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Escrever sobre Paulo Freire (1921-1997) usando adjetivos é fácil. "Considerado um dos maiores educadores brasileiros de todos os tempos" é tão verdade quanto lugar-comum. Sua produção intelectual influenciou a chamada pedagogia crítica, o "método Paulo Freire" entrou para o vocabulário dos professores e as suas teorias foram usadas com sucesso na alfabetização de jovens e adultos. Freire recebeu dúzias de títulos de doutor honoris causa em universidades do mundo --Harvard, Cambridge e Oxford estão entre elas.
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Preso e exilado durante a ditadura, voltou ao Brasil com a Lei da Anistia. "Pedagogia do Oprimido", sua obra-prima, foi publicado originalmente em inglês, depois em espanhol. "Ação Cultural" foi escrito em Cambridge e publicado pela Universidade de Harvard. Viajou pelo mundo e observou a sociedade e a sua relação com a prática pedagógica. A alfabetização, para ele, servia como instrumento de libertação e luta por dignidade. Usar adjetivo é sinônimo de preguiça.
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Paulo Ghiraldelli Jr., professor, filósofo, escritor e responsável pela coleção "Filosofia em Pílulas", foi aluno de Freire na década de 1980. Em "Lições de Paulo Freire: Filosofia, Educação e Política", Ghiraldelli apresenta uma série de artigos com análises sobre a obra do pensador pernambucano. O livro não é uma biografia, mas conta com uma introdução na qual o autor conta as sua experiência no curso de pós-graduação da PUC-SP. "É um livro de quem se inspira em Paulo Freire", explicou em entrevista à Livraria da Folha. Ouça.
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"As Lições de Paulo Freire", lançamento da editora Manole, traz o debate sobre conceitos como oprimido, "método Paulo Freire", pedagogia bancária e libertadora e professor reflexivo.
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Fonte: Folha de São Paulo
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