quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Educação, escola e paradoxos no campo da violência - Parte II

"Educação, escola e paradoxos no campo da violência - parte II"
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Lúcio Alves de Barros - Professor da FAE-UEMG, doutor em Ciências Humanas
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Débora Luiza Chagas de Freitas - Graduanda de pedagogia da FAE-UEMG
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Introdução

Este é o relatório final de pesquisa apresentado ao Centro de Pesquisa da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), ao Programa Institucional de apoio à pesquisa (PAPq/UEMG) e ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/UEMG/Estado).

A pesquisa analisa as relações sociais produzidas em uma escola estadual de Belo Horizonte. Tais relações tinham como latente a sociabilidade fundamentada nas relações de violência. Partimos da ideia de que a violência é um conceito polissêmico e recebe roupagens de acordo com os interesses dos agentes envolvidos, bem como da localidade da instituição escolar e da posição ou papel social que o agente, por vezes, incorpora.

Nesta segunda parte, ressaltamos os dados da pesquisa. A despeito das dificuldades, notadamente horários, condições das entrevistas e recursos para a confecção e aplicação do questionário, foi possível perceber que estudantes e professores estão encarcerados em relações paradoxais.

No caso dos alunos e alunas, tais relações, principalmente as consideradas violentas, não são calaras e, por vezes, carregam as incongruências, os conflitos e os entendimentos tácitos e manifestos sobre o que os agentes entendem por violência. Distante do senso comum, os atores não navegam – conforme acreditam alguns – num campo no qual a violência é aberta e perceptível. Sabemos que não se vê o que não se deseja. Por outro lado, tornou-se impossível fechar os olhos aos fatos que, aparentemente, tornaram-se normais e corriqueiros. Nesse sentido, pelo menos na representação coletiva dos estudantes da escola estadual em pesquisa, o mundo paradoxal da educação e da violência revelam alunos e alunas à deriva, sem lugar, sem "sonhos" e sentidos. São crianças, adolescentes e jovens marginalizados, esquecidos pelas políticas públicas e distantes de bons projetos pedagógicos.
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Acesse: Revista Educação Pública
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