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Por Lucienen Camera - Jornal O Tempo - 06/06/2012 - A sensação de impunidade no Brasil faz crescer também o clamor da população por punições mais rígidas aos criminosos, afirmam especialistas. Prova disso, é a pesquisa divulgada ontem pelo Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da Universidade de São Paulo (USP), que aponta que quase metade dos brasileiros (47,5%) concordam totalmente, em parte ou discordam em parte com a tortura de presos para obtenção de provas. Em Belo Horizonte, o índice segue a tendência nacional, com 44,2% dos entrevistados incluídos nessa categoria em 2010, contra 34% registrados pelo levantamento em 1999.
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A maioria dos belo-horizontinos também se mostrou a favor da pena de morte e da prisão perpétua para estupradores, que atualmente ficam no máximo 12 anos na prisão, conforme o Código Penal. No ranking de punições (veja infográfico), a prisão perpétua aparece como a número um para os autores de estupro, com 37,54% dos votos, seguida da pena de morte, que ficou com 35,88% das opiniões. Juntas, as duas opções somam 73,42% das respostas da capital mineira.
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O resultado segue a tendência de outras dez capitais envolvidas na pesquisa da USP. No Brasil, 73,8% dos entrevistados se declararam a favor da pena de morte e da prisão perpétua para estupradores, com destaque para a pena de morte, que teve a maioria dos votos - 39,47%. Também cresceu no país o índice dos que aceitam "em parte" a tortura, passando de 8,8% em 1999 para 18,25% em 2010.
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Intolerância. Para o psicólogo Renato Alves, pesquisador do NEV, o aumento daqueles que concordam "em parte" sugere um enfraquecimento das antigas convicções. "As pessoas vêm se movimentando para uma mudança, estão menos tolerantes com o crime", explicou. Por outro lado, ele salienta que, embora o estudo indique essa mudança de posicionamento da socieda de, ainda é maior o número de pessoas que discordam da tortura para a obtenção de provas.
Em Belo Horizonte, 55,74% disseram discordar totalmente. O dado indica, em contrapartida, uma queda de no índice de pessoas que se manifestaram contrárias a tortura, já que, em 1999, a discordância era de 66%.
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Caiu também o número de belo-horizontinos que discordam totalmente da pena de morte. Em 1999, 44,44% dos entrevistados acreditavam que nenhum crime justificava o uso da prática, o que baixou para 35,47% em 2010. E além dos estupradores, principais alvos das escolhas por penas mais severas, a lista também inclui políticos corruptos e sequestradores.
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A maioria dos belo-horizontinos também se mostrou a favor da pena de morte e da prisão perpétua para estupradores, que atualmente ficam no máximo 12 anos na prisão, conforme o Código Penal. No ranking de punições (veja infográfico), a prisão perpétua aparece como a número um para os autores de estupro, com 37,54% dos votos, seguida da pena de morte, que ficou com 35,88% das opiniões. Juntas, as duas opções somam 73,42% das respostas da capital mineira.
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O resultado segue a tendência de outras dez capitais envolvidas na pesquisa da USP. No Brasil, 73,8% dos entrevistados se declararam a favor da pena de morte e da prisão perpétua para estupradores, com destaque para a pena de morte, que teve a maioria dos votos - 39,47%. Também cresceu no país o índice dos que aceitam "em parte" a tortura, passando de 8,8% em 1999 para 18,25% em 2010.
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Intolerância. Para o psicólogo Renato Alves, pesquisador do NEV, o aumento daqueles que concordam "em parte" sugere um enfraquecimento das antigas convicções. "As pessoas vêm se movimentando para uma mudança, estão menos tolerantes com o crime", explicou. Por outro lado, ele salienta que, embora o estudo indique essa mudança de posicionamento da socieda de, ainda é maior o número de pessoas que discordam da tortura para a obtenção de provas.
Em Belo Horizonte, 55,74% disseram discordar totalmente. O dado indica, em contrapartida, uma queda de no índice de pessoas que se manifestaram contrárias a tortura, já que, em 1999, a discordância era de 66%.
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Caiu também o número de belo-horizontinos que discordam totalmente da pena de morte. Em 1999, 44,44% dos entrevistados acreditavam que nenhum crime justificava o uso da prática, o que baixou para 35,47% em 2010. E além dos estupradores, principais alvos das escolhas por penas mais severas, a lista também inclui políticos corruptos e sequestradores.
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A pesquisa - Dinâmica. Para alcançar o resultado, foram ouvidas 4.025 pessoas acima de 16 anos em 11 capitais brasileiras. A intenção do NEV é que o estudo sirva de base para futuras políticas públicas.
Depoimento
"Como cidadão, espero que a Justiça seja feita"
Gustavo Neves - pai de Bárbara Neves, 22, vítima de latrocínio
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Mês passado perdi minha filha Bárbara (em 23 de maio, na capital). Perdi da pior maneira possível: assassinada fria e covardemente! Uma menina maravilhosa: linda, cheia de vida, cheia de planos para uma vida que apenas começava. Um orgulho para qualquer pai. Minha filha foi vítima do que podemos chamar de "momento Brasil". Um país onde a corrupção, a falcatrua e a impunidade convivem harmoniosamente. Ministros envolvidos com o crime organizado, políticos que nem merecem comentários. Uma crise de caráter generalizada. Como cidadão, espero que a Justiça seja feita. Como pai, encontrar os assassinos não faz a menor diferença. Do fundo do meu coração, o único sentimento que tenho é de compaixão. Imagino a vida desses criminosos. Imagino o momento do crime. Uma pessoa em sã consciência não atira na cabeça de uma menina indefesa. Perturbação mental? Drogas? Educação? Este não é o caso, não é o que deve ser avaliado. Minha filha foi assassinada por alguém que, de certa forma, é, também, uma vítima. Eu nunca poderia imaginar estar passando por isso. Mas estou. Aconteceu comigo, com minha amada filha.Pode acontecer com você. Precisamos dar um basta.
Fonte: O Tempo (MG)
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