domingo, 18 de agosto de 2013

Responsabilidade é dos pais

Foto (O Tempo - MG).
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Por Litza Mattos e Raquel Sodré
Nestes tempos desafiadores em que vivemos, em que o mercado de trabalho exige cada vez mais dedicação de homens e mulheres, é comum a educação dos filhos ser dividida com outras pessoas, como uma babá, os professores da creche ou escola, ou uma avó, por exemplo. O problema é quando, em vez de dividida, a educação é totalmente delegada a terceiros.
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Um dos riscos dessa atitude é de a criança estabelecer vínculos mais fortes com o cuidador do que com os pais, o que pode gerar insegurança e perda da referência de autoridade. “Essas pessoas, muitas vezes, alimentam o medo e o temor das crianças para fazê-las obedecer”, ressalta o professor Francisco Liberato, diretor do Colégio Logosófico em Belo Horizonte.
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O remédio para isso, no entanto, é a participação ativa dos pais na vida dos filhos. “A segurança dependerá de como os pais se relacionam com esses filhos. O que importa não é a quantidade, mas a qualidade do tempo que se passa junto deles”, esclarece a psicopedagoga Ana Cássia Maturano, especialista em problemas de aprendizagem.  Greiciane Cristina Costa, 32, é técnica em enfermagem, trabalha como babá há dez anos e reconhece que muitas profissionais têm, sim, grande influência na vida das crianças. “Como as crianças acabam passando mais tempo com as babás e as enfermeiras elas acabam nos chamando de mamãe, mas sempre corrigimos. Uma boa profissional sabe seu lugar e que pode, inclusive, complementar a educação passada pelos pais”, afirma.
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Em sua experiência, a babá relata que cerca de 80% dos pais não se preocupam muito com os filhos, mas para evitar que qualquer informação importante seja deixada de lado, ela faz um relatório diário da criança. “Nesse caderninho anoto tudo o que a criança comeu e como se comportou”, diz. E, quando combinado com os patrões, as babás também podem dar bronca e ensinar o dever de casa. “A autonomia ou não da babá é combinada no momento da entrevista, porém, sempre podemos corrigir as crianças maiores de 2 anos, colocando na cadeirinha do pensamento”, conta a técnica em enfermagem.
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Parceria. Babás e escolas têm a função de ajudar os pais na criação dos filhos, mas não de agir no lugar deles. Fernanda Senna, 41, preferiu colocar o filho em uma escola quando percebeu a divergência dos valores passados pela babá. “Meu filho estava aprendendo a falar coisas que não era do nosso vocabulário”, diz.
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Segundo Ana Cássia, mesmo com as atribuições do dia a dia, é possível ser participativo. “Aquela uma hora que você tem com a criança à noite pode servir para brincar, mas também para olhar a agenda, por exemplo”, recomenda. Já o professor Liberato acredita que “há necessidade de uma parceria entre a escola e a família. A escola não pode e nem deve substituir os pais”, comenta.
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Fonte: O Tempo (MG)

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