sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Aluna é espancada em calourada no campus da UFMG

Uma aluna de pedagogia afirma ter sido espancada nessa quarta-feira (14), dentro do campus Pampulha na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na capital. Segundo a vítima, Miriam Gomes Alves, 26, o agressor cursa Restauração e Conservação na escola e é ex-namorado dela. A jovem contou que o ato de violência ocorreu durante discussão entre os dois. “Ele me jogou no chão, me arrastou pelos cabelos, me enforcou e sentou na minha cabeça. Infelizmente a gente vê esse tipo de machismo dentro de uma universidade”, relatou Miriam.
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O namoro durou um ano, e eles estavam separados desde fevereiro deste ano, segundo a jovem, que preferiu não expor o motivo da briga. A agressão teria ocorrido durante a festa de alunos da faculdade de Belas Artes, para recepcionar o calouros. Segundo a vítima, eles estavam em um local escuro e ninguém presenciou a agressão. A reportagem não obteve o contato do suposto agressor.
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Miriam conta que pediu socorro para o estudante de letras Franz Galvão Costa Piragibe, 26, por telefone. O jovem levou a vítima à 9ª Delegacia Distrital de Venda Nova para prestar queixa anteontem. “Ela estava machucada na cabeça, na perna e nas mãos. O pior é que a UFMG não pune esses agressores”, reclamou Piragibe.
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Queixas
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A falta de segurança no campus é alvo constante de reclamações de estudantes. Segundo eles, agressões como a dessa quarta (14) não são coibidas, e os autores não são punidos, diferentemente do que informou a UFMG. A assessoria de imprensa da instituição afirmou que os casos são apurados por processos administrativos e os responsáveis, punidos.
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A UFMG ainda informou que a vítima precisa prestar queixa à instituição – o que ainda não foi feito – para que um processo administrativo seja aberto. Entretanto, segundo a assessoria, o caso deve ser apurado após a publicação da reportagem de O TEMPO. O agressor pode receber advertência, suspensão e expulsão. A UFMG disse que, diante de agressão, os alunos devem procurar os seguranças do campus e que há uma guarita próxima ao prédio onde Miriam foi agredida.
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Denúncia. Nesta quinta (15), a jovem fez exame de corpo e delito no Instituto Médico Legal e prestou queixa na Divisão Especializada de Atendimento da Mulher, do Idoso e do Portador de Deficiência, que vai investigar o caso. Uma outra aluna da Universidade Federal de Minas Gerais teria sido agredida também por um estudante na última segunda-feira (12), durante uma festa também no campus Pampulha. Segundo o relato da estudante de ciências sociais Silvia Regina de Jesus Galvão, 35, uma estudante foi agredida e quebrou o dente.
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A reportagem de O TEMPO não conseguiu fazer contato com a vítima.
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“Estamos cada vez mais ouvindo esses relatos de agressão, que não são coibidas”, afirma a estudante. A UFMG disse que realiza palestras e debates repudiando qualquer tipo de agressão dos alunos.
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Entrevista
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Miriam Gomes Alves (estudante agredida)
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Como ocorreu a agressão?
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Primeiro, ele me agrediu verbalmente me chamando de louca e imbecil, depois apertou meu braço com força, me jogou no chão e começou a me bater. Ele chegou a me arrastar pelos cabelos, me enforcou e sentou na minha cabeça.
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Alguém te ajudou?
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Não. Nós estávamos em um lugar escuro e onde não tinha quase ninguém. Eu cheguei a ver duas pessoas uniformizadas passando, que eu acho que eram seguranças do campus, mas eles não fizeram nada. Eu liguei para um amigo que veio me buscar e me levou à delegacia.
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A senhora já ouviu relato de outras agressões a mulheres no campus?
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Sim. Essas agressões são recorrentes. Na última segunda-feira mesmo soubemos de uma aluna que quebrou um dente depois de ser agredida por outro aluno.
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Fonte: O Tempo (MG)

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