Diretora apanha em escola pública
Tribuna de Minas - Juiz de Fora, 25 de maio de 2010, terça-feira
Atos contra violência
Professores da rede municipal de ensino devem promover amanhã dois atos públicos de repúdio à agressão sofrida pela vice-diretora da Escola Municipal Álvaro Lins, no São Judas Tadeu, Zona Norte, no último sábado. Cecília Aparecida da Silva Calixto, 46 anos, foi espancada com um pedaço de pau por uma mulher, 22, mãe de uma estudante de 9 anos. A agressão, que teve participação do companheiro da mãe, também 22, aconteceu dentro do colégio, exatamente quando se comemorava o Dia da família na escola, uma ação que tenta aproximar a instituição da comunidade. Na delegacia, com escoriações pelo corpo, a vítima informou que a mãe ainda teria tentado golpeá-la com uma tesoura. Essa foi a segunda agressão a profissionais dentro de escolas municipais em menos de um mês. No dia 29 de abril, Francisca Duque Alves, 51, diretora da Escola Municipal Cosette de Alencar, no Santa Catarina, teve o nariz fraturado e sofreu diversas escoriações, após ser agredida a socos e pontapés pela mãe e irmã de uma estudante da oitava série.
“Não vamos deixar esses casos impunes. O departamento jurídico do Sindicato dos Professores vai levá-los até o fim. Queremos a punição dos autores, inclusive para que a sociedade entenda que não pode agredir um professor e ficar por isso mesmo”, afirma o vereador e membro do sindicato Roberto Cupolillo, o Betão, PT. Ele conta que os atos públicos serão realizados às 8h e às 13h, no Santa Cruz, região próxima à Escola Álvaro Lins. “Vamos fazer panfletagem e usar um carro de som para conscientizar a população sobre a questão da violência no ambiente escolar.”
Abalada, a vice-diretora agredida está afastada. Ontem representantes da escola reuniram-se com membros da Secretaria de Educação. Conforme a titular da pasta, Eleuza Barboza, a agressão aconteceu devido a um mal entendido. A estudante estava com a blusa do uniforme e a educadora teria informado que não havia necessidade de usar a peça, já que o dia era festivo. “Parece que a mãe foi informada de que a menina foi chamada de mendiga, o que não aconteceu.” Eleuza afirma que o colegiado, formado por funcionários, professores e pais de alunos, tem autonomia para definir o procedimento a ser adotado neste caso. “Eles estão fazendo reuniões e devem apresentar sua decisão hoje. Vamos acatar a indicação.” No caso da Escola Cosette de Alencar, o colegiado optou pela transferência da aluna cuja família agrediu a diretora.“A agressão física dentro da escola é uma coisa que assusta, por ser absolutamente desnecessária. Se um pai, mãe ou responsável achar que seu filho foi de alguma forma agredido ou desrespeitado, deve levar o caso à direção da escola, à Secretaria de Educação ou mesmo aos conselhos tutelares ou aos Direitos da Criança e do Adolescente. São canais que oferecem retorno efetivo. Não há razão para violência,” defende Eleuza. A família envolvida na agressão não havia sido localizada pelas equipes da Secretaria de Educação até o início da noite de ontem, mas a informação é de que a mãe será chamada ainda hoje.
Fonte: http://www.tribunademinas.com.br/
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