Por Valter Machado da Fonseca*
Caros (as) leitores (as)! Gostaria de usar esta data de 15 de outubro de 2011 para fazer, juntamente com vocês, uma pequena reflexão e, ao mesmo tempo, prestar uma singela homenagem aos professores de Minas Gerais, categoria à qual pertenço.
Há cerca de um mês atrás, presenciamos o final do movimento grevista dos professores de Minas Gerais. Foram mais de 100 dias de greve, mais de três meses de resistência heroica dos trabalhadores da educação. O movimento de resistência dos professores serve perfeitamente para que possamos fazer importantes reflexões acerca da profissão docente no Brasil.
Mas, a luta dos professores de Minas deve ser analisada não apenas pelo contexto econômico, mas, sobretudo, pelo lugar que ocupa esta importante categoria da classe trabalhadora no Brasil e no mundo. No contexto das lutas dos trabalhadores da América Latina, as lutas dos educadores de Minas Gerais sempre assumiram lugar de centralidade, de destaque dentro do conjunto das lutas sociais do continente. É preciso chamar à atenção para a relevância, o lugar e o papel dos professores na sociedade em todos os tempos, mas, em especial nos tempos modernos.
Neste dia 15 de outubro, data dedicada ao dia dos professores, é fundamental questionarmos: qual o lugar ocupado pelos professores na sociedade? Qual o papel dos professores na vida de todo o povo, seja no Brasil, seja no restante do mundo? Qual a importância dos professores para todos nós? Diante dessas indagações, é notório que os professores participam da vida de todos nós. Toda a sociedade passa, necessariamente, parte da sua vida, pelas mãos dos educadores. Então, aqui cabe a pergunta: por que, algumas categorias de profissionais e o setor empresarial atingem remunerações exorbitantes, enquanto os professores ganham salários aviltantes, se todos precisam dos educadores para se qualificar?
A educação como base para a vida!
Dentre os profissionais da educação, a parcela mais sacrificada e menos reconhecida são os professores da Educação Básica. A própria palavra “básica” quer dizer “onde tudo começa”, “condições essenciais” para o início e sustentação da vida humana. Então, por que os governantes [que também passaram pelas mãos dos professores] não dão nenhuma importância para essa categoria profissional? Por que o governo do Estado de Minas Gerais recebe os mestres de seus próprios filhos e netos com violência e cassetetes? Por que os governantes precisam mentir descaradamente para tentar descaracterizar um movimento justo e legítimo da categoria dos trabalhadores da educação?
A educação e as promessas eternas!
Ano que vem, novamente será ano de eleições. E, eu aposto com quem quiser que, mais uma vez, a Educação será o principal tema a ser proclamado nos palanques eleitorais. Nesses palanques, onde ocorre um verdadeiro desfile de promessas descabidas e mentirosas, a educação vira assunto, no qual todos se dizem especialistas e, portanto, com direito a dar os mais diversos palpites e as mais diversificadas opiniões. Todos viram “educadores” em tempos de eleições, inclusive aqueles que utilizam a polícia e os “cassetetes democráticos” contra os professores em luta.
Neste sentido, gostaria de findar este breve artigo, prestando minha singela homenagem ao movimento grevista, legítimo, deflagrado pelos professores, não somente de Minas Gerais, mas em todos os recantos desse imenso e magnífico país. O movimento [a greve dos cem dias] dos professores de Minas Gerais, apesar de não ser sequer mencionada pelos opressores, com toda a certeza entrará para os anais das lutas heroicas deflagradas pela classe trabalhadora brasileira. Luta que jamais sairá das mentes e dos corações de todo o povo marginalizado e oprimido deste nosso imenso país."
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* Escritor. Geógrafo, Mestre e doutorando em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Uberlândia – PPGED/FACED/UFU. machado04fonseca@gmail.com
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