Diretor da escola em que professora teria aliciado aluna é exonerado
por DIANA BRITO, DO RIO - 04 nov. 2010
A Secretaria Municipal de Educação informou que exonerou da função, nesta quarta-feira (3), o diretor da Escola Municipal Rondon, Luiz Santos Gomes. Antes de receber a notícia, ele prestou depoimento na 33ª DP (Realengo) para esclarecer se sabia do relacionamento amoroso que uma professora da instituição mantinha com uma aluna de 13 anos.
De acordo com a secretaria, todas as escolas, em casos de denúncia de abuso sexual, são orientadas a comunicar à polícia a suspeita e abrir uma sindicância administrativa para apurar os fatos. Além disso, o órgão orienta que o caso seja registrado no Conselho Tutelar. Na tarde de ontem, a Polícia Civil do Rio informou que Gomes deverá ser indiciado por omissão no caso da professora de matemática Cristiane Teixeira Maciel Barreiras, 33, indiciada sob suspeita de estupro de vulnerável e corrupção de menores.
Para o delegado Ângelo Lages, titular da 33ª DP (Realengo), Gomes foi omisso pois não interveio ao ser informado que a professora mantinha um relacionamento com uma aluna de 13 anos.
Em depoimento na delegacia, o diretor da escola afirmou desconhecer qualquer envolvimento amoroso ou sexual entre as duas. Entretanto, a polícia apreendeu atas de reuniões da mãe da menor com a direção da escola, assinadas pelo diretor, nas quais ela se queixa da professora.
"Ele confessou que a letra é dele. Em um dos documentos, ele escreve que, segundo a mãe, a professora aliciava sua filha, que passava horas com ela, inclusive dormindo em sua casa", disse à Folha o delegado. O advogado do diretor da escola, Carlos Dolezel, disse que o delegado está sendo 'precipitado' ao dizer que seu cliente deve responder pelos mesmos crimes da professora. Segundo Dolezel, o professor não tinha conhecimento dos fatos e o que consta no inquérito policial aconteceu fora da escola.
"A professora chegou a visitar a menina em casa, com a permissão da mãe. Essa história está muito confusa no que diz respeito à relação entre a mãe e a professora. Não creio que haja embasamento jurídico algum para indiciá-lo". Segundo o advogado, a ata afirma que havia "um relacionamento atípico" entre aluna e professora. "Mas não há em nenhum momento qualquer conotação sexual ou amorosa", afirmou o advogado de defesa.
O dono do motel Bariloche, local onde professora e aluna supostamente se encontravam, pediu que seu depoimento fosse transferido para esta quinta-feira (4). A mãe da adolescente também deve ser ouvida novamente hoje.
Fonte: Folha de S. Paulo
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