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TOULOUSE, França — Um dia depois de um homem em uma scooter matar quatro pessoas em uma escola judaica de Toulouse, na França, testemunhas revelaram que o atirador levava uma pequena câmera em seu capacete. Policiais investigam se o vídeo foi disseminado na internet. Enquanto isso, a França prepara uma das maiores caçadas humanas de sua História. Cerca de 200 homens vieram de Paris para Toulouse ajudar nas investigações, e todas as escolas e prédios religiosos — islâmicos ou judeus — na região dos Pirineus estão sendo vigiados por policiais.
Segundo a imprensa francesa, a câmera usada pelo atirador de Toulouse seria de um modelo popular no país, custaria cerca de 200 euros e seria comum entre paraquedistas. A polícia francesa trabalha com duas hipóteses principais: um crime ligado ou ao Islamismo ou à extrema-direita. — As câmeras de segurança mostram que o assassino gravava enquanto atuava. Isto soma mais um elemento ao perfil do assassino. Alguém cruel o bastante para gravar tudo, alguém muito frio, determinado, com gestos precisos e muito cruel — disse o ministro do Interior, Claude Guéant, nesta terça-feira.
Guéant disse que os investigadores acreditam que os responsáveis pelos três últimos atentados na região dos Pirineus — o ataque à escola judaica na segunda-feira e a morte de três policiais de origens árabe e caribenha — seriam ex-militares expulsos das Forças Armadas por comportamentos neonazistas. Uma fonte próxima ao caso, no entanto, teria dito à Reuters nesta manhã que os homens já não seriam mais suspeitos. Dois dos três soldados reformados teriam sido interrogados na noite de ontem e o terceiro já teria sido ouvido pela polícia na semana passada. Nesta manhã, todas as escolas francesas fizeram um minuto de silêncio em homenagens às vítimas da tragédia. Em um ato de solidariedade, o prefeito de Toulouse, Pierre Cohen, condenou os incidentes recentes que classificou de “atos racistas”. Cohen pediu para a população ser prudente e “se manter vigilante” e não descartou a hipótese de um quarto ataque. Em Paris, o presidente Nicolas Sarkozy participou de uma solenidade no colégio François Couperin. — Infelizmente, não temos nada — disse Sarkozy sobre o avanço das investigações.
Paris aumenta cerco em Toulouse
Logo após o atentado que deixou três crianças e um homem morto, na segunda-feira, autoridades francesas acionaram o alerta máximo para terrorismo na região de Toulouse. O “sinal vermelho” permite que autoridades implementem medidas de segurança mais duras, incluindo patrulhas de policiais e militares, suspendam o transporte público e fechem escolas. Uma equipe de 200 investigadores foi de Paris a Toulouse para ajudar no caso, e guardas estão sendo posicionados em frente a todas escolas e prédios islâmicos e judeus da região. A scooter usada pelo atiradora — um modelo preto da marca Yamaha — foi roubada cinco dias antes do atentado na cidade. Segundo fontes policiais, o número da placa do veículo foi encontrado nas imagens do circuito de segurança da escola.Na segunda-feira, Sarkozy, confirmou que a mesma arma foi usada na escola e em outros dois atentados envolvendo policiais de origem estrangeiras também nos Pirineus. O governante chamou o episódio de “abominável”.
Na manhã de ontem, um homem abriu fogo em frente ao colégio judaico Ozar Hatora, matando o professor de religião Jonathan Sandler, de 29 anos, um rabino israelense que havia se mudado recentemente para a França e que dava aulas no colégio, segundo o jornal israelense “Yediot Ahronot”. Ele foi assassinado junto com os filhos Gabriel, de 3 anos, e Arie, de 6 anos. A quarta vítima foi a filha do diretor da escola, Miriam Monsonego, de 7 anos. O atirador teria entrado na escola e continuado a disparar. Um adolescente de 17 anos também estaria gravemente ferido. — O atirador disparou contra tudo que estava à sua frente, crianças e adultos — disse o procurador francês Michel Valet. — Ele perseguiu as crianças até a escola.
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