domingo, 11 de maio de 2014

'Viramos uma família', diz mãe sobre memorial por Realengo

A véspera do Dia das Mães vai ser de homenagem aos filhos para as famílias de 11 estudantes que foram vítimas do massacre na escola Tasso da Silveira, em Realengo, Zona Oeste do Rio, em 7 de abril de 2011. Três anos após a tragédia que pôs fim ao convívio nos corredores e salas do colégio, eles voltarão a ficar juntos: neste sábado, os restos mortais de 11 dos 12 jovens serão depositados lado a lado num memorial no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap. Os adolescentes foram mortos por Wellington Menezes, ex-aluno da escola, que entrou no local e matou os jovens e feriu mais 12.
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Massacre de Realengo completou três anos no dia 7 de abril
Massacre de Realengo completou três anos no dia 7 de abril.
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"Lembro da alegria da minha filha, que sempre foi uma menina muito carinhosa, alegre. Na minha cabeça, o que ficou dela foi o sorriso", disse Adriana Maria da Silveira, mãe de uma das vítimas, Luiza Paula da Silveira Machado, que tinha 14 anos. O pedido para que os corpos das vítimas fiquem no mesmo local partiu dela, presidente da Associação Anjos do Realengo.
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Das 12 vítimas, o corpo de uma foi cremado e os das demais estavam enterrados entre três cemitérios do Rio. Os familiares vão aproveitar que os restos mortais teriam que ser exumados após o prazo legal de três anos, para já fazer com que eles fiquem juntos. "Não tem razão de elas ficarem separadas. Viramos uma grande família, vivemos sempre juntos. Vamos viver tudo no mesmo dia", disse Adriana. Segundo ela, os corpos que estão nos cemitérios do Murundu, em Realengo, e no de Ricardo Albuquerque, devem ser levados para o Jardim da Saudade escoltados por carros da Guarda Municipal. A banda da corporação também deve tocar na cerimônia, que será celebrada pelo cardeal do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta, e pelo padre Omar Raposo, reitor do Santuário do Cristo Redentor, às 12h30.
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Às vésperas do Dia das Mães, Adriana acredita que ficará com os nervos à flor da pele e sabe que vai reviver toda a dor da perda da filha. "Até acontecer essa tragédia, no Dia das Mães, eu tinha o café da manhã. Agora falta um pedaço de mim como mãe", disse Adriana, que ainda é mãe de Carlos, 20 anos.
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