sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

FALA EDUCADOR (A) !

Prezado Lúcio,

Vc não vai acreditar, mas liguei o computador pensando em redigir uma nota de protesto sobre o caso, para enviar à imprensa. Pensei, exatamente, em ressaltar o mercantilismo da educação e a vulnerabilidade em que se posiciona o professor dentro de instituições que contam matrículas e se esquecem de ouvir comentários críticos sobre a conduta de alunos.

Há poucos dias tive uma discussão com um "brutamontes" na sala. Depois de perturbar a aula com suas gracinhas e sob o apoio de dois parceiros e da minha chamada de atenção, no final da aula ele veio falar grosso e com o dedo apontando para o meu nariz, levantou a voz "Você me respeita, eu exijo respeito, e a coisa não vai ficar barata....etc".

Respondi-lhe no mesmo tom e disse-lhe que eu estava no meu local de trabalho cumprindo o meu papel; quanto a ele, a porta estava aberta e a presença lançada. Que eu também não deixaria "barato". Confesso-lhe que fui muito firme e tive o apoio de toda a turma. Entretanto, o aluno foi à coordenação com outra conversa e, como sempre, plantou a dúvida. Mas, embora eu tivesse mantido a minha posição firme, inclusive diante do coordenador, fiquei preocupada com o que poderia me acontecer ao sair para o estacionamento. Ainda bem que ele conseguiu passar de ano com a nota mínima, mas ainda me questionou o motivo de não ter ganho pontos de participação.

Estamos vulneráveis. Andamos com medo. Estamos nos tornando escravos de um sistema cruel e distante de uma proposta de educação integral. Somos promotores de diplomas. Como será o futuro do Brasil?

Abraços.

Prof. Célia

Nenhum comentário:

Postar um comentário