficado cada vez mais refém do Legislativo nessas questões, que acabaram se tornando moeda de troca pela governabilidade. É uma coisa que destoa dos fundamentos da democracia. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>E qual prejuízo para os alunos?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 400;">Quando se pensa no fundamento da democracia, na educação como Direito fundamental do cidadão, é dever do Estado que os estudantes acessem a escola e se mantenham. E essa desigualdade de gênero também afasta os alunos da escola. Quando falamos de gênero, não falamos só de mulher, mas também falamos sobre os grupos LGBT e também dos meninos. A maior parte dos adolescentes que hoje saem da escola são de meninos negros, principalmente nas periferias das grandes cidades. Porque nesses lugares se estabelece a ideia de que a masculinidade tem a ver com insubordinação, e o menino assume para si uma identidade. Esse grupo de alunos são os que mais são expulsos. Precisamos entender que estamos falando deles também quando falamos de gênero. Estamos falando de muitos grupos. É importante que a gente continue de alguma forma a reivindicar as discussões, ainda que de maneira paralela ao Estado, uma vez que o Estado tem colocado de lado essa discussão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<section class="videos clearfix"><nav class="outrosvideos" id="22125_slider"><div class="navega">
<div class="mascaraThumb">
<strong>No caso do Enem, um estudante que não tenha uma reflexão pode ter tido dificuldade na prova. Os jovens acabam sendo as maiores vítimas também por outros aspectos?</strong></div>
<div class="mascaraThumb">
<strong></strong> </div>
</div>
</nav></section><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 400;">Os jovens têm a maior vulnerabilidade, a partir do momento em que você nega uma situação. Você negar que o estudante tenha acesso a esse tipo de conhecimento produzido internacionalmente, que é discussão teórica há mais de 30 anos, que está presente em todas as universidade renomadas no mundo, é negar que a escola seja o canal de divulgação do conhecimento científico. </span>É o Estado brasileiro negando um dos papéis fundamentais, que está na Constituição, de divulgação dos conhecimentos independentemente das posições. As questões de gênero são reconhecidas pelas Nações Unidas, pelas academia. A esses estudantes isso tem sido negado. E a partir deste ano, a negação foi maior ainda.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>E como dialogar com os adultos?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong></strong> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 400;">A grande dificuldade de conscientizar e educar a população adulta é que eles não estão mais institucionalizados, como é o caso dos jovens que estão na escola. Com os adultos a comunicação é mais dispersa. Às vezes, quem acaba fazendo esse papel de é a TV, as novelas. Quando houve uma discussão do beijo gay na novela, teve uma boa parte da população que repensou seus próprios valores. Vira tema das conversas em casa. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 400;">.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: 400;">Fonte: <a href="http://educacao.estadao.com.br/blogs/paulo-saldana/ha-resistencia-de-admitir-a-violencia-especifica-contra-a-mulher-diz-pesquisdora/">http://educacao.estadao.com.br/blogs/paulo-saldana/ha-resistencia-de-admitir-a-violencia-especifica-contra-a-mulher-diz-pesquisdora/</a> - Jornal Estão - Blog Paulo Saldanã</span></div>
</div>
Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-2066089320175744872015-10-26T12:50:00.000-02:002015-10-26T12:50:12.540-02:00Por uma Educação de qualidade<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg65Txqs8AXbA8uMGzY-Owz60X5UdOZuua-Qv1C3oEGtYjuqjpRd3SD-cZG68qUSgrZD9Ww3tU8WPaBDMeCxaJSZK0t9Xq1BgrO4cgT1Z2aGJ96meosmetS7VVOl-tIfeMykEdV_znPpSHU/s1600/11208646_1191491074200498_2981175397089606032_n.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg65Txqs8AXbA8uMGzY-Owz60X5UdOZuua-Qv1C3oEGtYjuqjpRd3SD-cZG68qUSgrZD9Ww3tU8WPaBDMeCxaJSZK0t9Xq1BgrO4cgT1Z2aGJ96meosmetS7VVOl-tIfeMykEdV_znPpSHU/s1600/11208646_1191491074200498_2981175397089606032_n.png" /></a></div>
<br />Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-10086839453879732402015-10-26T12:48:00.000-02:002015-10-26T12:59:02.279-02:00Detentos reduzem tempo na cadeia com leitura de livros <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhg7sqmU4Eq9NAYiWjhtNEgogo1xz867rKt-xeCG06p0avSj1BJKKc6ZkB1Q36bttTqhce_D__mW2l9tdHTBxb7OEwLsafttu5HFiBdE-lkgQEt_soTjWqgoUAUJFRE8U-posLR5araGBNP/s1600/image.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="187" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhg7sqmU4Eq9NAYiWjhtNEgogo1xz867rKt-xeCG06p0avSj1BJKKc6ZkB1Q36bttTqhce_D__mW2l9tdHTBxb7OEwLsafttu5HFiBdE-lkgQEt_soTjWqgoUAUJFRE8U-posLR5araGBNP/s400/image.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="article-author" style="text-align: justify;">
Raquel Ayres </div>
<div style="text-align: justify;">
<!-- Complemento autor--> .</div>
<div class="article-author-add" style="text-align: justify;">
<strong>Especial para o Tempo</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<!-- Texto do Artigo --> .</div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="texto-artigo">Em vigor há mais de dois anos, a Recomendação 44/2013 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tem uma proposta simples: fazer o preso ler mais para ficar menos tempo na cadeia. Porém, apenas três presídios de Minas Gerais adotaram essa forma de estimular detentos a cumprir pena mais rapidamente: Itabira, Poços de Caldas e Governador Valadares, o que significa 2,1% das unidades prisionais do Estado. Além deles, a Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) de Nova Lima segue a recomendação, segundo a qual, a cada livro lido, resenhado e avaliado por uma comissão, o preso tem direito de abater quatro dias no cumprimento da sentença.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
.</div>
<span class="texto-artigo"><div class="NORMAL_A" style="text-align: justify;">
Na opinião do desembargador Jarbas Ladeira, coordenador do programa Novos Rumos, que monitora e fiscaliza o sistema carcerário no Estado, diante do atual cenário de presídios lotados e interditados, são necessários métodos que vão além da prisão de pessoas. Para ele, obras que variam da filosofia aos temas religiosos podem ser ferramentas para desafogar o sistema prisional e contribuir para a reinserção de um homem melhorado na sociedade. “A opinião pública quer que se encarcere mais e mais. Mas não temos onde colocar tanta gente. Se pudermos dar ao preso leitura e educação em vez do ócio, teremos as bases para reduzir até os índices de reincidência, que chegam a 85%”, avaliou.</div>
<div style="text-align: justify;">
.</div>
<div class="NORMAL_A" style="text-align: justify;">
A avaliação de Ladeira está em sintonia com últimos dados revelados pelo relatório “Mapa do Encarceramento: Os Jovens do Brasil”, divulgado em junho deste ano pela Secretaria Geral da Presidência da República, que mostra o crescimento de 624% da população carcerária no Estado entre 2005 e 2012.</div>
</span><div style="text-align: justify;">
.</div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Adoção.</strong><span class="NORMAL_A"> Segundo o CNJ, por se tratar de uma recomendação, não há a obrigatoriedade de implantação da medida pelos presídios. Entretanto, para o juiz Thiago Colgano Cabral, responsável pela adoção da recomendação, em maio deste ano, na Penitenciária Francisco Floriano de Paula, em Governador Valadares, a iniciativa pode ajudar a mudar o que ele chamou de funil: um imenso movimento de entrada de detentos nas penitenciárias, mas mínimo de saída. “O Judiciário não tem gestão de política pública. A remição pelos livros é forma de reconhecer o direito do preso sem significar afrouxamento indevido”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="NORMAL_A"></span> </div>
<div class="NORMAL_A" style="text-align: justify;">
Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social, não há limitação material para a adoção da recomendação, uma vez que a maioria das unidades prisionais já teria bibliotecas estruturadas. A pasta informou, ainda, que a minuta de resolução para implementar e regulamentar a remição de pena por meio da leitura já havia sido elaborada e encaminhada ao Tribunal de Justiça de Minas para análise e assinatura conjuntas.</div>
<div class="NORMAL_A" style="text-align: justify;">
.</div>
<div class="MPTITULO" style="text-align: justify;">
<b>Alcance </b></div>
<div class="MPTITULO" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MPTEXTO" style="text-align: justify;">
<strong>Redução.</strong> <span class="MPTEXTO_MC1">Apesar de Minas Gerais ter uma população carcerária de 45.540 pessoas nos regimes fechado e semi-aberto, apenas 671 presos se beneficiam da remição da pena pela leitura.<br /><br /><strong>Academia de Letras apoia iniciativa </strong></span></div>
<div style="text-align: justify;">
Na Penitenciária Francisco Floriano de Paula, em Governador Valadares, na região do Rio Doce, 553 presos se beneficiam da remissão de pena por meio da leitura de obras literárias. Para cumprir a medida, foi firmada uma parceria com a Academia Valadarense de Letras (AVL), que colabora para o desenvolvimento do projeto. Mensalmente, os detentos recebem palestras realizadas pela equipe da AVL sobre práticas de leitura. A análise e a correção das avaliações escritas pelos presos são feitas por comissão composta por escritores, advogados, educadores e bibliotecários, membros da AVL. Por lá, o projeto está em prática desde maio desse ano.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="MPTEXTO_MC1">No presídio de Itabira, o projeto está em andamento desde janeiro deste ano e atende 15 detentos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="MPTEXTO_MC1">Em Poços de Caldas, onde a biblioteca conta com mais de 400 exemplares, 23 presos produzem mensalmente as resenhas das obras que leem. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="MPTEXTO_MC1"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="MPTEXTO_MC1">Fonte: O Tempo (MG)</span> </div>
Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-12964229038689669302015-10-26T12:34:00.000-02:002015-10-26T12:34:01.488-02:00"Somos um país intolerante, racista e violento"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJ7nnrvgL9EY1c1hnu2q5Lv_9RWyPo4mU_hXr4jsY9LcNFpWpQDsA59XzyGwYtihmgMpGpIvcXYwUPwJ3VUb8XWGXqofLAj334QjzzlEZjpHBqbCDN9SlH-1XylZV0asmSHZzZn1hxow2m/s1600/mi_2004896282696518.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJ7nnrvgL9EY1c1hnu2q5Lv_9RWyPo4mU_hXr4jsY9LcNFpWpQDsA59XzyGwYtihmgMpGpIvcXYwUPwJ3VUb8XWGXqofLAj334QjzzlEZjpHBqbCDN9SlH-1XylZV0asmSHZzZn1hxow2m/s320/mi_2004896282696518.jpg" width="320" /></a></div>
<h2 style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Átila Roque (Foto: Istoé)</span></h2>
<div style="text-align: justify;">
"Somos um país intolerante, racista e violento"</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Diretor da Anistia Internacional, que teve pai assassinado num assalto, diz que reivindicar vingança é demagogia e que a polícia usa a lógica da guerra para instaurar o vale-tudo por Fabíola Perez (fabiola.perez@istoe.com.br) </div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<div style="text-align: justify;">
Uma pesquisa divulgada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública na semana passada revelou que o número de mortes violentas cresceu em 18 estados em 2014. O estudo traz dados assombrosos: 58.559 pessoas foram assassinadas no País. É como se um brasileiro fosse morto a cada dez minutos vítima de assassinatos, latrocínios ou pelas mãos da polícia. “A violência sempre ocupou um lugar central no País”, afirma Átila Roque, diretor executivo da Anistia Internacional.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
A taxa de homicídio de 26,3 (a cada 100 mil habitantes) mantém o Brasil na lista dos 20 países mais violentos do mundo, à frente de Ruanda e da República Dominicana, segundo o Escritório para Drogas e Crimes da Organização das Nações Unidas (ONU). A Anistia Internacional, que monitora sistematicamente a violência, chama a atenção das autoridades para um cenário que classifica de “tragédia civilizatória”.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Em relatório recente, foram registrados no Rio de Janeiro, por exemplo, 8.466 homicídios decorrentes de intervenção policial entre 2005 e 2014. Sem a implantação de uma política pública, diz Roque, policiais e jovens da periferia continuarão sendo vistos como objetos descartáveis na ponta do sistema. “É a constatação do desamparo integral da polícia e da população pelo Estado.” </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="tituloVermelho perguntaInline"><strong>A entrevista está na Istoé:</strong> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="tituloVermelho perguntaInline"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<strong><span class="tituloVermelho perguntaInline">Istoé - </span>O Rio de Janeiro vive atualmente um estado de guerra?</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="entrevistaResposta" style="text-align: justify;">
<span class="entrevistaRespostaEntrevistado">Átila Roque - </span>Não. O Rio vive um estado de esgarçamento de suas contradições, de conflitos e desigualdades. A ideia da guerra vem sendo utilizada para justificar a implantação de certas medidas. Em alguns territórios de exceção, onde o Estado de Direito estaria suspenso, cria-se um espaço onde vale tudo. Não existe um poder paralelo, mas a bandidagem se organiza em função da corrupção e do apoio que encontra em parte da sociedade. Existem grupos e setores que se beneficiam do crime. O crime organizado é um pacto perverso entre organizações criminosas e poder político. Entre quem ganha prestígio, poder e dinheiro.</div>
<div class="entrevistaPergunta" style="text-align: justify;">
<span class="tituloVermelho perguntaInline"></span> </div>
<div class="entrevistaPergunta" style="text-align: justify;">
<strong><span class="tituloVermelho perguntaInline">Istoé -</span> A Anistia Internacional se dedica a denunciar casos de autos de resistência. É possível diminuir letalidade policial em estados como o Rio de Janeiro?</strong></div>
<div class="entrevistaPergunta" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="entrevistaResposta" style="text-align: justify;">
<span class="entrevistaRespostaEntrevistado">Átila Roque - </span>Há indícios fortes de que boa parte dos autos de resistência são execuções sumárias, ou seja, o policial simplesmente executa o suspeito. O policial entra na periferia para matar e não para prender. A política de segurança não pode ser ancorada na ideia de que existe um inimigo a ser combatido. O Ministério Público não está exercendo seu papel de controle externo da polícia. A versão do policial prevalece na maior parte dos casos. Somente quando alguém filma ou quando uma imagem vaza a versão do agente é contestada. O combate à impunidade é um fator determinante para impedir que policiais atuem como matadores. Eles imprimem em sua estratégia a lógica da guerra. </div>
<div class="entrevistaResposta" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="entrevistaResposta" style="text-align: justify;">
Para acessar ao restante da entrevista: <a href="http://www.istoe.com.br/capa">http://www.istoe.com.br/capa</a> - N° Edição: 2393 | 09.Out.15 - 20:00 | Atualizado em 26.Out.15 - 12:32 </div>
</div>
Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-85804806457973144612015-10-26T12:11:00.000-02:002015-10-26T12:11:29.954-02:00Enem dá salto na área de Humanas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKQHQGeRVQFjTMa_u-CUVdoUGAz3pHBmWrl7UFNehb_KpAyyVSFSJA1k3iT6qmI4AonQAvNCaytNQDr3widoDpQB4peifSi-MoyIQPWOrpT663ybIgpcJlB5XnWMigANgXzTJEDjoTqY-E/s1600/Simone.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKQHQGeRVQFjTMa_u-CUVdoUGAz3pHBmWrl7UFNehb_KpAyyVSFSJA1k3iT6qmI4AonQAvNCaytNQDr3widoDpQB4peifSi-MoyIQPWOrpT663ybIgpcJlB5XnWMigANgXzTJEDjoTqY-E/s1600/Simone.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Por Rudá Rícci (Professor e cientista político)</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Não dá para deixar de elogiar o Enem deste ano ao incluir Weber, Simone de Beauvoir, Hobbes e Nietzsche. Os cursinhos preparatórios devem ter pirado o cabeção.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Bem que o MEC poderia pegar carona e desenvolver um projeto mais ambicioso (incluindo criação de ONGs Jovens, melhorando a bobagem de Empresa Jovem para desenvolver esta concepção empresarial de empreendedorismo) para o Ensino Médio.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="text_exposed_show" style="text-align: justify;">
Vejam algumas questões:</div>
<div class="text_exposed_show" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="text_exposed_show" style="text-align: justify;">
<strong>Questão 26.</strong> A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para que um deles possa com base nela reclamar algum benefício a que outro não possa igualmente aspirar. HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.</div>
<div class="text_exposed_show" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="text_exposed_show" style="text-align: justify;">
<strong>Questão 34.</strong> A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um. NIETZSCHE, F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1999.</div>
<div class="text_exposed_show" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="text_exposed_show" style="text-align: justify;">
<strong>Questão 40.</strong> A crescente intelectualização e racionalização não indicam um conhecimento maior e geral das condições sob as quais vivemos. Significa a crença em que se quiséssemos, poderíamos ter esse conhecimento a qualquer momento. Não há forças misteriosas incalculáveis; podemos dominar todas as coisas pelo cálculo. WEBER, M. A ciência como vocação. In: GERTH, H.; MILLS, W. (org). Max Weber: ensaios da sociologia. Rio de Janeiro, Zahar, 1979 (adaptado).</div>
<div class="text_exposed_show" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="text_exposed_show" style="text-align: justify;">
<strong>Questão 42.</strong> Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino. BEAUVOIR, S. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.</div>
<div class="text_exposed_show" style="text-align: justify;">
.</div>
<div class="text_exposed_show" style="text-align: justify;">
Fonte: <a href="http://www.rudaricci.com.br/blog-ruda/enem-da-salto-na-area-de-humanas/">http://www.rudaricci.com.br/blog-ruda/enem-da-salto-na-area-de-humanas/</a></div>
Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-11696269987825194792015-10-23T13:20:00.000-02:002015-10-23T13:20:24.574-02:00Educação em charge<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjeiYw80OX-BDExMux1-4WiQ7-FbRaib1cbJvfVktLCJqPu6LcDR9R0MdXl-0oa33ZaopMp4oCpAMKOhxQbEE0olZRL7NaucU8XudyPa-4adBt5BGtmTOEILskULXnMysXEV8eEXBA03FB/s1600/untitled.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjeiYw80OX-BDExMux1-4WiQ7-FbRaib1cbJvfVktLCJqPu6LcDR9R0MdXl-0oa33ZaopMp4oCpAMKOhxQbEE0olZRL7NaucU8XudyPa-4adBt5BGtmTOEILskULXnMysXEV8eEXBA03FB/s400/untitled.png" width="400" /></a></div>
<br />Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-77485940453894823402015-10-23T13:10:00.001-02:002015-10-23T13:25:22.969-02:00A justiça é branca e rica<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCqazOCjTst-6qdtgXTu-Ib2CI-wjQvbBg1gCavz9o42PKdSeR2Px-fsrtE1934ez8nZGxNeaxVS1-3Qs454vaTSRIJpe8zW8CYF1JPLKQuui2bnKXZnGtcEvV260ESz1_U2WwDHNPBJ81/s1600/justica.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCqazOCjTst-6qdtgXTu-Ib2CI-wjQvbBg1gCavz9o42PKdSeR2Px-fsrtE1934ez8nZGxNeaxVS1-3Qs454vaTSRIJpe8zW8CYF1JPLKQuui2bnKXZnGtcEvV260ESz1_U2WwDHNPBJ81/s400/justica.jpg" width="325" /></a></div>
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<span style="color: black;"></span> </div>
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<span style="color: black;">Por </span><a href="http://www.cartacapital.com.br/Plone/colunistas/djamila-ribeiro"><span style="color: black;">Djamila Ribeiro</span></a></div>
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No dia 15 de outubro Juliana Cristina da Silva, de 28 anos, responsável pelo atropelamento de dois operários que pintavam uma ciclo-faixa, foi libertada da prisão onde estava desde o dia do acidente, 18 último, para responder ao processo em liberdade.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Juliana terá de pagar um fiança de 20 salários mínimos, o equivalente a 15 mil reais, e comparecer ao fórum a cada dois meses. Foi comprovado que Juliana estava embriagada no momento do acidente.<br />
</div>
<div style="text-align: justify;">
<center class="ebz_native_center" style="display: block; height: 0px; margin: auto; overflow: hidden; width: auto;">
<div style="color: #888888; font-size: 10px; padding-bottom: 5px; padding-top: 10px; text-align: center;">
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<div id="ebzNative">
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José Airton de Andrade e Raimundo Barbosa dos Santos morreram vítimas do atropelamento. O primeiro deixa dois filhos e o segundo, quatro. Além de atropelar e matar os dois homens, Juliana fugiu do local do acidente e chegou a percorrer cerca de 3 quilômetros antes de ser parada pela polícia. E Juliana responderá em liberdade.</div>
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Dina Alves, advogada e ativista, concluiu uma pesquisa de mestrado nesse ano na PUC São Paulo, na qual analisou o modo pelo qual rés negras são tratadas pelo judiciário. A pesquisa <em>Rés negras, Judiciário branco: uma análise da interseccionalidade de gênero, raça e classe na produção da punição em uma prisão paulistana</em>, tinha o objetivo de oferecer uma análise interseccional de gênero, raça e classe sobre a distribuição desigual da punição no sistema de justiça criminal paulista e aprofundar a relação entre a feminização da pobreza e feminização da punição.</div>
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“A análise interseccional oferece possibilidades de descentralizar (ou complexar) os estudos sobre as prisões que têm privilegiado a perspectiva de classe social em detrimento de uma abordagem mais ampla e condizente com a realidade racial brasileira”, diz Dina.</div>
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<div style="text-align: justify;">
“Embora as mulheres presas tenham sido objeto de crescente interesse entre pesquisadores do sistema penitenciário nacional, as mulheres negras não aparecem em suas discussões, ainda que constituam o principal grupo de presas no país. Alguns trabalhos têm mostrado que as mulheres, de modo geral, possuem uma vulnerabilidade específica, marcada por sua condição de gênero em uma sociedade estruturada a partir de desigualdades entre homens e mulheres", prossegue.</div>
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<div style="text-align: justify;">
"Apesar de tais estudos ajudarem a entender a dimensão de gênero nas prisões – uma vez que elas têm o mérito de des-masculinizar as narrativas sobre o universo prisional - eles têm se revelado insuficientes no que diz respeito à especificidade da mulher negra”, conclui.</div>
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<div style="text-align: justify;">
Para tal, Dina entrevistou algumas rés negras para que falassem de suas situações e eventuais violências sofridas e as histórias demonstram a parcialidade da justiça brasileira. Dina não colocou os nomes verdadeiros das mulheres, segundo ela o uso do nome fictício foi político “para preservar a imagem da entrevistada e para romper com a lógica burocrática que a reduziu a números, tanto nos seus prontuários que tive acesso, quantos nos processos criminais”. Dessas, se destaca a história de Joana.</div>
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“Eu peguei sete anos de novo e tou aqui com minha filha, e agora ela teve um bebê, meu neto. Quando fui presa, trabalhava como carroceira e morava nas ruas, embaixo do viaduto do Glicério. Eu tava na cracolândia e o policial me levou. Eu engoli três pedras de crack pra não ser presa. Já perdi as contas de quantas vezes vim pra cá. A primeira vez foi com 17 anos quando fui para a Febem, e hoje tenho 49 anos. Já vivi mais aqui do que lá fora. O que eu quero hoje é poder ficar com minha filha mais perto e meu neto. O pai do menino a polícia matou e eles querem levar meu neto para a adoção, mas eu não vou deixar. Já falei com a Pastoral”, relata uma entrevista realizada em 5 de outubro de 2014.</div>
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Sobre Joana, Dina diz: “Nos meus encontros com Joana percebi a figura de uma mulher negra, carroceira, sem dentes, obesa e dependente de drogas. A experiência de Joana como usuária e vendedora de drogas na Cracolândia ajuda a entender o que a socióloga norte-americana Julia Sudbury chama de “feminização da pobreza”.</div>
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Cada vez mais marginalizadas do acesso às esferas de produção de consumo e direitos de cidadania, mulheres negras, como Joana, figuram na economia ilegal do tráfico de drogas como vendedoras, mulas ou simplesmente consumidoras. Joana tem uma história de uso de drogas que tem tudo a ver com o processo de racismo e feminização da pobreza no Brasil.</div>
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Sua história de aprisionamento começou aos 11 anos de idade quando viveu entre as ruas e abrigos do Estado. Foi apreendida aos 17 anos de idade na atual Fundação Casa (FEBEM) e hoje cumpre pena na penitenciaria Feminina de Santana com sua filha e seu neto recém-nascido. Entre a prisão e as ruas, Joana tem a vida marcada por um assalto patriarcal ao seu corpo que pode ser visto em sua aparência doentia e envelhecida, embora possua apenas 49 anos de idade”.</div>
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Joana não teve a mesma sorte de Juliana. Joana é negra, pobre e desde muito cedo sofre com a omissão do Estado. Juliana é branca e rica e, mesmo tendo matado duas pessoas, é beneficiada pela ação do Estado que concede privilégios ao grupo branco por conta do racismo estrutural. Joana, aos 49 anos seguirá encarcerada e sem oportunidades.</div>
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Juliana, após tirar a vida de dois trabalhadores por dirigir alcoolizada, o que também configura crime, vai passar o natal com a família porque na lógica desigual racista, foi só uma moça de bem que cometeu um erro.</div>
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Fonte: Revista Carta Capital - <a href="http://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-justica-e-branca-e-rica-5078.html">http://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-justica-e-branca-e-rica-5078.html</a></div>
Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-41896448939967313812015-10-23T13:01:00.002-02:002015-10-23T13:01:25.959-02:00O MasterChef Júnior e a sexualização infantil<img alt="masterchef jr participantes.jpg" src="http://www.cartacapital.com.br/sociedade/o-masterchef-junior-e-a-sexualizacao-infantil-9362.html/masterchef-jr-participantes.jpg-5560.html/@@images/fbfc4bfa-6e5a-46bd-8142-877da03a6454.jpeg" height="265" title="masterchef jr participantes.jpg" width="400" /><br />
<div class="discreet">
A versão infantil do reality show foi ao ar na noite de terça-feira 20/10/2015<br />
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<aside><div>
Por Carol Patrocinio* — <span class="documentPublished">publicado 21/10/2015</span></div>
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</aside><aside><div style="text-align: justify;">
Valentina tem 12 anos. Ela tem um corpo de uma menina de 12 anos de idade. Ela é loira, branquinha e age como uma menina de 12 anos de idade.</div>
</aside><br />
<div class="graf--p graf-after--figure" style="text-align: justify;">
Valentina foi escolhida para participar do MasterChef Júnior junto com diversas outras crianças, meninos e meninas. O que separa Valentina de todas as outras crianças, por enquanto, não é seu talento na cozinha, mas a <a class="external-link" href="http://cartacapital.com.br/blogs/intervozes/o-caso-alexandre-frota-e-os-limites-a-liberdade-de-expressao-3143.html" target="_blank" title="">cultura do estupro</a> que permite que homens adultos falem por aí como poderiam estuprar a garota.<br />
</div>
<div class="graf--p graf-after--p" id="e49c" style="text-align: justify;">
<em class="markup--em markup--p-em">(É bom avisar que mesmo que a descrição de Valentina fosse outra, tudo que vamos ver abaixo continuaria sendo errado e horrível)</em><br />
<em></em> </div>
<div class="graf--p graf-after--p" id="c3d5" style="text-align: justify;">
Vamos deixar algo claro desde o começo: qualquer tipo de <a class="external-link" href="http://cartacapital.com.br/blogs/intervozes/programa-policial-exibe-video-com-estupro-de-crianca-de-9-anos-de-idade-8864.html" target="_blank" title="">relação de natureza sexual com uma criança é estupro</a>. Uma criança nunca pode ter uma relação sexual consensual porque ela é criança e não pode tomar esse tipo de decisão. Por lei.<br />
</div>
<div class="graf--p graf-after--p" style="text-align: justify;">
Vamos dar o nome certo às coisas. Aqui não estamos falando de <a class="markup--anchor markup--p-anchor" data-href="https://br.vida-estilo.yahoo.com/post/124235678010/precisamos-falar-sobre-pedofilia-e-entender-que?linkId=15622672" href="https://br.vida-estilo.yahoo.com/post/124235678010/precisamos-falar-sobre-pedofilia-e-entender-que?linkId=15622672" rel="nofollow" target="_blank">pedofilia</a>, que é uma doença que pode ser tratada antes que a pessoa cometa qualquer crime – seja ele consumir pornografia infantil ou o <a class="external-link" href="http://cartacapital.com.br/blogs/outras-palavras/estupro-onde-mora-o-perigo-6452.html" target="_blank" title="">estupro</a>. Nenhum desses homens que comentou sobre a <em>MasterChef</em> é doente, eles apenas acham que têm o direito de falar absurdos como esse porque olham para ela e não enxergam uma criança, mas uma mulher.</div>
<div class="graf--p graf-after--p">
..</div>
<div class="graf--p graf-after--p">
*Fonte: Continuar lendo em <a href="http://www.cartacapital.com.br/sociedade/o-masterchef-junior-e-a-sexualizacao-infantil-9362.html">http://www.cartacapital.com.br/sociedade/o-masterchef-junior-e-a-sexualizacao-infantil-9362.html</a></div>
Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-3641304497341622752015-10-23T12:59:00.002-02:002015-10-23T12:59:55.964-02:00Antes que seja tarde...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsXYkJEG5lcbv645q7yXMxi7q9YAul3xiuw884xq2_3823O5xyZpAudDTWSel819PtPSquMpXIX87pGPsTIuiBSkV-Fin4llpZ-dVPRDzPi0bq2-8IywbyCz3l7kR4AumV5f0ns6tNCEJX/s1600/13776_806435596059673_7953684388407068235_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="397" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsXYkJEG5lcbv645q7yXMxi7q9YAul3xiuw884xq2_3823O5xyZpAudDTWSel819PtPSquMpXIX87pGPsTIuiBSkV-Fin4llpZ-dVPRDzPi0bq2-8IywbyCz3l7kR4AumV5f0ns6tNCEJX/s400/13776_806435596059673_7953684388407068235_n.jpg" width="400" /></a></div>
.<br />
<div style="text-align: justify;">
Organizações internacionais se manifestam contrárias à redução da maioridade penal no Brasil. <br /> Após incidência política da Anced/Seção DCI e Renade, organizações internacionais se manifestam contrárias à redução da maioridade penal no Brasil.</div>
<div style="text-align: justify;">
.<br />Leia mais: <a href="http://www.carinhodeverdade.org.br/releases/ler/690" rel="nofollow nofollow" target="_blank"><span>www.carinhodeverdade.org.b</span><wbr></wbr><span class="word_break"></span>r/releases/ler/690</a> <br /> Foto: Centro de Defesa da Criança e do Adolescente</div>
<div style="text-align: justify;">
Fonte: <a href="http://www.facebook.com/CarinhodeVerdade/photos">ttps://www.facebook.com/CarinhodeVerdade/photos</a></div>
Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-57054503118658898992015-10-06T19:37:00.000-03:002015-10-06T19:40:49.770-03:00Relações com Anísio Teixeira e Leonel Brizola fizeram de Darcy Ribeiro um dos expoentes das reformas educacionais no país<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwUxarCKWVyOczCTCGZTpnHML3mAbnceAEVykYWvWzT8qcbcGcHhJj8nd253F7DZv2bgZK_CyHTTEzQ4TsESFCrxSiuNaai1EnayKdW37HwiAPRuTJxiQ3jJXo7PKP58n_EzyLgh8zduql/s1600/120-37-01.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwUxarCKWVyOczCTCGZTpnHML3mAbnceAEVykYWvWzT8qcbcGcHhJj8nd253F7DZv2bgZK_CyHTTEzQ4TsESFCrxSiuNaai1EnayKdW37HwiAPRuTJxiQ3jJXo7PKP58n_EzyLgh8zduql/s400/120-37-01.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
ILUSTRAÇÃO MATHEUS VIGLIAR</div>
<br />
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Helena Bomeny*</div>
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O encontro de Darcy Ribeiro com o educador Anísio Teixeira, na década de 1950, foi mais do que a ventura da aproximação entre dois amigos: produziu no antropólogo um verdadeiro roteiro de atuação pública e deu a ele o desenho de uma agenda na qual o tema da educação ocupou lugar primordial. “Anísio me ensinou a duvidar e a pensar”, lembraria Darcy.</div>
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No primeiro momento houve uma espécie de desconfiança mútua. Anísio, americanista, urbano, envolvido com os problemas da educação e com a universalização desse direito, era uma das lideranças mais notáveis do Movimento dos Pioneiros da Educação Nova – que arregimentou intelectuais na década de 1920 em caravanas por reformas educacionais em praticamente todos os estados brasileiros. Darcy, com as lentes voltadas para a questão indígena (herança de sua aproximação com o marechal Cândido Rondon), adentrava o interior brasileiro em busca do que supunha traduzir a alma nacional. Duvidava do que considerava uma educação comunitária, aquela preconizada na América do Norte, fruto da cultura protestante, que obrigava os fiéis à leitura da Bíblia, situação em nada comparável com o Brasil. </div>
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Quando seus percursos se cruzaram, iniciou-se um intenso caminho em comum. O encontro aconteceu no Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (Inep), criado por Anísio, de onde nasceria o Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais (CBPE), que contou com participação ativa de Darcy. A parceria se afinou na criação da Universidade de Brasília (UnB) e foi consolidada quando Darcy Ribeiro assumiu o Ministério da Educação e Cultura (MEC), sendo substituído por Teixeira na reitoria da UnB. O golpe de 1964 retirou o antropólogo não só do governo João Goulart (de quem era chefe da Casa Civil) como da Universidade do Brasil, onde lecionava desde 1956. </div>
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A notícia da morte abrupta de Anísio Teixeira, em 1970, alcançou Darcy no exílio. Ao retornar ao Brasil definitivamente em 1978, ele reiniciou a cruzada pelo ensino básico, e cultivaria ao longo de sua vida o patrimônio herdado da união com o renovador da educação no Brasil. Pode-se dizer que Darcy Ribeiro foi o último expoente da Escola Nova – não fez parte do movimento, mas manteve-se fiel à causa que mobilizou uma de suas lideranças mais notáveis.</div>
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Os últimos 15 anos de sua vida foram marcados por outra parceria igualmente impactante: com Leonel Brizola, Darcy obteve carta branca para prosseguir em sua utopia escolanovista, escrevendo um dos capítulos da reforma educacional mais conhecidos do país. Em 1982, Darcy elegeu-se vice-governador do Rio de Janeiro pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), na chapa encabeçada por Brizola. A convivência o fez consolidar seu discurso popular, embasado não mais nas Minas Gerais, sua terra de origem, mas na tradição rio-grandense e no que chamou de “apreço pela classe de baixo” daquela elite política, traço visível em Vargas, João Goulart e Brizola. </div>
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Tornou-se lugar comum na memória carioca e fluminense confundir o programa de educação dos governos Leonel Brizola com os CIEPs (Centros Integrados de Educação Pública). Mas o Programa Especial de Educação (PEE) era mais ambicioso do que isso. O objetivo era garantir à população o direito a um ensino gratuito moderno, reestruturado do ponto de vista pedagógico e tecnologicamente aparelhado. Previam-se metas assistenciais (como uniformes, calçados e melhoria da qualidade da merenda) e pedagógicas (como aumento da carga horária diária para cinco horas e revisão de todo o material didático), treinamento dos professores e melhoria de suas condições de trabalho, reforma e conservação das escolas e do mobiliário e novos projetos educacionais – voltados à pré-escola, à criação de Centros Culturais Comunitários e à educação juvenil noturna. Havia entre os idealizadores a convicção de que a democratização da educação teria que minimizar as carências essenciais daqueles estudantes que provinham de situações sociais desprotegidas. </div>
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Os CIEPs foram concebidos como estabelecimentos que desenvolveriam uma extensa programação de atividades escolares e assistenciais para crianças e jovens, das 7h30 às 17h. Havia a figura do animador cultural – pessoa da comunidade capaz de trabalhar a cultura local junto com os alunos. Personagens mais próximos dos estudantes, despidos da “face professoral”, estimulariam padrões de interação entre crianças e educadores, recriando possibilidades de aprendizagem. Tudo começava com a cultura comunitária, suas manifestações, seus artistas sendo mobilizados para a rotina escolar. Os cuidados se estendiam à montagem de bibliotecas, salas de estudo e espaços de lazer com profissionais treinados para a jornada de tempo integral. Como parte da estrutura física do prédio, previam-se dormitórios para abrigar “pais sociais”, que se responsabilizariam, em troca da moradia, pelo acompanhamento escolar de crianças que também morassem na escola.</div>
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“Ao invés de escamotear a dura realidade em que vive a maioria de seus alunos, proveniente dos segmentos sociais mais pobres, o CIEP compromete-se com ela para poder transformá-la. É inviável educar crianças desnutridas? Então o CIEP supre as necessidades alimentares dos seus alunos. A maioria dos alunos não tem recursos financeiros? Então o CIEP fornece gratuitamente os uniformes e o material escolar necessário. Os alunos estão expostos a doenças infecciosas, estão com problemas dentários ou apresentam deficiência visual ou auditiva? Então o CIEP proporciona a todos eles assistência médica e odontológica”, proclamava Darcy Ribeiro.</div>
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Durante oito anos o programa de Brizola e Darcy ergueu 507 CIEPs e alcançou uma repercussão pública pouco comum em assuntos educacionais. A figura política do governador e a personalidade apaixonada e nem sempre ponderada do vice, a marcha frenética com que os CIEPs eram construídos e a confecção de um programa complexo implantado por meio de uma secretaria extraordinária de Educação despertaram reações positivas e críticas, vindas de diferentes extrações da comunidade intelectual e das hostes políticas adversárias. Uma intervenção pedagógica completamente ungida na esfera política criou mal-estar na comunidade dos educadores. O argumento era que o PEE havia se transformado em programa político, em detrimento da melhoria do sistema educacional. A cada matéria crítica contrapunha-se a voz de Darcy Ribeiro, sustentando a continuidade no tratamento de uma escola pública que até aquele momento, no Brasil, estava longe de cumprir o papel que a ela deve ser atribuído em uma sociedade democrática. </div>
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Entre os educadores a reação foi igualmente virulenta. Ficaram expostos os pontos de fragilidade do PEE, que já nascia como programa de massa, extenso, volumoso, caro e sem condições de funcionamento na medida e na velocidade com que se implantava. Entre os cientistas sociais, a nota crítica foi para o populismo implicado na política pública assistencialista do governo Brizola. Pesava o estilo de liderança de ambos os condutores: personalista, voluntarista, demagógico, inconsequente. </div>
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Talvez por ter acumulado um conjunto tão expressivo e abalizado de críticas, o brusco desmonte do programa pelo governo seguinte, de Moreira Franco, não produziu qualquer reação capaz de impedir a descontinuidade do esforço e do investimento até então dispensados. Os CIEPs foram desmontados como estruturas de ensino em horário integral, e as construções foram interrompidas. A rede pública de ensino voltaria ao sistema convencional, agora com o ensino fundamental municipalizado.</div>
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Ainda hoje os CIEPs permanecem como referência nas discussões mais importantes que embasam a tomada de decisões de políticas educacionais no Rio de Janeiro e no Brasil. O tempo de permanência das crianças nas escolas continua sendo um tema estratégico. Sempre que se renovam propostas de ensino em tempo integral e integração entre escola e comunidade, presta-se uma homenagem, mesmo que implícita, à obra de grandes personagens da história da educação no Brasil. Darcy Ribeiro está entre eles, ao lado de seus parceiros Anísio Teixeira e Leonel Brizola. </div>
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<strong>*Helena Bomeny</strong> é professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, autora de Intelectuais da Educação (Zahar, 2001); Darcy Ribeiro. Sociologia de um indisciplinado (Editora da UFMG, 2001), e organizadora de A Escola que faz Escola (FGV, 2002).</div>
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Fonte: Revista História. com.br <a href="http://rhbn.com.br/secao/retrato/em-boa-companhia">http://rhbn.com.br/secao/retrato/em-boa-companhia</a></div>
Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-11358636907833391292015-10-01T12:57:00.000-03:002015-10-01T12:57:45.584-03:00Educação sem humor<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjl2O2Ek27FBtJmPhB-TfST4Lf1kuhC75q6RreF1zXbu09SkAoA5SXzjpGDrskIZDU4x23ubFkWkJbcSL0ZoL44we4MhLqlmIfw_c5dNuEB0uKtFXcsdqQkCf_oWJ-FwbCCoxpL3a6c0rAW/s1600/images21D2A11X.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="339" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjl2O2Ek27FBtJmPhB-TfST4Lf1kuhC75q6RreF1zXbu09SkAoA5SXzjpGDrskIZDU4x23ubFkWkJbcSL0ZoL44we4MhLqlmIfw_c5dNuEB0uKtFXcsdqQkCf_oWJ-FwbCCoxpL3a6c0rAW/s400/images21D2A11X.jpg" width="400" /></a></div>
<br />Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-18399916226337116062015-10-01T12:46:00.000-03:002015-10-01T12:46:14.823-03:00Alta rotatividade no MEC afeta políticas públicas de ensino<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW-XVNpfS4JuxsgF-WK6w9P9cxhExcWtYHk_ryL4j_jiLuwVwP26OANmfKDKYzdWjmPW9PV5r1m_5TV7ZMz3yk04tuPWk1M1mkfGIhk9K1eYPz0sTDAgtxJhoQBIS5NBffiVhRYmINzVgt/s1600/183314_285619588206677_856006660_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW-XVNpfS4JuxsgF-WK6w9P9cxhExcWtYHk_ryL4j_jiLuwVwP26OANmfKDKYzdWjmPW9PV5r1m_5TV7ZMz3yk04tuPWk1M1mkfGIhk9K1eYPz0sTDAgtxJhoQBIS5NBffiVhRYmINzVgt/s400/183314_285619588206677_856006660_n.jpg" width="400" /></a></div>
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RIO— É máxima entre educadores que para colher frutos no ensino de um país é preciso implementar políticas de longo prazo. No entanto, a troca constante de ministros na área indica que a realidade brasileira vai na contramão, criticam especialistas. Desde a redemocratização do país, há 30 anos, o Brasil teve 16 pessoas conduzindo o Ministério da Educação (MEC). Média de menos de dois anos para cada. Só no governo Dilma Rousseff, cujo slogan é “Pátria Educadora”, com a demissão de Renato Janine Ribeiro, ontem, houve cinco trocas em menos de cinco anos. Aloizio Mercadante, que ocupou o cargo de 2012 a 2014, está de volta à pasta. Ele será o quarto ministro da Educação em menos de um ano.</div>
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Desde 1985, quando José Sarney assumiu a Presidência, entre os cinco ministros que permaneceram menos tempo no MEC, três foram do governo Dilma: Cid Gomes, que ficou dois meses e meio, Janine com menos de seis meses, e Henrique Paim, que durou cerca de um ano. Da galeria de ministros, o único que conseguiu ter uma passagem ainda mais breve foi Eraldo Tinoco Melo, que comandou o MEC por menos de dois meses antes do impeachment de Fernando Collor.</div>
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A preocupação é com políticas públicas que podem ser afetadas devido ao troca-troca. Atualmente, especialistas se mostram temerosos em relação a medidas em elaboração, como a Base Nacional Comum — que unifica o conteúdo a ser ensinado nas escolas brasileiras —, o Plano Nacional de Educação (PNE) e investimentos em pós-graduação.</div>
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À frente da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação (Anped), Maria Margarida Machado criticou a constante mudança de ministros. Ela teme que a substituição de Janine interrompa a rodada de negociações para a liberação de recursos. A área foi uma das mais afetadas pelos cortes de gastos feitos pelo governo desde o início do ano.</div>
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— Perdemos mais uma vez com essa descontinuidade. Vamos ter que aguardar o posicionamento da nova equipe. O que preocupa quando há uma troca é a demora para que aquilo que estava em andamento seja retomado. No caso da pós, de julho para cá conseguimos a liberação de 25% do recurso de custeio e de verbas referentes a programas. Essa negociação não pode ser interrompida — comenta Maria Margarida.</div>
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Os quase seis meses de Janine à frente do ministério foram marcados por problemas em programas que são vitrine da presidente Dilma. O ministro anunciou medidas impopulares, como o aumento da taxa de juros do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e a diminuição do prazo para pagamento do crédito estudantil. Houve atrasos sistemáticos nos repasses do Pronatec às instituições que dão cursos do programa e o anúncio de apenas 1,3 milhão de vagas para este ano, o equivalente a 43% do que foi ofertado em 2014. O programa Ciência sem Fronteiras também foi esvaziado, e ainda não há previsão de vagas para 2016. As greves em boa parte das 63 universidades federais têm sido outro problema para o MEC. Na Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara destacou a importância de se colocar o Plano Nacional da Educação (PNE), que estabelece 20 metas a serem alcançadas até 2024, no centro da política do governo, o que, segundo ele, até agora não aconteceu.</div>
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— Para que as políticas tenham continuidade, a estabilidade do ministério é da maior importância. Precisamos ter clareza sobre quem são os atores da área — afirma o educador, que dá conselhos ao novo titular da pasta: — Janine não teve força para enfrentar os ajustes. O importante é que o próximo ministro tenha poder de frear os cortes. Mercadante tem mais força que Janine. Ele é um político com algum trânsito dentro do governo, Janine não tinha. O que preocupa é que ele ainda não transmitiu que tem o PNE como referência, como política educacional a ser seguida.</div>
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Segundo Cara, que atuou pela aprovação do PNE no Congresso, ano passado, o plano não sobrevive nessa realidade de ajuste fiscal:</div>
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— Não vejo disposição e instrumento orçamentário capazes de fazer essa confrontação hoje, o que está posto é a inviabilização do PNE.</div>
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Segundo o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Eduardo Deschamps, as mudanças no MEC podem ter impacto sobre eixos centrais da educação básica. Ele demonstra especial preocupação com a Base Curricular Comum, cuja proposta inicial foi divulgada pelo MEC em meados de setembro.</div>
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— Nunca é bom que haja tantas mudanças. Nossa maior preocupação é que projetos como Base Nacional Comum sejam descontinuados — ressalta Deschamps, antes de ponderar: — Mas também temos que entender que essas medidas, às vezes, são necessárias.</div>
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Coordenadora do movimento Todos Pela Educação, Alejandra Meraz Velasco faz coro com a questão da Base Comum. Segundo ela, as trocas também podem refletir sobre articulações que vinham sendo construídas em função de programas e projetos importantes.</div>
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— Irmos para o terceiro ministro em um ano traz um enorme prejuízo à educação. A estabilidade é fundamental para o sucesso das políticas públicas — pontua. — Não digo que a articulação da Base Nacional Comum terá recomeçar do zero, mas quando há uma troca de ministro, algo que já havia sido iniciado precisa ser revisitado.</div>
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O pró-reitor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e membro da Academia Brasileira de Educação Antônio Freitas é taxativo:</div>
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— Isso causa incerteza nos escalões inferiores, sobre a permanência ou não de diretores, coordenadores e executivos que estão ocupando postos importantes, o que faz com que projetos fiquem parados durante as transições — diz.— Essa mudança contínua é, de fato, uma negociação para preencher cargos e agradar partidos, o que obviamente prejudica muito a educação</div>
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<span><br />Fonte: O Globo </span></div>
Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-66129667315820459332015-10-01T12:35:00.000-03:002015-10-01T12:35:33.129-03:00Janine é demitido e, em dez meses, pasta da Educação terá 3º ministro<span class="texto-artigo"><div class="article-author" style="text-align: justify;">
O Ministério da Educação divulgou nota, na noite desta quarta-feira (30), em que confirma a saída do ministro Renato Janine do cargo. Ele será substituído por Aloizio Mercadante, então ministro da Casa Civil, que deixou o posto numa tentativa do Palácio do Planalto de melhorar sua relação com a base aliada.</div>
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"A presidenta da República, Dilma Rousseff, esteve com o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, nesta quarta-feira, 30, às 15h, no Palácio do Planalto. Ficou confirmada a saída de Janine Ribeiro do cargo. A presidenta reconheceu e agradeceu o trabalho do ministro no MEC", afirma a nota divulgada pelo ministério.<div class="coluna_inteira" id="more-news" style="text-align: justify;">
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Em seu perfil no Facebook, o ministro informou: "Mandei publicar esta nota no Portal do MEC. O encontro foi absolutamente cordial".</div>
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<strong>Troca de cadeiras</strong></div>
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Mercadante será o terceiro ministro da Educação desde janeiro deste ano – o primeiro nome escolhido para a pasta foi o do ex-governador do Ceará Cid Gomes, que deixou o posto após sessão conturbada no Congresso Nacional. O petista deixou o MEC no início de 2014 para assumir a Casa Civil e seu retorno deve motivar novas alterações no ministério.</div>
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Seu atual secretário-executivo, Marco Antonio de Oliveira, por exemplo, foi secretário de ciência e tecnologia para inclusão social quando Mercadante era o titular de Ciência e Tecnologia e, em seguida, foi nomeado para a secretaria de educação profissional do Ministério da Educação. Mercadante vai deixar a Casa Civil, que ficará com o atual ministro da Defesa, Jaques Wagner.</div>
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Nesta quarta-feira (30), Wagner informou que, se fosse convidado para assumir o cargo, estaria à disposição para ajudar. Ele também afirmou que o trabalho de articulação política do governo deve continuar nas mãos do ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini.</div>
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Berzoini também deve trocar de posto e atuar no Palácio do Planalto, à frente de uma nova pasta englobando a Secretaria de Relações Institucionais, o Gabinete de Segurança Institucional e a Secretaria Geral da Presidência.</div>
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<strong>Gestão de Janine</strong></div>
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A gestão de Renato Janine no Ministério da Educação foi marcada por um orçamento limitado e certo incômodo com interferências externas na pasta – mais precisamente, do novo titular da Educação, que carrega o lema do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, Pátria Educadora.</div>
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Professor de Ética e Filosofia Política na USP, Janine teve seu nome anunciado em meio a investigações do maior escândalo de corrupção no país, e num momento de fragilidade política da gestão petista. A necessidade de melhorar o relacionamento com a base aliada foi justamente o que motivou uma nova troca na Educação, quase seis meses após a posse de Janine.</div>
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"Uma semana intensa de trabalho no MEC me familiarizando com seus mil programas e sua equipe", escreveu o ministro em rede social, no início de abril, dias antes de assumir o ministério. Desde então, Janine anunciou uma forte redução no número de contratos do Fies (cerca de 57% a menos em relação a 2014), se viu diante da mais longa greve das universidades federais e divulgou dados "preocupantes" sobre a alfabetização de crianças matriculadas no 3º ano do fundamental público. "Este ano vai exigir muita paciência", afirmou ele em entrevista publicada no dia em que tomou posse na nova função.</div>
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Fonte: O Tempo (MG)</div>
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</span><br />Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2176182507924991344.post-24429447696055749972015-09-30T13:56:00.003-03:002015-09-30T13:56:24.650-03:00Educação e humor<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfSiWnq_KjedKLF6xfHrOUfgNN2ZzOX7LGo5EHjN9PXBY5Y2R8q6VoIq5HeZFTjV4B1f72AcCFEaDAPeSzGVe0-oipG8k1zRaZRkfhCtyehy-b52I6vSc5UVS0iYQgpwaG0NQFGC_No6O1/s1600/charge.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="378" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfSiWnq_KjedKLF6xfHrOUfgNN2ZzOX7LGo5EHjN9PXBY5Y2R8q6VoIq5HeZFTjV4B1f72AcCFEaDAPeSzGVe0-oipG8k1zRaZRkfhCtyehy-b52I6vSc5UVS0iYQgpwaG0NQFGC_No6O1/s400/charge.jpg" width="400" /></a></div>
<br />Estado, Política e educaçãohttp://www.blogger.com/profile/05544597349819370980noreply@blogger.com0