sábado, 22 de setembro de 2012

Violência nas escolas de Belo Horizonte: dia sim, dia não

Júlia de Andrade - Além dos baixos salários e da falta de condições para trabalhar, professores da rede pública, em Belo Horizonte, convivem com a violência. A cada dois dias, há um registro de agressão nas escolas. Segundo dados da Secretaria de Estado de Defesa Social, no ano passado, houve 174 ocorrências do tipo na capital.
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O número, 30% inferior ao de 2010 (com 250 registros), não minimiza a sensação de insegurança. Na quinta-feira, um professor de física levou um soco, no rosto, de um aluno de 17 anos do 3º do ensino médio. A confusão aconteceu na Escola Estadual Santos Dumont, em Venda Nova, durante a entrega das notas de uma prova.
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O professor, de 37 anos, revidou às agressões. Uma aluna que tentou apartar a briga também se feriu em um dos braços, e o caso foi parar na delegacia. As aulas foram interrompidas.
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Tráfico e agressão
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Criado no ano passado, o disque-denúncia do Sindicato dos Professores das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinpro) recebeu 131 ligações, 43,5% delas referentes à rede particular. De acordo com o Sinpro, 20% dos docentes pesquisados já presenciaram tráfico de drogas na escola e mais da metade (62%) disse ter visto agressão verbal. Outros 24% presenciaram agressão física.
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O diretor do Sinpro Minas, Aerton Silva, acredita que a violência nas escolas acontece com mais frequência que o registrado. “Muitos professores não denunciam por medo de retaliações e de perder o emprego”. Um professor de português, que não quis se identificar, sofreu ameaças. “Após uma prova, um aluno mencionou que eu poderia ficar em uma cadeira de rodas caso aplicasse avaliações difíceis”.
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Campanhas - Segundo a Secretaria de Estado da Educação, ações são tomadas para prevenir a violência. “Estamos tentando desfazer as barreiras entre alunos e professores por meio de campanhas de humanização”, afirma a secretária-adjunta Maria Sueli Pires.
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Fonte: Hoje em Dia (MG)

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