Desmoronamentos, desastres, tragédias, sofrimento, solidariedade são eventos anunciados e esperados a cada Janeiro. A inovação está nos números que, assustadoramente, crescem. Somente não são novos os fatores causais.
Passada a tormenta e diminuída a lama, quando já não há corpos e choro para alimentar o noticiário, o esquecimento vai tomando a forma de rotina. A dor vai se perpetuar, apenas, no coração daqueles, diretamente, atingidos. Quando chega o Carnaval, o assunto é outro. A partir daí, ninguém sabe e ninguém cobra as ações de dever do poder público. Não há demonstração de resultados. Silêncio! E, o pior de tudo é que novos empreendimentos imobiliários, novas construções e novas vias vão rasgar áreas de risco ou de preservação, vão subir montanhas e vão continuar trocando grana por vidas na cidade que crescerá desordenada e ameaçadora.
No resto do ano, onde estará o poder público? Onde estarão engenheiros, geólogos, agrimensores, topógrafos, empreiteiros, investidores, construtores e tantos outros especialistas que, verdadeiramente, conhecem as causas da picareta da morte? Onde estarão? Silenciados e vivendo as suas vidas como se nada tivessem a ver com a previsibilidade das desgraças alheias. São alheias!
Ah, a culpa é das chuvas. Fácil desculpa!
Célia Maria Corrêa Pereira é professora e mestre em administração de empresas
Passada a tormenta e diminuída a lama, quando já não há corpos e choro para alimentar o noticiário, o esquecimento vai tomando a forma de rotina. A dor vai se perpetuar, apenas, no coração daqueles, diretamente, atingidos. Quando chega o Carnaval, o assunto é outro. A partir daí, ninguém sabe e ninguém cobra as ações de dever do poder público. Não há demonstração de resultados. Silêncio! E, o pior de tudo é que novos empreendimentos imobiliários, novas construções e novas vias vão rasgar áreas de risco ou de preservação, vão subir montanhas e vão continuar trocando grana por vidas na cidade que crescerá desordenada e ameaçadora.
No resto do ano, onde estará o poder público? Onde estarão engenheiros, geólogos, agrimensores, topógrafos, empreiteiros, investidores, construtores e tantos outros especialistas que, verdadeiramente, conhecem as causas da picareta da morte? Onde estarão? Silenciados e vivendo as suas vidas como se nada tivessem a ver com a previsibilidade das desgraças alheias. São alheias!
Ah, a culpa é das chuvas. Fácil desculpa!
Célia Maria Corrêa Pereira é professora e mestre em administração de empresas
De fato alguém tem que levar a culpa, a mídia serve como refeição aos sentidos as dores alheias. O que ajuda a digerir seria a manifestações solidarias para ajudar?
ResponderExcluirPor mais que se culpa o governo, profissionais liberais e ate mesmo a sociedade o jogo só teria fim quando for entregue o Judas ou Entretenimento do momento (Carnaval ou catástrofes piores). Tudo é um processo o quem deveria mudar as regras, contribui para manter!
Como diria Machado de Assis, "Matamos o tempo, o tempo nos enterra."