sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Descontrolada com respostas de alunos e segurando faca, professora questiona adolescentes em escola de Contagem


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Duvido muito que a notícia abaixo tenha retratado a realidade, mas não tenho dúvida que não deixa de ser uma reação oriunda da indignação coletiva de uma categoria que lutou mais de 100 dias por dignidade e respeito. Uma categoria que foi mais do que humilhada, foi violentada repetidas vezes em seus mais elementares direitos. O episódio não deve ser visto como um acontecimento criminalizável e esporádico. No Blog em apreço estamos colocando várias notícias sobre a violência e episódios inacreditáveis que estão acontecendo em salas de aula. A educação no Brasil é um caos e nesse campo, corpos e mais corpos vão ficando pelo caminho. E é óbvio que a "ressaca da greve" - um movimento legítimo - está começando a fazer efeitos. Que a professora seja poupada de todo sofrimento e que os alunos repensem o que andam falando em sala de aula, um espaço de interação e de liberdade de pensamento. Professores e alunos não são inimigos, mas ambos são vítimas do descaso que perpassa há anos a política de educação no Brasil. 

Lúcio Alves de Barros

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Descontrolada com respostas de alunos e segurando faca...
Por Tábata Martins

Uma professora de 25 anos teve uma crise nervosa no momento em que dava aula de filosofia para alunos do 1º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Mário Elias de Carvalho. A instituição de ensino é localizada no bairro Jardim Riacho, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com Fernanda Araújo de Carvalho Figueiredo, vice-diretora da escola, o descontrole emocional ocorreu durante o turno matutino das aulas dessa quinta-feira (6).

Segundo a vice-diretora, por volta das 8 da manhã, ela foi informada pela supervisora da instituição que a professora estava descontrolada dentro de sala e com uma faca em um das mãos. Na sala, Fernanda Araújo retirou o objeto da mãos da educadora e a levou para a coordenação. “No momento em que eu perguntei para ela sobre o que tinha acontecido, ela começou a rir muito, quando percebi que tinha alguma coisa de errado. Em seguida, acionei a polícia, que registrou um boletim de ocorrência e levou a professora até ao Hospital Espírita André Luiz, em Belo Horizonte”, disse a vice-diretora.

Conforme Fernanda Araújo, o descontrole da professora foi decorrente de respostas dos alunos, que têm entre 15 e 17 anos. “Durante a aula, a educadora perguntou para os alunos o que eles queriam ser daqui a 5 anos, mas eles responderam que queriam ser marginais e tirar sangue de pessoas. Com a resposta, ela foi até a cantina, pegou a faca e voltou para a sala, quando a apontou para os adolescente e os questionou sobre as respostas dadas por eles”, conta Fernanda.

Essa não foi a primeira vez que a educadora apresentou problemas emocionais. Segundo a vice-diretora, há cerca de cinco meses, a professora tirou licença médica decorrente de tratamento relacionado a problemas psiquiátricos. Além disso, Fernanda Araújo descobriu que a educadora estava passando por um novo procedimento médico, mas que estava o escondendo dos colegas de trabalho. “Aparentemente, ela estava normal. Ela deve ter escondido que estava doente porque é designada, e, quando esse tipo de profissional tira licença médica, eles caem no INSS e recebem salário mínimo”, explica a vice-diretora. A professora dá aula na Escola Estadual Mário Elias de Carvalho desde 2006 e, nesta sexta-feira (7), permanece internada na unidade de saúde, que fica no bairro Betânia, na região Oeste da capital mineira.

Fonte: O Tempo (MG)

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