Pro Ilson Sanches*
06 de janeiro de 2011
Está posta a grande chance de resgate da Educação. Em 2010 tivemos fatos e diagnósticos que nos deixaram não só entristecidos e indignados como também mais conscientes de uma enorme exigência. As políticas públicas nos Estados brasileiros necessitam de um novo rumo e de novos paradigmas. Em verdade, para um país que teve como presidente um trabalhador de mãos calosas e que perdeu um dedo (muitos perdem a própria vida), o significado da Educação é evidente e deve servir como um alerta para erradicar o sofrimento por conta do desenvolvimento e de grandes esforços físicos e mentais.
Louvável a luta de um trabalhador para superar dificuldades com sacrifício, mas isto não precisa ser um modelo, nem um paradigma, ou mesmo um imperativo, deve sim servir como ensinamento para que novos presidentes ou cidadãos não tenham que passar por isso. Eles deverão ter uma vida menos sacrificada e deverão ter a possibilidade de alcançar a Presidência sem passar por tais provações.
Temos agora uma presidente que também passou por dificuldades e sofrimentos, e ainda deve fazer um grande esforço para superar discriminações e valorar ainda mais o seu trabalho e o seu compromisso com a nação. Ambos passaram por injustiças em um momento na história em que a democracia e o atual estado democrático de direito amadureceram cobrando muito da sociedade brasileira, incluindo aí a classe média que paga grande parte desta conta. Entramos, como disse a presidente, em uma nova era e esta não deverá exigir grandes sacrifícios complementares à sociedade, isto se as políticas públicas forem as mais acertadas. E esta é a responsabilidade de nossos novos governantes passando, necessariamente, por diversos níveis, incluindo o ensino fundamental até a pós-graduação em fase de pós-doutorado.
A vergonha internacional que sentimos com um 53º lugar no ranking do Programa Internacional de Avaliação de alunos, dentre 65 países, é uma dura realidade que não vangloria ninguém. E uma discussão de quem fez mais ou deixou de fazer não faz sentido, pois todos nos sentimos responsáveis, e há que haver um franco resgate, sobretudo de valorização ao professorado e à profissionalização do ensino, em nosso país. Ao avaliar a cadeia produtiva do ensino percebem-se lacunas e constata-se o desprezo às pesquisas aliadas ao desenvolvimento, a ponto de se concluir um bacharelado e não ser natural, seqüencial, realizar aperfeiçoamentos e especializações, mestrados e doutorados. Estes custam uma fortuna, a ponto de muitos profissionais irem para o exterior, onde há maior valorização e facilidade para cursar.
No serviço público, este, responsável pelas políticas públicas, nos revela uma realidade apavorante, pois no país possuímos poucas Escolas de administração pública que produzem efetivos resultados e que não o são de forma suficiente, valorizadas e priorizadas, e ainda se pensa pequeno, num país gigante. E o improviso prevalece. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicou em novembro, de 2010 um diagnóstico da Educação com base em 2009. A população urbana brasileira tem em média 3,9 anos de estudos a mais que a população rural. Dentre vários outros resultados a média de anos de estudos na população acima de 15 anos é de 7,5 anos, abaixo do mínimo de oito previsto na Constituição.
E isto reflete uma triste realidade, estuda-se pouco, valorizam-se pouco as políticas públicas e os professores, assim como, o ensino, a pesquisa e a extensão. E, como consequência, profissionaliza-se pouco. O resultado é a instabilidade produtiva nacional na grande maioria dos setores da economia, pois se amplia sim, o despreparo, diminuindo a competitividade comparativa com outros países.
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06 de janeiro de 2011
Está posta a grande chance de resgate da Educação. Em 2010 tivemos fatos e diagnósticos que nos deixaram não só entristecidos e indignados como também mais conscientes de uma enorme exigência. As políticas públicas nos Estados brasileiros necessitam de um novo rumo e de novos paradigmas. Em verdade, para um país que teve como presidente um trabalhador de mãos calosas e que perdeu um dedo (muitos perdem a própria vida), o significado da Educação é evidente e deve servir como um alerta para erradicar o sofrimento por conta do desenvolvimento e de grandes esforços físicos e mentais.
Louvável a luta de um trabalhador para superar dificuldades com sacrifício, mas isto não precisa ser um modelo, nem um paradigma, ou mesmo um imperativo, deve sim servir como ensinamento para que novos presidentes ou cidadãos não tenham que passar por isso. Eles deverão ter uma vida menos sacrificada e deverão ter a possibilidade de alcançar a Presidência sem passar por tais provações.
Temos agora uma presidente que também passou por dificuldades e sofrimentos, e ainda deve fazer um grande esforço para superar discriminações e valorar ainda mais o seu trabalho e o seu compromisso com a nação. Ambos passaram por injustiças em um momento na história em que a democracia e o atual estado democrático de direito amadureceram cobrando muito da sociedade brasileira, incluindo aí a classe média que paga grande parte desta conta. Entramos, como disse a presidente, em uma nova era e esta não deverá exigir grandes sacrifícios complementares à sociedade, isto se as políticas públicas forem as mais acertadas. E esta é a responsabilidade de nossos novos governantes passando, necessariamente, por diversos níveis, incluindo o ensino fundamental até a pós-graduação em fase de pós-doutorado.
A vergonha internacional que sentimos com um 53º lugar no ranking do Programa Internacional de Avaliação de alunos, dentre 65 países, é uma dura realidade que não vangloria ninguém. E uma discussão de quem fez mais ou deixou de fazer não faz sentido, pois todos nos sentimos responsáveis, e há que haver um franco resgate, sobretudo de valorização ao professorado e à profissionalização do ensino, em nosso país. Ao avaliar a cadeia produtiva do ensino percebem-se lacunas e constata-se o desprezo às pesquisas aliadas ao desenvolvimento, a ponto de se concluir um bacharelado e não ser natural, seqüencial, realizar aperfeiçoamentos e especializações, mestrados e doutorados. Estes custam uma fortuna, a ponto de muitos profissionais irem para o exterior, onde há maior valorização e facilidade para cursar.
No serviço público, este, responsável pelas políticas públicas, nos revela uma realidade apavorante, pois no país possuímos poucas Escolas de administração pública que produzem efetivos resultados e que não o são de forma suficiente, valorizadas e priorizadas, e ainda se pensa pequeno, num país gigante. E o improviso prevalece. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicou em novembro, de 2010 um diagnóstico da Educação com base em 2009. A população urbana brasileira tem em média 3,9 anos de estudos a mais que a população rural. Dentre vários outros resultados a média de anos de estudos na população acima de 15 anos é de 7,5 anos, abaixo do mínimo de oito previsto na Constituição.
E isto reflete uma triste realidade, estuda-se pouco, valorizam-se pouco as políticas públicas e os professores, assim como, o ensino, a pesquisa e a extensão. E, como consequência, profissionaliza-se pouco. O resultado é a instabilidade produtiva nacional na grande maioria dos setores da economia, pois se amplia sim, o despreparo, diminuindo a competitividade comparativa com outros países.
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* Ilson Sanches é advogado e professor universitário.
Site: www.ilsonsanches.com; e-mail: ilson@ilsonsanches.com
Fonte: A Gazeta (MT)
Site: www.ilsonsanches.com; e-mail: ilson@ilsonsanches.com
Fonte: A Gazeta (MT)
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